domingo, 28 de junho de 2015

ANÁLISE DO FILME "JURASSIC WORLD-O MUNDO DOS DINOSSAUROS"(2015)


Mesmo com alguma resistência eu fui conferir ao quarto filme da franquia de Jurassic Park, “Jurassic World-O Mundo dos Dinossauros”, na tarde de domingo, 21 de Junho de 2015. Após conferir alguns comentários críticos positivos e vê o filme liderando a bilheteria, foi que me despertou o interesse de comprar o filme.

Antes de dar inicio ao meu comentário sobre o filme, vou começar primeiramente descrevendo a respeito do contexto de como surgiu o primeiro Jurassic Park surgiu 22 anos atrás.














 

O celebre e genial Steven Spielberg apaixonado desde criança por dinossauros teve a ideia de fazer um filme muito ousado para a época, começo dos anos 1990 criando nova vida a espécies de animais pré-históricos que habitaram a Terra antes de Cristo, e que foram supostamente extintos por algum efeito cataclísmico antes do surgimento do ser humano, a partir de um livro homônimo do romancista de ficção cientifica Michael Crichton(1942-2008) que teve sua primeira publicação em 1990. Spielberg já tinha uma forte proximidade com este autor que já tinha em seu currículo literário, vários romances que já tinham virado adaptações  para cinema como os  exemplos  aqui citados são: “O Enigma de Andrômeda”, “Congo”, “Sol Nascente” e” Linha do Tempo”.

Pois bem, foi nesta época que ele estando muito próximo de Michael Crichton, com quem juntos estavam desenvolvendo o roteiro para série de TV “ER”, esta que quando chegou ao Brasil em meados dos anos 1990 pela Rede Globo, recebeu o nome de “Plantão Médico” onde Crichton ao comentar do romance que estava escrevendo e sendo estrelado por  dinossauros que deixou Spielberg super empolgado.  

Mas para conseguir realizar este projeto, Spielberg penou primeiro para conseguir comprar os diretos de adaptação do livro, ele disputou com dois diretores de peso que também estavam interessados em adaptar Jurassic Park para o cinema, e investiu muito pesado tendo a  Universal Pictures  como sua  parceira nesta empreitada.

Ao conseguir adquirir o direito de adaptação de Jurassic Park, Spielberg chamou o próprio autor do livro para trabalhar no roteiro, onde logicamente, mesmo quem nunca tenha lido o livro antes de assistir ao filme deve imaginar que ele precisou descartar ou mesmo modificar  muitas passagens descritas  no romance  com teor muito pesado  para que o filme tivesse um tom mais amenizado, virasse um típico entretenimento  de aventura voltado para toda a família assistir junta.


 
 
 














 
O primeiro e histórico Jurassic Park ou também chamado de Parque dos Dinossauros em diversos aspectos pode ser caracterizado como um dos filmes mais complicados e ao mesmo tempo inovadores que já foi feito no contexto de 1991/92/93.
Começando pelo alto custo orçamentário para a época, ainda mais que Spielberg precisou  investir pesado na  contratação de uma longa equipe para criar os efeitos especiais possíveis naquela ocasião onde os   recursos tecnológicos ainda não eram muito  sofisticados. 
Para recriar cada espécie de dinossauro, Spielberg chegou a contar com a consultoria de vários paleontólogos para assim eles poderem ter uma base e criar no storyboard para depois modelarem em massa usando como ele gostaria que fosse mostrado na tela, entre as técnicas
mais comuns para criar cada espécie, eles utilizaram de animatronicos, que eram bonecos mecanizados com movimentos reais mesclados ao uso também comum da Stop Motion e a inovadora técnica computadorizada do CGI, que na época era uma tecnologia muito inovadora.  Quem ficou encarregado de fazer a produção do CGI no filme foi a mesma empresa responsável pelos efeitos especiais de “O Exterminador do Futuro 2”(1991). O uso dos animatronicos era muito comumente utilizado na série de TV da “Família Dinossauro”.  E mais uma equipe de efeitos sonoros que criou o ruído para cada espécie inspirado em diferentes animais, imaginar que alguns tiveram sua sonoridade comunicativa inspirada e mesclada de um rugido de leão com morsas mais tartarugas em ato sexual, bem já podemos ter uma ideia da maneira como reproduziram isso dando a sensação de como o dinossauros de verdade podiam se comunicarem assim.



