segunda-feira, 23 de setembro de 2013

RESENHA DE ELYSIUM(2013)

Na tarde de Sábado, 21 de Setembro de 2013, finalmente fui conferir acompanhado do meu pai no Moviecom Praia Shopping, ao tão aguardado filme Elysium, um dia após este ter entrado em cartaz. Esse eu posso garantir que é bem diferente das sequência de blockbusthers de heróis dos quadrinhos que até agora foram  só os que eu andei conferindo nas salas de cinemas do Cinemark Midway Mall.























A minha principal motivação para ir conferir esse filme está no fato do elenco ser composto de dois bons atores brasileiros: um era a Alice Braga, que já carregava um vasto currículo no cinema hollywoodiano  e o outro Wagner Moura, fazendo sua estréia nesse mercado, estrelando uma megaprodução junto com grandes estrelas do calibre de Matt Damon e Jodie Foster.

Antes de começar minha descrição, primeiramente  vou fazer uma introdução comentando sobre os clichês que muitos críticos de cienma costumam  alfinetar  uma agulha no  gênero da ficção cientifica, categoria  da qual pertence Elysium. Bom, confesso que antes de assistir ao filme,  eu ainda não li crítica alguma, nem mesmo sei que tipo repercussão ele está adquirindo lá fora. Portanto, o que vou aqui introduzir  faz parte do ponto de vista de uma pessoa com quem até pouco tempo eu tinha muita proximidade. Essa pessoa no caso de quem estou me referindo trata-se de Tereza*, minha ex-colega da academia de Pilates que eu frequento. Assim como eu, ela também tem um  gosto eclético por  filmes e  dia sim, dia não comentava dos lançamentos que tinha conferido acompanhada de seu marido,  entre esses estavam os títulos da extensa   safra de filmes da categoria ficção cientifica propriamente dita que foram lançadas até agora, dos quais ela sempre colocava em seus comentários críticos  ter achado muito clichê a abordagem estética de cada um deles, dos que me lembro ela havia citado até o presente momentos como por exemplo: Depois da Terra ou mesmo Guerra Mundial Z,  ela achou a abordagem de todos eles   identicas sem muita inovação, sem   criatividade, principalmente pela maneira como  transmitem  a idéia  de mostrar uma visão do Planeta Terra  em um mundo futurista após ter sido devastada, num cenário desértico, hostil, com a humanidade completamente dizimada e principalmente mostrando uns poucos sobrevivente lutando contra a ameaça dos alienígenas.


Se Tereza fosse conferir Elysium,  com certeza ela veria  neste algum detalhe clichê carregado de referências de outros títulos do gênero.

A começar pelo fato da trama girar em torno de justamente se passar como descrito acima, no Planeta Terra super devastado, num ambiente um tanto quanto pós-apocalipito, o que isso  posso garantir não ser nenhuma novidade nesse gênero, antes de Elysium, eu já havia conferido outros filmes com esse mesmo  tipo de abordagem lidando justamente com essa idéia de um futuro pós-devastação do Planeta Terra como em Eu Sou a Lenda(2007) ou mesmo recentemente em Oblivion(2013). Quem já deve ter conferido a esses que citei com certeza deve notar que a estética de Elysium tem  elementos referentes a estes títulos do gênero, ou mesmo podem notar referencias ao drama A Estrada(2009), que mesmo não tendo ameaça de aliegeneas demonstra de forma bruta e agressiva até que ponto a humanidade pode sobreviver em um mundo completamente devastado e com tudo completamente escasso chegando ao ponto de voltarem a agir como nos tempos dos Homens da Cavernas.




















Elysium pelo menos não apresenta este tipo de clichê com relação a ameaça alienígena, no entanto pode também ser notado que o filme carregue referências de outros filmes do gêneros como a presença dos robôs que no filme são apresentado como os agentes da lei, a presença destes seres cibernéticos se tornou muito comum nesse gênero desde que o mestre do cinema expressionista alemão Fritz Lang(1890-1976) lançou em 1927, o histórico filme Metropolis, pioneiro em mexer com a temática futurista ainda na fase do cinema mudo.


Apesar de carregar os típicos elementos dos padrões-clichês citados acima, com tom de referências a Terra Pós-apocalíptica ou mesmo a presença de Robôs,  ainda assim pode-se notar que o filme carrega em sua estética um sabor  de criatividade mais original com relação a estes.

