quarta-feira, 23 de junho de 2021
COMENTANDO O TRAILER DE O ESQUADRÃO SUICIDA(2021)
sexta-feira, 18 de junho de 2021
EXISTE MESMO O SCHUMACHERCUT?
quinta-feira, 17 de junho de 2021
BALANÇOS DA FASE 3 DO MCU: VINGADORES- GUERRA INFINITA(2018)
quinta-feira, 3 de junho de 2021
VINTE ANOS DE SHREK
DUAS DÉCADAS DO FEIO E DIVERTIDO OGRO VERDE
Imagine
um desenho representado por um sujeito feio,
deselegante, grosseiro e anárquico terminava sendo o herói que conquistava o
coração da princesa, a donzela em perigo e também do público divertindo
bastante.
Sim
isto aconteceu quando há exatos vinte anos era lançado a animação de Shrek(EUA,2001).
Naquele
Verão Americano de 2001 representou um momento muito importante para a história da DreamWorks. Porque ela conseguiu
naquele momento firmar o seu nome
na indústria do cinema de animação,
chegando ao mesmo patamar da Disney graças ao filme cujo protagonista era um
sujeito feio, mal-educado, sujo,
asqueroso, grotesco, irritado e individualista, que
representou naquela época um marco importante para tornar a Dreamworks uma
grande marca para conquistar o nicho do público infantil, que até então era uma
característica exclusiva da Disney. A
mesma Disney ao ver surgir sua grande concorrente abriu os olhos para o sinal
de alerta a ponto deles gerarem uma enorme dor de cabeça para eles. Lançado nos
EUA no dia 18 de Maio, no Brasil estreou em 22 de Junho, portanto se completou
vinte anos. É irônico pensar que a
DreamWorks, na época era ainda uma criança de sete anos, tinha sido originada
por causa de uma dissidência da
Disney. Fundado em 1994, por Steven
Spielberg, grande diretor e produtor de cinema, em parceira com o produtor
musical David Geffen e com Jeffrey Katzenberg, um egresso da Disney que se desvinculou da empresa após
viver em constantes conflitos criativos e de gestão com o seu então sócio
Michael Eisner. Bem antes de Shrek, a
Dreamworks já tinha lançado outras animações razoáveis, como Formiguinaz
e O Príncipe do Egito, ambos em 1998, este inclusive eu assistir
nas telonas na época que foi lançado quando eu tinha uns 13 anos na antiga sala
de cinema do Natal Shopping e o revi há
pouco na Netflix e fiquei bastante impressionado ainda com a sua qualidade técnica e com a qualidade do
roteiro. Em seguida veio O Caminho para El
Dourado e A Fuga das Galinhas ambos em 2000.
Foi
justamente no ano de 2001 que a DreamWorks daria realmente um tremenda
preocupação para a Disney quando lançou Shrek, que foi a sua quinta produção,
mas foi a primeira a criar mais visibilidade ao nome do estúdio, tendo tanto
conquistado as bilheterias, quanto a crítica, recebendo 88% de aprovação do
Rotten Tomatoes e principalmente
conseguiu ser o pioneiro em cativar o público a ponto de despertar um
forte apelo de marketing, algo que os longas-animados antecedentes da
mesma DreawWorks não tinham conseguido, principalmente por ousar trabalhar na
técnica da computação gráfica que até então
inovadora computação gráfica que a Disney em parceria com a Pixar tinha
utilizado antes em Toy Story( EUA, 1995), ou seja, Shrek
simbolizou um grande divisor de águas para fincar o nome da Dreamworks como uma marca. Com roteiro
baseado e livremente inspirado no livro do escritor, ilustrador e cartunista
americano William Steig(1907-2003) que o publicou em 1990, um fato curioso é que ele batizou o
personagem com um nome extraído das línguas alemãs e ídiche que significam
literalmente medo, terror, bem condizente com o que a essência do personagem representou na premissa do filme. Enquanto que a Disney amargava quando lançou naquele mesmo ano Atlantis-O
Reino Perdido, que veio encostado a Shrek, mas passou batido, não
conseguiu conquistar critica, foi um fiasco de bilheteria e de marketing e como
consequência disso a Disney entrava no começo da primeira década do século
21 num difícil período de sua história
que é conhecido como a Segunda Era Sombria.
