segunda-feira, 8 de junho de 2015

ANÁLISE DE TOMORROWLAND-UM LUGAR ONDE NADA É IMPOSSÍVEL(2015)





Na tarde de Sexta-Feira, 05 de Junho de 2015, fui conferir ao filme “Tomorrowland-Um Lugar Onde Nada é Impossível”, no Cinemark do Shopping Midway Mall.

O filme conseguiu me surpreender pela proposta bem despretensiosa de ser aquele típico filme de entretenimento família com selo da Disney, em querer divertir todas as faixas etárias sem querer parecer uma típica história infantil carregado de um teor exageradamente  bobinho. 

Eu conferir este filme sem ser 3-D o que foi legal porque ele apresenta muitos efeitos visuais que não necessitariam desse artificio, ficando até bem mais barato a compra do ingresso.
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Numa época como atual em que Hollywood entrou muito no debate frequente desde o começo dos anos 2000 sobre a preocupação do aquecimento global, e a prova disso foram os tantos de filmes que apresentaram uma visão de distopia, palavra que significa o contrário da utopia. Enquanto a utopia “tem como significado mais comum a ideia de civilização ideal, imaginária, fantástica. Pode referir-se a uma cidade ou a um mundo, sendo possível tanto no futuro, quanto no presente, porém em um paralelo. Pode também ser utilizado para definir um sonho ainda não realizado. Uma fantasia, uma esperança muito forte. Utopia é um projeto humanista de transformação social e representa aspectos capitais do humanismo renascentista .A palavra foi criada a partir dos radicais gregos οu, "não" e, "lugar", portanto, o "não-lugar" ou "lugar que não existe".”*  A distopia tem como significado “o pensamento, a filosofia ou o processo discursivo baseado numa ficção cujo valor representa a antítese da utopia ou promove a vivência em uma "utopia negativa" . As distopias são geralmente caracterizadas pelo totalitarismo, autoritarismo, por opressivo controle da sociedade. Nelas, "caem as cortinas", e a sociedade mostra-se corruptível; as normas criadas para o bem comum mostram-se flexíveis. A tecnologia é usada como ferramenta de controle, seja do Estado, seja de instituições ou mesmo de corporações. Distopias são frequentemente criadas como avisos ou como sátiras, mostrando as atuais convenções sociais e limites extrapolados ao máximo. Nesse aspecto, diferem fundamentalmente do conceito de utopia, pois as utopias são sistemas sociais idealizados e não têm raízes na nossa sociedade atual, figurando em outra época ou tempo ou após uma grande descontinuidade histórica. Uma distopia está intimamente conectada à sociedade atual. Um número considerável de histórias de ficção científica que ocorrem num futuro próximo do tipo das descritas como "cyberpunk", usam padrões distópicos de uma companhia de alta tecnologia dominando um mundo em que os governos nacionais se tornaram fracos.”**

E a distopia no caso tem sido o cenário constante de Hollywood retrata na atualidade a imaginar o que seria o futuro da Terra no pós-apocalíptico, a prova disso é que o último filme que vi nos cinemas antes de Tomorrowland foi “Mad Max-Estrada da Fúria”, quarto filme inspirado na franquia clássica dos anos 1980 do diretor George Miller, que tinha Mel Gibson no papel principal, o mesmo neste com Tom Hard assumindo o papel do Max no lugar de Gibson apresentou mesmo usando e abusando dos sofisticados recursos modernos que não tinha 30 anos atrás, mas manteve a essência de explorar a distopia de apresentar a realidade nua e crua da humanidade vivendo no completo deserto escaldante, escassa de tudo, onde os  sobreviventes  vivem de maneira primitiva, toda maltrapilha e sem higiene onde ambos vivendo em comunidades onde todos utilizam carrões para meio de transporte  formado  em facções todos precisam e necessitam da água e gasolina como forma de sobrevivência  naquele cenário.  Antes de assistir este “Mad Max” eu já havia assistido outros filmes que apresentavam ideias do futuro distópico num cenário de pós-apocalipse sobre diferentes óticas. Por exemplo, “Eu sou a lenda” (2007), mostrava o ator Will Smith no papel do único humano sobrevivente ao hostil cenário da Terra após ter sido toda dizimada por um vírus que fez todos virarem zumbis.  Também foi na ótica viral que fomos apresentados a este mesmo cenário em “Planeta dos Macacos- O Confronto” (2014).  Além desses também vi “Oblivion” (2013), onde apresentava  Tom Cruise  no papel de um vigilante da Terra inabitada pela suposta invasão alienígena, quando ele percebe que nada era o que aparentava. “Elysium” (2013) também é outro exemplo de filme nesta pegada que nos mostrava de como seria o mundo distópico escasso de tudo que apresentava uma curiosa ideia de como seria a maioria da população lutando para sobreviver sem nada, em contraste  a mostrar  uma camada minoritária de privilegiados podendo viver uma vida confortável em um  satélite chamado Elysium.  Até mesmo o primeiro filme “Divergente “(2014) que foi o único até agora que eu assisti nos apresentou como seria viver neste distópico totalitário onde quando você chega a uma determinada idade adulta você qual facção que escolher que tem o curioso de personalidades onde se você não adequa aquele sistema e é considerado diferente, um divergente se torna perigoso.