O principal diferencial de Elysium para os outros títulos citados anteriormente está na maneira como ele faz a abordagem do tema, ele transmite uma idealização de imaginar o cenário caótico da Terra em um futuro  daqui há uns 150 anos por ai, onde a humanidade sobrevivente em vez de viver assustada com ameaça constante  dos ETs, vive em pânico com  a ameaça provovada por eles mesmos, tendo de  se submeterem a tirania da alta sociedade, privilegiada que vive  em  total segurança  e muito confortavelmente num satélite em plena órbita justamente denominado Elysium.


O filme também carrega toda  uma interessante abordagem de apologia  político-social imaginando justamente como seria a Terra vivendo em plenos meados do século 22, numa visão nua e crua das divisões sociais em um cenário da Terra depois de devastada, tendo de um lado uma minoria privilegiada usufruindo do bom e do melhor no espaço e a maioria da massa empobrecida da Terra tendo de se submeterem aos mandos e desmandos  deles, bastante encarecida de tudo. 


















Elysium conta a direção do sul-africano Neil Blomkamp, o mesmo responsável por dirigir Distrito 9(2009), filme que marcou sua estreia em Hollywood contando com a produção do neo-neozelandês Peter Jackson. Esse eu confesso que nunca cheguei a conferir antes de Elysium, mas pelo que já andei colhendo informações, ele é do mesmo gênero deste e utiliza a mesma abordagem  de metáfora crítica social. Uma realidade que ele conhece muito bem de perto, já que nasceu num país que vivia até 1990 sobre o Regime do Apartheid que impondo a divisão  entre a população minoritária branca, representante  das elites e dos negros  representante das camadas massificadas marginalizadas.

O enredo de Elysium gira em torno justamente dessa idéias de divisões de classes sociais ambientada num mundo futuro, mais precisamente no ano de 2159 depois que a Terra deixou de produzir oxigênio, isso gerou emprobrecimento do solo, as florestas foram todas dizimadas, com a escasses de água e com  toda ausencia de recursos naturais,  a humanidade inteira pagaria um preço muito alto e caro, pois com toda essa carência vieram todos os males e as consequências  possíveis de se imaginar como a guerra, a fome que juntando tudo isso todos ficaram com riscos de serem contaminados pelos mais diferentes tipos de doença. Os mais carentes, que representam a maioria massificada da população marginalizada é que são os mais afetados  pelas  carências de tudo o que o Planeta Terra não tem a lhes oferecer de conforto e de esperança. Enquanto que na Terra todos ficam no caos, lá em cima, na Estação Espacial Elysium residem os privilegiados, gente rica, que moram em  paradisiacas casas luxuosas que reproduzem bem todos os requintes glamourosos típicos do condomínios fechados de alto padrãocom direito a imensos jardins com piscinas, playgrouns, parques e uma infinidades de coisas que são bastantes cobiçado por muitos, mas são privilegio de poucos. Quem é a responsável pelo comando  desta Estação Espacial é a Secretária Delacourt(Jodie Foster), que no filme, não sei se quem estiver lendo este comentário vai ter a mesma impressão que eu tive quanto ao fato de decifrar a importância dela não só como  Comandante de Elysium, como também dela assumir uma outra função, a de corretora de imóveis do lugar,  há alguns momentos no filme onde isso fica meio que vago, principalmente numa  cenas de quando ela apresenta o local para alguns visitantes ilustres.


Em contrapartida, aqui na empobrecida Terra, Max(Matt Damon), um  dos diversos cidadãos terráqueos marginalizados, cheio de ficha suja  na Polícia comandada pela Guarda Robótica  de Controle de Elysium é quem será o grande responsável e simbolizará a  típica figura arquetípica do herói cansado das injustiças sociais  que resolve combater o sistema.



No decorrer de como a história vai sendo costurada e amarrada, Max irá contar com a ajuda de dois importantes aliados para convencê-lo a arriscar-se levá-lo para Elysium onde ele colocará em prática o plano ousado de como modificar o sistema de computadores que oraganiza os registros de entradas e saídas de todos os cidadãos de lá para terem acessos aos sofisticados aparelhos que conseguem curar milagrosamente todos de qualquer doença incurável, e principalmente cancêr ou mesmo AIDS.Dentre essas pessoas estão Spider(Wagner Moura), um gênio da informática, um hacker que consegue adquirir importantes informações  dos registros de computadores de Elysium como por exemplo, o código de cidadania implantando na pele das pessoas que funciona como todo e qualquer tipo de documento automático de identidade civil falsa na estação, seja como passaporte ou mesmo para a pessoa utilizar a máquina de cura. Isso faz com que ele também atue como um coiote, permitindo a entrada clandestina das pessoas a Elysium.

