Na noite de domingo, 03 de Julho de 2016, fui conferir no
Shopping Midway Mall a mais nova animação da Pixar “Procurando Dory”.
Procurando Dory trata-se de uma espécie de spin-off ao
mesmo tempo mesclado como uma sequencia do sucesso de Procurando Nemo(2003).
Antes de falar sobre Dory, devo comentar um pouco sobre o que foi Procurando Nemo, que
já faz longos 13 anos que foi lançado, para poder situar a quem nunca tinha
assistido. No “Nemo” a trama mostrava a
jornada do filhote de peixe-palhaço se perdendo de seu pai Marlim, que
superprotegia seu único filho dos perigos do mundo, isso desde que Marlim teve
sua companheira morta por um predador. É durante esta jornada pela busca do Nemo
que Marlim conhece Dory, uma peixe da espécie cirurgião-patela, que sofre de
perda de memória recente que vai se tornar a companheira dele nesta aventura. Criando
um bom contraponto, enquanto que Marlim mesmo sendo um peixe-palhaço
representava mais uma essência dramática, pelo sofrimento constante de não
perder Nemo, criando um peso importante para sustentar a trama. Já a Dory
criava um bom alivio cômico com suas cantorias de “Continue a nadar, Continue a
nadar”, ou mesmo, falando o idioma das baleias.
Assim girava em torno o esquema do enredo de “Procurando Nemo”, seguindo este
formato bem particular da Pixar, de tratar de forma muito lúdica e sutil de
temas complexos que o tornam as suas animações as vezes muito adultas demais
para serem compreendidas pelas crianças, principalmente pelos teores bem
filosóficos.
E “Procurando Nemo” nesse aspecto não ficou atrás, inclusive foi graças a esta
animação que a Disney, antiga parceira da Pixar conseguiu se reerguer do cenário conturbado
que havia passado no inicio dos anos 2000, principalmente em consequência da
dor de cabeça gerada por dois estúdios que vieram com tudo para tirar o seu monopólio no mercado de animação. Primeiro
veio a DreamWorks lançando em 2001,
Shrek que foi um fenômeno de bilheteria. Além disso, fez a Disney perder o
Oscar de Melhor Animação em 2002. Também foi em 2002, que a BlueSky também veio
com tudo com a animação de “A Era do Gelo”, botando mais dor de cabeça para a
Disney.
Depois destes dois anos conturbados, a Disney se reergueu lançando esta animação. Procurando Nemo foi a quinta
animação da parceira da Pixar com a Disney, lançado oito anos após o
megassucesso do inovador e revolucionário Toy Story.
Após esta introdução, explicando o que foi “Procurando
Nemo”, para poder me situar na critica, vou agora comentar sobre “Procurando
Dory”.
Primeiramente, posso começar explicando que “Procurando
Dory”, no seu formato não apresenta nada
de inovador, segue a mesma fórmula de “Procurando Nemo”, que é quando o
protagonista sai de sua zona de conforto, se aventura em sua jornada por lugares inusitados. Procura tentar
entender porque motivos fez aquilo, até resolver voltar para casa. Só que desta
vez o personagem central não é Nemo, mas sim a Dory. Isto já fica bem evidente logo na abertura da trama, apresentando a premissa da Dory ainda
filhotinha convivendo com seus pais Charlie e Jenny. Nesse momento inicial também é mostrado a Dory já começando a demonstrar a sua característica essencial que envolve sua imensa dificuldade de
memorização. Também mostra o ponto onde ela
se separou da família e a partir dai começou sua jornada solitária, crescendo
sem nunca lembrar direito do seu passado, em consequência de sua dificuldade de
memorização. Tudo isto antes dela conhecer Marlim e Nemo. Inclusive, esta
parte da premissa acaba mostrando uma
cena de Procurando Nemo, quando Dory o conheceu em completo desespero a procura
de Nemo que havia sido sequestrado por
um grupo de mergulhadores que passavam no local. Após esta introdução,
acompanhamos então o desenvolvimento da trama, onde inclusive é até curioso
observar para os jovens adultos que
foram crianças quando assistiram a
Procurando Nemo em 2003, que neste longo
intervalo de treze anos após este
filme, o peixinho palhaço mostrado aqui
sequer tenha crescido. Isto acontece porque o enredo deste filme é ambientado pouco tempo após os acontecimentos de
Procurando Nemo, ou seja, passado um ano depois que Marlim e Dory conseguiram
resgatar Nemo do aquário do consultório de um dentista em Sidney, capital
australiana. Neste tempo é mostrado Dory vivendo uma vida rotineira ao lado de
Marlim e Nemo, que a acolheram no lar deles, tornando ali a zona de conforto
dela. É sempre mostrado eles vivendo uma vida cheia de alegria, isto até o
momento que começa a sentir muitos lapsos de memória de momentos esquecidos de
sua vida com seus pais. Que a tornam determinada a tentar procurar as suas raízes. É nisto que
temos inicio a jornada do sumiço de Dory, e neste sumiço é o que vai a gerar a
motivação para Marlim e Nemo a resgatarem, percorrendo outros oceanos. Assim como
Procurando Nemo, em Procurando Dory temos a introdução de novos personagens que
se tornam os amigos dela que passam a ajudarem no seu resgate. Assim como há também o momento nostálgico
mostrando as pontas de alguns personagens de Procurando Nemo aparecendo no
filme, fazendo aquele bom fan service.