No caso de Tomorrowland, ele procura apresentar  uma forma de manter viva a ideia do futuro utópico onde as pessoas podem viver de forma  mais confortáveis com as facilidades tecnológicas.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Desde que o cinema surgiu na metade da última década do século 19 já visto como uma invenção revolucionária para a arte, que ao longo do século 20 vimos muitos diretores brincar com a ideia de como seria o futuro.  O alemão Fritz Lang foi um dos pioneiros neste quesito  quando lançou em 1927 “Metropólis”, que foi o primeiro a explorar a ideia de um robô androide.   E ao longo das décadas vimos muitos cineastas lançarem esta ideia da tendência do mundo seja utópico ou distópico extraindo da essência  dos romances de ficção cientifica de autores expert no gênero como Arthur C. Clark, Philip K.Dick, H.G.Wells, Isaac Asimov ou mesmo George Orwell para nos transportar a ideia filosófica do mundo futuro.  Em 1989, quando foi lançado o segundo filme da trilogia “De volta para o futuro”, onde Marty McFly viajava para o ano de 2015 imaginando muita coisa que em parte se concretizou e em parte não se concretizou enfim brincar de futurologia sempre foi a grande diversão da sétima arte.

Walt Disney, o genial artista e grande empreendedor desta  marca do entretenimento já sonhava e visionava criar a ideia de um mundo do jeito que Tomorrowland apresenta.  Posso colocar que muita coisa que o filme carrega é da essência sonhadora do próprio Walt Disney.

Como já descrevi, ele basicamente apresenta uma proposta bem despretensiosa como um tipo de entretenimento família. Sua trama gira em torno da adolescente Casey Newton, um sobrenome muito bem escolhido para a personagem remetendo ao cientista inglês Isaac Newton(1642-1727)  já que ele mostra ser uma gênia  na  tecnologia. No primeiro momento onde ela é apresentada na história de uma forma assim a virar a heroína por acidente para depois sabermos que ela já estava destinada para aquela função.
















Bom, o que posso descrever da maneira como ela é apresentada no filme é como uma jovem assim meio delinquente que aparece tentando hackear a  plataforma da Nasa que funciona na cidade onde ela reside, que está prestes a ser desativada e o pai dela que trabalha lá como engenheiro, está preocupado de ficar desempregado.  É numa dessas tentativas que ela acaba sendo flagrada pela policia e indo parar na cadeia.  O mais curioso do momento em que ela ao sair da cadeia descobre lá ao receber de volta os seus pertences, ela presta atenção num objeto que ela diz não lhe pertencer, este objeto é um broche com um T, que no filme é chamado de Pin.  Este objeto é que faz a levar ao mundo paralelo de Tomorrowland, um lugar utópico onde todo mundo pode viver  de forma tranquila, com toda a comodidade que as modernas tecnologias podem proporcionar facilidades para a vida rotineira.  Uma ideia ainda que meio clichê, mas ainda assim nos mostra uma vida possível.  Depois que Casey  descobre do que este objeto pode fazer,   ela também fica sabendo que sua vida  corre perigo, pois   sua guia Athena, uma menina robótica muito inteligente e boa briga, cujo  nome escolhido foi bem apropriado pois ela representa uma referencia a deusa grega da sabedoria . Será esta garotinha robótica, que na verdade ela já foi construída há mais de 50 anos, o que não aparece aparentar pela sua cara de menina angelical.  É Athena , a menina guia de Casey pede para ela a missão de ir atrás de Frank Walker, um garoto de gênio precoce  que há muito tempo , ela havia o conhecido durante a Feira Mundial de 1964, que foi lá para apresentar a sua invenção, que era uma mochila com propulsores para voar, mas que é esnobado pelos organizador Feira.

Foi naquele ambiente que Athena entregou para Frank o pin, e ao conhecer aquele lugar maravilhoso, ele passa a viver a maior parte da sua infância ali até crescer e ser banido de Tomorrowland 20 anos após ter pisado lá da primeira vez.

Passados 31  anos após ter  sido banido de Tomorrowland,  Frank sendo um homem amargurado vivendo um vida simples numa casa de campo completamente isolado, que de fora aparenta ser muito acabada para cair, mas que por dentro apresentava  ser bem aparelhado com a moderna tecnologia que Frank criou.

