Conclusão de um ciclo foi isto o que eu sentir ao conferir a Planeta dos Macacos-A Guerra na noite de
sábado, 12 de Agosto de 2017 no Midway Mall.
O capítulo final da saga reboot da
franquia clássica lançada entre a transição dos anos 1960 até mais ou menos
meados dos anos 1970 com base no romance do francês Pierre Boulle(1912-1994). Neste
filme pude observar toda uma atmosfera bem densa, pesada, com uma alta dose de carga
dramática. A trama mostra as
consequências pós-acontecimentos dos eventos de O Confronto(2014), inclusive na abertura aparece textos explicando
isto, desde dos eventos mostrados em A
Origem(2011). Com A Guerra pudemos
observar todo o fechamento deste ciclo bem coeso, sem precisar de muitas ideias
mirabolantes, com a grande surpresa dos primatas em cena terem ficado tão
perfeitamente produzido no CGI que nem por um segundo você lembra que todos
eles ali são artificiais com pessoas em capturas de movimento. Destaque
principalmente para Andy Serkis como o líder Cesar, ele que já tem esta
especialidade de ser dublê de personagens de captura de movimento, basta para
isso nos lembrarmos do Gollum da trilogia de O Senhor dos Anéis. Neste
filme então ele se superou na interpretação. O enredo apresenta o cenário de
derramamento de sangue entre os macacos e os humanos iniciado depois que Koba
tinha traído Cesar em O Confronto, inclusive
em alguns momentos o nome dele é mencionado e aparece atormentando Cesar nos
pesadelos, principalmente quando este vive se questionando sobre os sentimentos
vingativos de mágoa e raiva, os seus demônios internos, principalmente após ver
sua esposa e seu filho serem mortos por um malvado Coronel(Woody Harrelson).
Neste cenário conflituoso e de muito derramamento de sangue em um futuro
pós-apocalíptico viral, há primatas que lutam ao lado dos humanos como
informantes e colaboradores, alguns destes que foram seguidores de Koba. A
direção do filme é do Matt Reeves, que havia dirigido O Confronto, após substituir Rupert Wyatt que havia dirigido A Origem. Neste filme, ele conseguiu bem conduzir a
trama, em conjunto a uma boa direção de arte, mostrando uma fotografia escura
que dá um toque bem pesado especialmente quando Cesar e parte de seu bando vai
para uma região nevada e descobre que ali há primatas escravizados pelo Coronel
que quer criar um muro gigante. Uma inteligente e sútil alusão criticam ao
governo de Trump nos EUA. A trilha sonora do Michael Giachinno consegue casar
muito bem com toda a atmosfera, todo o clima pesado ao qual o filme se propõe a
ser.
Como já adiantei a técnica da captura de movimento nos macacos está
perfeita, ficam parecendo macacos de verdade em cena, e não simples dublês encenando
se fazendo passar por simples primatas, usando um traje para criar o frame da
captura de movimento. Tanto de Andy Serkis como Cesar e o resto dos atores que
protagonizam os primatas, inclusive destaco para o primata que se identifica
como Macaco Mau que faz um tipo cômico que provocou muitas risadas na plateia
criando um bom frescor quebrando o ritmo da pesada carga dramática que o filme
apresenta. Assim como Woody Harrelson como o Coronel transmiti uma sensação
super ameaçadora ao papel lembrando o Coronel Kurtz(Marlon Brandon) do clássico
Apocalyse Now(1979) e destaco para a
menina que é encontrada por Cesar numa casa abandonada e passa a acompanha-lhe
na sua jornada, a maneira como a menina
passa sem falar sequer uma palavra e se comunicando em sinais que é o efeito da
doença símia fez ele desempenhar bem o papel, coisa que talvez se ela falasse
poderia ser muito problemático. No balanço geral, Planeta dos Macacos-A Guerra encerrou com chave de ouro todo o arco
do personagem Cesar na trama, fechando todo o ciclo de origens da famosa
franquia clássica. Resumindo Planeta dos
Macacos-A Guerra é sensacional, uma maravilha, obra-prima do cinema, foda
demais.