segunda-feira, 8 de abril de 2024

ANIMAÇÃO DO MENINO MALUQUINO(2022).

 

A ANIMAÇÃO DO MENINO MALUQUINHO.

 

Durante o mês Outubro de 2022, comecei a dar uma assistida  na série animada nacional da Netflix O Menino Maluquinho(Brasil, 2022), baseado na obra de Ziraldo(1932-2024).




Nessa animação que conta com 26 episódios, uma produção da Chatrone, cuja equipe encarregada de transpor o famoso personagem literário  para a animação contou com: Carina Schulze e Arnaldo Branco que assinam o roteiro.  Beto Gomez e Michele Massagli que assinam a direção. A direção de arte é encarregada por Beta Kruger e Walkir Fernandes, conta com Gustavo Suzuki como roteirista-chefe e  a direção da animação é da Fits.

Nessa animação, somos apresentados as peraltices de Maluquinho em sua vida rotineira em casa e na escola.




Acompanhado de seu inseparável  parceiro Bocão, ele vai fazer mil peraltices que até mesmo Deus dúvida.

Posso descrever que uma das coisas que mais me chamou a atenção é na qualidade da animação, toda fluida e feita de forma artesanal explorando diferentes paletas de cores no modelo de traço  mais tradicional de 2D, que difere do conceito que nos habituamos a ver nos últimos tempos com o 3D das animações da Pixar, por exemplo.






O que faz os personagens ficarem bem com um aspecto cartunesco que remete bem ao traço característico da estética  do próprio Ziraldo. E como animação se utiliza bem da linguagem da inércia para explorar bem o nível pantomino de humor físico trazendo umas licenças poéticas.





Eu tive o privilégio de conhecer essa obra famosa do Ziraldo, que foi publicado em 1980, primeiramente por meio da adaptação cinematográfica que foi lançada em 1995. Que contou com o envolvimento do próprio autor  no conceito do roteiro e até parece uma referência a outras criações dele como as revistas da Turma do Pereré que aparece numa cena do Maluquinho numa banca de jornal em frente à escola.





E também contou com o envolvimento do seu filho Antônio Pinto, que foi o responsável por compor a trilha sonora que contou também com a participação dos ilustres Milton Nascimento e  Rita Lee(1947-2023) cantando a canção-tema do filme:

Vida de Moleque é vida boa,

       Vida de Menino é Maluquinha

       É Bentes-altas rouba bandeira

       Tudo que é bom é brincadeira

Onde depois eu cheguei a ganhar um livro dos meus pais do Menino Maluquinho, que tem um teor até bem profundo, especialmente no estilo da estética literária e ilustrativa característica dele.





Da qual também cheguei a apreciar em algumas charges animadas curtas que apareciam nos intervalos dos filmes da Globo e apreciei também outra adaptação de sua obra  para o cinema que foi Uma Professora Muito Maluquinha(Brasil, 2011).

Posso descrever que essa adaptação em desenho animado da Netflix  vale a pena ser conferido.

Em memória de:

Ziraldo Alves Pinto.

N. 24 de Outubro de 1932.

M.06 de Abril de 2024.

 

 

 

 

 

sábado, 6 de abril de 2024

UMA PROFESSORA, MUITO MALUQUINHA EM MEMÓRIA DE ZIRALDO

 

A PROFESSORA MALUQUINHA  DO ZIRALDO

IN MEMORIAM.

(1932-2024)

Este texto nunca foi publicado, por esse motivo não estranhe a data referente a 2022.  


Na manhã de sábado, 15 de Outubro de 2022,  data especialmente dedicada ao Dia do Professor, dei uma conferida no filme Uma Professora, Muito Maluquinha(Brasil, 2011).



A sua história se ambienta no interior de Minas Gerais, durante a década de 1940. É nesse lugar  que a professora  Catarina Roque(Paolla Oliveira), sobrinha do Monsenhor Aristides(Chico Anysio), um respeitado sacerdote na região,   utiliza-se de um modelo de metodologia diferenciado para despertar os seus pequenos alunos  a terem interesse pelo saber de uma forma mais dinâmica.

Ensinando, por exemplo,  sobre o Egito numa sessão de cinema de propriedade  do excêntrico  Sêo Floriano(Ziraldo) vendo Cleópatra.

Ou mesmo fazendo uma aula de campo com as crianças, ensinando geografia na companhia de Mário(Max Fercondini), que representa uma das figuras dos respeitados intelectuais da região, sempre acompanhado  nos botecos de seus inseparáveis companheiros boêmios  Pedro Poeta(Rodrigo Pandolfo) e Rodolfo Valentino(Ricardo Pereira).

