quarta-feira, 29 de setembro de 2021

ESPECIAL 007: TIMONTY DALTON

 

FOI JAMES BOND EM APENAS DOIS FILMES: TIMONTY DALTON

 



 

O final da década de 1980 precisava renovar James Bond, e só o estilo de ação capenga de Roger Moore(1927-2017) já não era suficiente para atrair a geração jovem dos anos 1980 para despertar o interesse ainda mais visto a forte concorrência com os filmes de ação estrelado por astros brutamontes bombados e de caras duras  como foram Sylvester Stalonne, Arnold Schwarzzeneger, Jean-Claude Van Damme, Chucky Norris dentre outros, foi então que eles decidiram renovar com outro ator no papel, desta vez, tendo Timothy Dalton assumindo o papel em apenas dois filmes que analisarei abaixo seguindo os mesmos critérios de antes.

 

007-MARCADO PARA A MORTE (1987)

No primeiro filme da série 007  que Dalton estrelou como James Bond que foi em 007-Marcado para a Morte(The Living Daylights, Reino Unido, 1987) o 15º da franquia 007 que contou com a direção de John Glen comandando o quarto filme seguido da franquia 007 ao longo dos anos 1980.



O seu enredo mostrava “James Bond – o agente 007 – é enviado para ajudar na deserção de um oficial da KGB, o General Georgi Koskov, cobrindo sua fuga de uma sala de concertos em Bratislava, Eslováquia. Durante a missão, Bond nota a presença de uma atiradora de elite da KGB enviada para impedir a deserção de Koskov. Desobedecendo ordens para matá-la, ele atira no rifle, e então usa o Oleoduto Trans-Siberiano para levar Koskov até a Áustria e depois para o Reino Unido.Após sua deserção, Koskov informa o MI6 que a Smert Spionam (Morte aos Espiões), antiga política da KGB, foi reativada pelo General Leonid Pushkin, seu novo chefe. Koskov é mais tarde sequestrado e presume-se que ele foi levado de volta para Moscou. Bond recebe ordens de encontrar Pushkin em Tânger e matá-lo para impedir outras mortes de agentes e o agravamento das relações entre a União Soviética e o ocidente. Apesar do conhecimento prévio que Bond possui de Pushkin o fazer duvidar das afirmações de Koskov, ele concorda em cumprir sua missão ao saber que o assassino de 004 deixou um bilhete escrito "Smert Spionam".”




 

Dalton como protagonista mostrou um desempenho ainda que razoável em  Marcado para a morte  com um perfil mais sério do James Bond, com uma cara dura,  mas mantendo a essência sedutora e aventuresca,  ainda mais   nessa obra que marca o último filme da série da Eon Productions a ter um título originado dos livros de Fleming até ocorrer a adaptação de Cassino Royale em 2006, que marcaria o primeiro da série protagonizado por Daniel Craig. Ele também é o que se pode descrever que marca o fechamento de um ciclo importante na história da série 007. Que nesse período já estava deixando de ter as características que remetiam  aos filmes clássicos do 007 dos anos 1960, estrelado pelo Sean Connery(1930-2020). O único resquício que ainda remetia aos filmes clássicos   da série 007 dos anos 1960 era a presença de Desmond Llewelyn(1914-1999) representando o excêntrico Q., o responsável por criar as tralhas tecnológicas para 007 enfrentar os combates mais absurdos e mirabolantes. Já que outros atores que representavam os importantes  personagens do MIG nos primórdios da série como Bernard Lee havia falecido em 1981, mesmo ano do lançamento de 007- Somente Para Seus Olhos, filme no qual ele nem participou.  Robert Brow(1921-2003) foi quem passou a representar o papel a partir de 007 Contra Octopussy (Octopussy, Reino Unido, 1983) e Lois Maxwell(1927-2007) que por 23 anos representou o papel da secretária Moneypenny e se aposentou do papel após 007-Na Mira dos Assassinos(A View to a Kill, Reino Unido, 1985), quem assumiu o papel dela nesse e no filme seguinte foi Caroline Bliss.




Outros nomes  do elenco a serem mencionados são de Maryam D ´Abo, a violoncelista russa  Kara Milovy, bond girl da vez acompanhando James Bond em suas aventuras, o seu alvo no início da história,  inclusive há uma cena  dela acompanhando Bond em fuga caminhando em fuga nas neves alpinas da Áustria, se eu não estiver enganado num trenó, onde ela usa o seu violoncelo para um momento muito nonsense de virar uma espécie de remo na neve  e como se não bastasse isso, passa num posto de fronteira o fazendo voar. O elenco também contou com as participações do holandês Jeroen Krabbé como o Genneral Koskov, um dos vilões da história, o americano Joe Don Baker como Brad Wihtaker, outro antagonista da história. O britânico John-Rhys Davies, famoso por fazer o Salah na série de filmes de Indiana Jones, representou também outro antagonista da obra o General Pushkin, que vira aliado de Bond. John Terry sendo uma das representações do agente americano Felix Leiter, muito recorrente na franquia 007. Julie T. Wallace representando a Rosika Miklos, uma engenheira russa  que deixa 007 entrar secretamente numa usina nuclear de Praga, e que para distrair o vigia o seduz tentando mostrar os seios. O alemão Andreas Wisniwski como o Necros, o assassino com aquele estereotipo clássico de alto, forte, atlético e de cara dura, um típico mal-encarado que promove uma explosão numa mansão onde 007 estava hospedado. O paquistanês Art Malik que representou o afegão Kamran Shah, um guerreiro mujahidin, que luta contra a invasão das tropas soviéticas  no Afeganistão que Bond conhece na prisão, o filme foi lançado bem na época em que o país estava enfrentando também na vida real  uma guerra com as tropas soviéticas. O mesmo  país que na  posteridade foi tomado pelo grupo fundamentalista Talibã em 1996, surgido e originado após a expulsão das tropas soviéticas no final dos anos 1980. Que após os atentados as Torres Gêmeas em 2001, foi deposto pelos americanos e que agora vinte anos depois, eles retomaram o poder no país após a saída das tropas americanas no Afeganistão. E por fim, mencionar a participação do alemão Walter Gotell(1924-1997), representando pela última vez o papel do General Gogol, já bem no finzinho do filme. Papel que ele já representava desde de 007-O Espião Que Me Amava(1977).



