Na noite de domingo, 14 de fevereiro de 2016, representou o inicio de verdade da minha temporada cinematográfica de 2016 no Shopping Midway Mall que é com o tão aguardado "Deadpool".
Porque até agora eu só tinha conferido umas três produções ainda de 2015, primeiro foi o drama gospel "Quarto de Guerra", com uma emocionante história reflexiva da importância da fé em nossa vida rotineira. Depois conferi duas animações que foram "O Bom Dinossauro" da Disney/Pixar e "Snoopy,Charlie Brown, Peaunuts-O Filme", produção da Blue Sky inspirado no famoso personagem das tirinhas de jornais do cartunista Charles M. Schulz(1922-2000). Estes que deverei colocar na minha lista avaliativa dos filmes que conferi em 2016.
Digamos que com Deadpool eu iniciei com todo o gás esta minha temporada cinematográfica 2016. Sem mais delongas, vamos então para a análise do filme. Antes de conferir esta produção da Fox que faria mais uma adaptação de um herói da Marvel no cinema, eu basicamente não conhecia nada do personagem, assim como muitos que assistiram, portanto procurei pesquisar um pouco mais a fundo quais seriam suas características essenciais dos quadrinhos. Sendo tanto ouvindo pessoalmente de quem já tinha lido suas revistas, quanto vendo alguns conteúdos de canais do Youtube, para já ter mais ou menos uma ideia do que ele tratava. Bom, depois de saber que este personagem dentre os vários que compõe a galeria de heróis, vilões, ou mesmo tipo secundários, é meio que o caçulinha, tem apenas 25 anos de publicação, a idade para ser filho do Homem-Aranha que tem 53 anos de publicação. Criado por Rob Liefeld e por Fabian Nicierza cuja inspiração foi no Exterminador da DC Comics, surgiu a primeira vez na revista dos X-Men em New Mutants #98 em 1991. Ele tem como principais características o fato de também ser mutante, que se tornou de uma forma acidental, depois que soube que tinha uma doença terminal entrou numa enrascada de participar de um experimento de um soro de cura rápida que ocasionou como efeito colateral no seu corpo ficar todo desfigurado a ponto dele criar um uniforme vermelho com um capuz vermelho para poder se disfarçar e agir como o mercenário tagarela devido a imensa força descomunal que adquiriu com este soro. Outra das características muito importante é o fato dele sempre quebrar a quarta parede nos quadrinhos, que é quando ele olha para o leitor e conversa diretamente com ele, assim como o fato dele não se levar a sério, fazendo piadas o tempo todo. Basicamente ele tem uma típica característica tanto de herói quanto de vilão, já que age de acordo com as próprias leis com muito tom insano.
Antes de conferir na telona, eu confesso que fiquei bastante receoso quanto ao que poderia esperar deste filme, ainda mais sendo uma produção da Fox em um "herói" Marvel, a quem muitos fanboys marvetes ficam criticando o fato dela não abrir mão dos X-men e entregar para a Marvel Studios para continuar ganhando mais dinheiro até a última gota. Isto tem gerado demais uma forte batalha jurídica entre as duas. De fato, há muita razão para fazer esta crítica. Dois fatores pesaram para eu criar este receio de pensar que o filme poderia não vingar. O primeiro é o fato obviamente de ser uma produção da Fox, que fora o fato dela conseguir obter lucro com a franquia dos mutantes da Marvel, desde que há 22 anos negociou a compra de X-Men que foi bem no momento em que a Marvel Comics estava no buraco. Que depois a própria Fox tentou bancar com outros catálogos que tinha comprado. Fez "Demolidor-O Homem Sem Medo"(2003) um filme sobre herói cego pertencente a linhagem dos heróis urbanos, que contou com o atual Batman Ben Afleck no papel principal. Não agradou aos críticos na época, a ponto de passar muitos anos no limbo até o momento que a Fox acabou perdendo os direitos, com isso