Na tarde de Sexta-Feira, 05 de Junho de 2015, fui conferir
ao filme “Tomorrowland-Um Lugar Onde Nada é Impossível”, no Cinemark do
Shopping Midway Mall.
O filme conseguiu me surpreender pela proposta bem
despretensiosa de ser aquele típico filme de entretenimento família com selo da
Disney, em querer divertir todas as faixas etárias sem querer parecer uma
típica história infantil carregado de um teor exageradamente bobinho.
Eu conferir este filme sem ser 3-D o que foi legal porque
ele apresenta muitos efeitos visuais que não necessitariam desse artificio, ficando
até bem mais barato a compra do ingresso.
Numa época como atual em que Hollywood entrou muito no
debate frequente desde o começo dos anos 2000 sobre a preocupação do
aquecimento global, e a prova disso foram os tantos de filmes que apresentaram
uma visão de distopia, palavra que significa o contrário da utopia. Enquanto a
utopia “tem como significado mais comum a ideia de civilização ideal,
imaginária, fantástica. Pode referir-se a uma cidade ou a um mundo, sendo
possível tanto no futuro, quanto no presente, porém em um paralelo. Pode também
ser utilizado para definir um sonho ainda não realizado. Uma fantasia, uma
esperança muito forte. Utopia é um projeto humanista de transformação social e
representa aspectos capitais do humanismo renascentista .A palavra foi criada a
partir dos radicais gregos οu, "não" e, "lugar", portanto,
o "não-lugar" ou "lugar que não existe".”* A distopia tem como significado “o
pensamento, a filosofia ou o processo discursivo baseado numa ficção cujo valor
representa a antítese da utopia ou promove a vivência em uma "utopia
negativa" . As distopias são geralmente caracterizadas pelo totalitarismo,
autoritarismo, por opressivo controle da sociedade. Nelas, "caem as cortinas",
e a sociedade mostra-se corruptível; as normas criadas para o bem comum
mostram-se flexíveis. A tecnologia é usada como ferramenta de controle, seja do
Estado, seja de instituições ou mesmo de corporações. Distopias são
frequentemente criadas como avisos ou como sátiras, mostrando as atuais
convenções sociais e limites extrapolados ao máximo. Nesse aspecto, diferem
fundamentalmente do conceito de utopia, pois as utopias são sistemas sociais
idealizados e não têm raízes na nossa sociedade atual, figurando em outra época
ou tempo ou após uma grande descontinuidade histórica. Uma distopia está
intimamente conectada à sociedade atual. Um número considerável de histórias de
ficção científica que ocorrem num futuro próximo do tipo das descritas como "cyberpunk",
usam padrões distópicos de uma companhia de alta tecnologia dominando um mundo
em que os governos nacionais se tornaram fracos.”**
E a distopia no caso tem sido o cenário constante de
Hollywood retrata na atualidade a imaginar o que seria o futuro da Terra no pós-apocalíptico,
a prova disso é que o último filme que vi nos cinemas antes de Tomorrowland foi
“Mad Max-Estrada da Fúria”, quarto filme inspirado na franquia clássica dos
anos 1980 do diretor George Miller, que tinha Mel Gibson no papel principal, o
mesmo neste com Tom Hard assumindo o papel do Max no lugar de Gibson apresentou
mesmo usando e abusando dos sofisticados recursos modernos que não tinha 30
anos atrás, mas manteve a essência de explorar a distopia de apresentar a
realidade nua e crua da humanidade vivendo no completo deserto escaldante,
escassa de tudo, onde os sobreviventes vivem de maneira primitiva, toda maltrapilha e
sem higiene onde ambos vivendo em comunidades onde todos utilizam carrões para
meio de transporte formado em facções todos precisam e necessitam da água
e gasolina como forma de sobrevivência naquele cenário. Antes de assistir este “Mad Max” eu já havia assistido
outros filmes que apresentavam ideias do futuro distópico num cenário de
pós-apocalipse sobre diferentes óticas. Por exemplo, “Eu sou a lenda” (2007),
mostrava o ator Will Smith no papel do único humano sobrevivente ao hostil cenário
da Terra após ter sido toda dizimada por um vírus que fez todos virarem zumbis.
Também foi na ótica viral que fomos
apresentados a este mesmo cenário em “Planeta dos Macacos- O Confronto” (2014). Além desses também vi “Oblivion” (2013), onde
apresentava Tom Cruise no papel de um vigilante da Terra inabitada
pela suposta invasão alienígena, quando ele percebe que nada era o que
aparentava. “Elysium” (2013) também é outro exemplo de filme nesta pegada que
nos mostrava de como seria o mundo distópico escasso de tudo que apresentava
uma curiosa ideia de como seria a maioria da população lutando para sobreviver
sem nada, em contraste a mostrar uma camada minoritária de privilegiados
podendo viver uma vida confortável em um satélite chamado Elysium. Até mesmo o primeiro filme “Divergente “(2014)
que foi o único até agora que eu assisti nos apresentou como seria viver neste
distópico totalitário onde quando você chega a uma determinada idade adulta
você qual facção que escolher que tem o curioso de personalidades onde se você
não adequa aquele sistema e é considerado diferente, um divergente se torna
perigoso.