O filme teve na sua abertura cantada pelo famoso conjunto musical norueguês A-Ha, que era mundialmente  muito  popular entre os jovens naquela época, inspirados na onda pop da new wave, como foi no filme anterior que eles colocaram o conjunto musical britânico Duran Duran que tinha forte apelo entre os jovens dos anos 1980. Foi como uma  forma de renovação do seu público. Um fato curioso sobre a produção musical desse filme. É que ele marca o último a contar com a assinatura de John Barry(1933-2011) que sempre acompanhou a produção musical de toda a série 007 desde o primeiro filme 007 Contra o Satânico Dr. No(Dr. No, Reino Unido, 1962).




 



007-PERMISSÃO PARA MATAR(1989)




No segundo e último filme   que Dalton estrelou como James Bond que foi em 007-Permissão Para Matar(Licence to Kill, Reino Unido, 1989) o 16º da franquia 007  que contou novamente  com a direção de John Glen comandando o quinto filme seguido da franquia 007 sendo este o último da série dirigida por ele.




O seu enredo mostrava “Bond sendo demitido do serviço secreto britânico por insistir na investigação do atentado ao seu amigo da CIA, Felix Leiter e sua esposa. Bond vai atrás do chefão de um poderoso cartel de drogas que mandou matar o casal. Desta vez ele não está a serviço do governo britânico, mas atrás de vingança.”




Dalton fez uma representação bem melhor do que foi em relação ao anterior, principalmente ao representar o lado mais dramático, mais humano de sua vingança, com um vilão a altura. Nessa obra que pegou bem referência ao tráfico de drogas na América Latina.




Nesse filme que contou em seu elenco com Robert Davi como o traficante Franz Sanchez,o então desconhecido Benicio Del Toro como Dario, capanga de Sanchez, a americana Carey Lowell como a bond girl Pam Bouvier, Talisa Soto como outra bond girl Lupe Lamora, Antony Zerbe como Milton Krest, David Hedison(1927-2019) como o Felix Leiter e Priscila Barnes que representou a Della Leiter, esposa do Felix Leiter, o mexicano Pedro Amendáriz Jr. (1940-2011), filho de Pedro Amendáriz(1912-1963), que havia participado de Moscou Contra 007(From Russia With Love, Reino Unido, 1963), seu trabalho póstumo na pele do turco Ali Kerim Bey, que em Permissão para Matar, representou Hector Lopez, Presidente de um fictício pais caribenho, ditador que bem satirizava as ditaduras das ilhas centro-americanas. Dentre outros.




A produção musical ficou encarregada e sob a assinatura de Michael Kamen(1948-2003), cuja abertura a ser cantada foi da cantora Gladys Knight.





Num balanço geral, posso descrever que esses dois filmes da série 007  que Timonty Dalton estrelou, mesmo não figurando entre os mais memoráveis da franquia, pelo menos trabalharam algumas mudanças de rumo na franquia que seriam sentidas mais para frente quando em 1995 foi lançado 007 Contra Goldeneye, depois de um hiato de seis anos.  Um dos motivos foram as consequências das disputas judiciais  que Eon Productions enfrentou no começo dos anos 1990, envolvendo as complexas questões de copyright para continuar fazendo a adaptação,    onde Dalton nesse interim decide renunciar ao papel, e a EON resolve definir Pierce Brosnan como seu substituto. Mas isso é outra história.


terça-feira, 28 de setembro de 2021

ESPECIAL 007:O JAMES BOND MAIS LONGEVO: ROGER MOORE (1927-2017)

 

O JAMES BOND MAIS LONGEVO: ROGER MOORE

 




Quando Roger Moore(1927-2017) foi escolhido para ser James Bond nos anos 1970, ele  teve o duro desafio  de substituir Sean Connery(1930-2020) que foi o primeiro a representar o papel em  007 Contra o Satânico DR.NO( Dr. No, Reino Unido,1962) e ficou até 007-Os Diamantes são eternos(Diamonds Are Forever, Reino Unido, 1971), papel no qual ele retomou após a tentativa frustrada dele ter sido substituído pelo austaliano George Lazenby em 007-A Serviço Secreto de Sua Majestade(On Her Majestic Service Secret, Reino Unido, 1969), o que faz de Moore tecnicamente ser o terceiro na linha cronológica das datas de lançamento  da franquia, mais foi o segundo mais longevo,  conseguiu incorporar no implacável, charmoso, assassino e sedutor espião britânico elementos peculiares como a maneira de levantar as sobrancelhas que criou um charme a mais no personagem. Com toques mais de comédia até meio canastrão talento que ele já fazia bem na TV antes de estrelar o 007 no cinema e sem muita habilidade nas coreografias de luta. O detalhe é que Moore que o sucedeu era três mais velho que Connery.





   É tanto que ele conseguiu ficar mais tempo no papel, foram sete filmes ao longo de 12 anos.

Abaixo coloco aqui minhas análises e avaliações do desempenho de Moore como James Bond, sem seguir o critério da  ordem por minha  preferência pessoal elegendo do pior ao melhor, mas sim analisando o conceito da sua interpretação como 007  pela ordem cronológica das datas de lançamento e como cada um foi dirigido por diferentes diretores como já ocorreu com os filmes anteriores da franquia estrelados por Sean Connery:

COM 007-VIVA E DEIXE MORRER(1973)




No primeiro filme da franquia  estrelado por Roger Moore, sendo cronologicamente o oitavo da série que foi Com 007-Viva e deixe morrer(Live and Let Die, Reino Unido, 1973), que contou com a direção de Guy Hamilton(1922-2016), que já havia  dirigido dois filmes anteriores da franquia 007 que foram 007 Contra Goldfinger(1964) e 007-Os Diamantes são Eternos (1971)estrelados por Sean Connery.



 Neste primeiro filme da franquia com Roger Moore como protagonista mostrou “James Bond é enviado aos Estados Unidos para deter um traficante de droga, Mr. Big, que vende droga a custo zero para pôr seus concorrentes fora de cena e garantir o monopólio no negócio. O agente vê-se apanhado num mundo de gângsters e de feiticeiros vudu.” 