Esse será quem irá instruir e convencê-lo a ir lá e modificar do jeito que ele achar possível de proporcionar em Elysium, o acesso a melhor qualidade de saúde para toda a população carente da Terra. E ele é o único que pode fazer porque Spider implantou nele um monte de tralhas mecânicas para poder absorver todos os complexos de procedimentos protocolares da Estação. 

De início ao saber dessa missão, ele até que se recusa colaborar porque teme que isso ao ser retirado do seu cerébro e conectá-lo  e ter de conectá-lo a outro computador ele estaria cometendo um grande suicidio.  Mas ele logo muda ao saber que contará com o apoio e a aliança de Frey(Alice Braga), a enfermeira de um hospital de onde ele foi atendido após levar muitas surras, que não por acaso é alguém que ele conhece desde dos tempos de sua infãncia quando vivia num orfanato comandado por uma freira e mantinha uma forte afeição por ela. Quem assisti pode notar um clima de romance que eles sentiam lá quando viviam conviviam no orfanato  e onde ele dizia para ela o seu sonho  de um dia quando crescerem iriam juntos viver Elysium e sendo que agora devido as circustancias complexas de cada um, parece mostrar  não ter tendências a esse amor dos dois  ser correspondido ou mesmo duradouro como acontece nos clichês dos  filmes de romances, comédias ou mesmo dramas água com açúcar.  Ainda mais que Frey tem como grande preocupação o delicado estado de saúde de sua filha com leucemia e que não vê outra escolha a não se arriscar a ir clandestinamente para Elysium para lá ser tratada e curada, já que no Hospital onde ela trabalha as condições de atendimento são tão precárias que ela jamais teria de conseguir com que lá sua filha melhorasse.

Em contrapartida, a Secretária Delacourt com sua postura firme  para não deixar o caos que está para acontecer se Max e sua trupe modificar o sistema que libere a entrada de qualquer um na estação e  resolve contratar o mercenário Kruger(Sharlto Copley), um assassino profissional que será o gancho para todo o clima da tensão, suspense que gerarão momentos muito previsiveis pelo ponto de vista de uns, ou mesmo imprevisíveis para outros. 


Fazendo uma análise e interpretação aprofundada a respeito do quesito  das concepções artísticas e técnicas do filme. Artisticamente  pude analisar e também observar  que da maneira como o enredo do filme foi escrito, construido, moldado e dilapidado pelos roteiristas e como Neil Blomklamp soube como conduzir bem a ideia de transpor no filme elementos bem diferenciais, que sob meu ponto de vista não o torna tão clichê, pegando emprestado um termo utilizado pelo Felipe Fonseca quando comenta em seu blog "Site do Fonseca",  não achei a trama de Elysium muito redondo, pelo menos para mim ele se mostrou ser imprevisível e  me causou muito impacto ainda mais pela brilhante trilha sonora orquestrada por Ryan Amon, de quem confesso que antes desse eu o desconhecia, pode até ser  que eu já tenha ouvido ele orquestrando em outros filmes que eu tenha ligeiramente assistido e nem tenha notado, ou talvez esse filme deva ser sua primeira experiência em compor  soundtracks para o cinema.


Se eu tivesse que dar uma nota para o filme no quesito roteiro eu daria um 9, porque apesar de carregar muitos elementos clichês para um típico filme do gênero ficção cientifica, ainda assim ele consegue transpor uma certa inovação, principalmente, no que diz respeito a idéia atemporal de ainda de se viver em divisões, onde os privilegiados podem usufruir de tudo de requinte em uma comunidade orbital como a Estação Elysium, e os que não são privilegiados vivem excluidos a margem da sociedade, ainda mais numa época futurista Pós-Devastação do Planeta Terra. E também pelo clima impactante de suspense que o filme proporciona. Também pontuo as excelentes performances da Jodie Foster como a Secretaria Delacourt, notei que ele demonstrou uma interpretação muito segura da típica figura de alguém que  sabe mostrar pulso firme para comandar, também achei excelente a interpretação do Matt Damon protagonizando Max, apesar de achar que o personagem dele sozinho não teria sido capaz de conseguir se não fosse pelo Spider. Falando nesse, posso descrever seguramente que a presença do Wagner Moura no filme superou todas as minhas expectativas, pelo menos para mim fiquei de que em todo os momentos do filme que onde há a presença dele, eu sinto que ele rouba a cena, tudo isso porque eu pude sentir que o tom da interpretação que ele coloca em todas as nuances, em todos os trejeitos do personagem seja na falar ou mesmo movimento corporal, pelo menos para mim ele colocar carisma no personagem. E com  esse carisma seria até uma ousadia em colocar que o Spider na pele não ficou só um papel secundário de enfeite e com isso o próprio mostrou a que veio ao dar o seu passo inicial em Hollywood. O mesmo não posso dizer da Alice Braga, assim, até gostei do desempenho dela como a Frey, mas não sei achei que o papel não foi aproveitado no filme. Ela até consegue convencer fazendo o papel de uma mãe que faz todo o sacríficio para ajudar a doente. No entanto, ela como par romãntico de Matt Damon deixou um pouco a desejar, é muito provavel que tanto ela quanto ele tenham encontrado um bom entrosamento, e provavelmente sem isso tenha havido uma falta de química. 