Para
aumentar ainda mais a dor de cabeça, que Shrek causou para a Disney na época, a
Dreamworks também conseguiu a façanha de desbancar a Disney na edição do Oscar
de 2002, quando Shrek concorreu na
categoria de melhor animação junto a Monstros S.A, e Shrek
venceu aquela importante premiação. Fazendo a Disney abrir os olhos a partir
daquele momento. Pode-se dizer que se não fosse Shrek não existiria, A
Era do Gelo, Rio, Hotel
Transilvânia, Madagascar, Meu Malvado Favorito, Minions,
Angry Birds entre outros longas
de animações de outros estúdios como Blue Sky, que infelizmente fechou suas
portas agora em 2021 depois que a Disney havia se apropriado da Fox, Sony Pictures e Universal Pictures com histórias tão legais para conquistar o
nicho infantil quanto os da Disney, que neste ramo era imbatível.
Alguns
fatos curiosos sobre a adaptação do
livro para o cinema, envolve que ele já
despertava, o interesse de Steven Spielberg de produzir
o filme bem antes da existência
da DreamWorks. Spielberg comprou os
direitos de adaptação da obra em 1991, e logo depois que se juntou a Geffey e
Katzenberg para fundarem a DreamWorks e
estes lhe deram carta branca para poder concretizar a realização do projeto,
foi então que deu início a longa jornada
do desenvolvimento do enredo que começou
em 1995. Foram muitas etapas, com diversos esboços, até chegar ao acabamento
final, antes eles tinham em fazerem na forma tradicional de animação em 2D,
mais depois que viram a Pixar revolucionar com Toy Story com o
3D, decidiram apostar nesse formato. Na elaboração do roteiro, foram
adicionados elementos que não tinham no livro de Steig, como a presença de clássicos personagens de
contos de fadas virando amigos e também inimigos de Shrek para servirem como um
bom tom de sátira ao universo dos contos de fadas, uma provocação direta a
Disney. O próprio Shrek carregava uma aparência física diferente nos livros em relação aos filmes.
Nos livros ele era bastante horrendo e quase medonho, já nos filmes teve a sua
aparência mais amenizada quando se inspiraram numa pessoa real, nesse caso, a inspiração para suas feições
foram no francês Maurice
Tilet(1903-1954), um célebre lutador de Boxe.
