domingo, 28 de junho de 2015

ANÁLISE DO FILME "JURASSIC WORLD-O MUNDO DOS DINOSSAUROS"(2015)


Mesmo com alguma resistência eu fui conferir ao quarto filme da franquia de Jurassic Park, “Jurassic World-O Mundo dos Dinossauros”, na tarde de domingo, 21 de Junho de 2015. Após conferir alguns comentários críticos positivos e vê o filme liderando a bilheteria, foi que me despertou o interesse de comprar o filme.

Antes de dar inicio ao meu comentário sobre o filme, vou começar primeiramente descrevendo a respeito do contexto de como surgiu o primeiro Jurassic Park surgiu 22 anos atrás.














 

O celebre e genial Steven Spielberg apaixonado desde criança por dinossauros teve a ideia de fazer um filme muito ousado para a época, começo dos anos 1990 criando nova vida a espécies de animais pré-históricos que habitaram a Terra antes de Cristo, e que foram supostamente extintos por algum efeito cataclísmico antes do surgimento do ser humano, a partir de um livro homônimo do romancista de ficção cientifica Michael Crichton(1942-2008) que teve sua primeira publicação em 1990. Spielberg já tinha uma forte proximidade com este autor que já tinha em seu currículo literário, vários romances que já tinham virado adaptações  para cinema como os  exemplos  aqui citados são: “O Enigma de Andrômeda”, “Congo”, “Sol Nascente” e” Linha do Tempo”.

Pois bem, foi nesta época que ele estando muito próximo de Michael Crichton, com quem juntos estavam desenvolvendo o roteiro para série de TV “ER”, esta que quando chegou ao Brasil em meados dos anos 1990 pela Rede Globo, recebeu o nome de “Plantão Médico” onde Crichton ao comentar do romance que estava escrevendo e sendo estrelado por  dinossauros que deixou Spielberg super empolgado.  

Mas para conseguir realizar este projeto, Spielberg penou primeiro para conseguir comprar os diretos de adaptação do livro, ele disputou com dois diretores de peso que também estavam interessados em adaptar Jurassic Park para o cinema, e investiu muito pesado tendo a  Universal Pictures  como sua  parceira nesta empreitada.

Ao conseguir adquirir o direito de adaptação de Jurassic Park, Spielberg chamou o próprio autor do livro para trabalhar no roteiro, onde logicamente, mesmo quem nunca tenha lido o livro antes de assistir ao filme deve imaginar que ele precisou descartar ou mesmo modificar  muitas passagens descritas  no romance  com teor muito pesado  para que o filme tivesse um tom mais amenizado, virasse um típico entretenimento  de aventura voltado para toda a família assistir junta.


 
 
 














 
O primeiro e histórico Jurassic Park ou também chamado de Parque dos Dinossauros em diversos aspectos pode ser caracterizado como um dos filmes mais complicados e ao mesmo tempo inovadores que já foi feito no contexto de 1991/92/93.
Começando pelo alto custo orçamentário para a época, ainda mais que Spielberg precisou  investir pesado na  contratação de uma longa equipe para criar os efeitos especiais possíveis naquela ocasião onde os   recursos tecnológicos ainda não eram muito  sofisticados. 
Para recriar cada espécie de dinossauro, Spielberg chegou a contar com a consultoria de vários paleontólogos para assim eles poderem ter uma base e criar no storyboard para depois modelarem em massa usando como ele gostaria que fosse mostrado na tela, entre as técnicas
mais comuns para criar cada espécie, eles utilizaram de animatronicos, que eram bonecos mecanizados com movimentos reais mesclados ao uso também comum da Stop Motion e a inovadora técnica computadorizada do CGI, que na época era uma tecnologia muito inovadora.  Quem ficou encarregado de fazer a produção do CGI no filme foi a mesma empresa responsável pelos efeitos especiais de “O Exterminador do Futuro 2”(1991). O uso dos animatronicos era muito comumente utilizado na série de TV da “Família Dinossauro”.  E mais uma equipe de efeitos sonoros que criou o ruído para cada espécie inspirado em diferentes animais, imaginar que alguns tiveram sua sonoridade comunicativa inspirada e mesclada de um rugido de leão com morsas mais tartarugas em ato sexual, bem já podemos ter uma ideia da maneira como reproduziram isso dando a sensação de como o dinossauros de verdade podiam se comunicarem assim.



