terça-feira, 20 de março de 2018

domingo, 18 de março de 2018

RESENHA DO FILME TOMB RAIDER-A ORIGEM(2018)


Na noite de sexta-feira, 17 de Março de 2018, fui conferir no Midway Mall ao recém-lançado  Tomb Raider-A Origem(Tomb Raider, EUA,2018). Mais novo filme inspirado numa franquia de videogame surgido em 1996 desenvolvido e criado pelas empresas  Core Design e Crystal Dinamics para Playstation. 












Cuja protagonista Lara Croft, representa uma investigadora arqueóloga, nascida em berço de ouro que se aventura pelos lugares mais inusitados do mundo em busca de caçar artefatos raros.  Confesso que eu nunca tinha jogado antes o jogo, Inclusive tenho de admitir que fiquei bastante receoso quanto a escolha de Alicia Vinkander para assumir o papel da heroína neste reboot que havia ganhando outras adaptações para cinema na pele da Angelina Jolie ao qual eu tenho ainda muito fresco na memória o tipo de performance que ela fez no papel em Lara Croft-Tomb Raider(2001) e Tomb Raider-A Origem da Vida(2003), fiquei com medo de  que Alicia Winkander pudesse estragar com   uma versão muito nutella da  Lara Croft. 













Mesmo porque esta ideia de adaptar um videogame  para o cinema é uma coisa que deixa qualquer um bastante receoso, especialmente para estruturar os personagens dentro dos arcos narrativos, não é uma tarefa das mais fáceis e o histórico de adaptações de games para cinema não é muito favorável.  O que me motivou a querer ir conferir a este foi a convite do meu amigo Hédipo que por ser muito fã da personagem  e conhece bem aprofundado as características dela no universo game, me proporcionou a poder conversar e trocarmos ideias sobre a obra.  Mais inusitado que isso foi nos temos entrado na sessão acompanhado de um monte de esfirras do Habib´s para fazer uma boquinha lá no cinema. Admito que eu sai do cinema bastante surpreendido,  principalmente  como eles souberam estruturar bem  o roteiro com um outro tipo de pegada. Alicia Vinkander me surpreendeu com sua desenvoltura mostrada no papel, diferentemente da representação da Angelina Jolie que nos dois filmes que estrelou nos anos 2000, mostrou boa aptidão para encarar a personalidade heroica da personagem, que os fãs já bem conheciam, dentre estas características estava dela ser bem determinada, durona, investigativa com aqueles toques detetivescos que bem remetiam aos filmes de Indiana Jones.  E se utilizou bem do seu charme característico de musa  femme fatale  no jeito de olhar e com sua boca carnuda um elemento a mais de sexy appeal  na personagem do videogame que muitos fãs já bem conheciam, ou seja, com mais sensualidade, é tanto que foi graças a este papel que Jolie ficou mundialmente famosa, ela que até então só tinha estrelado produções menores, a Lara Croft representou para ela um importante divisor de águas em sua carreira. Já a maneira como Alicia Vinkander  representa a protagonista neste reboot da franquia, é surpreendente mesmo ela não mostrando o mesmo charme sensual ou mesmo uns  maneirismos de sexy appeal que Angelina Jolie imprimiu na personagem ainda assim sua performance é brilhante especialmente por a representar em um enredo que introduz o seu lado mais humano, menos heroína durona e sexy como estávamos a ver na pele da Angelina Jolie.  Logo de cara esta diferença pode ser sentida ao mostrar a heroína primeiramente vivendo uma típica vida comum, em sua jornada de autodescoberta, já que não estava conformada com o  sumiço  do seu pai Richard Croft (Dominic West) ao fazer uma expedição numa ilha japonesa de Yamatai, para escavar um artefato místico de uma antiga rainha. Ao longo do tempo que ele ficou sumido, já o haviam dado como morto.   













