Na tarde de Quinta-Feira, 18 de Dezembro de 2014, fui
finalmente assistir na sala de cinema do Cinemark do Shopping Midway Mall, o
tão aguardado capitulo final da trilogia fantástica do Tolkien que cria todo um
prólogo da mitologia de O Senhor dos
Anéis, estou me referindo a “O
Hobbit- A Batalha dos Cinco Exércitos”.
Antes de qualquer coisa eu primeiramente começo recomendando
a quem ainda não assistiu anteriormente aos filmes precedentes desta nova
trilogia cinematográfica dirigida por Peter Jackson que teve início com Uma Jornada Inesperada (2012) e A
Desolação de Smaug (2013) que desse um jeito de procurarem assistir para compreenderem
melhor e assim poderem se situar no espaço e tempo da
trama ou mesmo procurar assistir a própria clássica trilogia de O “Senhor dos
Anéis” como Sociedade do Anel(2001), As
Duas Torres(2002) e do Retorno do
Rei(2003) para assim também poderem
compreender melhor do que se trata a brilhante atmosfera do universo magicamente mitológico criado por Tolkien, ou mesmo procurar ler os
próprios livros que foram a fonte de pesquisa para esta adaptação e assim não ficarem muito perdidos sem
compreender do que se trata o filme.
Como bem já coloquei desde que postei no blog Breno Cinefilo
em 2012 sobre a primeira parte da trilogia “O Hobbit”, onde brevemente
expliquei que este livro, Tolkien o publicou primeiramente em 1937, enquanto a
famosa saga tripla de Frodo Bolseiro e companhia enfrentando Sauron só sairiam
bem mais tarde em 1954. Atendendo um pedido da sua então editora, devido ao
grande sucesso financeiro de O Hobbit.
Antes de colocar a minha análise especifica de “O Hobbit- A Batalha dos Cinco Exércitos”
faço primeiramente meus sinceros esclarecimentos, apesar de eu já ter lido
anteriormente estes dois diferentes livros fabulares de Tolkien que se
interligam, de minha parte não vou colocar neste comentário umas comparações
entre livro e filme, mesmo porque como já anteriormente coloquei nos
comentários de outros filmes que foram retirados de inspiração em romances
literários, principalmente dos que eu não li, não vou aqui colocar justamente
detalhes do romance que ficaram de fora do filme, personagens descartados, situações
e personagens criados especificamente para o filme entre outros aspectos que
geram muito motivo para guerrinhas com relação às opiniões divergentes entre os
apreciadores de um bom romance, que odeiam esta ideia de um excelente
personagem de livro cuja maneira como são descritos pelo autor eles desenham nas
suas próprias cabeças o lugar e espaço, que de certo modo acaba sendo quebrado o encanto ao ver este
personagem ganhando na pele de um ator que mesmo sendo brilhante, termina quebrando a magia do livro, podendo modificar a essência
do personagem, e dos que apreciam cinema, mas nunca leram o
romance que inspirou o filme que
eles apenas sabem que é dirigido por um cineasta de renome e conta com um elenco estrelar de rostos famosos para fazerem a vitrine do
filme.
Não vou entrar muito nesses detalhes comparativos entre a obra
literária de Tolkien e sua adaptação para cinema, mesmo porque sou daqueles que
sabem bem distinguir que livro é livro, cinema é cinema.
Antes de descrever a
minha impressão sobre A Batalha dos
Cinco Exércitos, primeiro farei um pequeno retrospecto do que foi mostrado
anteriormente nos dois filmes. Em “Uma Jornada Inesperada”, pudemos conhecer em
um tom de nostalgia para quem acompanhou toda a trilogia cinematográfica do
“Senhor dos Anéis” e sentia falta de ver a Terra-Media com Frodo, Gandalf e
Companhia Ilimitada se aventurando numa longa jornada contra o perverso Sauron
que estava obcecado em adquirir o poderoso Anel. Nesse primeiro filme vimos rapidamente
aparição de Frodo Bolseiro(Elijah Wood) o já estabelecido personagem na
trilogia clássica visitando a casa de
seu tio Bilbo Bolseiro( Papel de Ian
Holm já aparentando bem idoso que também participou de dois filmes da trilogia original fazendo este mesmo papel
neste filme). E logo depois é mostrado a
rápida visita do Frodo ao tio Bilbo somos apresentados a sua narração relatando
como foi sua experiência quando mais jovem (A partir deste momento é Martin
Freeman quem passa a assumir a responsabilidade de protagonizar o herói mais
jovem), muitos anos antes dos eventos ocorridos na Terra-Média com seu sobrinho
Frodo, do dia em que ele recebeu a visita do mago Gandalf, O Cinzento (Ian