 











 
Tentar conseguir unir duas diferentes técnicas de efeitos especiais para proporcionar um filme inovador, que revolucionou a história do cinema, principalmente graças a forte campanha de marketing, gerou um custo muito alto de produção fora o pequeno incidente com uma forte  chuva ocorrida nos ambientes de locações  que quase destruíram os cenários das filmagens.
O celebre primeiro Jurassic Park apresentava no cenário da fictícia Ilha Nublar, localizado próximo da Costa Rica a ideia de criar um parque temático, um zoológico com os dinossauros sendo revividos graças a ciência avançada colhendo o antigo” DNA extraído de insetos preservados em âmbar pré-histórico”  para cloná-los.  O filme apresentava a ideia do Jurassic Park que era bancado pelo milionário John Hammond(Richard Attenborough), ainda em construção , além desse personagem nele também  contou  com o paleontólogo Alan Grant(Sam Neal), a paleobotânica Ellie Sattler(Laura Dern), o matemático e teórico do caos Ian Malcolm(Jeff Goldblum), a dupla de irmãos Lex(Ariana Richards) e Tim Murphy(Joseph Mazzello), netos do milionário Jonh Hammond , Dennis Hendry (Wayne Knignt), um gordinho que prestava serviço  de espião para uma empresa concorrente a de Hammond e este foi o responsável pela treta que fez alguns bichos perigosos enjaulados com T-Rex causar o pânico em todo o parque e a  coisa fugir do controle e por fim  Henry Wu(B.D. Wong), um geneticista do laboratório que retornou a Jurassic World.
Naquele primeiro filme deixou muitos momentos marcantes como  as lindas cenas panorâmicas com os dinossauros, o paleotolongo Grant e os Irmãos Murphy no meio de uma manada de velociraptors,  o trio pendurado na árvore  onde aparece um bronquiossauro, Grant e a Dra. Satter mexendo no excremento de um triceratops, Ian Malcoml distraindo o T-Rex com um  objeto que acende um foguete e a menina Lex provocando uns gritos impressionantes em todo o momento de suspense.






 







 
Depois do sucesso comercial e  fenomenal daquele primeiro Jurassic Park, tanto a Universal, quanto Spielberg e os fãs ficaram interessados numa sequencia,  foi então que Michael Crichton, o autor do romance que virou um blockbusther de sucesso no verão americano de 1993,  começou a escrever por pressão uma sequencia do livro que foi  publicada em 1995, intitulada “The Lost World-Jurassic Park”, que serviu de base para “O Mundo Perdido-Jurassic Park”(1997), onde neste a trama se passou  quatro anos após o incidente na Ilha Nublar, onde desta vez coube a Ian Malcolm a função de herói  que é chamado por John Hammond a ir para uma Ilha Sorna, onde habitam dinossauros saídos da Nublar para investigar algumas irregularidades.   Em seguida veio Jurassic Park III(2001)  Desta vez sem contar com Spielberg na direção, ele só esteve envolvido como  produtor  executivo,  quem ficou encarregado de dirigir este terceiro longa foi Joe Johnston, apresentou  uma história mais original, já que não foi preciso pressionar Michael Crichton a escrever um terceiro  romance para servir como base para a trama, inclusive o próprio  autor participou deste terceiro longa da franquia Jurassic Park escrevendo o roteiro acompanhando  de Alexander Payne, Jim Taylor e Peter Buchman, formando a equipe de roteiristas do filme.
Jurassic Park III apresentou o retorno de Alan Grant, que neste filme ele aparece já casado com Elle Satter(Laura Dern) que ele conheceu no primeiro Jurassic Park, voltando a encarar os perversos  dinossauros de novo muitos anos depois do incidente na Nublar, desta vez a pedido do casal Paul(William H.Marcy) e Amanda Kirby(Tea Leoni) que se apresentam como supostos milionário que os oferecem uma grana preta para Grant  servir de guia para o casal   poderem excursionar pela Ilha Sorna, e ele sem pensar duas vezes aceita a oferta  principalmente para servir de verba para a pesquisa que  ele  estava desenvolvendo sobre  sua teoria do desenvolvimento da inteligência dos velociraptores .  No decorrer do filme, Grant descobre ao estar no local no meio dos perigos, que a real intenção do Casal Kirby que o contratou era para eles ajuda-los a procurar o filho deles Erik(Trevor Morgan) que havia se perdido naquele local durante uma expedição. 