Esse tipo de metodologia alternativo  de Catarina vai desagradar um grupo de professoras invejosas da instituição, como as comandadas por Lúcia(Claudia Ventura)   que prezam pelo engessado modelo conservador que vão pressionar o novo diretor a assumir o controle da instituição, Padre Beto(Joaquim Lopes) recém-chegado da cidade, que vai terminar precisando acatar a decisão de expulsa-la da instituição. Uma notícia que deixa seus alunos muito tristes. A ponto de terminar com ela deixando a cidade.

O filme contou com a direção de André Alves Pinto e César Rodrigues,    inspirado na obra homônima do Ziraldo(1932-2024), publicado em 1995 pela Editora Melhoramentos.

Ziraldo é também autor de um clássico infantil O Menino Maluquinho, obra que também ganhou uma adaptação para cinema em 1995. E que recentemente ganhou uma versão animada pela Netflix.  

O que mais me chamou a atenção nesse filme, é que diferente de outros títulos que já abordaram a temática dedicada ao trabalho do  professor como exemplos: Ao Mestre, Com Carinho(To Sir, With Love, Reino Unido, 1967), Meu Mestre, Minha Vida(Lean On Me, EUA, 1989), Sociedade dos Poetas Mortos(Dead Poets, Society, EUA, 1989),  Adorável Professor(Mr. Holland Opus, EUA, 1995), A língua das mariposas(La Lengua de las mariposas, Espanha, 1999), Coach Carter-Treino para a Vida(Coach Carter, EUA, 2005) O Triunfo(The Ron Clark Story, EUA, 1994)  dentre outros que tentam dar muito enfoque em exaltar uma imagem romantizada da  profissão do docente com aquele ar heroico ao encarar os desafios que envolve lecionar para uma turma que não colabora e tentar parecer um estimulador mesmo enfrentando percalços da direção não colaborar.

O que não é o caso desse filme, mesmo porque  ele  mesmo  indo mais pro caminho do lúdico  em nenhum momento carrega essa pretensão.  

Aqui o que a professora Catarina procurou mostrar de uma forma não muito ortodoxa, uma metodologia alternativa de dinâmica de despertar o interesse pelo saber dos alunos,  numa instituição rígida  dirigida por padres, o que fará ela entrar em conflito com o Padre Beto, diretor da instituição e de outras professoras que aderem  ao tradicionalismo.

E  observam  sua metodologia moderna como um tanto transgressora.  Ainda numa época como a que que o filme retrata, que foram os anos 1940, cujo modo de vida social era naquele conservadorismo patriarcal  num ambiente de hábitos provincianos do povo interiorano.

O filme conta em seu elenco com a presença de muitos rostos conhecidos, populares da Tv como Paolla Oliveira protagonizando  Catarina Roque, a professora maluquinha do título, representa de forma magnifica  o papel demonstrando muito carisma que consegue cativar o público. Em especial na dinâmica dela com os seus alunos.  

Elisa Pinheiro representa brilhantemente  o papel da Miriam, amiga inseparável de Catarina, fazendo aquele típico perfil  tagarela, fofoqueira como é típico da cidade pequena.

Também mencionar a participação do veterano mestre do humor Chico Anysio(1931-2012) que no filme fez um trabalho magnífico como o Monsenhor     Aristides, figura respeitada na região, uma verdadeira autoridade. Tio da protagonista, sujeito bondoso, a quem a protagonista nutre um respeito e nutre  também por ele um afeto paterno, que  na obra representa uma função muito importante de mostrar a forte influência da Igreja Católica dentro do ensino brasileiro  e também a  conexão do trabalho docente ser visto como um sacerdócio, ainda mais que na Instituição que Catarina leciona é dirigida por um sacerdote. O  que pode ser explicado que  na própria história da formação do Brasil Colonial, os nossos primeiros educadores foram padres.

Chico Anysio já se encontrava com sua saúde fragilizada na época em que participou desse filme, o que também pode ser sentido pela própria maneira em que seu personagem demonstra tossindo  constantemente  e termina falecendo. Chico Anysio faleceu pouco tempo após  o filme ser lançado nos cinemas em 23 de Março de 2012 com 81 anos de idade após enfrentar uma série de internações.  Sendo este um dos seus últimos trabalhos em audiovisual,  antes de falecer ele ainda participou do filme A Hora e a vez de Augusto Matraga(Brasil, 2011).