Dentre os personagens mais novos, apresentados em
Procurando Dory, destaco aqui para o polvo rabugento Hank, que Dory conhece
quando tinha ido parar em uma zona de
quarentena em uma instituição de preservação de vidas marinhas, onde ela
descobre sua origem.
E será neste ambiente que dependendo da situação, ela vai
superando sua dificuldade de perda de memória recente através de uns flashbacks
que fazem ela montar um quebra-cabeça a respeito da jornada dela em procurar os
seus pais.
Pelo meu ponto de vista, vejo que a Pixar conseguiu
trabalhar bem com esta sequencia mantendo
a mesma equipe que trabalhou em Procurando Nemo em proporcionar uma boa
trama, ainda que não seja original, utilizando-se como protagonista de uma
personagem que foi uma coadjuvante cômica de Procurado Nemo, que mesmo roubando
as cenas daquele filme, ela não poderia sozinha sustentar esta trama solo. O
que de fato se mostrou o contrário, Procurando Dory em relação a Procurando
Nemo apresenta situações muito mais melodramáticas no qual a protagonista ao
estar perdida tentar superar o seu obstáculo da falha de sua memória para
conseguir vencer os desafios. O que o torna a meu ver, o filme bem
filosoficamente reflexivo do que em relação ao próprio “Procurando Nemo”. No
balanço geral, ainda que a trama
apresente um certo tom de escapismo lúdico utilizando-se dos animais marinhos
que expressam nossas sensações humanas,
um pouco inspirado nos clássicos literários
das fábulas, e com algumas licenças poéticas, principalmente numa cena
mostrando Hank conseguindo com os seus
tentáculos dirigir um carrinho de bebe ou mesmo um caminhão não precisa ser um
PhD em biologia marinha para compreender o quanto disso ser improvável de
acontecer na realidade. Mesmo assim, pela maneira como a protagonista simboliza
o drama de sofre de perda memória recente como ela mesmo diz, isto o torna ainda
que de uma forma muito sutilmente realista. Para finalizar, destaco o trabalho na dublagem brasileira,
temos a presença da jornalista Marilia Gabriela fazendo a voz da locutora do
local de preservação da vida marinha, onde Dory é mandada quando se perde de
Marlim e Nemo. Também há a presença do Antônio Tabet fazendo a voz do polvo mal-humorado
Hank, que vira o companheiro da fuga da Dory. O resto do elenco da dublagem tupiniquim conta
com boa parte das vozes que estiveram presentes em Procurando Nemo, com destaque para Maira Góes,
responsável por fazer a voz da Dory em
Procurando Nemo, é ela quem faz a voz dela novamente neste filme,
trabalhando bem a sua essência cômica com
um toque mais dramático, agora que ela é a protagonista. Inclusive um detalhe
curioso que pude perceber na voz da Dory neste filme, é que ela também foi interpretada
por mais duas dubladoras diferentes. Noa Bicalho ficou responsável por fazer a
voz da Dory criança seja na cena inicial do filme, ou mesmo quando ocorre os
flashbacks para Dory montar o seu quebra-cabeça, e Pamella Rodrigues fez a voz
dela na cena onde ela começa a crescer
virando uma adolescente. Eu o assistir em 3D, onde valeu a pena ter assistido
principalmente nas cenas do fundo do mar criou a sensação de como você
estivesse mesmo mergulhando, e nas cenas panorâmicas fora d´água também ficou incrível.
Mais incrível é conferir antes do filme começar temos curta-metragem Piper, que não tem diálogos,
cuja maneira como eles o filhote de pássaro aprendendo a sobreviver a uma onda
gigante criou um aspecto tão realista, que nem parecia dá a impressão de um
filme puramente cartunesco. Posso definir que Procurando Dory além de divertido
é puramente emocionante. Recomendo.
Muito boa as informações e impressões! Parabéns.
ResponderExcluirMuito boa as informações e impressões! Parabéns.
ResponderExcluirDe nada.
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