McKellen), onde este manda o recrutar para uma missão, junto a um grupo de
anões desajustados liderados por Thorin-Escudo de Carvalho (Richard Armitage) para
irem até a Montanha Solitária e lá enfrentarem o perverso Dragão Smaug(Voz de Benedict
Cumberbatch) que habita o local que é
cheio de ouro. Neste primeiro momento é mostrado eles enfrentando as
adversidades e armadilhas principalmente numa batalha contra os exército de Orcs,
os Trolls entre outros que termina ocasionado no atraso deles para chegarem ao destino da missão final,
além de Bilbo, Frodo e Gandalf também pudemos rever neste filme outros
personagens da trilogia de “O Senhor dos
Anéis” presentes neste filme como as participações de Galadriel(Cate
Blanchet), Elrond( Hugo Weaving), Saruman(Chistopher Lee) e o feioso do
Gollum/Smeagoll( Andy Serkis) e o seu
desejo de adquirir o precioso anel
roubado pelo Bilbo. É só no filme
seguinte em “A Desolação de Smaug” que acompanhamos Bilbo e companhia chegando
finalmente a Montanha Solitária e se deparando finalmente com o perverso
dragão. Vemos também eles conhecendo outros companheiros de jornada, como Bard(Luke
Evans), o guerreiro elfo Legolas(Orlando
Bloom) que esteve presente na clássica
trilogia retornou neste filme sendo
apresentado no momento em que o grupo de Bilbo chega ao seu território e do seu pai Thrandull(Lee Pace) responsável por
comandar o trono e fomos também
apresentados a arqueira Tauriel (Evangeline Lilly) que é responsável por comandar a guarda
élfica e passa boa parte do filme despertando uma paixonite em Kili(Aidan
Turner) , o anão do grupo de Bilbo, que
é sobrinho do Thorin e é nela que
Legolas não esconde sentir ciúmes da paixonite dela pelo anão. O segundo encerrou deixando um
gancho para termos mais ou menos uma ideia do que a gente iria conferir no
começo de “A Batalha dos Cinco Exércitos”, que é
quando o Bilbo de forma desastrada acaba deixando o Smaug sair da Montanha
Solitária do qual há milênios vivia aprisionado para começar a aterrorizar o
vilarejo da Cidade do Lago que fica próximo da Montanha Solitária.
Depois deste resumo lembrando um pouco o retrospecto dos
filmes anteriores da saga para ficar melhor compreendido vou então fazer a
minha analise deste capítulo final.
Em “O Hobbit-A Batalha dos Cinco
Exércitos”, vemos a trama ser apresentada da maneira como terminou
anteriormente no segundo filme, com Smaug saindo da Montanha Solitária e
passando a virar a grande ameaça no vilarejo da Cidade do Lago onde outros
companheiros de Bilbo, como Bard, por exemplo, tinham ficado ali alojados numa
das casas.
A parte inicial do filme praticamente mostra a conclusão do
evento do filme anterior com Smaug chegando ao vilarejo, destruindo as casas
com o fogo cuspindo de sua boca, é assim durante os minutos iniciais, a batalha
do malvado dragão indestrutível é finalizada no momento em que Bard ao observar
atentamente no ponto fraco do Smaug e estuda toda a logística para poder acertar
a lança na localização estratégica do ponto certo.
Depois que o Smaug é derrotado, tem se inicio as grandes e
decisivas batalhas que vão definir o destino da vida do jovem Bilbo. Onde por
causa da cobiça pelo ouro e pelo poder mágico do Anel farão todos ficarem
contra todos. Não vou entregar muitos
detalhes do filme para terminar criando muito spoiler, mas assim tenho que
admitir, ele conseguiu concluir de maneira muito bonita a nova franquia
derivada de “O Senhor dos Anéis”. Assim
como já havia descrito sobre os filmes anteriores, muitos personagens celebres das
mitologias da Terra-Média estão presentes neste filme inclusive podemos ver
pela primeira vez a batalha de Gandalf, junto de Saruman, Galadriel e Elrond enfrentando o temido Sauron na forma
do ardente “Olho que tudo vê “, assim
como a gente presencia como aconteceu e terminou a difícil que antecedeu aos
acontecimentos da Terra-Média apresentados em “Senhor dos Anéis” .
Depois de mostrada a primeira parte que é conclusão da
batalha contra o Dragão Smaug, a trama vai se desenvolvendo em apresentar as
batalhas entre os anões de Bilbo, os malvados Orcs, os exércitos élficos, os Trolls e os magos. Como já expliquei, vou procurar não entregar
muito spoiler da obra, mas basicamente posso garantir que ela se trata de uma
conclusão de mais um excelente trabalho fabular dirigido pelo neozelandês Jackson
uma década após “Senhor dos Anéis”.