O desempenho de  Moore nesse primeiro filme como protagonista de 007, ele  ainda demonstrava uma insegurança  quanto ao tom que queria imprimir ao personagem, estava bastante cru,  ainda mais nessa história, cuja estética foi bem na pegada da onda da blaxploitation, um subgênero estrelado só por atores afro-americanos que estavam tentando brigar por maior representatividade no cinema, antes relegados apenas a papeis secundários.




Essa onda em que o filme surfou mostrou  como ele carregava uma visão racista, bastante antiquada e politicamente incorreta ao qual demonstrou que ficou,  principalmente no quesito que envolveu a representação banal da religião vudu, uma herança africana na América.




 No elenco contou com dois atores remanescentes dos tempos de Sean Connery representando os tipos mais importantes com quem 007 interage  como Bernard Lee(1908-1981) como M. chefe do MI6 e a Lois Maxwell(1927-2007) como Moneypenny,  a secretária do MI6. Também mencionar as participações de Yaphet Kotto(1939-2021) como o antagonista Kananga/Mr.Big, a britânica Jane Seymour como a Solitarie,  a cartomante usada por Kananga/Mr. Big e que desperta a paixão de James Bond que sacaneia sua habilidade com as cartas trapaceando sobre o seu destino com relação ao sexo. Outras participações do elenco  foram de Gloria Hendry como a primeira atriz preta a interpretar uma bond girl no caso a agente da CIA, Rosie Carver que não existia na série de livros de Ian Fleming, foi fruto da licença poética  da produção. A britânica Madeline Smith como a espiã italiana Miss Caruso com quem Bond mantém uns pegas logo no começo da história. O americano Clifton James(1920-2017) foi quem deu vida no filme ao cômico Xerife J.W. Pepper que tenta perseguir os capangas de Kananga, perseguindo Bond. David Hedison(1927-2019) numa das representações de Felix Leiter. Geofrey Holder(1930-2014) fazendo uma representação bastante estereotipada e em tom racista sobre religião de origem do  vudu como o Barão Samedi que é uma importante entidade dessa crença e Julius Harris(1923-2004) numa representação bastante banal  como Tee Hee Jonhson,  o capanga de Kananga naquele bem perfil bem característico do alto, forte, mal-encarado e com o braço amputado usando um gancho, como se não fosse bastante toda a representatividade preta afro-americana ficar banalizado, outra prova do quanto o James Bond antigo também carregava uma visão politicamente incorreta a respeito de outros grupos sociais.   Também destacar a   ótima música tocada pelo ex-beatle Paul McCartney, acompanhado  da banda Wings. Tocando um tipo de sonoridade que começa bem lenta e depois vai adquirindo uma adrenalina, que combina perfeita para as cenas de ação e tiroteio em que o agente enfrenta. Uma combinação perfeita de sonoridades bem diferentes.



007 CONTRA O HOMEM COM A  PISTROLA DE OURO(1974)




No segundo filme da franquia com Roger Moore no papel que foi cronologicamente o nono filme da franquia que foi 007 Contra o Homem com a  Pistola de Ouro(The Man with the Golden Gun, Reino Unido, 1974) que contou novamente  com a direção de Guy Hamilton(1922-2016), que já havia  dirigido três filmes anteriores da franquia 007 que foram 007 Contra Goldfinger, 007-Os Diamantes são Eternos, estrelados e Sean Connery e Com 007-Viva e deixe morrer, o primeiro com Roger Moore como protagonista. 






Sua trama gira em torno de “James Bond é ordenado a recuperar um engenho que capta e produz energia a partir da energia solar e de eliminar o assassino por encomenda / matador de aluguel Francisco Scaramanga, que utiliza uma pistola e balas de ouro. 






O filme é estreado na altura da crise do petróleo e o argumento do filme baseia-se maioritariamente neste tema.” Nesse segundo filme da série 007, Moore ainda não conseguia demonstrar uma segurança para achar o tom para o papel, ainda estava cru e passando pela mesma dificuldade mostrada em Com 007 Viva e Deixe Morrer. Este filme marcou o último da franquia  a contar com Harry  Saltzman(1915-1994) como produtor-executivo da franquia, que resolveu  romper sua sociedade com Albert R. Broccolli(1909-1996) saindo assim da sua sociedade com a  Eon, após uma série de desentendimentos criativos  sobre os rumos da série e como Saltzman não estava satisfeito com a escolha e o empenho de Roger Moore como protagonista neste filme, que contou em seu elenco de Bernard Lee como M., Lois Maxwell como Moneypenny  e Desmond  LIwelyn(1914-1999) na pele do Q. Também contou também com o britânico  Christopher Lee(1922-2015), o eterno astro do cinema de terror, que foi uma das encarnações de Drácula no cinema e que nas posteridade representou vilões em grandes franquias como o Saruman na trilogia de O Senhor dos Anéis (2001-2003) e em O Hobbit(2012-2014) e o Conde Dooku na segunda trilogia de Star Wars(1999-2005) é quem se encarregou de representar na obra o papel do antagonista Francisco Scaramanga que tem como característica um terceiro mamilo e usa sua pistola de ouro, onde logo no início é mostrado  ele treinando  com a arma fazendo referencias de metalinguagens ao cinema desde o faroeste ao de gangsters e ao cinema expressionista alemão. 






E com Bond encena um dos momentos mais memoráveis que é o duelo no estilo faroeste, o ator até que desempenhou bem o papel mesmo não tendo agradado tanto a crítica.  






O elenco também contou com as participações do francês Hervé Villechaize(1943-1993), que foi responsável por representar Nick Nack,  o anão capanga de Scaramanga numa representação bastante banal das pessoas com deficiência física, no caso aqui dele como anão, o que bem prova a visão politicamente incorreta que esses filmes antigos representam hoje em dia. 




Que posteriormente se tornaria o futuro astro da famosa série de TV Ilha da Fantasia(Fantasy Island, EUA, 1978-1984) representando o Tattoo, onde dividia o protagonismo com  o mexicano Ricardo Montalbán(1920-2009) que fazia o Sr. Roarke.  Clifton James repetindo o papel do Xerife Pepper que aparece na cena curtindo suas férias na China, o mesmo lugar onde  coincidentemente Bond estava investigando  as operações de Scaramanga. 