A função do papel dela como par romântico do protagonista deixou pelo menos para mim a impressão de que a Frey entrou no filme apenas como um enfeite. 


E tecnicamente o que eu poderia destacar de melhor está por exemplo: nas cenográfias contrastantes, principalmente na maneira como são enquadrados as visões panôramicas da Terra toda devastada, desorganizada e sem vida com o brilho paradisiaco da Estação Espacial Elysium,  além desse um outro destaque quanto a concepção técnica está no enquadramento de uma  cena onde Max   ao confrontrar com um dos robõs vigilantes da Estação, ao  disparar um tiro de  uma pistola neste e ao ser atingido fica todo despedaçado no plano em cãmera lenta, chegando a se pensar ou mesmo a imaginar  se Blomkamp teria se inspirado no diretor Michael Bay, que é uma fera em criar esse tipo de plano em seus filmes. Para entender melhor disso do que estou falando, é só dá uma conferida na trilogia dos "Transformers", que vocês irão entender melhor.


Para encerrar outro ponto interessante que gostei bastante no filme é o fato dele carregar   muitos momentos onde adireção    brinca ao criar uma atmosfera de Torre de Babel, assim, porque em diferentes momentos há cenas onde os diálogos ocorrem em diferentes línguas além do inglês dos norte-americanos, e isso pode ser notado nas cenas de flashback em que o protagonista Max ao recordar de sua infãncia no orfanato quando fica perto da freira que administrava esse lugar, o diálogo dele com ela ocorria na língua hispãnica, assim como pode ser sentido quando Max se aproxima de alguns amigos ou mesmo nas cenas onde a Secretária Delacourt cumprimenta gente ilustre em Elysium tem momentos onde ela solta umas frases em francês por exemplo.  E alguns dialogos em africãner, um típico dialeto da África do Sul que mescla palavras oriundos de vários dialetos nativos  com palavra oriundas das colonizações inglesas e holandesas também pode ser notada no filme. Provalvelmente uma consequencia da composição do elenco  ser quase todo multinacional, que de todo jeito mostra que não foram só os norte-americanos os únicos a serem afetados pela devastação do planeta e nem muito menos que os habitantes privilegiados de Elysium sejam todos dos Estados Unidos, e a prova disso é o fato de sugerir mostrar o superior da Secretária Delacourt em Elysium, o Presidente Patel(Faran Tahir) ser um indiano.  Mesmo sendo carregado de licenças poéticas, que é pode-se esperar de um típico  filme de ficção cientifica, a trama dele gira bem em torno de um drama mais contextualizado com a atual realidade  se for parar refletir dessa maneira. Do tipo, é como se a Estação Espacial Elysium do filme homonimo representasse  uma junção de várias superpotências de países de Primeiro Mundo unidas no espaço usufruindo de tudo de bom  que o dinheiro pode proporcionar, até mesmo lindas paisagens verdes vagando pelo espaço enquanto que os não-privilegiados que vivem na Terra, representam a típica dos países do Terceiro Mundo cuja população cansada de viver na escassez de tudo resolve fugir clandestinamente como imigrantes.


Bom assim foi a minha interpretação sobre o filme, se alguém despertou algum  interesse de ir conferir ao filme, assistam e tirem suas próprias conclusões.










*Nome ficcticio  feito com o intuito de manter preservar sua privacidade.




sábado, 21 de setembro de 2013

X Men: Dias de um Futuro Esquecido - Trailer - Legendado (HD)

    




Ele não mostra ainda  imagens do filme, mas pelo menos com a presença das Sentinelas já podemos sentir que vamos  esperar   ver muita coisa de interessante. Espero chegar logo Maio de 2014 para conferir.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

OS BASTIDORES DO GOLPE DE 1973 EM "CHOVE SOBRE SANTIAGO".














