25 ANOS DO FILME GLADIADOR.
Há 25 anos, em Maio de 2000, estreava nos cinemas o filme Gladiador(Gladiator, EUA, Reino Unido, 2000).
Produção épica dirigida por Ridley Scott, marcava o retorno das produções monumentais de temáticas históricas que teve seu auge nos anos 1950, cujo ponto de partida ocorreu com o lançamento de Quo Vadis(EUA, 1951), obra dirigida por Mervin LeRoy(1900-1987), com roteiro inspirado no romance do polonês Henryk Sienkiwicz(1846-1916) que marcou a padronização da fase clássica da técnica da colorização em Tecnhicolor.
Obra que abordava a perseguição dos cristãos pelo tirânico imperador romano Nero, vivido brilhantemente no filme pelo britânico Peter Ustinov(1921-2004).
Depois tivemos outro épico histórico monumental marcante que foi a produção bíblica de Os Dez Mandamentos(The Ten Commandments, EUA, 1956) dirigida por Cecil B. DeMille(1881-1959), que contou de forma romanceada a passagem bíblica de Moisés de Faraó no Egito a líder do oprimido povo hebreu e quando recebeu a tábua com a escritura dos dez mandamentos.
Cujo elenco contou com nomes como: Charlton Heston(1923-2008) protagonizando Moisés e o dançarino russo Yul Bryner(1920-1985) como Ramsés.
Mas foi com Ben-Hur(EUA, 1959) obra dirigida por William Wyler(1902-1981) com roteiro inspirado no romance Ben-Hur-Uma História nos Tempos de Cristo, publicado em 1880 pelo general Lew Wallace(1827-1905) e contou com Charlton Heston como protagonista e marcou a história do cinema por ter sido o primeiro filme a ganhar 11 estatuetas na edição do Oscar de 1960 e que por muito tempo esse recorde ficou exclusivamente para o filme*.
Em 1960 foi lançado Spartacus(EUA,1960), produção dirigida por Stanley Kubrick(1928-1999), com roteiro de Dalton Trumbo(1905-1976)**, baseado em romance de Howard Fast(1914-2003) e estrelado por Kirk Douglas(1916-2020) que também foi responsável por assinar a produção-executiva. No Oscar de 1961, o filme ganhou as 4 estatuetas das seis em que foi indicado.
Mas o seu declínio veio com a produção de Cleópatra (EUA, 1963) que quase levou a Fox a falência.
Produção dirigida por Joseph L. Mankiewicz(1909-1993), que também assina o roteiro em conjunto com Sidney Buchman(1902-1975) e Ranald MacDougall(1915-1973) cuja base foi por meio de relatos escritos por historiadores contemporâneos romanos como Plutarco(46 d.C-120 d.C), Suetônio(69 d.C-141 d.C) e Apriano(95 d.C-165 d.C) e no romance Vida e Obra de Cleópatra do italiano Carlo Maria Franzero(1892-1986), que mesmo contando com um elenco estelar formado por: Elizabeth Taylor(1932-2011) como protagonista, Rex Harrison(1908-1990) como o imperador romano Júlio César seu primeiro amante e Richard Burton(1925-1984) como Marco Antônio seu segundo amante, nem isso foi capaz de salvar o filme de virar um fiasco.
Em 1979, foi lançado Calígula(Itália,EUA,1979), sendo essa é mais considerada uma produção erótica ítalo-americana do que um épico monumental com roteiro inspirado no romance de Gore Vidal(1925-2012) que também assina o roteiro, e contou com a direção de três cineastas: os italianos Tinto Brass, Giancarlo Lui e o americano Bob Guccione(1930-2010) e contou com Malcolm McDowell na pele do insano, depravado, genocida e tirânico Calígula.
Eis então que a gente pula para o ano 2000, e chegamos a Gladiador, produção épica histórica que marcou o retorno de Hollywood a investir em produções monumentais nessa produção que girava em torno de Máximus(Russel Crowe) um ex-general hispano-romano que perde sua família e é obrigado a virar um escravo por Cômodus(Joaquin Phoenix) o tirânico imperador romano que se apossou do poder matar seu pai Marco Aurélio(Richard Harris) e durante toda a sua jornada vamos acompanhando Máximus enfrentar a opressão provocada por Cômodus na eterna luta do bem contra o mal.
Com roteiro assinado por: David Franzoni, John Logan e William Nicholson, que apesar da precisão histórica se utilizaram de licenças poéticas como o fato de mostrar que não foi “Marco Aurélio não foi assassinado por seu filho Cômodo; ele morreu em Vindobona (atual Viena) em 180 d.C. de Peste Antonina.
A epidemia, que se acredita ter sido varíola ou sarampo, varreu o Império durante o reinado de Marco.
Não há indício que Marco Aurélio desejava transformar o Império de volta numa república como forma de governo, como é mostrado no filme. Além disso, na época de sua morte, Marco já governava com Cômodo como co-imperadores havia três anos. Após a morte do pai, Cômodo viria a governar o império sozinho até 192 d.C..
O filme mostra o imperador Marco Aurélio derrotando os bárbaros em batalha de forma decisiva nas Guerras Marcomanas. Na realidade, a guerra se estendeu por mais algum tempo; foi Cômodo que assegurou a paz ao assinar um tratado com duas tribos germânicas que haviam se aliado contra Roma, os Marcomanos e os Quados.