Já o Lord Faquaard
simbolizando a típica figura do vilão maquiavélico cujo interesse
principal ao querer casar com a Princesa Fiona do Reino de Tão, Tão Distante é
apenas com o intuito ambicioso de tomar o trono, também foi um elemento
adicional no filme, dizem que muita característica dele foi inspirado no então
presidente CEO da Disney Michael Eisner, um antigo desafeto de Katzenberg na
época em que ele trabalhava na Disney entre os anos 1980 e começos dos anos
1990. No livro, aparece a Fiona, mas nunca tinha sido humana, sempre foi ogra.
No filme eles deram muita importância para o Burro se tornar a figura do
inseparável companheiro chato do Shrek nas suas aventuras. Coisa que no livro mesmo isto não acontece. Além das
influencias modernas da cultura pop americana terem sido incluídas no filme, a
mais evidente a cena de Fiona na forma humana após ser libertada por Shrek
fazendo uma impressionante coreografia de luta na floresta contra o bando de
Robin Hood inspirada em Matrix(EUA,1999). Ou mesmo o Espelho
Mágico mostrar um informativo da
vida rotineira de Tão, Tão Distante em formas de tele jornais como se fosse um moderno aparelho de televisão num filme cujo
cenário é uma típica fantasia escapista com muitos toques fabulares, carregado
de liberdades poéticas. A Dreamworks
investiu muito pesado no marketing do
filme, escalando o elenco para
dublar os personagens principais, grandes estrelas em evidencia de Hollywood que em comum eram famosos por estrelarem
comédias. Mike Myers conhecido da
franquia cômica Austin Powers, foi quem dublou o protagonista Shrek,
personagem que Spielberg tinha pensado inicialmente em escalar Bill
Murray, outro celebre comediante. Assim como a bonitona da Cameron Diaz foi
responsável por fazer a voz da Fiona, a amada de Shrek e o careteiro Eddie
Murphy, astro da franquia Um Tira da Pesada foi quem fez a voz do
tagarela Burro, personagem que inicialmente foi pensado para ser dublado por
Steve Martin, outro também comediante. Que ainda contaria depois que quando
este primeiro foi um sucesso e a Dreamworks fez uma franquia com três filmes
posteriores que formam uma quadrilogia tivemos então Antônio Banderas que com
sua característica sensualidade
hispânica fez a voz do Gato de Botas a partir de Shrek 2(EUA,
2004), também em Shrek 2 contou com a presença
de Julie Andrews, uma veterana
estrela dos musicais fazendo a voz da
Rainha Lilian, mãe de Fiona e do ex-N´Sync
Justin Timberlake que fez a voz do Rei Arthur garotinho em Shrek Terceiro (2007). Aqui
no Brasil, a gente para não ficar para trás colocamos para dublar o Shrek, o
então celebre comediante da antiga trupe do Casseta & Planeta
Bussunda(1962-2006).
Mais
abaixo coloco minhas impressões de cada um dos quatro filmes da franquia de
Shrek lançados ao longo de uma década, entre os anos de 2001-2010. Após dar uma
revisitada na franquia por meio da minha Smart TV e da Netflix durante o
período desta Pandemia de Covid-19.
SHREK(EUA,2001)
O
primeiro filme da franquia Shrek já
surpreende pela premissa já começar bem introduzindo ao público qual é a essência dele. Somos então apresentado a ele vivendo uma
vida solitária no pântano, com suas características bem típicas de ogro que
amedronta o povoado local. Com a sua horrível aparência verde, gigante,
gorducho, careca e com orelhas pontudas cujos
formatos lembram alienígena. Era
ali que ele vivia sua vida confortável, até o momento que ocorre uma
reviravolta quando aparece a guarda real mandando prender alguns seres
fantásticos. Entre os prisioneiros estava o Burro. É a partir dali que ele começa a sua aventura seguindo o
esquema teórico formulaico da Jornada
do Herói, elaborado pelo mitólogo americano Joseph
Campbell(1904-1987). O Burro passa a
assumir a importante função neste filme de ser o inseparável companheiro de
Shrek, sendo o tipo boa praça, mas muito insuportável a ponto de ser
irritante. Simbolizando o típico alivio
cômico da obra. Principalmente depois que Shrek aceitar participar da missão de
salvar a Princesa Fiona de um castelo onde está sendo mantida refém por um
dragão, melhor dizendo uma dragoa, que bizarramente irá despertar o amor pelo
Burro. A partir do momento que ele salva
Fiona que vemos o escopo dele sendo todo moldado no começo relacionamento amoroso dos opostos,
um ser feio como ogro despertar o
coração de uma bela mulher como uma princesa. Até aparecer o Lord Faarquard
para estragar tudo e virar o obstáculo para os dois. Mesmo tendo este elemento
clichê, o filme ainda conseguiu bem carregar
um brilho de uma cativante história, em um cenário bem escapista, com
vários elementos fabulares, que o tornam um bom filme de fantasia mas que
transgredi tudo o que havia sido estabelecido pela concorrente por décadas numa
estética cômica em forma de sátira com piadas adultas cheias de duplo sentido,
mas bastante sutis, ao mesmo que trabalhou a parte mais dramática,
principalmente na essência anárquica do ogro com direitos a piadas
escatologicas. Além do mais conseguiu de forma sutil transmitir mensagens muito
adultas, que as crianças não percebiam.