Depois de ter postado sobre o filme "Machuca"(2004), que abordou a ótica dos antecedentes ao  Golpe de Pinochet no Chile em 1973 pelo ponto de vista vivenciado pelas  pessoas comuns representado pelos protagonistas, dois garotos colegiais simbolizando as diferentes   camadas sociais do país  que criam um elo fraternal. De um lado tinhamos o Gonzalo, representante da classe-media elitizada e do outro o Pedro Machuca, representando as massas das periferias marginalizadas. Por meio deles,  proucurava-se retratar como era a vida rotineira do Chile Pré-Golpe Pinochetista.

Agora vou abordar sobre um outro interessante filme que também aborda  esse triste acontecimento na história chilena, onde nesse sim é mostrado como aconteceu o Golpe pela ótica da reconstituição  dos bastidores. Esse filme de quem estou me referindo trata-se de "Chove sobre Santiago".


Recentemente, eu conferi esse filme numa sessão altenativa na noite de Terça-Feira, 10 de Setembro de 2013, um dia antes da data comemorativa dos 40 anos do Golpe de Pinochet no auditório do NEPSA(Núcleo de Estudo de Pesquisa em Ciências Sociais Aplicadas) no auditório da UFRN(Universidade Federal do Rio Grande do Norte) do Projeto "América Latina no Cinema".

"Chove sobre Santiago" é uma produção Franco-bulgara de 1976, dirigido por Helvio Soto(1930-2001).


Como já havia antecipado acima, a sua trama gira em torno de mostrar como ocorreu os bastidores do Golpe Militar no Chile, pelas diferentes óticas, sejam do herói representado na figura de Allende ou no vilão representado por Pinochet ou mesmo de outras pessoas anônimas envolvidas nestes bastidores como os assessores parlamentares ou mesmo os jornalistas que faziam a cobertura.


Depois da exibição do filme quando houve um debate promovido pelo professor coordenador do evento que era chileno, ele havia nos explicado que esse filme lançado poucos anos depois do Golpe terminou não sendo concluido no próprio país, precisou ser todo filmado em locações na França e Bulgária. Por isso mesmo, confesso ter chegado a estranhar o fato do audio nos diálogos dos personagens ser todo na lingua francesa, e não hispãnica.


Portanto, posso descrever que apesar do filme carregar algumas falhas, principalmente no que diz respeito a questão da estética, dos enquadramentos e  do aúdio também não ser dos melhores por causa dos problemas de produção durante a concepção do filme. 
Ainda assim ele é um filme que vale a pena para  quem assim como  eu que é formado historiador ou de outras ciências humanas utlizá-lo como referência para estudo, análise ou mesmo compreensão do que foi esse triste episódio na história política chilena. Ele não só reconstitui os dias, semanas ou mesmo meses antecedentes de como Pinochet se organizou junto com toda a Força Militar para destroçar Allende do cargo de Chefe de Estado contado com a ajuda americana e também brasileira para concretizar esse feito. Como também reconstitui os anos antecedentes, como a eleição de 1970 marcada pela dificil vitória de Allende.  Ele também reconstitui todo o cenário da destruição da capital Santiago durante a Luta Armada de quase toda a população contra as Tropas de Pinochet, assim como  também retrata a maneira como Allende manteve uma postura firme em não ceder  a ameaça dos militares para renunciar ao cargo e ir viver exilado no estrangeiro e se manteve firme lá até observar o Palácio La Moneda ser invadido pelas tropas pinochetistas e lá morrer sob circunstãncias muito misteriosas. Suspeitando-se até de suicidio, comprovado  recentemete  numa perícia ordenado pelo juíz Mario Carroza nos restos mortais de Allende.

Assim como também reconstitui a maneira brutal como boa parte dos guerrilheiros foram rendidos pelas tropas, e de como eram levados para a prisão onde sofreriam os mais diversos de torturas, das dores físicas para as dores psicológicas.


Esperemos que depois de conferirmos a esse filme e não só a este como também o "Machuca", que eles sirvam para a gente pensar e reflitr sobre o que foi um foi Golpe Militar num país como o Chile pelo ponto de vista dos que vivenciaram aquele triste episódio seja de qual maneira for representado, dos protagonistas, aos anônimos ligados nos bastidores ou mesmo pela ótica de pessoas de vidas comuns como os representado no filme "Machuca". E pessoalmente desejo  sinceramente que nunca mais em pleno 21 ocorra seja no Chile, ou mesmo aqui no  Brasil ou em quaisquer outros países espalhados por todos os cinco continentes do globo um Golpe Militar para implantar um Regime Totalitário.