No caso de Tomorrowland, ele procura apresentar uma forma de manter viva a ideia do futuro
utópico onde as pessoas podem viver de forma mais confortáveis com as facilidades tecnológicas.
Desde que o cinema surgiu na metade da última década do
século 19 já visto como uma invenção revolucionária para a arte, que ao longo
do século 20 vimos muitos diretores brincar com a ideia de como seria o futuro.
O alemão Fritz Lang foi um dos pioneiros
neste quesito quando lançou em 1927 “Metropólis”,
que foi o primeiro a explorar a ideia de um robô androide. E ao longo das décadas vimos muitos
cineastas lançarem esta ideia da tendência do mundo seja utópico ou distópico
extraindo da essência dos romances de
ficção cientifica de autores expert no gênero como Arthur C. Clark, Philip
K.Dick, H.G.Wells, Isaac Asimov ou mesmo George Orwell para nos transportar a
ideia filosófica do mundo futuro. Em
1989, quando foi lançado o segundo filme da trilogia “De volta para o futuro”,
onde Marty McFly viajava para o ano de 2015 imaginando muita coisa que em parte
se concretizou e em parte não se concretizou enfim brincar de futurologia
sempre foi a grande diversão da sétima arte.
Walt Disney, o genial artista e grande empreendedor
desta marca do entretenimento já sonhava
e visionava criar a ideia de um mundo do jeito que Tomorrowland apresenta. Posso colocar que muita coisa que o filme
carrega é da essência sonhadora do próprio Walt Disney.
Como já descrevi, ele basicamente apresenta uma proposta bem
despretensiosa como um tipo de entretenimento família. Sua trama gira em torno da
adolescente Casey Newton, um sobrenome muito bem escolhido para a personagem
remetendo ao cientista inglês Isaac Newton(1642-1727) já que ele mostra ser uma gênia na
tecnologia. No primeiro momento onde ela é apresentada na história de
uma forma assim a virar a heroína por acidente para depois sabermos que ela já
estava destinada para aquela função.
Bom, o que posso descrever da maneira como ela é apresentada
no filme é como uma jovem assim meio delinquente que aparece tentando hackear a plataforma da Nasa que funciona na cidade
onde ela reside, que está prestes a ser desativada e o pai dela que trabalha lá
como engenheiro, está preocupado de ficar desempregado. É numa dessas tentativas que ela acaba sendo flagrada
pela policia e indo parar na cadeia. O
mais curioso do momento em que ela ao sair da cadeia descobre lá ao receber de
volta os seus pertences, ela presta atenção num objeto que ela diz não lhe pertencer,
este objeto é um broche com um T, que no filme é chamado de Pin. Este objeto é que faz a levar ao mundo
paralelo de Tomorrowland, um lugar utópico onde todo mundo pode viver de forma tranquila, com toda a comodidade que
as modernas tecnologias podem proporcionar facilidades para a vida
rotineira. Uma ideia ainda que meio
clichê, mas ainda assim nos mostra uma vida possível. Depois que Casey descobre do que este objeto pode fazer, ela
também fica sabendo que sua vida corre
perigo, pois sua guia Athena, uma
menina robótica muito inteligente e boa briga, cujo nome escolhido foi bem apropriado pois ela
representa uma referencia a deusa grega da sabedoria . Será esta garotinha
robótica, que na verdade ela já foi construída há mais de 50 anos, o que não
aparece aparentar pela sua cara de menina angelical. É Athena , a menina guia de Casey pede para
ela a missão de ir atrás de Frank Walker, um garoto de gênio precoce que há muito tempo , ela havia o conhecido
durante a Feira Mundial de 1964, que foi lá para apresentar a sua invenção, que
era uma mochila com propulsores para voar, mas que é esnobado pelos organizador
Feira.
Foi naquele ambiente que Athena entregou para Frank o pin, e
ao conhecer aquele lugar maravilhoso, ele passa a viver a maior parte da sua infância
ali até crescer e ser banido de Tomorrowland 20 anos após ter pisado lá da
primeira vez.
Passados 31 anos após
ter sido banido de Tomorrowland, Frank sendo um homem amargurado vivendo um
vida simples numa casa de campo completamente isolado, que de fora aparenta ser
muito acabada para cair, mas que por dentro apresentava ser bem aparelhado com a moderna tecnologia
que Frank criou.
