Mesmo com alguma resistência eu fui conferir ao quarto filme
da franquia de Jurassic Park, “Jurassic World-O Mundo dos Dinossauros”, na
tarde de domingo, 21 de Junho de 2015. Após conferir alguns comentários
críticos positivos e vê o filme liderando a bilheteria, foi que me despertou o
interesse de comprar o filme.
Antes de dar inicio ao meu comentário sobre o filme, vou
começar primeiramente descrevendo a respeito do contexto de como surgiu o primeiro
Jurassic Park surgiu 22 anos atrás.
O celebre e genial Steven Spielberg apaixonado desde criança
por dinossauros teve a ideia de fazer um filme muito ousado para a época,
começo dos anos 1990 criando nova vida a espécies de animais pré-históricos que
habitaram a Terra antes de Cristo, e que foram supostamente extintos por algum
efeito cataclísmico antes do surgimento do ser humano, a partir de um livro
homônimo do romancista de ficção cientifica Michael Crichton(1942-2008) que
teve sua primeira publicação em 1990. Spielberg já tinha uma forte proximidade
com este autor que já tinha em seu currículo literário, vários romances que já
tinham virado adaptações para cinema como
os exemplos aqui citados são: “O Enigma de Andrômeda”,
“Congo”, “Sol Nascente” e” Linha do Tempo”.
Pois bem, foi nesta época que ele estando muito próximo de
Michael Crichton, com quem juntos estavam desenvolvendo o roteiro para série de
TV “ER”, esta que quando chegou ao Brasil em meados dos anos 1990 pela Rede
Globo, recebeu o nome de “Plantão Médico” onde Crichton ao comentar do romance
que estava escrevendo e sendo estrelado por
dinossauros que deixou Spielberg super empolgado.
Mas para conseguir realizar este projeto, Spielberg penou
primeiro para conseguir comprar os diretos de adaptação do livro, ele disputou
com dois diretores de peso que também estavam interessados em adaptar Jurassic
Park para o cinema, e investiu muito pesado tendo a Universal Pictures como sua parceira nesta empreitada.
Ao conseguir adquirir o direito de adaptação de Jurassic
Park, Spielberg chamou o próprio autor do livro para trabalhar no roteiro, onde
logicamente, mesmo quem nunca tenha lido o livro antes de assistir ao filme deve
imaginar que ele precisou descartar ou mesmo modificar muitas passagens descritas no romance
com teor muito pesado para que o
filme tivesse um tom mais amenizado, virasse um típico entretenimento de aventura voltado para toda a família
assistir junta.
O primeiro e histórico Jurassic Park ou também chamado de Parque
dos Dinossauros em diversos aspectos pode ser caracterizado como um dos filmes
mais complicados e ao mesmo tempo inovadores que já foi feito no contexto de
1991/92/93.
Começando pelo alto custo orçamentário para a época, ainda
mais que Spielberg precisou investir
pesado na contratação de uma longa
equipe para criar os efeitos especiais possíveis naquela ocasião onde os recursos tecnológicos ainda não eram muito sofisticados.
Para recriar cada espécie de dinossauro,
Spielberg chegou a contar com a consultoria de vários paleontólogos para assim
eles poderem ter uma base e criar no storyboard para depois modelarem em massa
usando como ele gostaria que fosse mostrado na tela, entre as técnicas
mais comuns para criar cada espécie, eles utilizaram de
animatronicos, que eram bonecos mecanizados com movimentos reais mesclados ao
uso também comum da Stop Motion e a inovadora técnica computadorizada do CGI,
que na época era uma tecnologia muito inovadora. Quem ficou encarregado de fazer a produção do
CGI no filme foi a mesma empresa responsável pelos efeitos especiais de “O
Exterminador do Futuro 2”(1991). O uso dos animatronicos era muito comumente
utilizado na série de TV da “Família Dinossauro”. E mais uma equipe de efeitos sonoros que criou
o ruído para cada espécie inspirado em diferentes animais, imaginar que alguns
tiveram sua sonoridade comunicativa inspirada e mesclada de um rugido de leão
com morsas mais tartarugas em ato sexual, bem já podemos ter uma ideia da
maneira como reproduziram isso dando a sensação de como o dinossauros de
verdade podiam se comunicarem assim.