 





FONTE:

 http://filmow.com/chove-sobre-santiago-t11382/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Salvador_Allende
http://es.wikipedia.org/wiki/Helvio_Soto




segunda-feira, 16 de setembro de 2013

FILME "MACHUCA" E OS 40 ANOS DO GOLPE MILITAR NO CHILE

No dia 11 de Setembro de 1973, o Chile acordava  do  maior pesadelo em sua história política. Esse dia simbolizou o ínicio de uma das datas mais trágicas da história do país, assim como simbolizou para os americanos quase 30 anos  depois em Nova York numa triste manhã de terça-feira de 2001 quando dois aviões apareceram na cidade e se chocaram nos dois maiores prédios do mundo, as Torres Gêmeas do World Trade Center, a mando de grupos terroristas islãmicos. O Chile viveu uma situação parecida como essa quarenta anos atrás, também testemunhou o seu céu se encher de aviões que simbolizavam a chegada  de uma nova era política, com o ínicio regime ditatorial do General Augusto Pinochet(1915-2006), que comandaria o país a  mãos de ferro  por longos 17 anos.




Para lembrar essa data nada melhor do que minha indicação de um bom filme chileno que transmiti uma excelente reconstituição desse trágico episodio no Chile, sendo carregado de  uma  visão que mostra um retratato dos antecedentes ao Golpe Militar de Pinochet, não mostrando  os bastidores do meio político, mas sim pelo ponto de vista  de dois cidadãos  comuns, melhor dizendo, a ótica de  dois garotos.

O filme em questão no qual estou me referindo chama-se "Machuca".

 



 O  interessante longa-metragem de 2004, dirigido por Andrés Wood, que  no ano passado eu tive o privilégio de conferi-lo numa sessão alternativa de cinema no antigo auditório da Livraria PotyLivros  do Praia Shopping no projeto Café com Cinema que costumava  exibir interessantes filmes cabeças. Então organizado por Antonino Cordorelli. A trama do filme gira em torno de mostrar como era vida rotineira da população da capital chilena Santiago nos dias, semanas ou mesmo meses   que antecederam  ao Golpe, e como descrito acima é mostrado pela ótica de duas crianças que simbolizam as realidades contrastantes do país, assim como no Brasil.

O primeiro a ser apresentado é Gonzalo um garoto representante  da  família de classe-média alta santiaguina, que é estudante do conceituado Colégio Saint Patrick. Cuja maioria de alunos inscritos são que nem ele, todos de famílias que representam a elite chilena, um contraste para um país até então comunista governado por Salvdor Allende(1908-1973) e ainda mais  curioso é o fato de ser ensinado a língua inglesa, idioma que representa o domínio capitalista e sendo dirigido por um religioso de sotaque inglês chamado  Padre McEnroe, que havia assumido aquele cargo por nomeação do Governo de Allende. Mostrando que pelo menos no Chile de Allende, a ideologia socialista na prática não tinha idéias tão radicais a ponto de romper com a Igreja e nem muito menos criar barreiras de conhecimento na educação de qualidade com o ensino da lingua universal simbolo do capitalismo, inclusive mantendo o funcionamento de uma escola privada. 

 Portanto, há de se deduzir que  será nesse contexto que o filme vai transmitir  como foi o Golpe Militar de Pinochet pelo ponto de vista dos  próprios chilenos. Vai ser na mesma escola Saint Patrick que para grande  surpresa do Gonzalo,  o Padre vai apresentar como novos alunos inscritos, um grupo seleto de garotos das favelas do país, entre eles está o  protagonista-homônimo  Pedro Machuca.








   




O mais curioso na ocasião em que fui conferir ao filme, é que 
 semanas antes, eu  havia acompanhado na televisão um noticiário em que no Chile da contemporaneidade, um grupos de manifestantes fizeram protestos contrário a veiculação de um filme-documentário que retratava a trajetória de Pinochet por uma visão bastante tendenciosa, o endeusando, como uma espécie de herói a quem as elites inconformadas com o modelo econômico e politco socialista caótico de Allende, o colocaram para salvar o país daquela calamidade, isso porque há alguns chilenos que tem a opinião favoravel ao governo de Pinochet, e outros contrários.  Mostrando o quanto que esse acontecimento para boa parte da população ainda é uma  ferida não cicratizada para a maioria do povo do Chile. Uma das "Veias Abertas da América Latina"*.



