quarta-feira, 6 de julho de 2016

ANÁLISE DO FILME PROCURANDO DORY(2016)



Na noite de domingo, 03 de Julho de 2016, fui conferir no Shopping Midway Mall a mais nova animação da Pixar “Procurando Dory”. 










Procurando Dory trata-se de uma espécie de spin-off ao mesmo tempo mesclado como uma sequencia do sucesso de Procurando Nemo(2003).
Antes de falar sobre Dory, devo comentar  um pouco sobre o que foi Procurando Nemo, que já faz longos 13 anos que foi lançado, para poder situar a quem nunca tinha assistido.  No “Nemo” a trama mostrava a jornada do filhote de peixe-palhaço se perdendo de seu pai Marlim, que superprotegia seu único filho dos perigos do mundo, isso desde que Marlim teve sua companheira morta por um predador. É durante esta jornada pela busca do Nemo que Marlim conhece  Dory, uma peixe  da espécie cirurgião-patela, que sofre de perda de memória recente que vai se tornar a companheira dele nesta aventura. Criando um bom contraponto, enquanto que Marlim mesmo sendo um peixe-palhaço representava mais uma essência dramática, pelo sofrimento constante de não perder Nemo, criando um peso importante para sustentar a trama. Já a Dory criava um bom alivio cômico com suas cantorias de “Continue a nadar, Continue a nadar”, ou mesmo, falando o idioma das baleias.
Assim girava em torno o esquema do  enredo de “Procurando Nemo”, seguindo este formato bem particular da Pixar, de tratar de forma muito lúdica e sutil de temas complexos que o tornam as suas animações as vezes muito adultas demais para serem compreendidas pelas crianças, principalmente pelos teores bem filosóficos. 














E “Procurando Nemo” nesse aspecto  não ficou atrás, inclusive foi graças a esta animação que a Disney, antiga parceira da Pixar  conseguiu se reerguer do cenário conturbado que havia passado no inicio dos anos 2000, principalmente em consequência da dor de cabeça gerada por dois estúdios que vieram com tudo para tirar o seu  monopólio no mercado de animação. Primeiro veio  a DreamWorks lançando em 2001, Shrek que foi um fenômeno de bilheteria. Além disso, fez a Disney perder o Oscar de Melhor Animação em 2002. Também foi em 2002, que a BlueSky também veio com tudo com a animação de “A Era do Gelo”, botando mais dor de cabeça para a Disney. 










Depois destes dois anos conturbados, a Disney  se reergueu lançando esta  animação. Procurando Nemo foi a quinta animação da parceira da Pixar com a Disney, lançado oito anos após o megassucesso do inovador e revolucionário  Toy Story.  














Após esta introdução, explicando o que foi “Procurando Nemo”, para poder me situar na critica, vou agora comentar sobre “Procurando Dory”.
Primeiramente, posso começar explicando que “Procurando Dory”, no  seu formato não apresenta nada de inovador, segue a mesma fórmula de “Procurando Nemo”, que é quando o protagonista sai de sua zona de conforto, se aventura em sua  jornada por lugares inusitados. Procura tentar entender porque motivos fez aquilo, até resolver voltar para casa. Só que desta vez o personagem central não é Nemo, mas sim a Dory.  Isto já fica bem evidente logo na abertura da  trama, apresentando a premissa da Dory ainda filhotinha convivendo com seus pais Charlie e Jenny.  Nesse momento inicial também é  mostrado a Dory já começando a demonstrar  a sua característica essencial  que envolve sua imensa dificuldade de memorização.  Também mostra o ponto onde ela se separou da família e a partir dai começou sua jornada solitária, crescendo sem nunca lembrar direito do seu passado, em consequência de sua dificuldade de memorização. Tudo isto antes dela conhecer Marlim e Nemo. Inclusive, esta parte  da premissa acaba mostrando uma cena de Procurando Nemo, quando Dory o conheceu em completo desespero a procura  de Nemo que havia sido sequestrado por um grupo de mergulhadores que passavam no local. Após esta introdução, acompanhamos então o desenvolvimento da trama, onde inclusive é até curioso observar para os jovens  adultos que foram  crianças quando assistiram a Procurando Nemo em 2003,  que neste longo intervalo  de treze anos após este filme,  o peixinho palhaço mostrado aqui sequer tenha crescido. Isto acontece porque o enredo deste filme é ambientado  pouco tempo após os acontecimentos de Procurando Nemo, ou seja, passado um ano depois que Marlim e Dory conseguiram resgatar Nemo do aquário do consultório de um dentista em Sidney, capital australiana. Neste tempo é mostrado Dory vivendo uma vida rotineira ao lado de Marlim e Nemo, que a acolheram no lar deles, tornando ali a zona de conforto dela. É sempre mostrado eles vivendo uma vida cheia de alegria, isto até o momento que começa a sentir muitos lapsos de memória de momentos esquecidos de sua vida com seus pais. Que a tornam determinada a  tentar procurar as suas raízes. É nisto que temos inicio a jornada do sumiço de Dory, e neste sumiço é o que vai a gerar a motivação para Marlim e Nemo a resgatarem, percorrendo outros oceanos. Assim como Procurando Nemo, em Procurando Dory temos a introdução de novos personagens que se tornam os amigos dela que passam a ajudarem no seu resgate.  Assim como há também o momento nostálgico mostrando as pontas de alguns personagens de Procurando Nemo aparecendo no filme, fazendo aquele bom fan service. 