Usando do lado reverso das histórias dos contos de fadas. Aqui a Fiona
mostra-se ser uma princesa que ao contrário da frágil e desprotegida donzelas a
ser salvas das animações Disney, sabe se defender e é muito boa de briga. Ou
mesmo o Shrek um ser visto como amedrontador, e que todo evita, mostra que pode
amável e carinhoso, provando que não é a feiura e nem a beleza que define o nosso bom ou mau caráter e ele
exemplifica os conceitos de camadas ao explicar para o Burro quando descasca
uma cebola. No Balanço Geral, o primeiro
Shrek resultou num ótimo filme, tanto no aspecto da história, quanto na apurada
qualidade técnica que o fez tornar um
marco para a Dreamworks. Eu não cheguei a ver o filme nas telonas na época que
foi lançado, porque como naquele momento eu já era um adolescente com 16 e tava em outra vibe, numa
época em que havia o preconceito de que animação era coisa feita só para
crianças, então, eu acabei demorando um pouco para abrir a ver, mas depois que
assistir quando passou na TV, passei então a gostar muito. Ao dar umas revisitadas na obra pela Netflix e na minha
Smartv, onde tanto no áudio original legendado quanto na versão dublada em
português do Brasil, os caros leitores vão me desculpar os que reclamam da
dublagem brasileira e não assistem de jeito nenhum, por acharem que elas
estragam a interpretação dos atores em cena, mas a interpretação do saudoso Bussunda fazendo a voz do Shrek, conseguiu se mostrar um bom encaixe e dar mais personalidade na essência anárquica que o personagem bem
apresentou no filme do que em relação a representação do Mike Myers fazendo a
voz original, cuja representação com toques do seu sotaque canadense terminando
criando um tom que se não encaixou direito a essência anárquica do personagem.
SHREK
2(2004)
No
segundo filme da franquia apresentou uma trama melhor explorada, onde a
Dreamworks mostrou todos o gás e boa forma para explorar comercialmente. A história deste segundo filme gira em torno
dos acontecimentos posteriores ao primeiro filme. Depois que Shrek conseguiu
impedir Fiona de se casar com o Lord Faaquard e ela finalmente mostrou-se sua
face de ogra para muita gente do Reino de Tão, Tão Distante, e puderam terminar vivendo “Felizes para sempre”.
Depois daquele evento vemos o filme começar mostrando Shrek e Fiona juntos no pântano. A morada
dele. Até o momento que eles precisam retornar para Tão, Tão Distante e lá os
pais de Fiona precisam ter uma conversa franca sobre o futuro dela, e o futuro
do seu reinado. É a partir do momento do
retorno do casal a Tão, Tão Distante que ocorre a situação do seu pai, o Rei Harold se submetendo as chantagens da
Fada Madrinha e do seu filho Príncipe Encantado, contrata o serviço de um
importante mercenário que é o Gato de Botas. Outro importante personagem
clássico do universo de conto de fadas a figurar nas sagas do ogro no cinema.
Criado pelo francês Charles Perrault(1628-1703), cuja primeira publicação data
de 1697. Representado no filme de uma
forma que em nada lembra o clássico personagem dos contos de fadas, como um mercenário que usava do sedutor charme
de olhar para enganar o inimigo e carregado com um
sotaque hispânico, muito por causa dele
ter sido dublado por Antonio Banderas, ator espanhol famoso mundialmente e que
já estrelou muitas produções em Hollywood na versão original americana. Aliás,
aproveito e dou meus sincero parabéns ao brilhante trabalho desenvolvido na versão
brasileira pelo Alexandre Moreno, (responsável por fazer a voz do Jason,
primeiro Ranger Vermelho em Power Rangers dos anos 1990). Cujo timbre de voz
que ele usou para representar este personagem conseguiu transmitir bem a
essência do Gato de Botas como um sujeito bem canastrão, e bem malandrão no
estilo espadachim Zorro e com toques bastante galanteadores de um Don Juan. A
maneira como o Gato de Botas foi apresentado no arco da história se utilizando
do olhar de coitado para dar o bote fez ele cativar tanto o público que se
tornou presença frequente nos filmes seguintes e em 2011 ganharia um filme
próprio que se passa antes dos eventos de Shrek. Representou mais um acerto da
Dreamworks. Na trilha desse filme ele contou com algumas revitalizações bem interessantes, como a música Funkytown
da banda Lipps Inc. sucesso da fase dourada da era disco no final dos anos
1970. Conseguiu se sair melhor do que o primeiro, recebendo inclusive no Rotten
Tomatoes uma aprovação de 88%. No
Balanço Geral, Shrek 2 saiu melhor do que encomenda.