Mesmo "Machuca" sendo o protagonista-homônimo do longa, o ponto de vista que eu pude sentir e isto inclusive foi discutido logo após o fim da sessão, é que ao longo de como o enredo vai sendo costurado e conduzido pode ser notado  que a ótica  mais prevalecente é de  Gonzalo.
  

E também ao longo da construção da estética trama pode ser notado a abordagem do tema de uma forma não muito sutil,  numa linguagem sucintamente carregada  com umas pitadas de liberdades poéticas mesclado a outros elementos cinematográficos entre o peso de um  drama e  a leveza de um filme de  comédia cujas situações são provocadas pelas ações alienadas de Gonzalo,  a reconstrução de todo o contexto histórico pela visão de dois indivíduos que representam as diferentes camadas sociais do país. 

De um lado há a visão do Machuca, o menino que representa a camada social proletária do país, vivendo nas periferias, portanto, ele representa a população marginalizada do país descendente dos indigenas. Como dito acima ele se inscreve na escola na conceituada Escola Saint Patrick junto com outros garotos vindos das favelas como ele, graças a um programa adotado pelo governo de Allende e que este resolveu colocar em prática ao "resolver aplicar no colégio uma política que permite o ingresso na instituição de alunos pobres."**  Ele é um garoto que demonstra ter uma forte personalidade, e isso fica evidente em umas cenas em que mostra ele na escola reagindo agressivamente aos bullyings praticado pela maioria dos colegas riquinhos, mostrando  saber  bem como se defender. É também apresentado a maneira como ele participa dos engajamentos políticos em um momento de clima tenso no país. O menino Machuca parece até criar uma imagem arquetipa um tanto quixotesca da figura do menino pobre consciente  da sua condição numa realidade sem máscara e bem esclarecido e isso fica bem evidente  numas cenas onde mostra  ele participando das diferentes manifestações contrárias e a favor do Governo Allende onde acompanhado de um "tio"  e de sua companheira Silvana vendendo as bandeirinhas  e ao mostrar o lugar  onde mora, numa casa bem simples bem desconfortável, sem saneamento básico vivendo só com a mãe e uma irmã menor, sem a presença que aparece numa cena todo embriagado e violentando a mãe do garoto e este o apresenta para Gonzalo, que se tornar o único garoto do colégio com quem tanto um quanto outro criam uma forte afeição fraternal, talvez porque Gonzalo tenha criado uma forte identificação com Machuca pelo fato de que ele também era vítima de bullying no Colégio e isso vai ficando mais evidente a medida que os colegas ao perceberem a tamanha proximidade entre eles os provocam com brincadeiras insinuosas de que eles teriam interesses afetivos que conotassem que seriam provalvemente gays?



















Já o Gonzalo apesar de representar a camada mais elitizada do país, está mais contextualizado com a realidade, não que o protagonista-homônimo seja distante da realidade, mas tipo o que não só a meu ver mas pelo que também foi colocado durante a discussão que após a sessão desse filme no auditório da Livraria PotyLivros no Praia Shopping, o que pode ser sentido de mais evidente que o Gonzalo represente mais realidade é a maneira como ele carrega uma personalidade oposta ao do Machuca, não é um garoto de personalidade forte, demonstra ser bastante alienado e isso fica evidente quando ele é impulsionado pelo Machuca a entrar nas manifestações sem entender direito, essa sua personalida  o torna um tanto apolítico.  O  fato de  Gonzalo ser o gancho para a condução da história e não o Machuca pode estar talvez  na maneira dele representar a típica imagem do garoto que como qualquer vive numa grande crise existencial principalmente nesse contexto histórico do Chile onde vivendo num ambiente familiar muito  mascarado pelas aparências  onde os país dele de uma maneira um tanto distorcida tentam se manter as aparências de uma família perfeita, mas escondem do Gonzalo que  não estão mais unidos conjugalmente, e o tempo todo escondem dele segredos, do pai há uma cena que mostra ele abrindo um depósito com materiais de revistas contrabandeadas deixando  dúvida se ele enriquecia de maneira ilícita, o que sugere que ele deve figurar como uma espécie de intermediador do mercado negro. Quanto a mãe ela dá a conotação de ser uma adultera, e tem como amante  um senhor chamado Roberto, que representa aquela típica  figura do amigo de todos e isso fica muito evidente em uma cena onde Gonzalo no momento em que estava de visita  na casa deste, ao se dirigir no quarto dele para falar com a mãe do seu susto ao ver um grupo de  pessoas na rua caçando cachorros, e no momento que vê Roberto abrindo discretamente a porta observa sua mãe deitada na cama dele com um lençol cobrindo o corpo dela sem roupa, sugerindo que até aquele momento eles estavam fazendo sexo. E não bastando  só os país desajustados  que vivem mascarando para ele uma idéia de padrão perfeito de família, o Gonzalo ainda tem uma irmã mais velha  muito mais sem noção que os país, isso porque ela  namora um cara  drogado e beberrão, que vive a empurrando  para seguir  o mau caminho dele,  ao ponto dela servir de mau exemplo para  Gonzalo a ponto deles empurrarem um garoto fe 11 anos a experimentar, cheirar, fumar e beber, e isso fica bem evidente numa cena em que ela promove em sua casa uma festa para comemorar o seu aniversário e ele leva o Machuca como seu convidado e impulsionados pelas maluquices experimentam as drogas entorpecentes.  Chegando a um momento onde mostra os dois perdendo tão cedo a inocencia e a ingenuidade quando usam essa mesma substancia para participarem de um beijo orgiástico com Silvana, a melhor amiga de Machuca na periferia onde este mora.



