sábado, 8 de dezembro de 2012

O ARTISTA- A HISTÓRIA DO FIM DO CINEMA MUDO

Chegando aos clima dos festejo de Natal e Ano Novo. Isso se o mundo não acabar no dia 21 de Dezembro de 2012 como previsto  segundo o Calendário Maia.  É chegando nesse clima que vou comentar a respeito de um dos melhores que pude conferir nesse ano. Estou me referindo "O Artista". 


CARTAZ DO FILME:

 


















A TRANSIÇÃO DO CINEMA MUDO PARA O FALADO.

O Artista foi uma execelente produção franco-belga, dirigido pelo francês Michel Hazanavicus, também responsavel por escrever o roteiro do filme. Cuja trama remete a toda uma atmosfera de retratar a visão de um importante momento histórico que a sétima arte estava passando definida por ela própria. Para simplificar é a história do cinema contada pelo próprio cinema. A começar pela sua estética, utilizando-se da antiga pelicula em preto e branco e com aúdio quase mudo, isso porque tem momentos onde há cenas que tocam BGMs, trilhas sonoras instrumentais. Um recurso muito comum de ser utilizado nos antigos filmes mudos desde o seu surgimento em 1895 por dois inventores franceses, os irmãos Augsute(1862-1954) e Louis Lumiére(1864-1948). A histrória do filme de uma maneira ficcional mostra os bastidores das grandes indústrias corporativas em pleno final da década de 1920, mais precisamente no ano de 1927, que representou um marco importante para a história do cinema, porque  nessa época foi lançado "O Cantor de Jazz", estrelado por Al Jolson(1886-1950) e contou com a direção de Alan Crosland(1894-1936). O pioneiro a marcar a história de  um dos muitos processos de transformação que a sétima passaria ao longo de todo o século XX.  E uma dessas tranformações que causou uma tremenda revolução foi a inclusão do recurso do aúdio da fala dos atores.






















Cartaz do filme "O Cantor de Jazz"(1927). Primeiro flime falado da história do cinema.





Antes de surgir esse recurso, os atores em cena quando tinham de dialogar e ninguém ouvia, lia-se uma grande legenda  que reproduzia  a fala dos personagens com  uma soundtrack instrumental normalmente de piano para conseguir criar mais emoção, mais dinãmica nas cenas. Que sem utilizar a audição das vozes dos atores, os diretores exigiam muito do desempenho corporal teatral, também de alguns recursos técnicos  circenses e, muita maquiagem caricata,  um pouco de elementos burlescos. E foi com esse tipo de caracterisitica que o cinema mudo consagrou Charles Chaplin.  


A idéia de colocar o som vocal dos atores, no primeiro momento agradou alguns como os executivos e desagradou a outros como os atores. Charles Chaplin foi o que mais se manifestou contra essa idéia de fazer filmes falados  onde as pessoas pudessem ouvir atravês da sua voz uma formula completa de dar vida ao seu consagrado personagem que se tornou o ícone do cinema, o mendigo Carlitos, também chamado por outros de O Vagabundo. Desde que este surgiu num curta lançado em 1914, intitulado "Corrida de automóveis para meninos". Pois argumentava que dessa forma o personagem ficaria completamente descaracterizado e acabaria morrendo. Mas de todo jeito acabou prevalecendo a inovação da utilização do audio vocal dos atores que passaram a gerarem um lucro mais imediato para as indústrias. Como uma vez bem comentou, minha professora Mariza Silva, na época da minha graduação no curso de História, quando uma vez que paguei uma disciplina dela sobre História Moderna, ela citou durante essa aula sobre um ditado que se encaixa perfeitamente nesta situação, diz o seguinte: "Tudo o que é novo dá medo".E foi justamente no momento que este tipo de recurso inovador trouxe para o contexto histórico cinematográfico, gerou um medo enorme principalmente aos atores. Estes detestavam a ideía de ouvirem suas vozes na tela, achando que poderia ficar rídiculo e não era só atores que tinham essa imensa preocupação, até mesmo os diretores. Foi nesse momento que eles criaram o recurso da dublagem. Isso porque nesses primeiros momentos os microfones, também chamados de booms eram  precariamente falhos.
