Dentre os personagens mais novos, apresentados em Procurando Dory, destaco aqui para o polvo rabugento Hank, que Dory conhece quando tinha ido parar em  uma zona de quarentena em uma instituição de preservação de vidas marinhas, onde ela descobre sua origem.
E será neste ambiente que dependendo da situação, ela vai superando sua dificuldade de perda de memória recente através de uns flashbacks que fazem ela montar um quebra-cabeça a respeito da jornada dela em procurar os seus pais. 










Pelo meu ponto de vista, vejo que a Pixar conseguiu trabalhar bem com esta sequencia mantendo  a mesma equipe que trabalhou em Procurando Nemo em proporcionar uma boa trama, ainda que não seja original, utilizando-se como protagonista de uma personagem que foi uma coadjuvante cômica de Procurado Nemo, que mesmo roubando as cenas daquele filme, ela não poderia sozinha sustentar esta trama solo. O que de fato se mostrou o contrário, Procurando Dory em relação a Procurando Nemo apresenta situações muito mais melodramáticas no qual a protagonista ao estar perdida tentar superar o seu obstáculo da falha de sua memória para conseguir vencer os desafios. O que o torna a meu ver, o filme bem filosoficamente reflexivo do que em relação ao próprio “Procurando Nemo”. No balanço geral,  ainda que a trama apresente um certo tom de escapismo lúdico utilizando-se dos animais marinhos que expressam nossas sensações  humanas, um pouco inspirado  nos clássicos literários das fábulas, e com algumas licenças poéticas, principalmente numa cena mostrando Hank conseguindo  com os seus tentáculos dirigir um carrinho de bebe ou mesmo um caminhão não precisa ser um PhD em biologia marinha para compreender o quanto disso ser improvável de acontecer na realidade. Mesmo assim, pela maneira como a protagonista simboliza o drama de sofre de perda memória recente como ela mesmo diz, isto o torna ainda que de uma  forma muito sutilmente  realista. Para finalizar,  destaco o trabalho na dublagem brasileira, temos a presença da jornalista Marilia Gabriela fazendo a voz da locutora do local de preservação da vida marinha, onde Dory é mandada quando se perde de Marlim e Nemo. Também há a presença do Antônio Tabet fazendo a voz do polvo mal-humorado Hank, que vira o companheiro da fuga da Dory.  O resto do elenco da dublagem tupiniquim conta com boa parte das vozes que estiveram presentes  em Procurando Nemo, com destaque para Maira Góes, responsável por fazer a voz  da Dory em Procurando Nemo,  é  ela quem faz a voz dela novamente neste filme,  trabalhando bem a sua essência cômica com um toque mais dramático, agora que ela é a protagonista. Inclusive um detalhe curioso que pude perceber na voz da Dory neste filme, é que ela também foi interpretada por mais duas dubladoras diferentes. Noa Bicalho ficou responsável por fazer a voz da Dory criança seja na cena inicial do filme, ou mesmo quando ocorre os flashbacks para Dory montar o seu quebra-cabeça, e Pamella Rodrigues fez a voz dela  na cena onde ela começa a crescer virando uma adolescente. Eu o assistir em 3D, onde valeu a pena ter assistido principalmente nas cenas do fundo do mar criou a sensação de como você estivesse mesmo mergulhando, e nas cenas panorâmicas fora d´água também ficou incrível. Mais incrível é conferir antes do filme começar temos  curta-metragem Piper, que não tem diálogos, cuja maneira como eles o filhote de pássaro aprendendo a sobreviver a uma onda gigante criou um aspecto tão realista, que nem parecia dá a impressão de um filme puramente cartunesco. Posso definir que Procurando Dory além de divertido é puramente emocionante. Recomendo.

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