Outra menção do elenco vai para Caio Manhente que representa Luisinho, que compõe o núcleo infantil dos alunos de Catarina. Ele é o que mais se destaca, por assumir a função de ser o fio condutor da narrativa, já que a história tem início com ele acordando e se preparando para ir à escola, onde faz a narrativa em off, nos apresentando a professora Catarina.

Tem um momento no filme que apresenta bem sua interessante subtrama dele ser importunado pelos colegas fazendo bullying com ele, quando essa palavra ainda não existia na década de 1940 onde o filme se ambienta.

 Mas, enfim, há esse momento fora da escola, onde os meninos o xingam de capiau, que é como no dialeto mineiro se faz referência ao caipira, o habitante do campo. E o Luisinho reflete essa figura popular do típico menino do campo, que frequenta uma conceituada escola elitizada comandada por padres.

    Fora também outras participações de outros grandes astros da TV como Joaquim Lopes na pele do Padre Beto, o  jovem sacerdote recém-chegado a cidade  que assume a função de ser o novo diretor da instituição onde Catarina leciona.  Simbolizando bem a representação do tradicional  ensino religioso católico no Brasi.  

O elenco também conta com Max Fercondini, Ricardo Pereira e Rodrigo Pandolfo que representam no filme o papel dos jovens  boêmios Mário, Pedro e Rodolfo  que nutrem paixões  platônicas pela Catarina.

Outra menção do elenco vai para Claudia Ventura,  representando a Lúcia,  que compõe o núcleo da das professoras  que morrem de inveja de Catarina, que são aquelas que seguem a metodologia tradicionalista e engessada.   

Elas  brilham em cena  compondo no humor físico fazendo um monte de caras e bocas e nas movimentações corporais com ar teatralizado que chega dar aquele ar excentricamente cômico para simbolizar o perfil babaca de cada uma e remeter bem ao estilo caricato cartunesco bem característico do humor de Ziraldo.

Também mencionar a participação de Fernando Alves Pinto, o sobrinho do  Ziraldo que no filme faz o papel do misterioso Cigano que aparece vendendo alguns produtos exóticos em sua carroça.  E do próprio Ziraldo fazendo uma ponta no filme como o Sêo Floriano, o pitoresco  dono sala de cinema da cidade. E que cede uma sessão exclusiva para os alunos de Catarina.

Além das menções do brilhante elenco, destaco também o trabalho crível do design de produção que por ter como locação se eu não tiver enganado foi em São João Del Rey, que compõe um dos municípios mineiros que se destaca por preservar o seu patrimônio histórico e cultural com os antigos prédios coloniais bem preservados. Eu já tive o privilégio de conhecer o local numa viagem de férias que fiz a Minas Gerais em 2017.

E foi muito gratificante, uma verdadeira viagem no tempo. E nesse aspecto a produção soube  como explorar cada lugar para servir de cenografia para o filme. Aliado as caracterizações vintage  dos personagens com os figurinos que reproduzem o modo típico de vestir da década de 1940. Uns de  aspecto um tanto  pitoresco, que chegam  a remeter ao estilo bem caracteristicamente lúdico da estética cômica cartunesca do Ziraldo, até porque ele é um talentoso desenhista.

Tudo isso ajudou a compor o aspecto escapista bucólico que a obra transmiti de forma magnifica.  Para quem se interessar, o filme têm disponível na Netflix.

sábado, 11 de março de 2023

A Espiã 2006. Drama, Guerra Legendado. Elenco; Carice van Houten, Seba...

  


A Espiã(Zwaboetk, Holanda,2006) produção holandesa sobre a Segunda Guerra Mundial, dirigida por Paul Verhoeven, o mesmo diretor de Robocop(EUA, 1987) no YouTube.  Produção muito bacana.

SINOPSE
Durane a 2ª Guerra Mundial, Rachel Stein (Carice van Houten) é uma linda cantora judia, que está escondida. Quando o local em que está é destruído por um bombardeio, ela e um grupo de judeus decidem atravessar Biesbosch para chegar ao sul da Holanda, que já está livre da ocupação nazista. Entretanto o barco deles é interceptado por uma patrulha alemã, que mata todos a bordo com exceção de Rachel. A partir de então ela se une à resistência, adotando o nome de Ellis de Vries. Notando o interesse de um oficial alemão, ela se aproxima dele e consegue um trabalho. Enquanto isso a resistência elabora um plano para libertar um grupo de prisioneiros, onde a participação de Ellis será fundamental.