Será ele o responsável por ajudar Casey na missão do seu retornar para Tomorrowland, que desde a época
em que ele tinha sido banido, já não aparentava ter o mesmo cenário de antes, e
será esse trio o responsável por trazer de volta a essência sonhadora e otimista do lugar sempre apresentou.
Bom vou parar de comentar por aqui por que senão, vá que eu
entregue algum spoiler, vou comentar da minha boa impressão do filme nos
aspectos artisticamente técnicos.
Como eu já havia adiantado no começo da descrição, o filme
ele é bem despretensioso em sua proposta, achei o roteiro bem elaboradamente escrito, mesmo sendo um filme feito para criança
assistir acompanhada de toda a família,
ele não apresenta um teor muito bobinho, a produção inteira souberam como acertar a mão neste filme ao
bolar uma trama mais inteligente, mas sem precisar ser tão forçadamente
didático .
Há momentos onde o filme faz sutis criticas quanto a ideia
da sociedade atual se acomodar a distopia apresentada por Hollywood do
pós-apocalipse em consequência do aquecimento global, e terminar acreditando que
aquilo será mesmo verdade de acontecer. Ainda mais com os tantos de filmes catástrofes
que tem surgido por ai afora. No
entanto, ele nos apresenta bem uma ideia de esperança na utopia, no sonho, na
fantasia.
O filme também uma excelente direção de arte, o cenário construído
para Tomorrowland é sensacional, carregado de uma brilhante fotografia combinado
aos efeitos especiais do CGI, faz o filme ficar perfeitamente brilhante com
aquela atmosfera bem típica dos filmes da Disney.
A única coisa que mais me incomodou um pouco neste filme,
foi a maneira muito mal enquadrada da câmera na cena onde a Casey vai para
Frank, e este ao sair da porta da sua casa,
e neste momento em que a câmera se foca nele conversando fica todo ofuscado
pelos raios do sol, que estava posicionado ainda no teto da casa
de Frank. A boa parte desta cena
posicionada desta forma me gerou um ar de desorientação. Foi por assim dizer a
única que eu o filme cometer. Pois do
resto, posso destacar que George Clooney está perfeito no papel do Frank,
apesar dele ser a principal estrela do filme, o seu papel assumi mais uma
função secundária, na verdade quem roubam as cenas são as duplas de garotas, Britt
Robertson está perfeita como a Casey , que de uma jovem desorientada de repente
se torna a heroína destinada a salvar Tomorrowland, e a Raffey Cassidy como a robótica Athena mostra um excelente desempenho no papel. Uma androide que nunca envelhece, o mais
curioso que eu pude observar é o fato da trama explorar bem o forte vinculo que
Frank nutria quando tinha ido a primeira vez a Tomorrowland. Pode até parecer um pouco equivocado da minha
parte o que vou colocar, mas sentir que a maneira como o filme apresentou o Frank
se relacionando com Athena ainda na infância deixou transparecer ainda que de uma forma não
muito explicita que ele nutria por ela alguma paixão impossível de acontecer pelo fato dela ser uma androide cuja
programação dela impedia de ter
sentimentos humanos. Uma coisa assim, e
o próprio quando ele chora ao ver Athena
se programando para ser destruída já no momento clímax do filme e ela em nenhum
transparece deixa subentendido isto. Para finalizar também destaco o brilhante
desempenho do Hugh Laurie, que muitos devem conhecer como protagonista da série de tv “House”, que está no papel do antagonista David, um
cara muito presunçoso e cheio das excentricidades para governar Tomorrowland de
uma forma totalitária.
Bom, só o que posso concluir de Tomorrowland é um
interessante filme feito entreter todas as idades, um bom filme pipoca para entrar
de cabeça na fantasia e não se preocupar
em se deparar com alguma situação inverossímil, improvável de acontecer na
realidade apresentada no filme onde não
preciso caracterizar como licenças poéticas e principalmente para fechar com de ouro, o
filme também apresenta uma impressionante cena mostrando a Casey visitando uma inusitada loja que vende interessantes artigos referentes aos
nerd e aos geeks amantes e consumistas
de qualquer coisa que seja referente da cultura pop do cinema, dos quadrinhos
entre outros infinitos artigos apresentados na cena que são de encher os olhos.
Se depois de ler este longo comentário do filme você ficou
interessado em assistir o filme, então não perca tempo vá logo assistir que o
filme estreou a poucos dias em cartaz.
Bom é isso, muito obrigado por chegarem até aqui.
FONTE:
*http://pt.wikipedia.org/wiki/Utopia
**http://pt.wikipedia.org/wiki/Distopia
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