Será ele o responsável por ajudar Casey na missão do seu  retornar para Tomorrowland, que desde a época em que ele tinha sido banido, já não aparentava ter o mesmo cenário de antes, e será esse trio o responsável por trazer de volta a essência sonhadora  e otimista do lugar sempre apresentou.

Bom vou parar de comentar por aqui por que senão, vá que eu entregue algum spoiler, vou comentar da minha boa impressão do filme nos aspectos artisticamente técnicos.

 

Como eu já havia adiantado no começo da descrição, o filme ele é bem despretensioso em sua proposta, achei o roteiro bem elaboradamente escrito,  mesmo sendo um filme feito para criança assistir acompanhada de  toda a família, ele não apresenta um teor muito bobinho, a produção inteira  souberam como acertar a mão neste filme ao bolar uma trama mais inteligente, mas sem precisar ser tão forçadamente didático .

 
 

 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 

 

Há momentos onde o filme faz sutis criticas quanto a ideia da sociedade atual se acomodar a distopia apresentada por Hollywood do pós-apocalipse em consequência do aquecimento global, e terminar acreditando que aquilo será mesmo verdade de acontecer. Ainda mais com os tantos de filmes catástrofes que tem surgido por ai afora.  No entanto, ele nos apresenta bem uma ideia de esperança na utopia, no sonho, na fantasia.

O filme também uma excelente direção de arte, o cenário construído para Tomorrowland é sensacional, carregado de uma brilhante fotografia combinado aos efeitos especiais do CGI, faz o filme ficar perfeitamente brilhante com aquela atmosfera bem típica dos filmes da Disney.

A única coisa que mais me incomodou um pouco neste filme, foi a maneira muito mal enquadrada da câmera na cena onde a Casey vai para Frank, e este ao sair da porta da sua casa,  e neste momento em que a câmera se foca nele conversando fica todo ofuscado pelos  raios do sol,  que estava posicionado ainda no teto da casa de Frank.  A boa parte desta cena posicionada desta forma me gerou um ar de desorientação. Foi por assim dizer a única que eu o filme cometer.  Pois do resto, posso destacar que George Clooney está perfeito no papel do Frank, apesar dele ser a principal estrela do filme, o seu papel assumi mais uma função secundária, na verdade quem roubam as cenas são as duplas de garotas, Britt Robertson está perfeita como a Casey , que de uma jovem desorientada de repente se torna a heroína destinada a salvar Tomorrowland,  e a Raffey Cassidy como a robótica Athena  mostra um excelente desempenho no papel.  Uma androide que nunca envelhece, o mais curioso que eu pude observar é o fato da trama explorar bem o forte vinculo que Frank nutria quando tinha ido a primeira vez a Tomorrowland.  Pode até parecer um pouco equivocado da minha parte o que vou colocar, mas sentir que a maneira como o filme apresentou o Frank se relacionando com Athena ainda na infância  deixou transparecer ainda que de uma forma não muito explicita que ele nutria por ela alguma paixão impossível de acontecer  pelo fato dela ser uma androide cuja programação dela impedia  de ter sentimentos humanos.  Uma coisa assim, e o próprio  quando ele chora ao ver Athena se programando para ser destruída já no momento clímax do filme e ela em nenhum transparece deixa subentendido isto.   Para finalizar também destaco o brilhante desempenho do Hugh Laurie, que muitos devem conhecer como protagonista  da série de tv “House”,  que está no papel do antagonista David, um cara muito presunçoso e cheio das excentricidades para governar Tomorrowland de uma forma totalitária.


 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

Bom, só o que posso concluir de Tomorrowland é um interessante filme feito entreter todas as idades, um bom filme pipoca para entrar de cabeça  na fantasia e não se preocupar em se deparar com alguma situação inverossímil, improvável de acontecer na realidade  apresentada no filme onde não preciso caracterizar como licenças poéticas  e principalmente para fechar com de ouro, o filme também apresenta   uma impressionante  cena mostrando a  Casey visitando  uma inusitada loja  que vende interessantes artigos referentes aos nerd e aos geeks  amantes e consumistas de qualquer coisa que seja referente da cultura pop do cinema, dos quadrinhos entre outros infinitos artigos apresentados na cena que são de encher os olhos.

Se depois de ler este longo comentário do filme você ficou interessado em assistir o filme, então não perca tempo vá logo assistir que o filme estreou a poucos dias em cartaz.

Bom é isso, muito obrigado por chegarem até aqui. 

 

 

 

 

FONTE:




*http://pt.wikipedia.org/wiki/Utopia

**http://pt.wikipedia.org/wiki/Distopia
 
 

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