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

O NATAL MALUCO DE ERNEST (ERNEST SALVA O NATAL) (1988) - DUBLADO


"Ernest P. Worrell (Jim Varney) é um motorista de táxi que, em uma certa corrida, apanha um passageiro um tanto incomum: o Papai Noel (Douglas Seale). Na hora de pagar a corrida, Papai Noel não tem dinheiro e, pelo espírito natalino, Ernest deixa a corrida sair de graça. Isso faz com que seu chefe o demita, e só então Ernest percebe que o bom velhinho esqueceu um item no táxi: o seu saco de presentes. Ernest, então, precisa reencontrar o Papai Noel e ajudá-lo a salvar o Natal."

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

60 ANOS DE 007.

 

No mês de Outubro de 1962, era lançado o primeiro filme da franquia do maior espião que até hoje é uma referência em elegância, em automóveis, e principalmente no bom gosto por bebidas e mulheres. Estou referindo-me  ao agente secreto britânico James Bond, também conhecido como 007, o único homem do mundo que tem licença para matar.



Um homem a quem mulher nenhuma resisti ao seu charme e poder de sedução. James Bond, com seu jeito charmoso de se apresentar, tendo um bordão que virou sua outra marca registrada: “Meu  Nome é Bond, James Bond”.  Virou a maior referência em tudo o que se pode imaginar.

 


O maior agente secreto da história do cinema chega aos 60 anos, mantendo a boa forma para continuar enfrentando os mais diferentes perigos, todos eles liderados por homens com ideias megalomaníacas de querer dominar a humanidade, além-claro, de mostrar muito vigor para manejar armas e dirigir os mais diferentes modelos de carros  com design de última geração e manter um fogo para levar cada mulher bonita para a cama, as popularmente conhecidas como Bond Girl. Assim é como posso descrever o agente secreto que o cinema já conheceu.

 


 

Foi com 007 contra o Satânico Dr. No( Dr.No, Reino Unido, 1962), que acompanhamos os primeiros passos do agente secreto mostrar ao mundo a que veio, e já deixando sua importante marca.

 Inspirado num personagem literário criado pelo britânico Ian Fleming(1908-1964), um escritor  que já foi Oficial da Inteligência Naval, onde daí  estaria explicado de onde ele tirou a  sua inspiração para criar  o famoso sedutor James Bond.




Produzido por Harry Saltzman(1915-1994) e Albert “Cubby” R. Brocolli(1909-1996). Contando com a direção do britânico Terence Young(1915-1994). O primeiro a dirigir a franquia de 007. Além desse, Young dirigiria posteriormente, mais dois filmes do agente secreto: Moscou Contra 007(From Russia With Love, Reino Unido, 1963) e  007 Contra a Chantagem Atômica(Thunderball, Reino Unido, 1965).





Depois de Terence Young, a bem-sucedida franquia cinematográfica do agente secreto que tem licença para matar, passaria pelas mãos de outros diretores: como Guy Hamilton(1962-2016), Lewis Gilbert(1920-2018), Peter R. Hunt(1925-2002), John Glen, Martim Campbell, Roger Spottiswoode, Michael Apted(1941-2021), Marc Foster,  Sam Mendes e mais recentemente com Gary Fukunaga, que dirigiu 007- Sem Tempo Para Morrer (No time to die, Reino Unido, EUA, 2021), que marcou a despedida de Daniel Craig do papel de James Bond que estava desde Cassino Royale(EUA, Reino Unido, 2006).




Mostrando que o agente secreto continua inteiro e em boa forma para enfrentar os mais diferentes perigos, para assim cumprir sua  missão.

 E por fim, estrelado pelo escocês Sean Connery(1930-2020), o primeiro ator a dar vida ao sedutor agente secreto, que gostava além de belas mulheres, gostava também  de tomar um bom  Dry Martini, batido, mas não mexido.





Além desse, Connery estrelaria  mais cinco filmes da franquia de 007, e que depois desse, seria por outros atores,  como  o australiano George Lazenby em apenas um filme,  o britânico Roger Moore(1927-2017) em sete, o britânico-galês  Timonty Dalton em apenas dois, o irlandês Pierce Brosnan em quatro, e o americano Daniel Craig, que fez cinco filmes e até o momento o Eon Productions não definiu qual novo ator para assumir o papel do próximo filme, nem mesmo qual a previsão para o lançamento  do vigésimo-sexto filme da longeva franquia 007.





No histórico primeiro filme de James Bond, o agente também conheceu a primeira mulher que seria sua grande aventura amorosa Honey Rider, vivida pela suíça Ursula Andress, uma das mulheres mais bonitas e consideradas símbolo sexual nos anos 1960, por causa desse filme. 