E ele inventa de participar numa dessas perseguições a ponto de aparecer uma grande piada muito forçada e soltando uns comentários racistas a respeito dos asiáticos, principalmente quando Bond faz uma manobra perigosa entre uma ponte e outra que temos o som de uma sonoplastia bem forçada  que fez forçar bastante a barra. O que bem já mostrava qual seria o caminho que Roger Moore passaria a adotar como seu James Bond, um sujeito que não se levava muito a sério e fazendo uns tons coreógrafos de lutas  tão pífios que passariam a ficar bastante brega. Outras participações a serem mencionadas vão para as duas suecas que fizeram as sensuais  bond girls no filme como  Maud Adams na pele da Andrea Anders, que no começo era amante de Scaramanga e depois que resolve trai-lo é morta  e Britt Ekland como a Mary Goodnight, uma dentre as muitas de nomes bastante exóticos que já apareciam na história da série e uma dentre as muitas colocadas com este intuito de objetificação sexual. 





Ela até que foi bem introduzida como uma boa ajudante para Bond em sua operação para caçar Scaramanga na China, mas em três diferentes momentos ela cometeu tanto deslize que só atrapalhou como quando vai atrás de Nick Nack  e Scaramanga a rapta, quando dá um soco num capanga de Scaramanga na sua mansão numa ilha da Tailândia,   faz ele cair num tanque cheio de liquido ácido  que vai provocar o grande acidente, pior ainda é no clímax da obra, no ponto de virada, onde ela  de biquini tentando salvar Bond, mas comete uma escorregada, onde ela liga o aparelho de superaquecimento que gera a energia solar sem perceber pela encostada na sua bunda onde eles dão  um close anatômico nela, provando o quanto dessa forma ela havia sido pensada de objetificação erótica foi imaginada. Também destacar a participação do sul-coreano Soon-Tek Oh(1932-2018) que representou o Tenente Hip, o contato de Bond na China em sua caçada a Scaramanga. Richard Loo(1903-1983) que representou Hai Fat, o milionário tailandês que foi sócio de Scaramanga. 




O indiano Marne(1914-1992) que representou o fabricante de armas Lazar em Macau na China, que tinha como seu grande cliente o Scaramanga. Carmem Du Sautoy  como a dançarina do ventre Saída de quem Bond dá uns pegas para conseguir a preciosa joia pregada no seu umbigo.   E o chinês Yao Lin Chen que representou o papel de  um instrutor de kung fu nas cenas de Bond num Templo Budista  cuja estética aproveitava a onda do gênero Kung Fu que estava em alta no Ocidente, principalmente os estrelado por Bruce Lee(1940-1973).





Também destacar a música-tema da abertura que foi interpretada pela britânica  Lulu, a mesma que antes já produzido e cantado para um tema de outra obra cinematográfica que foi em Ao Mestre, Com Carinho(To Sir, With Love, Reino Unido, 1967) onde também representou uma das alunas do Professor Trackeray(Sidney Portiers). A contagiante música foi a que menos agradou a crítica   em toda a história longeva da franquia 007.



007-O ESPIÃO QUE ME AMAVA(1977)



   No terceiro filme da série  007 que foi   estrelado por Roger Moore, sendo cronologicamente o décimo da franquia que foi 007-O Espião que me amava(The Spy Who Loved Me, Reino Unido, 1977) que foi dirigido por Lewis Gilbert(1920-2018) que já havia dirigido outros filmes da franquia 007. Marcou um momento importante para história da série, pois, este foi o primeiro em que Brocolli passou a comandar sozinho na Eon  a franquia 007  até a sua morte em 1996 após ter rompido  a sua sociedade com Saltzman.  Isso tanto pode ser percebido que é a partir desse filme nos créditos de abertura só aparece o nome de Brocolli como produtor-executivo e não mais dividindo com  Saltzman. E foi a partir desse que Roger Moore realmente passou a definir o tom do seu James Bond com um perfil mais canastrão, voltado para a comédia e para o charme e a sedução com um nível mais brega na coreografia de luta.




Neste filme James  Bond irá investigar “Submarinos nucleares britânicos e soviéticos estão a ser roubados em alguns lugares do Mundo. 








Na Áustria, Bond escapa de uma armadilha feita por soviéticos matando um deles. Esquia pela montanha até saltar de uma ravina e abre um paraquedas com a bandeira do Reino-Unido. 






 Ao regressar ao país, Bond é informado que alguém está a roubar as rotas secretas dos submarinos. O agente viaja para o Egito para se encontrar com um vendedor.



 Encontra-se primeiro com uma agente soviética chamada Anya Amasova que se torna a sua rival. Ambos viajam até Luxor atrás do micro-filme com as rotas dos submarinos. Os superiores dos agentes concordam em torná-los parceiros. Bond e Amasova viajam até a Sardenha onde a última é salva pelo agente do parceiro de Stromberg, Jaws. Os dois disfarçam-se de casal de biólogos e visitam Stromberg em seu laboratório marinho chamado Atlantis. Após a visita, os dois saem de carro mas são perseguidos primeiramente por helicóptero. Na fuga, o carro submerge no mar e transforma-se num submarino. Ao tentarem espiar a Atlantis são atacados por mergulhadores, e, ao submergirem, por um sidecar e outro veículo. Amasova promete irá matar Bond ao fim da missão, ao saber que ele matou seu amante, que estava em missão na Áustria.”




