segunda-feira, 18 de novembro de 2024

A ESPIONAGEM NA BERLIM PRÉ-QUEDA DO MURO EM ATÔMICA.

 

A espionagem sempre despertou o interesse da cultura pop, principalmente em um período como a Guerra Fria. E a obra de Atômica(Atomic Blondie, EUA, 2017) serve bem para exemplificar isso. 




Pegando  para reler a HQ Atômica, após revisitar o filme na Amazon Prime Vídeo. A HQ de Atômica, eu havia comprado na livraria Saraiva do Midway Mall, em Julho de 2019. Durante a pandemia de 2020,  quando o filme entrou no catalogo da Netflix e aproveitei para dar uma lida na HQ roteirizada por Anthony Johnson e com ilustração de Sam Hart.  




No filme, adaptado desse quadrinho, tem sua história ambientada na Alemanha do final dos anos 1980, ainda dividida pelo muro, e vivendo um clima de manifestação popular tenso em plena Guerra Fria. 





É nesse ambiente que uma agente britânica do MI6, chamada Lorraine Broughton(Charlize Theron), tem a missão de ir disfarçada a Berlim para investigar o assassinato de um oficial e recuperar a lista perdida de agentes duplos e contará com o auxílio de David Percival(James McAvoy). 




Assim como também tem a dura missão de levar um dissidente da Alemanha Oriental cruzar a fronteira do país para começar uma nova vida na Alemanha Ocidental.




Isso em pleno contexto histórico tenso Berlim em Novembro de 1989, vivendo seus momentos dias com o muro símbolo da separação entre capitalismo e comunismo. 




Tanto o filme quanto a HQ, são ótimas obras de ficção que nos fazem imergir para aquele contexto do clima político tenso que vivia Berlim no final dos anos 1980. Com aquele ambiente de cultura undergrund grungie, punk, de rock. 




Ainda mais  nesse ano de 2024, em que se completaram 35 anos da Queda do Muro de Berlim. 

No filme que adapta a HQ, que conta com a direção de David Leitch, cujo roteiro foi adaptado por Kurt Johnstad, ainda que apresente suas diferenças mantém a mesma característica  da  estética noir. 





Na HQ, as ilustrações em preto e branco mostram serem bem fluidas com os jogos de luzes e sombras, que ajudam bem a compor a atmosfera de tensão, do suspense ocasionado por essa história de espionagem.

Quanto que no filme mesmo não sendo em preto e branco, trabalhou esse clima noir  da HQ principalmente ao explorar na tonalidade em azul escuro de algumas cenas  como no primeiro momento onde somos apresentado a protagonista Lorraine saindo da banheira  peladona cheia de hematomas.   





Assim como as paletas em cores em neon casaram bem  com o clima retrô que a obra apresenta nos fazendo imergir para o contexto da Berlim do final dos anos 1980 ainda dividida pelo Muro com suas modas punks, seus bares undergroud, suas baladas, e seu clima tenso de espionagem entre a agencia alemã da Stasi Alemanha Oriental com a KGB da União Soviética.  

Onde é tocado  muito revivals de músicas pop da época, com destaque que posso citar aqui é para Father Figure, sucesso do britânico George Michael(1963-2016), que é tocada numa cena eletrizante da Lorraine em combate com agentes da KGB. 

O  seu elenco é também incrível, Charlize Theron está fantástica na pele da protagonista a  agente Lorraine Broughton em sua missão em Berlim, James McAvoy na pele do David  Percival, o agente traiçoeiro da MI6 está incrível um vira-casaca que se vendeu aos russos. 

A argelina Sofia Boutella está perfeita na pele da agente francesa Delphine Lassale, com quem Lorraine chega a manter um caso amoroso a ponto de fazer sexo, cuja cena picante são de dar muito tesão ao filme. 

Do mesmo jeito como John Goldman se mostra crível na pele do Emmett Kurzfled, um dos chefões da MI6 que interroga Lorraine em seu retorno a Londres para fazer um relatório sobre a missão frustrada dela em Berlim, cujo mote do filme é todo estruturado nos depoimentos de Lorraine, estabelecendo ela como a nossa fio condutora da narrativa. 

E não posso deixar de mencionar a participação do dinamarquês Roland Møller que no filme faz uma brilhante defesa do vilão Alesandry Breymovich, o agente da KGB, que no começo da narrativa aparece matando um agente do MI6, um sujeito que apresenta um nível brutalidade e de sociopatia que o torna a mais pura maldade em pessoa. 

Um ótimo filme que equilibra entre o fato histórico com doses de ficção sobre um período turbulento da história da humanidade. 

Também recomendo para quem ainda não leu a HQ que inspirou o filme, que leiam, ela também é tão fascinante quanto o filme, principalmente na caprichada edição capa dura preta da editora da caveira a DarkSide Books.