Essa marcante personagem  deu origem termo Bond Girl. Que são especificamente referente às belas mulheres, sejam elas heroínas indefesas, aliadas, ou mesmo quem sabe  as que tentam seduzir o agente em busca de informações, cumprindo  a missão de infiltradas, a mando das pessoas a quem 007 investiga,  não importa estão sempre prontas  para lhe hipnotizar, o magnetizar com utilizando o poder do charme e da sedução para atraí-lo para o perigo. 




E não foram sós as personagens que  passaram a serem apropriadamente denominadas assim, como também as mais de 50 diferentes atrizes, que já deram vida para as mais diversas mulheres que despertaram o fetiche, o sexy appeal em 007.




Além de Úrsula Andress, outras incontáveis atrizes das variadas nacionalidades  que interpretaram as parceiras sexuais de James Bond, foram: Daniela Bianchi, Honor Blackman(1925-2020), Claudine Auger(1941-2019), Akiko Wakabayashi, Diana Rigg(1938-2020), Angela Scoular(1945-2011) Jill St. John, Jane Seymor,  Carole Bouquet, Cassandra Harris(1948-1991), Halle Berry, Eva Green, Molly Peters(1942-2017), Barbara Bach entre outras diversas atrizes. 




A provável inspiração de Ian Fleming para criar essa bela diversidade de mulheres sedutoras, que despertam muita sensualidade erótica não só para 007, mas também para outros marmanjos que as deliciam nas cenas picantes, teria sido originada quando Fleming conheceu uma bela mulher cujo nome era Muriel Wright, uma modelo financeiramente independente,  que tinha entre seus múltiplos passatempos pilotar, esquiar e  jogar polo.




Fleming a conheceu em 1935, e foi por quem manteve uma sólida relação amorosa, até o momento em que  Muriel morreu, vítima de um ataque aéreo em 1944, durante os combates da Segunda Guerra Mundial, a morte dela o deixou bastante inconsolado, e  nas definições  do próprio Fleming, Muriel era: “ excepcionalmente bela”. 





Além disso, era também: “muito boa para ser verdade”.

E não bastando isso, ele também a definia da seguinte forma a importância que Muriel tinha para ele:   "Tem a pretensão  de ser o exemplo da espécie:  dócil e pouco exigente, bonita mas inocente, vivendo ao ar livre, fisicamente forte,  implicitamente vulnerável  sem reclamar e,  em seguida, tragicamente  morta,  antes ou pouco depois de seu casamento.” 




Fora a trilha sonora característica desde a trilha instrumental  clássica e antológica música do primeiro filme que lançou a franquia de 007 nas telonas.




Tocada magistralmente por John Barry(1933-2011) e sua Orquestra. Não tem como não ouvi-la e associar ao sedutor agente secreto salvando o mundo e ao mesmo tempo  seduzindo cada mulher que vem a sua frente. John Barry criou uma excelente instrumentação tão divina, que se tornou até hoje a grande marca registrada do personagem.




E dos artistas pops como Matt Monroe(1930-1985),  Shirley Bassey, Tom Jones, Nancy Sinatra, Paul McCartney, Lulu, Carly Simon, Sheena Easton, Rita Collidge,   Duran Duran, A-há, Tina Turner,  Sherly Crown, Madona, Chris Cornell(1964-2017),  Adele e Billie Eilish no último filme da franquia até o momento que emprestaram suas vozes para compor a trilha sonora de cada na abertura característica mostrando as silhuetas femininas dançando de forma muito sensual.




E o que falar dos tantos de tralhas tecnológicas, de carros conversíveis para encarar cada perigo e sair ileso das ameaças dos  diversos tipos de vilões que o sedutor agente já teve de enfrentar, e era cada um mais excêntrico, mais mirabolante  com uma ideia megalomaníaca e sempre acompanhados de capangas mal encarados. Do primeiro filme, o Dr. Julius No(Joseph Winserman) em 007 Contra o Satânico Dr. No(Dr. No, Reino Unido, 1962) até o recente Safin(Ramin Malek) em 007-Sem tempo para morrer(No time no die, EUA, Reino Unido, 2021).  





Sendo cada um representado na pele de tantos talentosos atores das mais diferentes nacionalidades como o canadense Joseph Winserman( 1918-2009), o havaiano de descendência nipônica Harold Sakata(1920-1982), o alemão Gert Fröde(1913-1988), o italiano Adolfo Celi(1922-1986), o americano de descendência  grega Telly Savalas(1922-1994), os também americanos  Putter Smith e Bruce Glover, o também americano de origem africana Yaphet Kotto(1939-2021) o francês Hervé Villenchaize(1943-1993), o mexicano Benicio Del Toro, o espanhol Javier Bardem,  o dinamarquês Mads Mikelsen dentre os muitos atores britânicos que fizeram grandes vilões na franquia 007 como Robert Shaw(1927-1978), Donald Pleasense(1919-1995), Charles Gray(1928-2000) Christopher Lee(1922-2015), Julian Glover, Michael Gorthard(1939-1992), Sean Bean  dentre vários outros das mais variadas nacionalidades que já representaram vilões, do mesmo modo  em relação as atrizes que fizeram as bond girls.