 


















 
Como já descrito nos parágrafos anteriores, este filme teve o seu enredo elaborado orginalmente sem precisar de Michael Crichton publicar anteriormente uma terceira saga literária, o que representou um desafio muito grande para o diretor Joe Johnston que precisou analisar de maneira muito criteriosa duas possibilidades de roteiro, dos quais ele precisou recusar ambas até chegar ao proposito de trazer Alan Grant de volta para conduzir o filme.
Tanto o segundo quanto o terceiro, não conseguiram atrair o mesmo sucesso de critica com relação ao primeiro Jurassic Park, nem mesmo chegaram a serem as sensações fenomenais comercialmente falando como o Jurassic Park foi à época em que foi lançado.
Depois de Jurassic Park III, a Universal passou 10 anos engavetando a possibilidade de fazer um quarto filme da franquia com os dinossauros.  
Foi então que em 2013, quando foi comemorado 20 anos do lançamento de Jurassic Park, que a Universal Pictures ao relançá-lo numa sessão em 3D, aproveitou o momento para divulgar a produção do quarto filme, que resultou então em Jurassic World.
Entrando especificamente em Jurassic World depois desta longa introdução, posso descrever que este novo filme da franquia me surpreendeu apesar de não esperar muita novidade, a trama deste assim como Jurassic Park III, teve seu roteiro escrito originalmente para o filme, desta vez ele não contou com a presença do escritor Michael Crichton na equipe de roteiristas, pois ele já havia falecido cinco anos antes da Universal divulgar oficialmente este quarto filme.  
O genial Spielberg participou novamente deste filme, mas no cargo de produtor executivo, quem assume a direção de Jurassic World é Colin Trevorrow, um nome que para mim é completamente desconhecido, este também sendo responsável pelo roteiro do filme.



 
 












 
Jurassic World se passa no mesmo cenário da Ilha Nublar, passados 22 anos depois dos acontecimentos de Jurassic Park. Neste mesmo lugar somos apresentados a concretização do empreendimento do parque finalmente aberto, com uma nova denominação como o próprio título já sugere.  Enquanto que no primeiro era apresentado ao público o projeto do parque sendo construído até acontecer o incidente, neste ocorre de apresentar o sonho de Jonh Hammond do empreendimento do parque já tendo inaugurado graças ao bilionário Simon Masrani(Irrfan Khan). O enredo desse filme não apresentou nada de inovador para mim, fora mesmo a ideia do parque torna-se como bem Hammond idealizava no primeiro filme, torna-lo um grande empreendimento turístico tendo como grande  atração os dinossauros sendo recriados pelos seus genes  com a ajuda da ciência avançada, onde desta vez eles conseguiriam criarem uma maneira de como domesticá-los para assim eles poderem estarem bem exposto como se estivessem num zoológico.   Fora os interessantes aspectos técnicos de como foram bem utilizados os sofisticados recursos de CGI para a criação dos dinossauros que em relação ao primeiro, inclusive há momentos onde o público assistindo a uma apresentação aquática, há crianças montado em dinossauros entre fatores bem interessantes.  No quesito da construção do enredo, como já bem adiantei, ele não apresenta nada que fosse inovador, em muitos aspectos eu pude notar que este filme apresenta muitas referencias ao primeiro Jurassic Park, principalmente no quesito dos personagens.
Assim que o filme começa, somos apresentados primeiramente a dupla de irmãos Zack (Nick Robinson) e Gray Mitchell(Ty Simpkins),  que aparecem na casa deles preparando  suas malas para ir ao Jurassic World curtir as férias. Gray, o menor é o que se mostra mais empolgado em ir visitar e se divertir, pois se mostra ser um bom expert em dinossauros, quanto ao adolescente Zack não demonstra tanta empolgação assim, vai meio que contra a vontade só para cumprir um favor dos pais para acompanhar seu irmão caçula.