 











 
Tentar conseguir unir duas diferentes técnicas de efeitos especiais para proporcionar um filme inovador, que revolucionou a história do cinema, principalmente graças a forte campanha de marketing, gerou um custo muito alto de produção fora o pequeno incidente com uma forte  chuva ocorrida nos ambientes de locações  que quase destruíram os cenários das filmagens.
O celebre primeiro Jurassic Park apresentava no cenário da fictícia Ilha Nublar, localizado próximo da Costa Rica a ideia de criar um parque temático, um zoológico com os dinossauros sendo revividos graças a ciência avançada colhendo o antigo” DNA extraído de insetos preservados em âmbar pré-histórico”  para cloná-los.  O filme apresentava a ideia do Jurassic Park que era bancado pelo milionário John Hammond(Richard Attenborough), ainda em construção , além desse personagem nele também  contou  com o paleontólogo Alan Grant(Sam Neal), a paleobotânica Ellie Sattler(Laura Dern), o matemático e teórico do caos Ian Malcolm(Jeff Goldblum), a dupla de irmãos Lex(Ariana Richards) e Tim Murphy(Joseph Mazzello), netos do milionário Jonh Hammond , Dennis Hendry (Wayne Knignt), um gordinho que prestava serviço  de espião para uma empresa concorrente a de Hammond e este foi o responsável pela treta que fez alguns bichos perigosos enjaulados com T-Rex causar o pânico em todo o parque e a  coisa fugir do controle e por fim  Henry Wu(B.D. Wong), um geneticista do laboratório que retornou a Jurassic World.
Naquele primeiro filme deixou muitos momentos marcantes como  as lindas cenas panorâmicas com os dinossauros, o paleotolongo Grant e os Irmãos Murphy no meio de uma manada de velociraptors,  o trio pendurado na árvore  onde aparece um bronquiossauro, Grant e a Dra. Satter mexendo no excremento de um triceratops, Ian Malcoml distraindo o T-Rex com um  objeto que acende um foguete e a menina Lex provocando uns gritos impressionantes em todo o momento de suspense.






 







 
Depois do sucesso comercial e  fenomenal daquele primeiro Jurassic Park, tanto a Universal, quanto Spielberg e os fãs ficaram interessados numa sequencia,  foi então que Michael Crichton, o autor do romance que virou um blockbusther de sucesso no verão americano de 1993,  começou a escrever por pressão uma sequencia do livro que foi  publicada em 1995, intitulada “The Lost World-Jurassic Park”, que serviu de base para “O Mundo Perdido-Jurassic Park”(1997), onde neste a trama se passou  quatro anos após o incidente na Ilha Nublar, onde desta vez coube a Ian Malcolm a função de herói  que é chamado por John Hammond a ir para uma Ilha Sorna, onde habitam dinossauros saídos da Nublar para investigar algumas irregularidades.   Em seguida veio Jurassic Park III(2001)  Desta vez sem contar com Spielberg na direção, ele só esteve envolvido como  produtor  executivo,  quem ficou encarregado de dirigir este terceiro longa foi Joe Johnston, apresentou  uma história mais original, já que não foi preciso pressionar Michael Crichton a escrever um terceiro  romance para servir como base para a trama, inclusive o próprio  autor participou deste terceiro longa da franquia Jurassic Park escrevendo o roteiro acompanhando  de Alexander Payne, Jim Taylor e Peter Buchman, formando a equipe de roteiristas do filme.
Jurassic Park III apresentou o retorno de Alan Grant, que neste filme ele aparece já casado com Elle Satter(Laura Dern) que ele conheceu no primeiro Jurassic Park, voltando a encarar os perversos  dinossauros de novo muitos anos depois do incidente na Nublar, desta vez a pedido do casal Paul(William H.Marcy) e Amanda Kirby(Tea Leoni) que se apresentam como supostos milionário que os oferecem uma grana preta para Grant  servir de guia para o casal   poderem excursionar pela Ilha Sorna, e ele sem pensar duas vezes aceita a oferta  principalmente para servir de verba para a pesquisa que  ele  estava desenvolvendo sobre  sua teoria do desenvolvimento da inteligência dos velociraptores .  No decorrer do filme, Grant descobre ao estar no local no meio dos perigos, que a real intenção do Casal Kirby que o contratou era para eles ajuda-los a procurar o filho deles Erik(Trevor Morgan) que havia se perdido naquele local durante uma expedição. 