O personagem Maximus é ficcional, embora em alguns aspectos ele se pareça com as seguintes figuras históricas: Narciso (o real assassino de Cômodo e um personagem que apareceu no primeiro esboço do roteiro); Espártaco (que liderou uma revolta de escravos significativa em 73–71 a.C.); Cincinato (519–439 a.C.) (um fazendeiro que virou ditador, salvou Roma de uma invasão, e então renunciou ao cargo de líder após apenas 15 dias); e Marco Nônio Macrino (um confiável general, Cônsul em 154 d.C. e amigo de Marco Aurélio).
Embora Cômodo tenha realmente lutado no Coliseu, ele não foi morto na arena; ele foi estrangulado no seu banho pelo lutador Narciso. Cômodo governou Roma como imperador por doze anos, ao contrário do que é mostrado no filme que parece ser um período bem menor de tempo.
No filme, Lucila é mostrada como viúva de Lúcio Vero e têm um filho dele, também chamado de Lúcio. Embora Lucila realmente fosse viúva dele e tivesse um filho de mesmo nome, a criança morreu jovem, antes do reinado de Cômodo, com Lucila se casando novamente com Cláudio Pompeiano após a morte de Lúcio Vero. Ela estava casada com ele há 11 anos quando seu irmão se tornou imperador. O filme omite o fato de Lucila ter tido outros dois filhos de Lúcio, Lucila Pláucia e Aurélia Lucila.
O personagem Maximus teve uma carreira similar (e traços de personalidade parecidos relatados pelo historiador Herodinao) a Tibério Cláudio Pompeiano (um sírio ) que era casado com a filha de Marco Aurélio, Lucila.
Acredita-se que o imperador Marco pode ter desejado que Pompeiano o sucedesse como César, em detrimento de Cômodo, mas foi recusado. Pompeiano não participou em nenhum dos vários complôs contra Cômodo. O seu personagem não aparece e nem é citado no filme.
Lucila foi de fato implicada num complô para assassinar seu irmão, em 182 d.C, junto com seu enteado e vários outros. Ela foi primeiro exilada em Capri pelo irmão e então executada, sob ordens dele, mais tarde naquele ano.
No filme o personagem Antônio Próximo afirma que Marco Aurélio é chamado de "o Sábio" e que ele teria banido os jogos de gladiadores em Roma, o que teria forçado os lutadores a ir lutar nas arenas da Mauritânia.
O Marco Aurélio de verdade realmente baniu as lutas, mas apenas em Antióquia como punição pelo apoio da cidade ao usurpador Caio Avídio Cássio. Os jogos de gladiadores nunca foram banidos em Roma. Contudo, quando o imperador começou a recrutar gladiadores para as legiões, isso resultou num esvaziamento das lanistae (escolas de gladiadores).
Na vida real, a morte de Cômodo não resultou em paz para Roma, ou na restauração da República. Pelo contrário, acabou dando início a um período caótico e sangrento numa luta pelo poder que culminou no chamado Ano dos Cinco Imperadores em 193 d.C.. De acordo com Herodiano, o povo de Roma ficou muito feliz ao saber da morte de Cômodo, embora temessem que os pretorianos não aceitassem o novo imperador Pertinax.”
(Fonte: Wikipédia).
A produção “faturou US$ 187,7 milhões de dólares nos Estados Unidos e US$ 269,9 milhões pelo mundo, totalizando cerca de US$ 457,6 milhões de bilheteria global, em cima de um orçamento de US$ 103 milhões.”
(Fonte: Wikipédia).
Esse filme cujas filmagens foram rodadas em Malta e no Marrocos, marcou o último trabalho de Oliver Reed(1928-1999) que representou no filme o comerciante Próximo, ele faleceu quando estava em Malta, local das filmagens e durante um intervalo foi para um pub e lá se excedeu ao consumo excesso bebidas do qual ele nutria uma fraqueza, quando passou mal e veio a óbito no dia 2 de Maio de 1999. O que ocasionou para que suas cenas que faltavam filmar fossem feitas na pós-produção inseridas em computação gráfica. Foi seu trabalho póstumo.
O elenco que também contou com o australiano Russel Crowe no papel do protagonista Máximus, que com esse papel foi um marco importante em sua carreira como um divisor de águas, visto que desde o começo da década de 1990 ele já tinha uma longa filmografia, mas foi com esse papel que ele recebeu até hoje a única estatueta de melhor no Oscar de 2001. Muito disso se deve ao brilhante desempenho como ele transmite em cena, a figura heroica de um sujeito que perdeu a família que virou o símbolo da luta contra a opressão do Império Romano.
Também mencionar a participação do Joaquin Phoenix que mostra um desempenho brilhante como o sádico Cômodo, foi com esse papel que também marcou um ponto de virada em sua carreira, porque ele já tinha uma longa filmografia, cujo primeiro filme que participou foi como ator-mirim assinando como Leaf Phoenix, junto de seu irmão River Phoenix(1970-1993). Mas foi com esse papel que ele ganhou reconhecimento da crítica e mostrou sua versatilidade como ator.
Também mencionar a participação da dinamarquesa Connie Nielsen na pele de Lucila, a irmã do Cômodo que nutre uma paixão platônica por Máximo, aqui desempenhando o papel da mulher submissa.
E por fim, vale a menção a participação do irlandês Richard Harris(1930-2002) na pele do Imperador Marco Aurélio, que mostra realmente ser uma atuação brilhante de um fera, um veterano no oficio, com certeza quem acompanhou a franquia Harry Potter(2001-2011) deve se lembrar dele como o professor Alvo Dumbledore***.
Posso descrever num balanço geral que a produção de Gladiador envelheceu bem, mostrando o nível de importância como obra de arte, e que merece ser reassistindo sempre.