Enfim, que venham mais 60 anos para 007. 

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

80 ANOS DE TIM MAIA

 



No dia 29 de setembro de 1942, nascia no Rio de Janeiro, no dia de São Sebastião, Sebastião Rodrigues Maia, mais conhecido como Tim Maia. Para lembrar a data em que ele completaria 80 anos, comentarei sua cinebiografia.




No filme Tim Maia (Brasil, 2014), somos apresentados às diferentes fases da vida do Tim (Robson Nunes jovem e Babu Santana na maturidade) da sua infância na Tijuca, ajudando sua grande família a entregar marmita. Tim Maia era penúltimo da numerosa prole dos 20 filhos de Altino Maia e Maria Imaculada Maia. Era chamado de Tião Marmita, apelido que detestava.




 Nessa passagem inicial do filme é mostrado como ele desde criança já tinha adquirido o aspecto físico bem rechonchudo, ainda mais quando era mandado a ajudar a família entregando marmitas, e por assumir essa função terminava aproveitando para comer às escondidas a comida dos clientes. Também ganha destaque sua formação escolar em um colégio católico.

No decorrer da passagem do tempo, o filme vai mostrando um Tim Maia mais crescido e com o aspecto físico mais roliço no final da década de 1950, sonhando alto com sua carreira musical.  Foi graças a um padre da escola onde estudava que ele conseguiu adquirir seu primeiro instrumento. Também é nessa fase da vida dele que realiza suas primeiras tentativas de conseguir viver sua tão sonhada carreira musical, formando duas diferentes bandas.





Nessa época também é mostrado como foi o relacionamento dele com duas importantes figuras da música brasileira, Roberto Carlos (George Saruma) e Erasmo Carlos (Tito Navile), e o pioneirismo da Jovem Guarda, um importante movimento musical surgido nessa época influenciado pelo rock americano. Também o mostra formando junto com esses dois amigos a banda The Sputniks. O cenário da época certamente deve trazer um pouco de nostalgia aos que tem mais de 50 anos. Esse é também o momento em que Tim Maia vivencia sua primeira tentativa de se lançar como cantor no programa de auditório do famoso apresentador de TV Carlos Imperial (Luís Lobianco), que, naqueles primórdios da televisão, com a extinta TV Tupi (1950-1980), poderia ser comparado a comunicadores como Faustão e outros do gênero.

É também nessa fase de sua juventude Tim Maia apresenta os primeiros traços de sua personalidade intempestiva, que se tornaria a grande responsável por, em diferentes momentos da sua vida, queimar sua carreira na música.

                    Com o desenrolar da história, é mostrado o Tim Maia se aventurando nos EUA, graças a um contato do colégio de padres, consegue uma hospedagem numa família. Em contato com o povo marginalizado das ruas do Brooklin, conheceu a influência musical do Soul, ritmo que adotaria quando retornasse ao Brasil. Antes disso, vai mostrando a sua experiência de malandragem em terras americanas, ao se envolver numa treta com alguns marginais que faziam furtos e cometiam outros tipos de desobediência à lei. Essa sua grande mancada na terra do Tio Sam seria responsável por sua prisão e deportação para o Brasil.






No momento em que retorna ao Brasil, descobre como a carreira musical de seus antigos parceiros dos Sputniks, Roberto Carlos e Erasmo Carlos, eles estavam se tornando grandes mercadorias lucrativas para muitas gravadoras brasileiras, no auge da Jovem Guarda. Nessa época, Tim Maia precisou penar para conseguir virar o cantor que se tornaria futuramente. Mais para frente, o filme mostra o cantor já bem estabelecido mercadologicamente, havendo inclusive uma forte sacralização em torno dele.