Nesse primeiro ato do filme, nos somos apresentados a ela vivendo uma vida meio porra louca, trabalhando como entregadora de pizza e se envolve com uma gangue de ciclistas, onde pratica uma arriscada corrida nas ruas movimentadas de  Londres. É neste momento que ocorre dela sofrer um acidente de carro que a leva para prisão. Na delegacia, ela é solta quando  uma senhora, sua tutora paga sua fiança, que a chama para uma reunião na empresa do seu pai para assinar algumas papeladas de sua herança.  É que ela descobre do paradeiro onde da ilha onde seu pai foi fazer a escavação do sagrado objeto e disso então temos inicio a  construção de sua jornada como heroína. Como já havia aqui descrito, eu gostei muito da representação da Alicia Vikander no papel principal, me surpreendeu demais, não esperava nada. Além de mostrar segurança para desempenhar a personagem numa mais humanizada, mostrando suas imperfeições, bem o contraste da visão badass de Angelina Jolie, ela também mostrou um bom vigor e um bom desempenho físico no papel. Inclusive tem uma incrivelmente espetacular de Parkour que ela pelas barcas de Hong Kong que é de tirar o folego.  Mais incrível mesmo  foi ver a cena de quando ela mexe na tumba da rainha da ilha Yamatai temos ali um efeito de jumps care  que deixou bastante assustado.  Outro ponto a destacar que mais gostei foi a interpretação de Walter Goggins como o vilão Mathias Vogel,  ele desempenha o arco que envolve a real motivação do seu personagem cujo objetivo envolve obter a relíquia da rainha de Yamatai para fins gananciosos. Ele não chega a ser a grande ameaça para sustentar a trama, na verdade, a presença dele no enredo serviu como uma escada para que a Lara pudesse chegar ao seu objetivo que envolvia a tumba amaldiçoada da rainha, e investigar sobre o seu pai.













Fora que também tecnicamente ele usa e abusa dos recursos de efeitos especais para criar mais agilidade nas cenas, coisas que os dois filmes dos anos 2000 ainda não tinha disponível.
Em um balanço geral, Tomb Raider-A Origem é um bom filme, que poderia ser perfeito, seria, mas também apresenta alguns pontos falhos e bastantes problemáticos. Principalmente por se tratar de uma  adaptação  de videogame então nem se fala.  Mas de todo jeito vale a pena.

terça-feira, 13 de março de 2018

CRÍTICA DE OPERAÇÃO RED SPARROW(2017)



Na noite de Quarta-Feira, 07 de Março de 2018, fui conferir ao filme Operação  Red Sparrows(Red Sparrows,EUA,2017).  













Um filme com uma ótima abordagem sobre o mundo da espionagem.  Eu não sei a quem estive lendo este texto, mas sempre que ouço falar em filmes de espionagens, a primeira coisa que me vem a cabeça são os filmes da franquia James Bond.   















Mostrando um elemento muito romantizado, glamoroso, charmoso do trabalho de espião especialmente para seduzir mulheres bonitas e com muito toque de escapismo  para enfrentar situações muito esdruxulas, inverossímeis de tão improváveis de acontecer na  vida real encarando vilões com  personalidades bastantes  vis, maquiavélicas, maniqueístas ou mesmo gananciosamente ordinárias  com planos mirabolantes ou mesmo megalomaníacos de querer bancar os deuses para dominarem o mundo inteiro aos seus pés.Com certeza, muito marmanjo queria estar no lugar do James Bond para depois de resolvido uma missão dar uns pegas num mulherão te dando mole.  No caso  de Operação Red Sparrows, o negócio é bem diferente.  Aqui não é mostrado nenhuma glamourização desta profissão de espião. Ele faz uma  apresentação  do retrato mais cruel e sórdido da podridão que envolve as constantes intrigas, e as constantes caçadas de gato e rato que envolve esta profissão.