 



















 
A presença deles logo no começo deixa meio que evidente certa referencia aos irmãos Lex e Tim do primeiro filme, ainda mais quando se descobre que eles tem parentesco  com  uma pessoa importante que administra o parque,  enquanto que no Jurassic Park  clássico Lex e Tim eram netos de John Hammond o empresário que estava construindo o parque, neste Jurassic World, esta dupla de irmãos são  sobrinhos da chefe de operações do parque Clare Dearing(Bryce Dallas Howard),  que se mostra ser bem a tipo durona. Esta também remete um pouco a figura da Ellie Satte, principalmente por mexer na parte mais cientifica para criar dinossauros híbridos para aumentar mais a receita do parque. Assim como o Jurassic Park, também temos neste  um gordinho que será responsável por uma das tretas que ocasionará na rebelião dos dinossauros do parque, causando mais um episódio de incidente. Mas dentre todos estes personagens que citei, o destaque que dou é para Owen Grady(Chris Pratt), que remete a figura do paleontólogo Alan Grant do filme clássico, com a diferença de que Owen neste filme ele não se apresenta como um paleontólogo, mas sim com um ex-militar  residente na Ilha Nublar onde lá assume a importante função de estudar e pesquisar o comportamento dos velociraptors.  No primeiro momento em que ele aparece, mostra uma capacidade incrível de saber como conduzir esta espécie, agindo como um domador de animais no circo.  O motivo para eu acha-lo equivalente ao Alan Grant, é que assim como no filme clássico o paleontólogo assumia de ser o herói protetor dos irmãos Lex e Tim, no caso de Owen em Jurassic World ele também assumirá um pouco  esta função  para os irmão Zack e Gray, fora o fato de que ao longo do filme vai se percebendo que ele vai se aproximando da Claire pode-se sentir um pouco clima  de romance ainda que não fique muito explicito assim como no Jurassic Park clássico não deixava muito explicito o clima de romance entre os cientistas  Alan e a  Ellie. Inclusive um detalhe curioso que andei fuçando sobre a presença do Owen no filme é que existe uma teoria muito louca pensada por um fã que defende a ideia de que ele seria uma versão adulta do menino chato que aparece rapidamente numa cena da escavação de  Alan Grant , onde participava como voluntário e faz um comentário questionador sobre os velociraptors  de uma forma bem a proporcionar um tom de alivio cômico no filme.
Bem, para mim o papel de Chris Pratt, o Peter Quill de “Guardiões da Galáxia”, conseguiu segurar bem o filme com este personagem o sustentando desde o primeiro em que foi apresentado até os momentos mais tensos.