Demolidor entrou na Marvel Studios e virou uma produção de série da Netflix, chegando a sua segunda temporada. Fez três filmes do Quarteto Fantástico que também não agradaram e nada a critica. A ponto dela até onde se sabe a deixá-la no limbo. Este foi só o primeiro fator. E o segundo fator envolvia a questão da escolha de Ryan Reynolds para o papel principal, visto como bastante arriscado em virtude dele como já tinha interpretado este mesmo personagem no "X-Men-Origens:Wolverine"(2009) onde ficou representado de uma forma muito grotesca, muito bizarra a ponto de até hoje os fãs não perdoarem e ele também já passou pela experiência não muito boa de estrelar outras duas adaptações de quadrinhos que não deram bons resultados. Antes de fazer sua primeira aparição do Deadpool no "X-Origens-Wolverine", ele tinha aparecido em Blade Trinity(2004), que foi o último da bem sucedida trilogia do vampiro da Marvel produzida pela New Line Cinema que não foi agradada pela critica. Com isto, resultou no sepultamento de Blade a ponto dele retornar a Marvel Studios. Pouco tempo após o "Origens" Reynolds estrelou "Lanterna Verde"(2011) inspirado no herói da DC Comics, produzido pela Warner com a intenção de expandir o Universo DC no cinema. Já que até então só dois heróis tinham ganhado boas franquias no cinema que no caso são Superman e Batman que vão se enfrentarem no mês que vem nas telonas. Ainda que a intenção tenha sido das boas, o filme não agradou a critica e não rendeu a bilheteria necessária a ponto da Warner cancelar a ideia de fazer uma trilogia como tinha programado com o Lanterna Verde. Tudo isto motivava o clima de incógnita do que este filme poderia não vingar. E pelo que parece quebrei a cara, o filme foi mesmo surpreendente. E tenho que admitir, Fox você acertou em cheio com Deadpool, a ponto de fazer a gente ignorar e apagar as mancadas que vocês fizeram com Deadpool no "Origens" e as tentativas frustradas de fazer o filme do Demolidor e dos três filmes do Quarteto Fantástico.
Um dos grandes pontos positivo foi realmente em respeitar as suas características essenciais, dentre essas o fato dele quebrar o tempo todo a quarta parede, a ponto de não se levar a sério com umas piadas que beiram ao teor da insanidade. O que de fato justificou bem um filme apropriado para uma classificação para maiores de 16 anos, porque aqui a violência é bem explicita, mostrando muito sangue rolando, com cabeças degoladas e com direito a umas cenas picantes com nudez, que a meu ver o torna dentre todos os filmes de super-heróis que eu já vi no cinema, o que mostra realmente ser o mais destinado para adultos, mais até do que muitos filmes de ação com porradaria. O que me faz pensar que se Deadpool fosse produzido dentro do MCU, com certeza eles teriam de amenizar muita coisa para torná-lo mais colorido e coeso dentro deste universo para assim poder proporcioná-lo dentro daquele esquema de filme família que a atual parceira da Marvel, a Disney adota demais em seus filmes. Nesse aspecto é até aconselhável ao leitor que estiver lendo esta resenha se já tiver maioridade para assistir ao filme, que não o assista acompanhado de crianças, principalmente se for seu filho ou algum irmão menor ou mesmo sobrinho, ou mesmo dos pais, porque como já adiantei apesar de ser muito divertido, ainda assim ele apresenta um teor muito pesado tanto na violência explicita quanto no erotismo, que tornam cenas muito insanas e difíceis de digerir. Por esse motivo recomendo assistir com a mente um pouco aberta, principalmente se for do tipo que não gosta de ver muito excesso de insanidade,prefere algo mais leve como "Guardiões da Galáxia" então não recomendo. Agora se você não é do tipo de não se importar, gosta de assistir a umas comédias agressivas, e de muita ação então este é o seu filme.