Tentar conseguir unir duas diferentes técnicas de efeitos
especiais para proporcionar um filme inovador, que revolucionou a história do
cinema, principalmente graças a forte campanha de marketing, gerou um custo
muito alto de produção fora o pequeno incidente com uma forte chuva ocorrida nos ambientes de locações que quase destruíram os cenários das
filmagens.
O celebre primeiro Jurassic Park apresentava no cenário da
fictícia Ilha Nublar, localizado próximo da Costa Rica a ideia de criar um
parque temático, um zoológico com os dinossauros sendo revividos graças a
ciência avançada colhendo o antigo” DNA extraído de insetos preservados em
âmbar pré-histórico” para
cloná-los. O filme apresentava a ideia
do Jurassic Park que era bancado pelo milionário John Hammond(Richard
Attenborough), ainda em construção , além desse personagem nele também contou
com o paleontólogo Alan Grant(Sam Neal), a paleobotânica Ellie
Sattler(Laura Dern), o matemático e teórico do caos Ian Malcolm(Jeff Goldblum),
a dupla de irmãos Lex(Ariana Richards) e Tim Murphy(Joseph Mazzello), netos do
milionário Jonh Hammond , Dennis Hendry (Wayne Knignt), um gordinho que
prestava serviço de espião para uma
empresa concorrente a de Hammond e este foi o responsável pela treta que fez
alguns bichos perigosos enjaulados com T-Rex causar o pânico em todo o parque e
a coisa fugir do controle e por fim Henry Wu(B.D. Wong), um geneticista do
laboratório que retornou a Jurassic World.
Naquele primeiro filme deixou muitos momentos marcantes como
as lindas cenas panorâmicas com os
dinossauros, o paleotolongo Grant e os Irmãos Murphy no meio de uma manada de
velociraptors, o trio pendurado na
árvore onde aparece um bronquiossauro,
Grant e a Dra. Satter mexendo no excremento de um triceratops, Ian Malcoml
distraindo o T-Rex com um objeto que
acende um foguete e a menina Lex provocando uns gritos impressionantes em todo
o momento de suspense.
Depois do sucesso comercial e fenomenal daquele primeiro Jurassic Park, tanto
a Universal, quanto Spielberg e os fãs ficaram interessados numa sequencia, foi então que Michael Crichton, o autor do
romance que virou um blockbusther de sucesso no verão americano de 1993, começou a escrever por pressão uma sequencia
do livro que foi publicada em 1995,
intitulada “The Lost World-Jurassic Park”, que serviu de base para “O Mundo
Perdido-Jurassic Park”(1997), onde neste a trama se passou quatro anos após o incidente na Ilha Nublar,
onde desta vez coube a Ian Malcolm a função de herói que é chamado por John Hammond a ir para uma
Ilha Sorna, onde habitam dinossauros saídos da Nublar para investigar algumas
irregularidades. Em seguida veio Jurassic Park III(2001) Desta vez sem contar com Spielberg na direção,
ele só esteve envolvido como
produtor executivo, quem ficou encarregado de dirigir este terceiro
longa foi Joe Johnston, apresentou uma
história mais original, já que não foi preciso pressionar Michael Crichton a
escrever um terceiro romance para servir
como base para a trama, inclusive o próprio autor participou deste terceiro longa da
franquia Jurassic Park escrevendo o roteiro acompanhando de Alexander Payne, Jim Taylor e Peter Buchman,
formando a equipe de roteiristas do filme.
Jurassic Park III apresentou o retorno de Alan Grant, que
neste filme ele aparece já casado com Elle Satter(Laura Dern) que ele conheceu
no primeiro Jurassic Park, voltando a encarar os perversos dinossauros de novo muitos anos depois do
incidente na Nublar, desta vez a pedido do casal Paul(William H.Marcy) e Amanda
Kirby(Tea Leoni) que se apresentam como supostos milionário que os oferecem uma
grana preta para Grant servir de guia
para o casal poderem excursionar pela Ilha Sorna, e ele sem
pensar duas vezes aceita a oferta
principalmente para servir de verba para a pesquisa que ele
estava desenvolvendo sobre sua
teoria do desenvolvimento da inteligência dos velociraptores . No decorrer do filme, Grant descobre ao estar
no local no meio dos perigos, que a real intenção do Casal Kirby que o
contratou era para eles ajuda-los a procurar o filho deles Erik(Trevor Morgan)
que havia se perdido naquele local durante uma expedição.