 












 
 Para finalizar e fazendo um balanço geral, Jurassic World, o quarto filme da franquia de Jurassic Park, pode não chegar a ser superior do que em relação ao clássico de 1993, apesar de estar faturando bem na bilheteria.  Este quarto filme apresenta uma trama legal, que não possa caracterizar alguma inovação, há alguns momentos onde públicos possa perceber alguns furos de roteiro, principalmente no quesito didático cientifico apresentado na trama de recriar seres dinossauros híbridos  já causa um questionamento ou o próprio do titulo ser Jurassic que remete jurássico, quanto que boa parte dos dinossauros apresentados no filme viveram no período cretáceo.  Um furo que até  dá para se perdoar porque poderia soar estranho para um filme blockbusther ser chamado de Cretaceous Park, ou mesmo a própria ideia de como eles tenham conseguido domesticar os dinossauros para serem a atração do parque também já gera um outro furo. Mas no geral qualquer que queira assistir a Jurassic World, não vai pensando em assistir um filme cabeça, mas filme que apenas os entretenha, portanto aconselho como ouço de muitos outros críticos de cinema é assistir desligando o cérebro, bote a mente aberta e se delicie com o que é apresentado.  Depois você tira suas próprias conclusões.  E só para fechar outra parte importante que Jurassic World apresenta que também remete ao clássico Jurassic Park é a brilhante trilha sonora regida  por Michael Giacchino que criou ótimos arranjos instrumentais modernos para este filme que prestam uma excelente homenagem a trilha do clássico que foi orquestrado pelo brilhante maestro John Williams.  De resto basta ir conferir e se divertir. Eu recomendo.
 
Fonte:
 
 
 

 
 
 
 
 
 

segunda-feira, 8 de junho de 2015

ANÁLISE DE TOMORROWLAND-UM LUGAR ONDE NADA É IMPOSSÍVEL(2015)





Na tarde de Sexta-Feira, 05 de Junho de 2015, fui conferir ao filme “Tomorrowland-Um Lugar Onde Nada é Impossível”, no Cinemark do Shopping Midway Mall.

O filme conseguiu me surpreender pela proposta bem despretensiosa de ser aquele típico filme de entretenimento família com selo da Disney, em querer divertir todas as faixas etárias sem querer parecer uma típica história infantil carregado de um teor exageradamente  bobinho. 

Eu conferir este filme sem ser 3-D o que foi legal porque ele apresenta muitos efeitos visuais que não necessitariam desse artificio, ficando até bem mais barato a compra do ingresso.
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Numa época como atual em que Hollywood entrou muito no debate frequente desde o começo dos anos 2000 sobre a preocupação do aquecimento global, e a prova disso foram os tantos de filmes que apresentaram uma visão de distopia, palavra que significa o contrário da utopia. Enquanto a utopia “tem como significado mais comum a ideia de civilização ideal, imaginária, fantástica. Pode referir-se a uma cidade ou a um mundo, sendo possível tanto no futuro, quanto no presente, porém em um paralelo. Pode também ser utilizado para definir um sonho ainda não realizado. Uma fantasia, uma esperança muito forte. Utopia é um projeto humanista de transformação social e representa aspectos capitais do humanismo renascentista .A palavra foi criada a partir dos radicais gregos οu, "não" e, "lugar", portanto, o "não-lugar" ou "lugar que não existe".”*  A distopia tem como significado “o pensamento, a filosofia ou o processo discursivo baseado numa ficção cujo valor representa a antítese da utopia ou promove a vivência em uma "utopia negativa" . As distopias são geralmente caracterizadas pelo totalitarismo, autoritarismo, por opressivo controle da sociedade. Nelas, "caem as cortinas", e a sociedade mostra-se corruptível; as normas criadas para o bem comum mostram-se flexíveis. A tecnologia é usada como ferramenta de controle, seja do Estado, seja de instituições ou mesmo de corporações. Distopias são frequentemente criadas como avisos ou como sátiras, mostrando as atuais convenções sociais e limites extrapolados ao máximo. Nesse aspecto, diferem fundamentalmente do conceito de utopia, pois as utopias são sistemas sociais idealizados e não têm raízes na nossa sociedade atual, figurando em outra época ou tempo ou após uma grande descontinuidade histórica. Uma distopia está intimamente conectada à sociedade atual. Um número considerável de histórias de ficção científica que ocorrem num futuro próximo do tipo das descritas como "cyberpunk", usam padrões distópicos de uma companhia de alta tecnologia dominando um mundo em que os governos nacionais se tornaram fracos.”**