É no cenário da fase dourada que foi nos anos 1970 que o filme mostra detalhes curiosos dos bastidores das canções que ele gravou. Além disso, mostra um pouco da sua relação amorosa com Janaína (Alinne Moraes). Interessante perceber nessa época, como, na mesma medida e proporção, ele conseguiu grandes sucessos, como também grandes fracassos, sua vida bem porra-louca nas festas onde bebia e se drogava excessivamente e envolvido nos episódios controversos. Um desses momento foi quando inventou de aderir à seita religiosa dos Racionais, comandada por Manuel Jacinto Coelho (Nando Cunha), onde terminou tentando doutrinar seus fãs gravando um álbum que lhe custou sua carreira. Isso sem falar no seu perfil irascível, que o fez entrar em sérios conflitos com gravadoras, somados ao afastamento de alguns de seus amigos, de sua amada. Sua genialidade musical contrastava demais com sua personalidade difícil que o levava a viver um estilo de vida um tanto controverso.

O filme contou com a direção de Mauro Lima, também encarregado de escrever o roteiro em conjunto com Antônia Pellegrino, cuja base foi a biografia Vale Tudo: o som e a fúria de Tim Maia, publicado em 2007, escrito pelo jornalista e produtor musical Nelson Motta.  Pelo que pude constatar do filme sobre a vida do cantor Tim Maia, ele procura esmiuçar ao máximo possível todos os diferentes momentos da sua carreira: da ascensão e queda, passando por fases bem controversas, também mostrando seu talento musical, contrastando com o ser humano cheio de muitos defeitos como qualquer pessoa comum. Ou seja, são as várias faces de um mesmo Tim Maia, ainda que com algumas licenças poéticas, para poder seguir algumas convenções narrativas para fins dramatúrgicos.




Assim, houve alguns momentos que acabaram ficando de fora do filme, logicamente para o filme não ficar muito cansativo. Inclusive, senti falta de alguns detalhes de sua vida íntima na representação da figura paterna com os filhos Leo e Carmelo Maia.  Assim como também não chegaram explorar suas outras amizades e parcerias musicais com cantores como Jorge Ben Jor, Gal Costa, Sandra de Sá ou mesmo outros episódios bem controversos de algumas malandragens que lhes custaram muitas dívidas.




Enfim, o que posso definir do filme biográfico sobre Tim Maia, é que ele é excelente para se conhecer um pouco melhor do nosso contexto musical, sobretudo pra gente valorizar mais a cultura brasileira. O filme apresenta um excelente trabalho no design de produção com uma estética retrô com a fotografia, cenografias e belíssimos figurinos que reconstituem bem cada momento histórico do cenário musical vivenciado pelo Tim. Tudo impecável.

Passando pela sua infância e começo da juventude, durante os anos 1950, adentrando pelos anos 1960, após sua passagem em solo americano, e retornando deportado ao Brasil, após estourar com a Soul music, nos anos 1970, e cair no fundo do poço; e após retomar ao sucesso até chegar ao final dos anos 1990, já muito debilitado pelos excessos da vida que o levaram a passar mal no seu último show, em 08 de março de 1998, e falecer dias depois. Tudo isso criando todo um clima de nostalgia para quem conheceu muitas das suas diferentes fases tão bem reconstituídas no filme.

O elenco do filme é incrível, com destaque para Robson Nunes e Babu Santana, que estão perfeitos encarnando o papel do cantor em diferentes momentos da vida.





Robson Nunes está excelente apresentando um Tim Maia mais jovem sonhando alto com sua carreira artística e tendo uma forte ligação com o Roberto Carlos e já mostrando os primeiros sinais da sua personalidade explosiva. Babu Santana está perfeito no papel do Tim Maia mais maduro e com a carreira musical estabelecida. Sua perfeita empostação de voz o deixa quase idêntico ao cantor.

É curioso imaginar que os dois artistas que encarnam com perfeição no filme um Tim Maia com idades tão diferentes, o primeiro bem adolescente e o segundo um homem com mais de 30 anos; na vida real, têm uma diferença de idade de apenas três anos. Destaco ainda a excelente interpretação de outros atores que são rostos bem conhecidos do grande público, o galã global Cauã Reymond é um deles, que está brilhante no papel do cantor Fábio. Aliás, é esse personagem quem assume a função de ser o fio condutor da história ao fazer a narrativa em off na segunda pessoa. Alinne Moraes está ótima no papel da Janaína, que parece representar o papel de mulheres interesseiras que gostam de dar em cima de algum famoso para tentar se dar bem. Ela aqui foi condensada na figura de outras mulheres com quem Tim se relacionou ao longo da vida.