A partir desse momento, vou deixar de explicar mais os detalhes
sobre a trama e vou fazer análise mais aprofundada da parte técnica. Ao contrário dos filmes antecedentes, nesse a
sessão em que assisti foi em 3D na técnica HFR( Abreviação inglesa para High Frame Rate para "Alta Taxas de Quadros")*, e posso descrever que a sensação que ele me
proporcionou foi um tanto quanto razoavelmente mediana e controversa, nem 100% perfeita nem
100% imperfeita. De ponto positivo que
posso avaliar do filme está muito na parte estética, a excelente fotografia panorâmica
da Terra-Média, das montanhas, a linda iluminação cria aquela perfeita
atmosfera fabular como já mostrado nos filmes antecedentes ou mesmo na própria
trilogia clássica e como é propriamente descritos nos livros de Tolkien. Confesso ter achado muito maneiro observar as
cenas dos personagens preparando os seus armamentos das lanças, das flechas e
das espadas, com cada uma apontando para sua direção saindo inclusive da tela, uma
das poucas coisas que confesso ter gostado de assistir no 3D HFR. Como também achei
legal de observar algumas das excelentes coreografias das cenas de batalhas, a
trilha sonora do filme também está uma maravilha, os belos arranjos
instrumentais consegue criar bem aquele clima épico do filme, gerando
uma atmosfera new wave e bem zen mesclado ao
tom sacro com belíssimos corais ao fundo criando uma bela sensação de êxtase
fazendo você sonhar combinando ao cenário fantasioso do filme. Não posso
afirmar se a trilha sonora deste filme ficou a cargo do maestro Howard Shore
que foi o mesmo responsável pela trilha dos capítulos antecedentes de “O Hobbit” e também foi responsável por deixar sua
musical nos dois capítulos da franquia de “Senhor
dos Anéis”: “Duas Torres” (2002) e “Retorno do Rei” (2003).
Já no que posso colocar
de ponto negativo está justamente nas cenas das coreografias de batalhas propriamente
dizendo do qual elogiei acima. O motivo
para eu entrar nesta divergência envolve o certo incomodo quanto ao uso excessivo
dos traços de CGI em alguns personagens que me fizeram sentir uma sensação de
em alguns momentos observar alguns personagens movimentando de forma muito artificial,
teve muitas das cenas que pude notar o traço do CGI em alguns personagens como
os Orcs, por exemplo, ficarem muito semelhantes aos traços cartunescos em alta
definição usados nos atuais atuais de videogames, criando aquela sensação um
tanto estranha de como se você tivesse mais assistindo um filme inspirado em
jogo de videogame, do que propriamente dizendo um filme inspirado em uma obra
magnifica de Tolkien.
Já no aspecto do roteiro, como já dito acima, não vou
comparar detalhes do filme ao livro, vou apenas me ater em analisar o filme
pelo ponto do próprio filme. O enredo
pelo que pude observar ele não procurar desenvolver com profundidade a personalidade de cada personagem, ele fica muito restrito apenas
no aspecto visual das batalhas. É tanto que assim no decorrer deste filme você
vai se esquecendo do clima de romance entre a Tauriel com o Kili e Legolas,
ficando restrito a um triangulo amoroso platônico, assim como ao longo do filme
vai se esquecendo que na história é o Bilbo responsável por nos guiar nesta aventura, que
neste filme pelo que pude sentir ele fica agindo com o mesmo aspecto bobinho apresentado nos filmes
anteriores, a mesma coisa posso também
descrever a respeito do núcleo dos anões que acompanham sua jornada também não
apresentam muita profundidade, muito
desenvolvimento de personalidade, ficam ali apenas servindo de enfeite para a vitrine do filme e
não são muito explorados individualmente. Em alguns
momentos eles colocam ali alguns momentos de alivio cômico, soltando uma
piadinha ou outra a ponto de fazer o filme acabar parecendo mais infantilizado
do que já demonstra aparentar se formos somar ao fato da estética das cenas de batalhas em computação gráfica
como já coloquei acima ficarem muito cartunescas.
Assim posso encerrar esta análise dando como resumo que a
intenção do encerramento desta trilogia aventuresca e bem fantasiosa inspirada
em mais um romance da autoria de Tolkien preludiando todos os evento que acompanhamos
em “Senhor dos Anéis” trata-se de nada mais,
nada menos do que de mais uma tentativa da Warner assim como fazem outros
estúdios de querer ganhar mais dinheiro, com um produto que já tem um público
cativo e como não querem se arriscar em investir com ideias novas, termina por
si só em alguns momentos pecando pela falta de qualidade. Poderia simplesmente
definir que a sensação que eu senti ao ver o capitulo final de “O Hobbit” e que a todo o momento como já foi mostrado nos
outros filmes anteriores, simplesmente ele deixa transparecer suas referencias
a “Senhor dos Anéis” e de toda
a sua mitologia ao redor. Agora a
pergunta que fica depois de encerrado esta trilogia expandida da obra de
Tolkien e vem faturando e muito na bilheteria, será que a Warner vai tentar
encontrar algum jeito de continuar investindo em Tolkien em outras expansões do
seu universo? Talvez quem sabe a Warner queira fazer um filme solo de Gandalf contando sua origem antes de virar o Mago Cinzento? Isto é um fator para se
questionar.
FONTE:
http://www.colunaclaquete.blogspot.com.br/2014_12_01_archive.html
*
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alta_taxa_de_quadros