SHREK
TERCEIRO( Shrek The Third, EUA,2007)
Após o
primeiro e o segundo fazerem sucesso, veio então o grande desafio da DreamWorks
com Shrek Terceiro. Antes de comentar sobre o filme, começo
descrevendo que ele contou com uma mudança importante na dublagem brasileira.
Já que foi a partir deste que Mauro Ramos( dublador do Pumba do Rei Leão, entre
outros personagens de desenhos e atores em filmes) assumiu a função de dublar o
ogro que tinha sido dublado
anteriormente por Bussunda, que havia falecido em 17 de Junho de 2006, vítima de um ataque cardíaco, quando estava
na Alemanha, cobrindo a Copa do Mundo junto com a trupe do Casseta &
Planeta. Já na versão original, continuou contando com Mike Myers fazendo a voz
do protagonista. Mauro Ramos foi uma boa escolha para trabalhar o personagem
que a partir deste filme, a Dreamworks começaria a perder completamente a
mão a ponto de não agradar a crítica.
Principalmente na maneira como a trama girou em torno do momento em que o pai
de Fiona, o Rei Harold de Tão, Tão
Distante morre e a sucessão termina caindo na responsabilidade de Shrek. É
neste clima que aparece novamente o arco do Príncipe Encantado, revoltado pela
morte da sua mãe Fada Madrinha como ocorreu no final do filme anterior. Que ao
saber deste acontecimento planeja um grande golpe para assumir o trono de Tão,
Tão Distante. E é no ínterim dessa nova jornada que acontece de Fiona revelar
para Shrek que estava grávida e ele então corre para proteger sua família. Ou
seja, esperando os herdeiros. Um dos momentos mais curioso do filme é quando na
cena do enterro do Rei Harold é tocado um trecho da canção “Live and Let Die”, música de Paul McCartney ao lado da
banda Wings que foi tema de abertura do
filme Com 007 Viva e deixe morrer(Live and Let Die, Reino Unido,1973),
que marcou o primeiro da franquia James
Bond estrelado pelo saudoso Roger Moore(1927-2017). Como já descrito neste
filme, a gente pode sentir o quanto a Dreamworks começou a perder a mão ao
modificar um pouco da essência anárquica que ele tinha nos outros filmes e fora
algumas tomadas decisões bastante arriscadas para poder fugir um pouco do mais
do mesmo na franquia. É tanto que no Rotten Tomatoes a aprovação foi bem menor,
de 41%,ainda assim, isto não atrapalhou
a bilheteria. No balanço geral,
Shrek Terceiro já demonstrava um bom sinal de início de saturação do público em relação a Shrek.
SHREK
PARA SEMPRE(Shrek Forever After, EUA,2010)
Já com Shrek para sempre
representou toda a conclusão do ciclo do ogro verde nas telonas. Nele podia-se
notar o quanto que a Dreamworks tinha perdido totalmente o freio ao modificar
completamente a essência do personagem. Nem mesmo a formula escapista fabular
conseguia atrair o público já bastante saturado. Neste último filme da franquia
que recebeu uma aprovação menor do Rotten Tomatoes com 58%, pode se dizer assim
que ele foi o mais fraco de toda a saga. Mesmo assim, neste filme a gente pode
conhecer a importante presença de um personagem que fechou completamente todo o
arco que o ligava ao passado que era a
presença do mágico de nome estranho Rumpelstiltskin, que simboliza um acerto de
contas das consequências ocorridas ainda no primeiro filme. Na abertura do filme, é apresentado que
enquanto Shrek e Burro estavam resgatando Fiona do Castelo mantida refém pela
dragoa, os pais dela Rei Harold e Rainha Lilian tinham ido atrás deste
feiticeiro para que este pudesse tirar a maldição ogra dela. Rumpelstilskin,
aceita ajuda-los na condição deles assinarem um
acordo, onde dava-lhe o direito de passar o trono de Tão, Tão Distante.