O ENREDO.
E vai ser dessa maneira que a trama de O Artista retratará de uma maneira até  sútil, mesclado a um pouco de comédia e um pouco de drama,  como bem poderia colocar, de como aconteceu essa transição do cinema mudo para o falado. A história como bem contei anteriormente tem incio em 1927. No filme a gente conhece George Valentin(Jean Dujadin) o maior galã do cinema hollywoodiano dessa época, demonstra ficar inconformado  quando seu empresário Al Zimmer(John Goodman) aparece lhe propondo para atuar num filme falado que era a grande sensação do momento mas ele se recusa, já que estava bastante preocupado em aquilo descaracterizar a sua maneira de "criar feições para suprir a falta de dialogos".( Extraido do texto de Marcelo Hessel do site OMELETE).

Valentin resisti em aderi a essa nova tendencia, achando que aquilo seria obsoleto, não iria atrair ninguém. Portanto resolve continuar a atuar filmes e produzidos. Mas logo não demoraria muito para ele sentir o declinio de sua carreira por causa de sua teimosia.















E enquanto a maioria das grandes indústrias e os grandes diretores resolvem aderir a nova tendencia,  Valentin ainda insisti em atuar, dirigir, produzir ou mesmo investir do próprio bolso os filmes mudos. O que acaba virando uma tentativa em vão, porque o retorno não tem sido muito satisfatório o que faz ele termina super empobrecido, esquecido e não  demorará muito para entrar no abismo do  transtorno depressivo, a ponto de enlouquecê-lo e o deixar desmotivado para tudo.






















E a única pessoa capaz de ajudá-lo para lhe tirar dessa barra será Peppy Miller(Bérénice Bejo), uma consagrada atriz, que era sua antiga fã, que vivia tietando ele no momento em que Valentin estava no auge. Foi por meio de Valentin que indiretamente a carreira de Peppy começou a dar os seus primeiros passos, quando esta passou num teste para participar de um filme lançado por ele. Depois que aderiu a nova tendencia dos filmes falados a carreira dela cresceu, enquanto ele movido pela resistência e orgulho em não aderir a essa inovação viu sua carreira entrar em declínio total. 
Será Peppy Miller a responsável por ser o grande anjo da guarda na vida de Valentin. Movida pelo gesto gratidão que tem por ele.

O que posso descrever da impressão que o filme me causou, assim mais do que um filme que carrega como estética em plena época de modernidade tecnológica do século XXI,  de dois recursos tão ultrapassados seja na película em preto ou na ausência de fala dos atores, conseguiu transmitir  de uma forma ao mesmo poéticamente romantizada e ao mesmo densamente dramática  os bastidores de um período da Era de Ouro do Cinema vivendo a sua fase como posso definir primeira transformação revolucionária. Foi vencedor de cinco Oscars, entre eles melhor filme,  melhor ator para Jean Dujardin e de melhor diretor para Michel Hazanavicus. Que pela coincidência de ambos serem franceses e terem entre todos os filmes concorrentes como  A Invenção de Hugo Cabret, que se utiliza meio que da mesma idéia, mas mostrando a origem do cinema na França, que também foi premiado. Chegou a gerar o comentário de alguns criticos acharem que a cerimônia do Oscar desse ano teve sotaque francês. Mas tirando essas polêmicas a parte, posso colocar  que o filme é magnifico, com uma trama bem elaborada, e ainda mais transmitindo um conceito interessante de valores hoje em dia raro nas pessoas, como a gratidão, mostrada principalmente pela Peppy ao ajudar e estender a mão para  seu antigo idolo Valentin agora decadente, endividado e transtornado.  Além claro de prestar uma homenagem a uma das artes mais apaixonantes de todas as classes sociais, o cinema. Portanto quem ainda não teve a oportunidade de prestigiar o filme nas salas de cinema, é só procurar em alguma loja o DVD ou Blue Ray ainda mais agora que estão nas promoções de Natal. 
Confiram, eu recomendo.

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