E a distopia no caso tem sido o cenário constante de Hollywood retrata na atualidade a imaginar o que seria o futuro da Terra no pós-apocalíptico, a prova disso é que o último filme que vi nos cinemas antes de Tomorrowland foi “Mad Max-Estrada da Fúria”, quarto filme inspirado na franquia clássica dos anos 1980 do diretor George Miller, que tinha Mel Gibson no papel principal, o mesmo neste com Tom Hard assumindo o papel do Max no lugar de Gibson apresentou mesmo usando e abusando dos sofisticados recursos modernos que não tinha 30 anos atrás, mas manteve a essência de explorar a distopia de apresentar a realidade nua e crua da humanidade vivendo no completo deserto escaldante, escassa de tudo, onde os  sobreviventes  vivem de maneira primitiva, toda maltrapilha e sem higiene onde ambos vivendo em comunidades onde todos utilizam carrões para meio de transporte  formado  em facções todos precisam e necessitam da água e gasolina como forma de sobrevivência  naquele cenário.  Antes de assistir este “Mad Max” eu já havia assistido outros filmes que apresentavam ideias do futuro distópico num cenário de pós-apocalipse sobre diferentes óticas. Por exemplo, “Eu sou a lenda” (2007), mostrava o ator Will Smith no papel do único humano sobrevivente ao hostil cenário da Terra após ter sido toda dizimada por um vírus que fez todos virarem zumbis.  Também foi na ótica viral que fomos apresentados a este mesmo cenário em “Planeta dos Macacos- O Confronto” (2014).  Além desses também vi “Oblivion” (2013), onde apresentava  Tom Cruise  no papel de um vigilante da Terra inabitada pela suposta invasão alienígena, quando ele percebe que nada era o que aparentava. “Elysium” (2013) também é outro exemplo de filme nesta pegada que nos mostrava de como seria o mundo distópico escasso de tudo que apresentava uma curiosa ideia de como seria a maioria da população lutando para sobreviver sem nada, em contraste  a mostrar  uma camada minoritária de privilegiados podendo viver uma vida confortável em um  satélite chamado Elysium.  Até mesmo o primeiro filme “Divergente “(2014) que foi o único até agora que eu assisti nos apresentou como seria viver neste distópico totalitário onde quando você chega a uma determinada idade adulta você qual facção que escolher que tem o curioso de personalidades onde se você não adequa aquele sistema e é considerado diferente, um divergente se torna perigoso.

No caso de Tomorrowland, ele procura apresentar  uma forma de manter viva a ideia do futuro utópico onde as pessoas podem viver de forma  mais confortáveis com as facilidades tecnológicas.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Desde que o cinema surgiu na metade da última década do século 19 já visto como uma invenção revolucionária para a arte, que ao longo do século 20 vimos muitos diretores brincar com a ideia de como seria o futuro.  O alemão Fritz Lang foi um dos pioneiros neste quesito  quando lançou em 1927 “Metropólis”, que foi o primeiro a explorar a ideia de um robô androide.   E ao longo das décadas vimos muitos cineastas lançarem esta ideia da tendência do mundo seja utópico ou distópico extraindo da essência  dos romances de ficção cientifica de autores expert no gênero como Arthur C. Clark, Philip K.Dick, H.G.Wells, Isaac Asimov ou mesmo George Orwell para nos transportar a ideia filosófica do mundo futuro.  Em 1989, quando foi lançado o segundo filme da trilogia “De volta para o futuro”, onde Marty McFly viajava para o ano de 2015 imaginando muita coisa que em parte se concretizou e em parte não se concretizou enfim brincar de futurologia sempre foi a grande diversão da sétima arte.