Como já descrito nos parágrafos anteriores, este filme teve
o seu enredo elaborado orginalmente sem precisar de Michael Crichton publicar
anteriormente uma terceira saga literária, o que representou um desafio muito
grande para o diretor Joe Johnston que precisou analisar de maneira muito
criteriosa duas possibilidades de roteiro, dos quais ele precisou recusar ambas
até chegar ao proposito de trazer Alan Grant de volta para conduzir o filme.
Tanto o segundo quanto o terceiro, não conseguiram atrair o
mesmo sucesso de critica com relação ao primeiro Jurassic Park, nem mesmo
chegaram a serem as sensações fenomenais comercialmente falando como o Jurassic
Park foi à época em que foi lançado.
Depois de Jurassic Park III, a Universal passou 10 anos
engavetando a possibilidade de fazer um quarto filme da franquia com os
dinossauros.
Foi então que em 2013, quando foi comemorado 20 anos do
lançamento de Jurassic Park, que a Universal Pictures ao relançá-lo numa sessão
em 3D, aproveitou o momento para divulgar a produção do quarto filme, que
resultou então em Jurassic World.
Entrando especificamente em Jurassic World depois desta
longa introdução, posso descrever que este novo filme da franquia me
surpreendeu apesar de não esperar muita novidade, a trama deste assim como
Jurassic Park III, teve seu roteiro escrito originalmente para o filme, desta
vez ele não contou com a presença do escritor Michael Crichton na equipe de
roteiristas, pois ele já havia falecido cinco anos antes da Universal divulgar
oficialmente este quarto filme.
O genial Spielberg participou novamente deste filme, mas no
cargo de produtor executivo, quem assume a direção de Jurassic World é Colin Trevorrow,
um nome que para mim é completamente desconhecido, este também sendo
responsável pelo roteiro do filme.
Jurassic World se passa no mesmo cenário da Ilha Nublar,
passados 22 anos depois dos acontecimentos de Jurassic Park. Neste mesmo lugar somos
apresentados a concretização do empreendimento do parque finalmente aberto, com
uma nova denominação como o próprio título já sugere. Enquanto que no primeiro era apresentado ao
público o projeto do parque sendo construído até acontecer o incidente, neste
ocorre de apresentar o sonho de Jonh Hammond do empreendimento do parque já
tendo inaugurado graças ao bilionário Simon Masrani(Irrfan Khan). O enredo
desse filme não apresentou nada de inovador para mim, fora mesmo a ideia do
parque torna-se como bem Hammond idealizava no primeiro filme, torna-lo um grande
empreendimento turístico tendo como grande
atração os dinossauros sendo recriados pelos seus genes com a ajuda da ciência avançada, onde desta
vez eles conseguiriam criarem uma maneira de como domesticá-los para assim eles
poderem estarem bem exposto como se estivessem num zoológico. Fora os interessantes aspectos técnicos de
como foram bem utilizados os sofisticados recursos de CGI para a criação dos
dinossauros que em relação ao primeiro, inclusive há momentos onde o público
assistindo a uma apresentação aquática, há crianças montado em dinossauros
entre fatores bem interessantes. No
quesito da construção do enredo, como já bem adiantei, ele não apresenta nada que
fosse inovador, em muitos aspectos eu pude notar que este filme apresenta
muitas referencias ao primeiro Jurassic Park, principalmente no quesito dos
personagens.
Assim que o filme começa, somos apresentados primeiramente a
dupla de irmãos Zack (Nick Robinson) e Gray Mitchell(Ty Simpkins), que aparecem na casa deles preparando suas malas para ir ao Jurassic World curtir
as férias. Gray, o menor é o que se mostra mais empolgado em ir visitar e se divertir,
pois se mostra ser um bom expert em dinossauros, quanto ao adolescente Zack não
demonstra tanta empolgação assim, vai meio que contra a vontade só para cumprir
um favor dos pais para acompanhar seu irmão caçula.