Ou seja, uma tentativa de golpe. Eles assinam, mas quando descobrem que Shrek a
havia libertado, eles rasgam o papel. Isto termina o irritando e assim conhecemos qual a motivação
dele para passados muitos anos após aquele acontecimento resolver arquitetar um
novo plano maquiavélico para desta vez poder assumir o trono de Tão, Tão Distante. Rumpelstilskin ao observar os dilemas que o
ogro vive sobre a vida atual que leva sendo pai, em alguns momentos sente
nostalgias dos tempos antigos em que vivia no Pântano. É a partir do momento em que Shrek ao se
dirigir a Rumpelstilskin desejando não querer mais existir e assinar o acordo.
É a partir dali que o mundo dele passa a virar do avesso. Pois ao fazer isso vê uma Tão, Tão Distante
governada a mãos de ferro pelo ganancioso
Rumpelstilskin, vê sua amada Fiona ser a líder da resistência ogra e não
o reconhece-lo, Burro também não o reconhece e somos apresentados a um Gato de Botas gordo que tinha perdido completamente a vontade de
lutar. É nesse momento que ele se depara na grande mancada que fez e para
consertar terá o grande desafio de convencê-los a encará-los. Enquanto que
Rumpelstilskin no trono chama para seu reforço o flautista mágico, outro
personagem conhecido do universo das fábulas europeias que entrou para
compor o universo de Shrek. Para o contra-ataque. Rumpelstilskin como o vilão
também tem inspiração num personagem de conto de fada que no caso é o
Rumpelstichen criado pelos alemães Jacob(1785-1863) e William
Grimm(1786-1859), ou como muitos se
referem de Irmãos Grimm,
cuja primeira publicação data de 1812 na coletânea Contos de Grimm. No balanço
geral, este foi o filme que concluiu a saga de Shrek. Apesar de não apresentar
o mesmo vigor em relação aos filmes anteriores. Ainda assim, fechou bem com
chave de ouro todos os pontos do ciclo que os ligavam aos filmes antecedentes.
Onde já dava para sentir que a partir dali acabou, não tinha mais do que ser
trabalhado. Bom andam rolando por noticias de que irão rebotar Shrek, que cara
confesso que estou um pouco com medo do pode vim.
domingo, 30 de maio de 2021
Os heróis DC dos filmes de antigamente! Filmes do Batman e... Liga da Ju...
segunda-feira, 24 de maio de 2021
ANALISANDO A SÉRIE DA NETFLIX O LEGADO DE JÚPITER
quarta-feira, 12 de maio de 2021
MINHA MÃE É UMA PEÇA E OUTROS FILMES DO PAULO GUSTAVO.
MAIS UM ARTISTA VÍTIMA DA COVID-19
A
notícia do falecimento do comediante Paulo Gustavo, aos 42 anos, sendo mais uma vítima dessa desgraça de Covid-19, na
terça-feira, 04 de Maio, durante semana de comemoração do Dia das Mães, comoveu
o Brasil inteiro e existe uma razão para isso.
Ele
era um tipo de artista que sabia fazer um tipo de humor popular que se
comunicava bastante com diferentes camadas sociais, em especial as femininas e
aos LGBTQ+.
Gay
assumido, foi casado com Tales Bretas com quem deixou dois filhos adotados por
meio de duas mães de aluguel no exterior.
É
triste ver que ele é mais um entre os brasileiros a entrar nas estatísticas das vítimas mortas da COVID-19. Que vitimou também muitos outros
artistas brasileiros como no ano passado
em que perdemos a atriz Nicette Bruno, o cantor Paulinho do conjunto Roupa
Nova, o ator Eduardo Galvão, o também ator Gésio Amadeu e este ano perdemos também
outros talentosos artistas vitimados pela COVID-19 como os cantores Genival
Lacerda, Zezinho Correa e Agnaldo Timóteo.