Walt Disney, o genial artista e grande empreendedor desta  marca do entretenimento já sonhava e visionava criar a ideia de um mundo do jeito que Tomorrowland apresenta.  Posso colocar que muita coisa que o filme carrega é da essência sonhadora do próprio Walt Disney.

Como já descrevi, ele basicamente apresenta uma proposta bem despretensiosa como um tipo de entretenimento família. Sua trama gira em torno da adolescente Casey Newton, um sobrenome muito bem escolhido para a personagem remetendo ao cientista inglês Isaac Newton(1642-1727)  já que ele mostra ser uma gênia  na  tecnologia. No primeiro momento onde ela é apresentada na história de uma forma assim a virar a heroína por acidente para depois sabermos que ela já estava destinada para aquela função.
















Bom, o que posso descrever da maneira como ela é apresentada no filme é como uma jovem assim meio delinquente que aparece tentando hackear a  plataforma da Nasa que funciona na cidade onde ela reside, que está prestes a ser desativada e o pai dela que trabalha lá como engenheiro, está preocupado de ficar desempregado.  É numa dessas tentativas que ela acaba sendo flagrada pela policia e indo parar na cadeia.  O mais curioso do momento em que ela ao sair da cadeia descobre lá ao receber de volta os seus pertences, ela presta atenção num objeto que ela diz não lhe pertencer, este objeto é um broche com um T, que no filme é chamado de Pin.  Este objeto é que faz a levar ao mundo paralelo de Tomorrowland, um lugar utópico onde todo mundo pode viver  de forma tranquila, com toda a comodidade que as modernas tecnologias podem proporcionar facilidades para a vida rotineira.  Uma ideia ainda que meio clichê, mas ainda assim nos mostra uma vida possível.  Depois que Casey  descobre do que este objeto pode fazer,   ela também fica sabendo que sua vida  corre perigo, pois   sua guia Athena, uma menina robótica muito inteligente e boa briga, cujo  nome escolhido foi bem apropriado pois ela representa uma referencia a deusa grega da sabedoria . Será esta garotinha robótica, que na verdade ela já foi construída há mais de 50 anos, o que não aparece aparentar pela sua cara de menina angelical.  É Athena , a menina guia de Casey pede para ela a missão de ir atrás de Frank Walker, um garoto de gênio precoce  que há muito tempo , ela havia o conhecido durante a Feira Mundial de 1964, que foi lá para apresentar a sua invenção, que era uma mochila com propulsores para voar, mas que é esnobado pelos organizador Feira.

Foi naquele ambiente que Athena entregou para Frank o pin, e ao conhecer aquele lugar maravilhoso, ele passa a viver a maior parte da sua infância ali até crescer e ser banido de Tomorrowland 20 anos após ter pisado lá da primeira vez.

Passados 31  anos após ter  sido banido de Tomorrowland,  Frank sendo um homem amargurado vivendo um vida simples numa casa de campo completamente isolado, que de fora aparenta ser muito acabada para cair, mas que por dentro apresentava  ser bem aparelhado com a moderna tecnologia que Frank criou.

Será ele o responsável por ajudar Casey na missão do seu  retornar para Tomorrowland, que desde a época em que ele tinha sido banido, já não aparentava ter o mesmo cenário de antes, e será esse trio o responsável por trazer de volta a essência sonhadora  e otimista do lugar sempre apresentou.

Bom vou parar de comentar por aqui por que senão, vá que eu entregue algum spoiler, vou comentar da minha boa impressão do filme nos aspectos artisticamente técnicos.

 

Como eu já havia adiantado no começo da descrição, o filme ele é bem despretensioso em sua proposta, achei o roteiro bem elaboradamente escrito,  mesmo sendo um filme feito para criança assistir acompanhada de  toda a família, ele não apresenta um teor muito bobinho, a produção inteira  souberam como acertar a mão neste filme ao bolar uma trama mais inteligente, mas sem precisar ser tão forçadamente didático .