A presença deles logo no começo deixa meio que evidente certa
referencia aos irmãos Lex e Tim do primeiro filme, ainda mais quando se
descobre que eles tem parentesco
com uma pessoa importante que
administra o parque, enquanto que no
Jurassic Park clássico Lex e Tim eram
netos de John Hammond o empresário que estava construindo o parque, neste
Jurassic World, esta dupla de irmãos são sobrinhos da chefe de operações do parque
Clare Dearing(Bryce Dallas Howard), que
se mostra ser bem a tipo durona. Esta também remete um pouco a figura da Ellie
Satte, principalmente por mexer na parte mais cientifica para criar dinossauros
híbridos para aumentar mais a receita do parque. Assim como o Jurassic Park,
também temos neste um gordinho que será
responsável por uma das tretas que ocasionará na rebelião dos dinossauros do
parque, causando mais um episódio de incidente. Mas dentre todos estes
personagens que citei, o destaque que dou é para Owen Grady(Chris Pratt), que
remete a figura do paleontólogo Alan Grant do filme clássico, com a diferença
de que Owen neste filme ele não se apresenta como um paleontólogo, mas sim com
um ex-militar residente na Ilha Nublar
onde lá assume a importante função de estudar e pesquisar o comportamento dos
velociraptors. No primeiro momento em
que ele aparece, mostra uma capacidade incrível de saber como conduzir esta
espécie, agindo como um domador de animais no circo. O motivo para eu acha-lo equivalente ao Alan
Grant, é que assim como no filme clássico o paleontólogo assumia de ser o herói
protetor dos irmãos Lex e Tim, no caso de Owen em Jurassic World ele também
assumirá um pouco esta função para os irmão Zack e Gray, fora o fato de que
ao longo do filme vai se percebendo que ele vai se aproximando da Claire
pode-se sentir um pouco clima de romance
ainda que não fique muito explicito assim como no Jurassic Park clássico não
deixava muito explicito o clima de romance entre os cientistas Alan e a Ellie. Inclusive um detalhe curioso que andei
fuçando sobre a presença do Owen no filme é que existe uma teoria muito louca pensada
por um fã que defende a ideia de que ele seria uma versão adulta do menino
chato que aparece rapidamente numa cena da escavação de Alan Grant , onde participava como voluntário
e faz um comentário questionador sobre os velociraptors de uma forma bem a proporcionar um tom de
alivio cômico no filme.
Bem, para mim o papel de Chris Pratt, o Peter Quill de
“Guardiões da Galáxia”, conseguiu segurar bem o filme com este personagem o
sustentando desde o primeiro em que foi apresentado até os momentos mais
tensos.
Para finalizar e
fazendo um balanço geral, Jurassic World, o quarto filme da franquia de
Jurassic Park, pode não chegar a ser superior do que em relação ao clássico de
1993, apesar de estar faturando bem na bilheteria. Este quarto filme apresenta uma trama legal,
que não possa caracterizar alguma inovação, há alguns momentos onde públicos
possa perceber alguns furos de roteiro, principalmente no quesito didático cientifico
apresentado na trama de recriar seres dinossauros híbridos já causa um questionamento ou o próprio do
titulo ser Jurassic que remete jurássico, quanto que boa parte dos dinossauros
apresentados no filme viveram no período cretáceo. Um furo que até dá para se perdoar porque poderia soar
estranho para um filme blockbusther ser chamado de Cretaceous Park, ou mesmo a
própria ideia de como eles tenham conseguido domesticar os dinossauros para
serem a atração do parque também já gera um outro furo. Mas no geral qualquer
que queira assistir a Jurassic World, não vai pensando em assistir um filme
cabeça, mas filme que apenas os entretenha, portanto aconselho como ouço de
muitos outros críticos de cinema é assistir desligando o cérebro, bote a mente aberta
e se delicie com o que é apresentado. Depois você tira suas próprias conclusões. E só para fechar outra parte importante que
Jurassic World apresenta que também remete ao clássico Jurassic Park é a
brilhante trilha sonora regida por
Michael Giacchino que criou ótimos arranjos instrumentais modernos para este
filme que prestam uma excelente homenagem a trilha do clássico que foi
orquestrado pelo brilhante maestro John Williams. De resto basta ir conferir e se divertir. Eu
recomendo.
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