 O filme ainda conta com ótimas participações de rostos conhecidos de novelas globais que sabem como aproveitar os tempos de presença de cada um na trama. Destaque para George Saruma representando Roberto, com uma interpretação dos seus maneirismos que às vezes beira ao caricato, parecendo representar o cantor para um quadro de humor. Uma cena marcante é quando o personagem destrata Tim Maia no seu camarim. Luís Lobianco faz uma representação excelente do Carlos Imperial (1935-1992), importante comunicador dos primórdios da TV com aquele seu perfil malandro. Também vale mencionar as participações de Laila Zaid como Susi, amiga porra-louca da Janaina; Nando Cunha, no papel de Manuel Jacinto Coelho (1903-1991), imponente líder espiritual da seita dos Racionais na qual Tim Maia, cometendo a maior escorregada da sua vida; Edson Cardoso, o ex-dançarino do conjunto musical de axé É o Tchan!, popularmente conhecido como Jacaré, representa um segurança que barra Tim Maia em um show de Roberto Carlos. Também merecem destaque as participações internacionais de atores americanos que aparecem na passagem de Tim pelos EUA, dentre outros.

Quando Tim Maia faleceu, eu tenho de confessar nessa época conhecia pouco ou mesmo quase nada a respeito do seu nível de sua importância para a música brasileira; eu era só um garotinho de apenas 12 anos. No entanto, lembro da cobertura que a imprensa fez de sua última internação e da comoção causada por sua morte.





Na época do seu falecimento, ele já não figurava mais tanto como o artista mais lucrativo, como acontecera décadas antes; já não tinha mais suas músicas ocupando as paradas de sucesso das rádios brasileiras nem era visto se apresentando com frequência nos populares programas de auditório da TV. Um dos motivos envolvia o fato de que naturalmente, para a geração jovem do final dos anos 1990, ele já figurava como um artista sinônimo de “brega”, ou, no dizer da gíria jovem atual, cringe.

Naquele contexto do final do século 20 em que sequer sonhávamos em ouvir música facilmente pelas mídias digitais como Youtube e Sportfy, essa era uma quase realidade distante de ficção cientifica. Nós ainda ouvíamos pelas mídias físicas, o pequeno Compact Disc (CD), foi quem passou a substituir o grande Long Play (LP), também chamado por vinil ou popularmente aqui no Brasil de bolacha, que foi extinto do mercado na época. Ainda existiam as pequenas fitas K7, mais acessível às camadas populares.






Os estilos musicais que simbolizavam o modismo para essa geração do final dos anos 1990 eram: a axé music, o sertanejo e o pagode, gêneros que atraíam o gosto popular, cujos artistas de cada um desses gêneros figuravam segundo o ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) como os mais lucrativos para o mercado fonográfico brasileiro na época. Do mesmo modo que também havia os jovens que se aventuravam a curtir mais o estilo underground dos sons experimentais da onda pop/rock do Skank, Jota Quest, Raimundos, Pato Fu, Charlie Brown Jr., que conquistaram seu espaço no mercado fonográfico brasileiro graças à influência da MTV Brasil, que simbolizava muito a cara jovem.




Como se vê, a concorrência na época era grande e fez Tim Maia perder seu espaço, tanto que os últimos álbuns que ele lançou de forma independente, com sua própria gravadora, a Vitória Regia, figuraram entre os que mais tiveram vendas baixas. Como se isso não fosse o bastante, em consequência da sua personalidade explosiva, já era apresentado naquele momento como uma persona non grata no showbusiness nacional.  Ele já se encontrava com a sua reputação manchada por ter brigado com Deus e o mundo, como ele mesmo descreve numa cena do filme. Criou desafetos com as gravadoras, com os empresários que já o haviam agenciado e estes se sentiam lesados pelo não cumprimento dos compromissos, moveram uma onda processos na justiça contra ele. Também criou desafetos com músicos que perderam a paciência com ele sempre pedindo para parar de executar uma canção, por viver reclamando do som ou mesmo da falta de retorno no áudio ao acompanhá-lo nos seus shows e ensaios. E, para piorar sua situação, ele ainda enfrentou problemas com a Receita Federal por não ter declarado seus impostos. Isso tudo o levou à falência. Tanto que ele chegou ao fundo do poço; meses antes dessa sua última apresentação, durante as festividades do Réveillon de 1997, recebeu da justiça uma ordem de confisco do seu imóvel e dos seus bens, em consequência das dívidas acumuladas até aquele momento.




Isso sem falar que a própria saúde dele também já se encontrava bastante fragilizada, em consequência do seu estilo desregrado de viver. Com 55 anos e pesando 142 Kg, Tim Maia estava sentindo os efeitos da cobrança que os excessos alimentares, misturado com as bebidas e com drogas nas noitadas que costumava promover em sua casa, representaram para ele naquele momento um fim melancólico da sua potente voz.

Como diz o velho ditado: “Morre o artista, mas sua obra fica”. E as canções de Tim Maia serão lembradas para sempre.