 
 

 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 

 

Há momentos onde o filme faz sutis criticas quanto a ideia da sociedade atual se acomodar a distopia apresentada por Hollywood do pós-apocalipse em consequência do aquecimento global, e terminar acreditando que aquilo será mesmo verdade de acontecer. Ainda mais com os tantos de filmes catástrofes que tem surgido por ai afora.  No entanto, ele nos apresenta bem uma ideia de esperança na utopia, no sonho, na fantasia.

O filme também uma excelente direção de arte, o cenário construído para Tomorrowland é sensacional, carregado de uma brilhante fotografia combinado aos efeitos especiais do CGI, faz o filme ficar perfeitamente brilhante com aquela atmosfera bem típica dos filmes da Disney.

A única coisa que mais me incomodou um pouco neste filme, foi a maneira muito mal enquadrada da câmera na cena onde a Casey vai para Frank, e este ao sair da porta da sua casa,  e neste momento em que a câmera se foca nele conversando fica todo ofuscado pelos  raios do sol,  que estava posicionado ainda no teto da casa de Frank.  A boa parte desta cena posicionada desta forma me gerou um ar de desorientação. Foi por assim dizer a única que eu o filme cometer.  Pois do resto, posso destacar que George Clooney está perfeito no papel do Frank, apesar dele ser a principal estrela do filme, o seu papel assumi mais uma função secundária, na verdade quem roubam as cenas são as duplas de garotas, Britt Robertson está perfeita como a Casey , que de uma jovem desorientada de repente se torna a heroína destinada a salvar Tomorrowland,  e a Raffey Cassidy como a robótica Athena  mostra um excelente desempenho no papel.  Uma androide que nunca envelhece, o mais curioso que eu pude observar é o fato da trama explorar bem o forte vinculo que Frank nutria quando tinha ido a primeira vez a Tomorrowland.  Pode até parecer um pouco equivocado da minha parte o que vou colocar, mas sentir que a maneira como o filme apresentou o Frank se relacionando com Athena ainda na infância  deixou transparecer ainda que de uma forma não muito explicita que ele nutria por ela alguma paixão impossível de acontecer  pelo fato dela ser uma androide cuja programação dela impedia  de ter sentimentos humanos.  Uma coisa assim, e o próprio  quando ele chora ao ver Athena se programando para ser destruída já no momento clímax do filme e ela em nenhum transparece deixa subentendido isto.   Para finalizar também destaco o brilhante desempenho do Hugh Laurie, que muitos devem conhecer como protagonista  da série de tv “House”,  que está no papel do antagonista David, um cara muito presunçoso e cheio das excentricidades para governar Tomorrowland de uma forma totalitária.


 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

Bom, só o que posso concluir de Tomorrowland é um interessante filme feito entreter todas as idades, um bom filme pipoca para entrar de cabeça  na fantasia e não se preocupar em se deparar com alguma situação inverossímil, improvável de acontecer na realidade  apresentada no filme onde não preciso caracterizar como licenças poéticas  e principalmente para fechar com de ouro, o filme também apresenta   uma impressionante  cena mostrando a  Casey visitando  uma inusitada loja  que vende interessantes artigos referentes aos nerd e aos geeks  amantes e consumistas de qualquer coisa que seja referente da cultura pop do cinema, dos quadrinhos entre outros infinitos artigos apresentados na cena que são de encher os olhos.

Se depois de ler este longo comentário do filme você ficou interessado em assistir o filme, então não perca tempo vá logo assistir que o filme estreou a poucos dias em cartaz.

Bom é isso, muito obrigado por chegarem até aqui. 

 

 

 

 

FONTE:




*http://pt.wikipedia.org/wiki/Utopia

**http://pt.wikipedia.org/wiki/Distopia