Basicamente como já adiantei o filme ele não se leva muito a sério, o enredo carrega uma história bem mais honesta e pé no chão, do que em relação as muitas megaproduções blockbusthers do gênero super-herói já feito até agora. O recurso não segue uma narrativa linear, que já começa pela apresentação dos créditos de abertura que já zoa por si mesmo, é aonde podemos sentir bem o clima do que a gente pode esperar da proposta do filme. O que já representou uma mostra bem assertiva da parte da Fox. Assim como a maneira dele ir direto ao ponto em apresentar o Deadpool já atuando como Deadpool, e só aos pouquinhos é que foi introduzindo a explicação de sua origem. A gente pode bem observar que ele desde de antes de virar o Deadpool, quando era Wade Wilson, ele nunca foi uma pessoa de boa índole, sempre tinha uma essência insana. E mesmo tendo ficado com uma doença terminal, que o fez passar por este procedimento de adquirir um soro que tornou poderoso e o transformou no Deadpool, ainda assim isto não foi capaz dele mudar sua essência de ser humano. O tornou além de mais forte, também mais insano. A ponto de fazer piadas o tempo todo e quebrando a quarta parede também o tempo todo. E o filme moldou isto de um jeito muito bem equilibrado. É curioso observar que os diálogos apresentam o tempo todo zoações referencias, desde o fato do Deadpool pertencer a Fox assim como o X-men, inclusive é interessante observar as referencias constantes ao universo mutante, o que criou um cenário bem coeso, mostrando o quanto a Fox está pensando em expandir o universo mutante da Marvel. E a prova é a interação do Colossos e a Míssil que são os que mantém o equilíbrio da seriedade. Além do próprio universo que ele faz referencias em suas piadas, ele também sacaneia com Matrix, com o duo inglês Wham! que tinha George Michael na formação onde inclusive tocam uma de suas canções românticas sucesso dos anos 1980 que é "Carelles Whispers". Assim como posso simplesmente descrever que o fato do filme não se levar a sério não tem como você cair na risada. E isto foi o que eu senti na sessão que fui no Midway, o feedback positivo do público. No balanço geral, posso concluir que gostei do filme, a Fox acertou ao mostrar o personagem do jeito que ele é, sem nenhuma aliviada para tipo ser pensado para cativar crianças, ele aqui se mostra completamente insano como é, apesar de apresentar algumas falhas. Principalmente no quesito de alguns personagens, como por exemplo o Ajáx(Ed Skrein) como antagonista ele até que é bem mostrado e cumprindo a função como o tipo que gera a motivação do Deadpool se vingar pela passada na perna que ele lhe gerou, e sendo assim responsável por sua criação. Mas tirando isto não dá para sentir muit que ele carregar o peso para segurar o filme, que acabou ficando todo nas costas de Ryan Reynolds, cuja maneira como ele bem incorporou toda a essência do personagem criou sua redenção. Gina Carano como Pó de Anjo, assistente de Ajáx cumpre bem a simples função secundária do filme, que se limita apenas a isto. Também coloco aqui o Colossos, que está bem representado no filme do que em relação as suas aparições nos filmes dos X-men. Ele foi bem melhor trabalhado, principalmente na ideia de criar um contraponto ao Deadpool, em tentar aconselhá-lo a entrar nos X-men e agir de maneira correta. O que para Deadpool ele o vê como um chato. Ele ficou com uma caracterização perfeita, todo feito em CGI com captura de movimento com o dublê Andre Tricoteux para proporcionar algo menos artificial e sem ser tão exageradamente carnavalesco, já a voz dele é curiosamente dublada pelo alemão Stefan Kapičić, que por carregar uma descendência servo-croata,ou seja, de países do Leste Europeu que carregam muita influencia da cultura russa, desde o alfabeto cirílico, praticarem a religião ortodoxa e uma infinidades de fatores explica o porque dele criar com naturalidade uma excelente entonação na voz para fazer o personagem falar com sotaque sem parecer muito caricato ou muito forçado ou mesmo artificialmente robótico, bem como eu assisti esta sessão com áudio original e legendado, recomendo não vê-lo dublado porque pode ser que o resultado não fique o mesmo, servindo bem para criar um equilíbrio para torná-lo mais séria do filme. E para finalizar destaco a interpretação da brasileira radicada nos EUA Morena Baccarin como a stripper Vanessa, a namorada do Deadpool, que trabalha bem o papel sem mostrar muito esforço, cumpre apenas o que o roteiro manda sem muita profundidade, apenas assumi a função de ser aquela namoradinha frágil do herói, que se torna alvo do bandido que a sequestra para motivar o confronto. Uma formula bem clichê. Também mostra ter química com Ryan Reynolds a ponto de mostrar naturalidade em encenar uma cena picante do filme sem aliviada alguma. Por fim o filme também conta com a presença do Stan Lee como um MC no clube de strippers e uma interessante cena pós-crédito, que não tem nada de muito empolgante que pudesse trazer um gancho para alguns filme dos X-men, apenas posso descrever sem dar spoiler que é uma cena referencial. E por falar em referencial, é curioso observar que na trilha sonora além de ser tocado "Careless Whisper" como parte da piada ao Wham!, o que cria no filme um tom nostálgico. Também temos outro sucesso romântico dos anos 1980 ganhando uma revival no filme que é "You´re The Inspiration" da banda Chicago que é tocada numa cena muito curiosa, o que por si só já torna o filme mais noção entre todos de super-heróis que já assisti. Recomendo.
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