Eu
não lembro de já ter visto outros
trabalhos que Paulo Gustavo fez na TV, como em novelas, por exemplo, ou mesmo
em humorísticos de tv.
Pode-se
dizer que foi através do cinema que conheci o ótimo trabalho dele em especial
com a série de filmes Minha Mãe é uma Peça.
Alguns
dos filmes que pude ter a oportunidade de conferir durante a triste semana que ele faleceu por
meio do serviço de streaming do TelecinePlay que eu comecei a assinar fazia
poucos dias, onde lá eles até dedicaram
um espaço em homenagem a ele com os catálogos dos filmes onde ele participou.
Aproveito
e faço aqui minhas rápidas descrições e análises de cada um desses que assisti no serviço por
uma ordem bem aleatória, sem ser top 10 de melhor ou pior, ou mesmo por ordem cronológica. Como vocês
podem conferir abaixo:
1)TRILOGIA
MINHA MÃE É UMA PEÇA
Começo
obviamente pela trilogia de Minha Mãe é uma peça que é composto por Minha
Mãe é Uma Peça-O Filme(Brasil, 2013), Minha Mãe é Uma Peça 2(Brasil,
2016) e Minha Mãe é Uma Peça 3(Brasil,
2019), filme que foi inspirado na peça teatral de autoria do próprio Paulo
Gustavo, onde ele foi quem adaptou o roteiro e foi onde ele criou um dos tipos mais famosos de
sua carreira que é a Dona Hermínia, representando a popular classe média de sua terra natal
Niterói/RJ, uma mulher de perfil um tanto temperamental, explosivo e irascível, principalmente ao lidar
com os três filhos Garib(Bruno Bebbiano), Juliano(Rodrigo Pandolfo) e
Marcelina(Mariana Xavier) e do seu ex-marido Carlos Alberto(Herson Capri), e
soltava o bordão do “Eu, hein” que
simbolizava um retrato bastante intimista dele que se inspirou na sua própria mãe Dona Déa Lúcia, mas que mesmo
assim sabia ser amorosa. Este lado
intimista fica bastante evidente quando
a gente observa muito isso na maneira
como ela se relacionava com um de seus três
filhos Juliano que era gay e mostrando em momentos da infância do menino
dela aceitar isso, um retrato bem próximo do que ele deve ter passado na sua
infância, principalmente nos flashback de Hermínia com Juliano pequeno bem
exemplificaram com ele já demonstrando interesse por brincar de boneca em vez
de futebol, por exemplo, dentre outras coisas. Cada um desses três filmes foi
dirigido por um diretor diferente: André Pellenz foi quem dirigiu o primeiro da
série, o segundo foi dirigido por César Rodrigues e o último da série por
Susana Garcia. A maneira como Paulo Gustavo representou em cena a personagem
com aquela caracterização que o ajudava a compor e a incorporar de forma
magistral e impecável, fazia ele realmente convencer que era mesmo uma mulher.
O que a primeira vista, poderia gerar uma forte estranheza no espectador a
ponto de ficar muito ridículo como uma
representação caricata de um estereótipo de travesti ou mesmo de drag queen, em
compensação, a forma como ele representou o papel em cena com muita
naturalidade nos fazia esquecer que ele era um homem e deu bem voz
a causa dos LGBTQ+. Mesmo que o intuito não parecesse panfletário.