 






O que se pode concluir de "Machuca" é o fato dele criar uma concepção de como num país como o Chile de 1973, em um contexto histórico  muito conturbado onde duas crianças de realidades tão distintas mostraram não terem barreiras para construirem uma amizade que acabou ficando abalada no momento onde ocorre a chegada da tão fatidica Terça-Feira, 11 de Setembro, numa cena onde mostra Gonzalo olhando passar pelos céus e espantado porque o Golpe. É dessa forma que os caminhos deles se separam. Inclusive, há uma cena onde Gonzalo quando vai visitar o local vai visitar o Machuca, e ao observar os guardas chilenos espancando e violentando ele e todos ao redor, Gonzalo fica  observa sem reação, estático apático, e talvez seja por isso que quem ao assistir ao filme sinta mais identificação com Gonzalo, porque, ele ao contrário do Machuca é o tempo todo imprevísivel, bem diferente do Machuca que é sempre previsível no vigor que demonstra ao saber se defender de qualquer provocação.

Fica a impressão que quando ele age mesmo sem falar nada, pode ser sentido a ótica dele de lidar com os problemas que podem aparecer pela frente durante os trajetos da vida mostrado no decorrer do filme. Gonzalo é tão imprevísivel até mesmo na maneira como auxilia o Machuca, como numa cena eles na escola durante uma avaliação em sala de uma prova de inglês, o Machuca desesperado porque em outra escola que passou jamais tinha aprendido os conceitos de outros idioma, ele distraidamente vê não sua ser pega pelo Gonzalo que é quem preencheu para ele as frases traduzidas do espanhol para o inglês.


A prevalência da ótica dele no filme, chega a deixar a impressão de que o filme é narrado pela pessoa de Gonzalo e é ele mesmo quem constroi na figura no Machuca, a figura do único amigo que simbolizou uma figura heróica defensor dos fracos e oprimidos, como o Zorro que aparece sendo citado no filme.  O filme conclui também mostrado que após instaurado o Golpe de Pinochet, não só houve mudanças trágicas no relacionamento entre Gonzalo com Machuca, como também é mostrado que no Colégio Saint Patrick ao ser tomado pelas tropas governamentais, eles destituem o Padre McEnroe do cargo da diretoria e passam a adotar uma nova metodologia de ensino e colocando de Pinochet com o intuito de convencer as crianças a praticarem o culto ao chefe, típico de um regime totalitário.


E dessa maneira posso concluir que o filme é bem indicado para se fazer muitas reflexões sob diferentes pontos de vistas, sob diferentes aspectos de a história não é feita só pelos heróis, mas também de pessoas como o Gonzalo e o Machuca.

 

FONTE:

http://www.interfilmes.com/filme_15192_machuca.html http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdefilmes/1559726 http://dialogoscriativosnatal.blogspot.com.br/** http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=492 http://www.adorocinema.com/filmes/filme-57037/ http://criticadearte.blogspot.com.br/2005/08/machuca.html 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Galeano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Las_venas_abiertas_de_Am%C3%A9rica_Latina

sábado, 7 de setembro de 2013

RoboCop Official Trailer #1 (2014) - Samuel L. Jackon, Gary Oldman Movie HD

   



Confiram o trailer do filme de Reboot de Robocop, previsto para Fevereiro de 2014, que irá contar com a direção do José Padilha(Tropa de Elite 1 e 2)

Ele promete.