Além dos nomes  já mencionados Bernard Lee, Lois Maxwll e Desmond LIewelyn como M., Moneypenny e Q., o elenco desse filme também contou com a participação da  americana Barbara Bach, futura esposa do ex-beatle Ringo Star,  co-estrelando como a  espiã soviética,  Major Anya Amasova uma das bond girls, também chamada pelo seu superior da KGB, o  General Gogol de Triplo X. Inclusive o personagem  vai a partir desse filme se tornar presença frequente nos filmes posteriores da série até 007-Marcado para a Morte(The Living Daylights, Reino Unido, 1987). Onde foi representado pelo alemão Walter Gotell(1924-1997). Outro também alemão presente no filme foi  Curt Jügens(1915-1982) na pele do antagonista Karl Stromberg, o megalomaníaco milionário com o seu plano mirabolante de destruir o mundo com a energia atômica provocando uma guerra nuclear. O americano Richard Kiel(1939-2014) foi quem deu vida ao Jaws, o capanga de Stromberg, gigante com uma dentadura de aço para matar suas vítimas mordendo os pescoços no  melhor estilo vampiresco e com jeito amedrontador  de mal-encarado e que não fala nenhuma palavra, remetendo um pouco  ao Oodjob(Harold Sakata), em 007 Contra Goldfinger(Goldfinger, Reino Unido, 1964). Numa representação bastante antiquada e politicamente incorreta a respeito dos deficientes físicos com problemas de gigantismo, do mesmo jeito como foi anteriormente com o anão Nick Nack em 007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro(1974). Também mencionar a participação de Caroline Munro como a bond girl Naomi, a capanga de Stromberg que fica encarregado de recepcionar Bond e Amasova ao seu quartel-general e na perseguição a James Bond usa um helicóptero e é eliminada por ele quando este solta uma bomba do seu carro. A bosnia Olga Bisera na pele da Felicca, esposa de Max Kalba no Egito que é morto pela mordida do Jaws que foi representado pelo francês Vernon Dobtcheff e o jordaniano Nadim Sawalla como Fekesh, o dono do restaurante com o micro-filme, que também é eliminado por Jaws.





Destaque para a bela canção romântica interpretada na voz de Carly Simon para um filme, que não é tão mamão com açúcar assim.  Mas de todo o jeito não tem marmanjo que ao procurar por seu par romântico, não se delicie por essa música se imaginando sendo um James Bond, encontrando-se com uma bela Anya Amasova de sua vida.

 

007 CONTRA O FOGUETE DA MORTE(1979)



No quarto  filme da franquia  estrelado por Roger Moore, sendo cronologicamente o 11º da franquia que foi 007 Contra o Foguete da Morte(Moonraker, Reino Unido, 1979) que foi novamente  dirigido por Lewis Gilbert(1920-2018) que já havia  dirigido anteriormente  outros filmes da franquia 007. 





Inicialmente este filme era para ser  uma adaptação do livro  Somente Para Seus Olhos, como indicava o letreiro no final dos créditos de O Espião Que Me Amava, que James Bond voltará em Somente Para Seus Olhos



Porém, aconteceu que a Eon observou que no mesmo  ano de 1977 em que foi lançado O Espião Que Me Amava, era lançado o primeiro Star Wars(EUA, 1977), rebatizado posteriormente após o lançamento da trilogia prequel de Episódio IV-Uma Nova Esperança. Grande fenômeno na época  e resolveu entrar nessa onda, pegando a adaptação do livro  O Foguete da Morte.  Resultando de Somente Para Seus Olhos só pôde ser adaptado aos cinemas apenas em 1981.




No seu  enredo “Um ônibus espacial de uma empresa chamada Drax Industries que estava acoplada num Space Carrier Shuttle Aircraft é misteriosamente roubada causando o incêndio do avião transportador. Entretanto, Bond regressa a Londres da África do Sul mas, durante a viagem, é atacado pelo piloto e por Jaws. Consegue sobreviver e, na cidade londrina, o agente é posto a corrente do assalto do vaivém e enviado à Califórnia para investigar a empresa e o seu proprietário, Sir Hugo Drax.

Bond encontra-se com Drax, acompanhado do seu lacaio Chang, que lhe deseja uma boa estadia. O agente encontra-se com Dr. Goodhead que lhe faz um teste na centrifugadora espacial. Porém, Chang altera o teste aumentando a velocidade para acima do limite mas o agente sobrevive após lançar uma bala escondida na sua manga aos comandos da cabine. Mais tarde, Bond faz amor com Corinne Dufour no quarto dela e investiga o quarto de Drax e descobre uns planos azuis de uma forma vítrea a ser realizada por uma empresa em Veneza. Quando Drax descobre que Dufour a tinha traido, mata-a.”

 



Este filme marcou o último a contar com Bernard Lee no elenco fixo representando o papel de M., o chefão do MI6,  ele faleceu um ano e meio depois do lançamento. Foi o único a mostrar o Jaws em mais de um filme, o capanga de Stromberg em O Espião Que Me Amava, virando capanga agora de Hugo Drax neste filme. O grande antagonista da obra, o cérebro com o plano mirabolante de construir o foguete Moonraker e com umas ideias nazistas de bancar o Deus de criar seres humanos perfeitos. O alvo da investigação de James Bond, cujas locações foram feitas aqui no Brasil. Que é o que mais nós brasileiros em sua boa parte costumamos glorificar esse filme. Cuja ideia da pegada inspirada em Star Wars se mostra evidente com eles usando armas com raios lasers, inspirados nas espadas Jedis mostrou o nível do absurdo do nonsense difícil de comprar. E quando mostra ele voando em gravidade zero, ai é que preciso muita suspensão da descrença para cair de cabeça naquele contexto escapista do espaço e para também conseguir digerir a representação bastante estereotipada que o filme mostrou  do Brasil, principalmente ao exaltar e glorificar  demais a representação do Carnaval como se fosse algo do cotidiano  brasileiro mostrando o povo dançando e fantasiado nas ruas sempre.  Além de outras infinidades de absurdos nonsenses típicos dos filmes de James Bond. 




Aqui outra vez numa representação de Moore em seu tom mais canastrão, indo para o nível da comédia. O seu elenco também contou com as participações de Lois Chiles como Holly Goodhead, uma agente da CIA que Bond conhece na mansão de Drax, se fazendo passar por uma cientista pelo trabalho de infiltrada assim como James. Corinne Cléry como Corinne Duffor a responsável por recepcionar Bond a Mansão de Drax pilotando um helicóptero.