 


















 
Como já descrito nos parágrafos anteriores, este filme teve o seu enredo elaborado orginalmente sem precisar de Michael Crichton publicar anteriormente uma terceira saga literária, o que representou um desafio muito grande para o diretor Joe Johnston que precisou analisar de maneira muito criteriosa duas possibilidades de roteiro, dos quais ele precisou recusar ambas até chegar ao proposito de trazer Alan Grant de volta para conduzir o filme.
Tanto o segundo quanto o terceiro, não conseguiram atrair o mesmo sucesso de critica com relação ao primeiro Jurassic Park, nem mesmo chegaram a serem as sensações fenomenais comercialmente falando como o Jurassic Park foi à época em que foi lançado.
Depois de Jurassic Park III, a Universal passou 10 anos engavetando a possibilidade de fazer um quarto filme da franquia com os dinossauros.  
Foi então que em 2013, quando foi comemorado 20 anos do lançamento de Jurassic Park, que a Universal Pictures ao relançá-lo numa sessão em 3D, aproveitou o momento para divulgar a produção do quarto filme, que resultou então em Jurassic World.
Entrando especificamente em Jurassic World depois desta longa introdução, posso descrever que este novo filme da franquia me surpreendeu apesar de não esperar muita novidade, a trama deste assim como Jurassic Park III, teve seu roteiro escrito originalmente para o filme, desta vez ele não contou com a presença do escritor Michael Crichton na equipe de roteiristas, pois ele já havia falecido cinco anos antes da Universal divulgar oficialmente este quarto filme.  
O genial Spielberg participou novamente deste filme, mas no cargo de produtor executivo, quem assume a direção de Jurassic World é Colin Trevorrow, um nome que para mim é completamente desconhecido, este também sendo responsável pelo roteiro do filme.



 
 












 
Jurassic World se passa no mesmo cenário da Ilha Nublar, passados 22 anos depois dos acontecimentos de Jurassic Park. Neste mesmo lugar somos apresentados a concretização do empreendimento do parque finalmente aberto, com uma nova denominação como o próprio título já sugere.  Enquanto que no primeiro era apresentado ao público o projeto do parque sendo construído até acontecer o incidente, neste ocorre de apresentar o sonho de Jonh Hammond do empreendimento do parque já tendo inaugurado graças ao bilionário Simon Masrani(Irrfan Khan). O enredo desse filme não apresentou nada de inovador para mim, fora mesmo a ideia do parque torna-se como bem Hammond idealizava no primeiro filme, torna-lo um grande empreendimento turístico tendo como grande  atração os dinossauros sendo recriados pelos seus genes  com a ajuda da ciência avançada, onde desta vez eles conseguiriam criarem uma maneira de como domesticá-los para assim eles poderem estarem bem exposto como se estivessem num zoológico.   Fora os interessantes aspectos técnicos de como foram bem utilizados os sofisticados recursos de CGI para a criação dos dinossauros que em relação ao primeiro, inclusive há momentos onde o público assistindo a uma apresentação aquática, há crianças montado em dinossauros entre fatores bem interessantes.  No quesito da construção do enredo, como já bem adiantei, ele não apresenta nada que fosse inovador, em muitos aspectos eu pude notar que este filme apresenta muitas referencias ao primeiro Jurassic Park, principalmente no quesito dos personagens.
Assim que o filme começa, somos apresentados primeiramente a dupla de irmãos Zack (Nick Robinson) e Gray Mitchell(Ty Simpkins),  que aparecem na casa deles preparando  suas malas para ir ao Jurassic World curtir as férias. Gray, o menor é o que se mostra mais empolgado em ir visitar e se divertir, pois se mostra ser um bom expert em dinossauros, quanto ao adolescente Zack não demonstra tanta empolgação assim, vai meio que contra a vontade só para cumprir um favor dos pais para acompanhar seu irmão caçula.