O enredo apresenta em seu mote, um elemento bem batido sobre a espionagem que envolve as conspirações entre americanos e russos.  Uma observação curiosa de se colocar aqui, é que os russos sempre foram os preferidos dos americanos em retratá-los em suas obras da forma mais banal possível. Com aquela típica representação caricata de seres puramente cruéis com a cara dura e com a personalidade cheia de frieza. Seja nos tempos de Guerra Fria, quando a Rússia se chamava de União Soviética até 1991 com a figura dos terroristas ou mesmo dos soldados em combate e depois que voltou a se chamar de Rússia após a dissolução da União Soviética nos anos  1990, a representação deles ficou nos mafiosos.












No caso do filme, aqui não existe uma representação especifica que distingue entre o americano bonzinho bem e o russo malvadinho, todos apresentam características ambíguas e dúbias. Neste filme somos apresentados a inusitada situação da bela bailarina do Bolshoi Dominika Egorova(Jennifer Lawrence) se sujeitar a virar uma agente sparrow da SRV, muito por insistência de um tio dela Egorov(Mathias Schoenaerts), que é do alto escalão da agencia de espionagem russa.  Principalmente depois que acidentalmente durante uma apresentação ela machucou a perna, o que a tornou impossibilitada de continuar na companhia. Já que é a companhia que banca as despesas dela, como a sua moradia e assistência médica da sua mãe.  Características bem típicas do antigo regime comunista russo como são bem mostrados no filme.  Então convencida a participar para da temida Escola de Treinamento SRV  para virar uma habilidosa Red Sparrow que significa Pardal Vermelho.










Lá será ensinado todas as formas sujas, sórdidas e cheias de muito sadomasoquismo que ela terá de se sujeitar para atrair os seus alvos. Entre elas basicamente se prostituir, usando o próprio corpo para pegar atrair a presa para armadilha. Que se ela não se sujeitar a estes mandes e desmandes terá sua  vida por um fio. A todo momento ela irá enfrentar várias provas e será bastante vigiada, principalmente para a grande a missão que ela foi incumbida que é ficar na cola  do agente americano Nathaniel Nash(Joel Edgerton)  que estava na Rússia  no momento em que ela estava fazendo sua apresentação de balé.  E lá estava fazendo uma investigação sobre supostas conspirações, tramoias e intrigas internacionais. A proximidade dela com ele, resultará num envolvimento amoroso que podem botar em risco a operação. O filme apresenta no escopo do roteiro  algo que tende a não agradar todo mundo.










O ritmo da narrativa é bastante lento e vagaroso, exigi ao espectador um pouco mais de tempo e atenção para compreender e digerir toda a maneira como a história anda e possa fluir. Fora a lentidão  da narrativa,  outra situação que faz com que não agrade a todo mundo é o fato dele mostrar com muitas doses de insanidade a crueza do método horroroso e nojento usado pelas agências de espionagens russas  de fazer submeter seus subordinados a usar técnicas de sedução vendendo até o próprio corpo para atrair os seus alvos. Se você não tem nervos de aço para ver o alto  grau, o nível do teor explicito de tensão e de violência psicológica apresentado neste filme, então vou logo avisando que ele não é para você. Já se você não é do tipo que não se importa com o tom pesado deste tipo de filme, talvez ele seja bem feito para te agradar. O filme conta com a direção do Francis Lawrence, que conta como protagonista a Jennifer Lawrence, que só a nível de esclarecimento, ela não tem parentesco algum com o diretor, a única coisa de semelhante que ela carrega fora o sobrenome é o fato dela antes já ter trabalhado com ele na franquia Jogos Vorazes(2012-2015), onde ela protagonizou o papel da heroína Katniss Everdeen. 