 O japonês Toshirô Suga como o Chang, capanga de Drax que usa a técnica arte marcial do kempô para tentar eliminar James Bond. Emilly Bolton que representou  Manuela, uma agente que foi o contato de James Bond em sua operação  no Brasil. O francês Michael Lonsdale(1931-2020), que representou na obra o antagonista megalomaníaco e mirabolante do  Hugo Drax. A  francesa Blanche Ravalec que representou na obra a Dolly, uma loira de óculos e penteados de Maria Chiquinha que não fala nada no filme. 





Mas foi responsável por ao ajudar o  Jaws dos escombros após este sofrer uma queda no Bondinho ao enfrentar uma perigosa luta em pleno ar com James Bond, cena que foi feita com dublê, já que seu interprete Richard Kiel tinha pavor de altura. Jaws ao ver sua cara angelical nutre uma paixão por ela que faz ele automaticamente ter a sua redenção ao ponto de nas últimas cenas dentro do foguete resolver se voltar contra Drax e se unir a Bond em nome do amor por ela. Vê aquele  clima romântico  meio forçado da redenção de um assassino que cometeu a monstruosidade de matar muita gente com sua dentadura de aço e quase assassinou a agente Manuela, é meio forçado  acreditar que ele  se apaixonando por uma mulher que o salvou com um rosto angelical puder virar um cara do bem num passe de mágica, só mesmo você  sendo muito ingênuo e  sádico para  comprar  essa ideia. O que  criou  a meu ver um toque bem mais brega a obra, como se não bastasse só as coreografias de lutas pífias de Roger Moore com seu James Bond canastrão em situações das mais absurdas dentre elas fazer amor em gravidade zero dentro do foguete com a Holly. E a rápida ponta brasileira de Carlos Kurt(1933-2003), famoso por fazer tipos mal-humorados e ranzinzas no seriado e filmes da popular  trupe  dos Trapalhões  (Brasil,1977-1995) formado pelo quarteto Didi, Dedé, Mussum(1941-1994) e Zacarias(1934-1990) e apelidado de alemão por eles sempre que era alvo das provocações dessa turma, que no filme representou o segurança do Aeroporto Brasileiro  tentando revistar o Jaws, mas morre de medo quando vê seu sorriso metálico. Também mencionar na cena de Bond entrando no Laboratório Secreto  de Drax em Veneza, na Itália. Ele quando aperta um dos botões com o código  para entrar no esconderijo podemos ouvir os botões reproduzirem o som da trilha do filme Contatos Imediatos do Terceiro Grau  (Close Encounters of The Third Kind, EUA, 1977), obra do Steven Spielberg, cujo som composto por John Williams marcava o contato da nave extraterrestre com a humanidade. Trilha,  aliás, que contou novamente com Shirley Bassey cantando na abertura do filme.




007-SOMENTE PARA SEUS OLHOS(1981)



No quinto filme da série   estrelado por Roger Moore, sendo cronologicamente o 12º da franquia que foi 007-Somente para seus olhos(For Your Eyes Only,Reino Unido, 1981) o filme contou com a direção de John Glen que ao longo da década de 1980 ainda dirigiu mais quatro filmes da franquia 007.





No enredo desse filme: “Bond tem como missão recuperar um sistema de mísseis chamado ATAC (Comunicador de Ataque Automático) que, em mãos erradas, pode pôr em risco todo a frota de submarinos britânicos com mísseis Polaris.”

 

A Eon teve um grande desafio de ao trazer  um novo filme da série  para o nascer de uma nova década, também conhecida na posteridade  como “A Década Perdida” precisou além disso de manter a fidelidade  do seu público, também teve o desafio de renovar para a geração jovem dos anos 1980. Tarefa que não se mostraria nada fácil, ainda mais porque na  Hollywood daquela década  estava surgindo uma nova tendência de heróis de ação com perfis mais brutais com corpos atléticos e bastantes parrudos e com as caras duras e que conseguiam encarar qualquer perigo no corpo a corpo sem precisar de tanta tralha tecnológica cuja leva era simbolizada por Sylvester Stalone e Arnold Schwarzzenegger, a ponto de até despertarem o início da geração saúde  e a indústria de brinquedos  tirou bem uma casquinha criando heróis para as animações como He-Man, Comandos em Ação, Thundercats dentre outros para atrair o público mais infanto-juvenil. 






E a série 007  para despertar o interesse desse público mantendo  Roger Moore como protagonista com seu estilo canastrão cômico de representar com as coreografias muito pífias, concorrer com a nova tendência surgida nos anos 1980 não seria tarefa das mais fáceis.   




Ele marcou como  o único a não  contar com um Chefe M. por respeito a memória de Bernand Lee que faleceu em 16 de Janeiro de 1981, antes de começar a participar das gravações. Só a partir de 007 Contra Ocotopussy (1983) é que um novo ator passou assumir a sua vaga no papel. Dessa forma, os únicos remanescentes da série clássica estrelada por Sean Connery como Lois Maxwell na pele da Moneypenny e Desmond Llewelyn como Q., foram os que permaneceram na franquia. Que contou em seu elenco com o britânico Julian Glover representando o contrabandista grego Aristotle Kristatos, que é o grande vilão da história que é o patrocinador da carreira da jovem patinadora Bibi Dhall, representada pela americana Lyn-Holly Johnson que tenta dar uns pegas em James Bond. A francesa Carole Bouquet foi quem representou a bond girl Melina Havelock uma arqueóloga marinha que carrega um ar meio Electra ao jurar vingança pela morte de sua família e o foco da câmera em seu rosto transmitiu bem isso. Também destacar a participação do israelense Chaim Topol na pele do Milos Columbo, um ex-sócio de Kristatos e que se une a Bond para eliminá-lo. Jill Bennett(1931-1990) que fez Jakoba Brink, a exigente treinadora de Bibi. Também destacar a participação da australiana Cassandra Harris(1948-1991) que no filme ficou encarregada de representar o papel da Condessa Lisi Von Schlaf, uma amante de Columbo a quem Bond dá ali uns pegas para colher informações como costuma fazer com suas bond girls.





 Um fato curioso é que a atriz já nessa época era  casada com o irlandês Pierce Brosnan, que futuramente foi escolhido para protagonizar James Bond a partir de 007 Contra Goldeneneye (1995). 






Ela infelizmente não chegou a prestigiar Brosnan na pele de 007, já que Cassandra Harris  havia falecido quatro anos antes,  em 28 de Dezembro de 1991, na época com 43 anos, ela era cinco anos  mais velha que Brosnan. Vítima de um câncer no ovário, o mesmo que na posteridade tirou a vida de sua filha Charlotte em 2013. Walter Gotell na pele do General Gogol, que tenta adquiri o ATAC de Krsitatos. John Wyman que representou o Krieger, o namorado da Bibi que era capanga de Kristatos, numa representação bem característica da figura de um mal-encarado. Michael Gothard(1939-1992), represento o Emile Locque, um psicopata,  assassino frio e sanguinário que a mando de Kristatos tenta eliminar James Bond. John Moreno como Luigi Ferrara, o contato de Bond em sua operação na Suíça. James Villers(1933-1998) como Bill Tanner que comandou o MI6 na ausência do Chefe M. E por fim, vale mencionar as participações de Janet Brow(1923-2011) representando a  versão paródica da então Primeira-Ministra da Inglaterra Margareth Tatcher(1925-2013), com John Wells(1936-1998) representando o marido de Margareth, Denis Thatcher(1915-2003) na cena final de Bond conversando com ela por telefone. O que bem prova como essa obra ficou datada.




Por fim, destacar a abertura que teve sua canção interpretada pela jovem inglesa Sheena Easton, que aparece cantando na abertura, botando todo ar de emoção e clima romântico bem definindo o tom brega da obra, em conjunto com o perfil sedutor, canastrão e com um  coreografia bastante pífia, voltado para a comédia de Roger Moore.





007 CONTRA OCTOPUSSY(1983)




No sexto e penúltimo  filme da série 007 estrelado por Roger Moore, sendo cronologicamente o 13° da franquia que foi 007 Contra Octopussy(Octopussy, Reino Unido, 1983) o filme contou novamente com a direção de John Glen.




O seu enredo mostrava “James Bond começa pilotando o menor jato do mundo - 12 pés de comprimento - sendo perseguido por um míssil termoguiado. Bond, ao tentar solucionar quem assassinou o agente 009, segue a pista de um Ovo Fabergé roubado do Kremlin, que aparece em uma famosa casa de leilões de Londres e que pode ser a chave do mistério, pois o agente morto foi encontrado com um Fabergé falso.Em meio à rede que se forma ao redor do ovo, o agente 007 vai à Índia e à Europa Oriental onde reencontra Octopussy, filha de um ex-inimigo seu, que para salvar a própria vida, se une a Bond para frustrar os planos de Kamal Khan, um príncipe afegão que com a ajuda de Gobinda saqueiam tesouros do último czar da Rússia espalhados pela Europa. Por trás deles está um general soviético que quer destruir Berlim com bomba atômica.”




Moore nesse filme já demonstrava evidentes sinais de não demonstrar mais tanto pique e disposição  para encarar tanta cena absurda e espalhafatosa com muita adrenalina do seu personagem, principalmente ao  sentir o peso da idade com seus 55 anos. Ele já queria parar logo em 007-Somente Para Seus Olhos (1981), mas em virtude do seu  contrato com a Eon estabelecida para mais dois filmes, ele acabou tendo de ceder.




Numa época em que a geração jovem dos anos 1980 estava mais entretida com o cinema de ação de heróis com perfis de machões  brucutus bons de porrada e Moore representando um James Bond bastante antiquado com suas péssimas coreografias de luta, mesmo não se levando a sério e indo mais na pegada da comédia nonsense. Provou como não seria para a série 007 conseguir renovar o seu  público dos anos 1980. Pode se descrever pegando emprestado  a gíria atual que já era vista como uma coisa cringe.




Se a franquia 007 sempre foi cheia de absurdos, aqui o nível principalmente numa cena onde Bond ao tentar escapar de Kamal Khan(Louis Jordan) e dos seus comparsas na floresta da Índia, ele faz uma manobra de pular de galho em galho e fazendo uma imitação de Tarzan que mostra a dificuldade de tom que o filme vive oscilando. Fora a cena ridícula de Bond fantasiado de palhaço na cena do cena ambiente no circo de Octopussy(Maud Adams). O filme marcou o primeiro da série 007 a contar com o britânico  Robert Brown(1921-2003) na pele do chefe M., substituindo Bernard Lee que já estava nesse papel desde a era Sean Connery nos anos 1960 e que havia falecido antes de começar a gravar 007-Somente Para Seus Olhos(1981). Permanecendo do elenco da Era Sean Connery como protagonista: Lois Maxwell na pele da Moneypenny e Desmond LIewelyn na pele do Q.  Dentre outros nomes presentes no elenco, há de destacar o da sueca Maud Adams que deu vida a Octopussy, a personagem que dá título a obra, uma ricaça, poderosa. Que já havia  participado dez anos antes de outro filme  da série 007 que foi em 007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro(1974), onde representou a bond girl Andrea Anders, o envolvimento amoroso do vilão Scaramanga(Christopher Lee). E nesse ela era o ponto central da história. Outra também sueca presente no elenco  foi Kristina Wayborn representando a dúbia Magda. Os britânicos David e  Tony Meyer, dois irmãos que representaram na obra,  os gêmeos circenses Grishka e Mishka do Circo Octopussy que logo no começo da história após a abertura, eles perseguem e assassinam o agente infiltrado do MI6, fantasiado de palhaço que foi usado como rima visual depois para Bond. O indiano Vilaj Amitraj que representou  o agente Vijay, o contato de James Bond em sua operação na Índia. 




O francês Louis Jourdan(1921-2015) que representou   Kamal Khan, o grande vilão da história, o principal cabeça para o plano mirabolante com uma mega bomba atômica,  o sócio da Octpossuy na Índia que planeja um conspiratório para passar a perna nela e se apoia nos soviéticos. O também indiano Kadir Bedi, que representou na obra o Gobinda, o capanga de Khan, numa representação estereotipada e até banal a respeito do indiano numa figura de mal-encarado e cujo tom de crueldade até remeteu ao Oodjob(Harold Sakata) em 007 Contra Goldfinger(1964), na cena onde após Khan uma partida num cassino para Bond, Gobinda pega uma das peças e a destrói com a mão a transformando em pó. Retratando bem o nível da sua crueldade. Parecido ao que Oodjob mostrou em Goldfinger, após vê o patrão perder uma partida de golfe para James Bond Oodjob pega a bolinha e a estoura com a mão mostrando bem o seu nível de crueldade. Aqui foi mais ou menos parecido o que Gobinda mostrou. 