2)DIVÃ
Na
obra Divã (Brasil,2009), Paulo Gustavo representou René,
personagem que faz uma participação bastante pontual, já que ele era o cabelereiro
da protagonista Mercedes(Lilia Cabral), sua aparição na cena onde ela vai ao salão
acompanhado de sua inseparável amiga Mônica(Alexandra
Richter). Nessa obra que contou com a direção
de José Alvarenga Jr. inspirado numa obra homônima de Martha Medeiros onde a
protagonista Mercedes relata tudo sobre sua vida numa consulta terapêutica, daí
de onde vem o título. Eu já tinha assistido antes essa obra muito tempo atrás em
DVD e lembro de ter curtido bastante e após rever esta obra no streaming do TelecinePlay
continuei achando ótima e bastante atemporal. Mesmo a participação de Paulo
Gustavo sendo curta nesta obra, pelo menos foi nessa participação que ele conheceu e contracenou pela primeira
vez com uma atriz que seria futuramente presença recorrente na série de filmes Minha
Mãe é uma Peça, que no caso é Alexandra Richter, a interprete da coadjuvante
Mônica em Divã, na série Minha
Mãe é uma Peça representou a Iesa, irmã da Dona Hermínia. Na obra
também contou com outras participações saudosas, além de Paulo Gustavo, que são de feras veteranas que não podem deixarem de
serem mencionadas como Elias Gleizer(1934-2015) que fez uma representação
brilhante no papel do Agenor, pai da protagonista
e de Lupe Gigliotti(1926-2010), a irmã do mestre do humor Chico Anysio(1931-2012)
numa participação pontual na pele de costureira ajeitando o vestido de
casamento da Mercedes. Num dos seus últimos registros de trabalho.
3)VAI
QUE COLA-O FILME
Nesse
filme inspirado na famosa sitcom do canal pago Multishow criada por Leandro
Soares e teve a direção de César Rodrigues, pertencente ao Grupo Globo. Em Vai
que Cola-O Filme(Brasil,2015), Paulo Gustavo demonstrou um talento incrível
em fazer um estilo de humor bastante popular como já tinha demonstrado antes em
Minha Mãe é Uma Peça, ao
representar o Valdomiro, um sujeito malandrão que da vida de luxo de grã-fino ostentava com
seu apartamento no Lebron, quando de repente, foi pego caindo numa arapuca que
o tornou um foragido da policia por ser o arquiteto do esquema de roubo
praticado por sua empresa. O que o fez se mudar para o ambiente suburbano do Meier
e lá vive numa casa de pensão que está prestes para cair aos pedaços depois de uma forte chuva e resolve levar os seus companheiros de
pensão para o apartamento de luxo do Leblon, por causa de um acordo que ele fez
com seus ex-sócios. E a confusão vai rolar é solta. A maneira como Paulo
Gustavo desempenhou o papel do Valdomiro
que é responsável por conduzir a história ao espectador, tanto que é ele quem
faz a quebra da quarta parede ao
interagir com o espectador é algo incrível, fascinante nessa obra cuja estética
cômica vai mesmo na pegada popular de mostrar o estilo kitsch dos suburbanos do
Meier em contraste ao luxuoso apartamento do Leblon, simbolizando bem um retrato das crônicas do cotidiano
carioca.
4)OS
HOMENS SÃO DE MARTE...É PRA LÁ QUE EU VOU E MINHA VIDA EM MARTE.
Para
fechar a lista, comento aqui sobre dois filmes
que são sequências um do outro, onde aqui Paulo Gustavo mostrou ser bastante versátil
em trabalhar na estética do humor mais refinado, mais elitizado e com características
que abordam bastante os dilemas mais femininos que são em Os Homens
são marte...é pra lá que eu vou (Brasil, 2014) e Minha vida em Marte(Brasil,
2018). Inspirados nos monólogos teatrais da atriz Mônica Martelli que nos
filmes protagoniza Fernanda e que teve a participação dele no roteiro. Nesses
dois filmes que contou o primeiro com a direção de Marcos Baldini e o segundo
de Susana Garcia, Paulo Gustavo representou magistralmente o Aníbal, sócio
da protagonista Fernanda(Mônica
Martelli) numa agência que promove
casamentos, ele aqui representou bem a figura do inseparável amigo e
companheiro dela, um gay um tanto enrustido, mas que se torna um conselheiros
em seus dilemas sobre o relacionamento amoroso e complexidade em entender os
homens e o sonho de achar um homem para se casar.
Depois
disso, posso concluir que é bastante lamentável a perda de mais um talentoso artista
brasileiro para a COVID-19.
Descanse
em paz.
Paulo
Gustavo.
(1978-2021).