A maneira como ele dirigi o filme com roteiro inspirado no romance de Jason Matthews que na edição brasileira ganhou o titulo de Roleta Russa, até que acerta em alguns pontos como criar a tensão psicológica em apresentar o nível de sordidez, de desumanidade  e de sujeira a quem nós temos de nos submeter para não perder a vida, mas em outros termina falhando, principalmente no quesito ação e no fato dele apresentar uma certa inverossimilhança, do tipo a maneira como o filme representa algumas características russas, como por exemplo, a famosa companhia de balé Bolshoi bancar  a casa de Dominika ou mesmo o governo russo fazer vigília constante dos seus cidadãos,  parece que não condiz muito com o cenário da Rússia atual, se caso o enredo  fosse ambientado entre as décadas de 1950/60/70 e 80 no período do auge da Guerra Fria e quando a Rússia se chamava de União Soviética talvez faria mais sentido e  seria até fácil de ser digerida. Mas em um cenário do presente, passados mais de vinte anos após a queda do regime comunista na Rússia, é querer subestimar a inteligência do espectador.  Fora a falta de agilidade na ação, que é pouco sentida. Do elenco destaco para Jennifer Lawrence como a protagonista Dominika, ela consegue transmitir uma interpretação segura, mostrando uma entrega aos diferentes tons das camadas de personalidade que envolve as dubiedade da personagem, da doce e ingênua bailarina do Bolshoi, que diante das circunstancias envolvendo o fato de se sujeitar  na SVR para se tornar uma boa sparrow, precisa se transformar numa mulher dissimulada, provocantemente sedutora, persuasiva,  fria, calculista como  uma típica femme fatale para atrair sua presa na caça, inclusive até mostra estar bem a vontade para despir o corpo totalmente, ou seja, ficar nua, pelada até mesmo nos momentos mais barra pesadas do filme.





Já Joel Eglerton como o agente americano Nathaniel Nash, mostra um desempenho razoável ao papel, especialmente pela função dele de virar  o alvo dela e ao  mesmo tempo o par romântico.    Mas é muito subutilizado, há pouco desenvolvimento dele para o arco da história, e como dá para ver  pela própria  maneira como a cara inexpressiva que ele tem dá para sentir certa apatia da parte dele ao papel. Além desses também destaco para Jeremy Irons que faz o papel do Korchnoi, um dos oficiais do alto escalão da espionagem russa, que assume a sua função de homem dos bastidores, fazendo suas estratégias e suas articulações e Mathias Schoennartes como o Egorov, o tio da protagonista que a convenceu a participar e foi quem arquitetou toda a operação para ser depois no grande reviravolta que ocorre no fim do filme.







A direção de arte deste filme é magnifica, principalmente na parte da fotografia escura que cria todo o clima sombrio e tenso da obra, a tornando bem um típico thriller psicológico. Que é bem casado com a magnifica trilha sonora do James Newton Howard cujos arranjos criados para o clima de tensão, de suspense e de constantes dúvidas que este filme aqui provoca são todos muito pontuados e o enquadramentos principalmente das cenas onde a protagonista fica pelada ficam numa ótima posição de planos, como os planos de nuca e americano usados para o momento o protagonista despe completamente mostrando inclusive o belo quadril da atriz.  Em um balanço geral, posso resumir que Operação Red Sparrow é um típico filme não muito agradável a todo mundo, especialmente pelo teor muito barra pesada que envolvem principalmente a insanidade masoquista e um tanto voyeur que a agencia de espionagem manda os seus subordinados a se sujeitarem a se prostituir e vender o próprio corpo em nome da operação e estarem sempre sob vigilância, brincando até de Big Brother. Inclusive onde Dominika ao recusar a tirar a roupa a mando de sua superior, ela dá explicação bastante sórdida de que o corpo dela ao governo russo desde que ela nasceu. E pela narrativa um tanto lenta. Se você que estive lendo postagem estiver mesmo ainda assim interessado em conferir a este filme, principalmente por ser estrelado pela Jennifer Lawrence, a atual queridinha de Hollywood e se encantar pelos deslumbres das cenas nudez dela então vá assistir sem se importar com o que já foi escrito aqui. Se eu tivesse que dar uma nota para este filme daria 5,5. Que já está de bom tamanho.