E o britânico Steven Berkoff representando o mirabolante  general  soviético Orlov, que se alia a Kamal Khan. E Walter Gotell na pele novamente do General Gogol.




Como se não fosse o bastante o grau de perfil que o filme já carregava de cafonice pelas coreografias pífias de Roger Moore, aqui a coisa fica ainda mais brega quando eles apelam muito para estética kitsch, principalmente nas cenas ambientadas dentro da mansão da Octopussy na Índia nas decorações dos bichos, os extravagantes trajes circenses em cores bem berrantes e muito chamativas e as ajudantes da Octopussy trajadas com uma roupa de náilon bem apertada e de biquini para apelarem para a objetificação sexualizada, mostrou como esse filme ultrapassou os limites do mau gosto. Junte isso, a própria música romântica feita para a abertura do filme interpretada pela Rita Coolidge, já deu para sentir que de todos os filmes da franquia 007 que o Roger Moore protagonizou este foi o que ficou mais brega.  





007-NA MIRA DOS ASSASSINOS(1985).




No sétimo e último  filme da série 007   estrelado por Roger Moore, sendo cronologicamente o 14º da franquia que foi 007 Na Mira dos Assassinos(A View to a Kill, Reino Unido, 1985) o filme contou novamente com a direção de John Glen.





O seu enredo mostrava “O agente James Bond deve investigar o que há por trás do haras de Max Zorin, industrial que pretende controlar o mercado de microchips. Descobre um plano de destruir as indústrias de processadores localizadas no Vale do Silício e matar milhões de pessoas.”




Esse definitivamente foi onde Roger Moore mostrou que já não estava mais demonstrando disposição para encarar mesmo mais nenhuma cena pesada de adrenalina que exigiria muita disposição física dele, ainda mais sentindo o peso da idade e fora que naquele momento, o que estava reinando no cinema de ação eram os filmes estrelados por heróis brutamontes, e ele encarando cenas de coreografias de lutas e usando da comédia não seria suficiente para atrair a renovação do público. Fora que também o próprio se mostrou muito fraco. Varia de nível do tom de cada  cena.  Além de marcar a despedida de Roger Moore da série 007, Na Mira dos Assassinos, também marcou a despedida de Lois Maxwell, que representou pela última vez a Moneypenny, a secretária do MI6, que vivia sonhando em dar uns pegas em James Bond. Somente Desmond LIewelyn como Q. permaneceu  na série até a fase da Era Pierce Brosnan nos anos 1990.




Que também contou em seu elenco com Christopher Walken representando o vilão megalomaníaco e ganancioso do Max Zorin,  a jamaicana Grace Jones, representando a May Day,  outra dos poucos exemplos  das bond girls pretas com Bond dá pegas e é uma ajudante de Zorin. Fiona Fullerton que representou agente russa Pola Ivanova, que estava na mesma missão que 007. Que encena com ele  um dos momentos que só para esclarecer é uma opinião minha, como um dos  mais picantes que já teve  em toda a  série 007 com relação as bond girls, que é ela fazendo amor com o sedutor agente com licença para matar  numa banheira de espuma e ela tenta aproveitar a distração de Bond para tentar a fita cassete e entregar para seu chefe o General Gogol, novamente foi  representado por Walter Gotell desde 007-O Espião Que Me Amava(1977). A irlandesa Alison Doody, representando Jenny Flex, a bod girl que passa o filme inteiro trajada de jóquei desde a primeira cena onde é apresentada, que é uma aliada de Zorin. E Tanya Roberts(1955-2021) que representou a Stacey Sutton, a bond girl com quem ele  termina no final e também estrela um dos momentos também mais picante que já teve na série 007  que é quando Bond e ela fazendo amor no chuveiro com uma espiada do robô do Q.




Inclusive no livro autobiográfico que Moore publicou na posteridade ao relatar sobre a experiência de dividir a cena com Tanya Roberts, ele próprio  percebeu que pela diferença grande da sua idade com a idade dela, sendo ele trinta anos mais velha e que ao saber a mãe da atriz era mais nova que ele. Percebeu que já não dava para continuar representando o agente 007 em muitas cenas de adrenalinas que exigiriam muito preparo físico dele.



Destacar também a canção-tema de abertura interpretada pelo conjunto britânico Duran Duran, que estava mundialmente em evidência no mercado fonográfico e tinham forte popularidade   principalmente com o público jovem, com sua estética musical inspirada na onda do rock, pop, punk  e na new wave.




Uma estratégia bem interessante de tentar atrair o público jovem dos anos 1980  para um filme da série, que como já havia descrito antes, estava mais preferindo uma ação cheia de porrada bruta com astro brucutus, do que com cenas de ação pífias, estapafúrdias, nonsenses, absurdas, ridículas   e mal coreografadas de Roger Moore como James Bond na série 007 com um tom mais levado para a comédia a ponto de ficar brega. Mas mesmo assim, não se pode negar que o tom que ele encontrou conseguiu se diferenciar bastante do estabelecido por Sean Connery nos primórdios da franquia lançada nos anos  1960. Há de mencionar também  e concluir que  não foi só nas telas que Moore, deixou um grande legado para a franquia a ponto de  agir também  como herói das telas, virando embaixador do UNICEF e recebendo em 2003,  o título  da Ordem de Cavalaria da Coroa Inglesa  de Sir Roger Moore. Roger Moore incorporou no James Bond, mais do que um jeito galanteador e glamoroso com bons toques de refinamento britânico, mas também conseguiu um jeito de  humor expressado na forma de olhar ou mesmo na expressão facial e na forma sarcástica no jeito como se apresentava de “Meu Nome é Bond, James Bond”. Nenhum ator  vai se igualar ao jeito, ao estilo, ao maneirismo como Roger Moore fez James Bond. Aqui fica a homenagem. “Eu queria um whisk Dry Martini, Batido, mas não mexido”.