 



















 
A presença deles logo no começo deixa meio que evidente certa referencia aos irmãos Lex e Tim do primeiro filme, ainda mais quando se descobre que eles tem parentesco  com  uma pessoa importante que administra o parque,  enquanto que no Jurassic Park  clássico Lex e Tim eram netos de John Hammond o empresário que estava construindo o parque, neste Jurassic World, esta dupla de irmãos são  sobrinhos da chefe de operações do parque Clare Dearing(Bryce Dallas Howard),  que se mostra ser bem a tipo durona. Esta também remete um pouco a figura da Ellie Satte, principalmente por mexer na parte mais cientifica para criar dinossauros híbridos para aumentar mais a receita do parque. Assim como o Jurassic Park, também temos neste  um gordinho que será responsável por uma das tretas que ocasionará na rebelião dos dinossauros do parque, causando mais um episódio de incidente. Mas dentre todos estes personagens que citei, o destaque que dou é para Owen Grady(Chris Pratt), que remete a figura do paleontólogo Alan Grant do filme clássico, com a diferença de que Owen neste filme ele não se apresenta como um paleontólogo, mas sim com um ex-militar  residente na Ilha Nublar onde lá assume a importante função de estudar e pesquisar o comportamento dos velociraptors.  No primeiro momento em que ele aparece, mostra uma capacidade incrível de saber como conduzir esta espécie, agindo como um domador de animais no circo.  O motivo para eu acha-lo equivalente ao Alan Grant, é que assim como no filme clássico o paleontólogo assumia de ser o herói protetor dos irmãos Lex e Tim, no caso de Owen em Jurassic World ele também assumirá um pouco  esta função  para os irmão Zack e Gray, fora o fato de que ao longo do filme vai se percebendo que ele vai se aproximando da Claire pode-se sentir um pouco clima  de romance ainda que não fique muito explicito assim como no Jurassic Park clássico não deixava muito explicito o clima de romance entre os cientistas  Alan e a  Ellie. Inclusive um detalhe curioso que andei fuçando sobre a presença do Owen no filme é que existe uma teoria muito louca pensada por um fã que defende a ideia de que ele seria uma versão adulta do menino chato que aparece rapidamente numa cena da escavação de  Alan Grant , onde participava como voluntário e faz um comentário questionador sobre os velociraptors  de uma forma bem a proporcionar um tom de alivio cômico no filme.
Bem, para mim o papel de Chris Pratt, o Peter Quill de “Guardiões da Galáxia”, conseguiu segurar bem o filme com este personagem o sustentando desde o primeiro em que foi apresentado até os momentos mais tensos.




 












 
 Para finalizar e fazendo um balanço geral, Jurassic World, o quarto filme da franquia de Jurassic Park, pode não chegar a ser superior do que em relação ao clássico de 1993, apesar de estar faturando bem na bilheteria.  Este quarto filme apresenta uma trama legal, que não possa caracterizar alguma inovação, há alguns momentos onde públicos possa perceber alguns furos de roteiro, principalmente no quesito didático cientifico apresentado na trama de recriar seres dinossauros híbridos  já causa um questionamento ou o próprio do titulo ser Jurassic que remete jurássico, quanto que boa parte dos dinossauros apresentados no filme viveram no período cretáceo.  Um furo que até  dá para se perdoar porque poderia soar estranho para um filme blockbusther ser chamado de Cretaceous Park, ou mesmo a própria ideia de como eles tenham conseguido domesticar os dinossauros para serem a atração do parque também já gera um outro furo. Mas no geral qualquer que queira assistir a Jurassic World, não vai pensando em assistir um filme cabeça, mas filme que apenas os entretenha, portanto aconselho como ouço de muitos outros críticos de cinema é assistir desligando o cérebro, bote a mente aberta e se delicie com o que é apresentado.  Depois você tira suas próprias conclusões.  E só para fechar outra parte importante que Jurassic World apresenta que também remete ao clássico Jurassic Park é a brilhante trilha sonora regida  por Michael Giacchino que criou ótimos arranjos instrumentais modernos para este filme que prestam uma excelente homenagem a trilha do clássico que foi orquestrado pelo brilhante maestro John Williams.  De resto basta ir conferir e se divertir. Eu recomendo.
 
Fonte:
 
 
 

 
 
 
 
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário