No primeiro domingo de 2018, eu fui conferir no Midway Mall
ao filme Jumanji-Bem-Vindo a Selva (Jumanji-Welcome
to the Jungle,EUA,2017). Esse filme em questão trata-se de uma sequencia com
uma pegada bem diferente do primeiro Jumanji lançado em 1995, baseado em um
livro infantil de Chris Van Alsburgh publicado em 1982, que contou com o saudoso Robin Williams(1951-2014)
no papel de Alan Parrish, sujeito nascido numa família rica, dona de uma
fábrica de calçados que na infância foi mandado para o mundo da Jumanji após encontrar o jogo de tabuleiro
enterrado na fábrica e o leva para casa e lá ao brincar uma partida com sua
amiga Sarah, ocorre algo estranho que fez seu corpo se transformar em
partículas que o levou para dentro do
mundo do jogo foi naquele lugar que ele
ficou preso por 26 anos.
Passados muitos anos após este incidente, aparecem uma
família formada por uma dama chamada Nora Shepard(Bebe Neuwirth) e seus dois
sobrinhos Judy( Interpretada por Kirsten Dunst
ainda bem novinha na época com apenas 12 anos, antes de ficar
mundialmente famosa como a Mary Jane Watson dos filmes do Homem-Aranha lançados
nos anos 2000) e Peter(Bradley Pierce) de quem assumiu a tutela deles após estes
ficarem órfãos dos pais que morreram num acidente de esqui no Canadá. Que
compram a antiga Mansão dos Parrish, onde supostamente os pais de Allan haviam
morrido. É lá então que eles descobrem num sótão abandonado o antigo jogo de
tabuleiro e no que jogam ocorre situações estranhas de aparecerem os animais do
jogo na mansão e outros seres bizarros para provocarem grandes calamidades. É
nesse interim que Alan reaparece já adulto e barbudo e vai atrás de sua
antiga amiga Sarah(Bonnie Hunt) para
formar o quarteto que vai solucionar o problema que começaram. Esta era a estrutura
do mote do filme de 1995. Já nesta sequencia lançada 22 anos após o filme
clássico de aventura infanto-juvenil dos anos 1990, o enredo apresenta uma
pegada bem diferente, os produtores fizeram uma inversão, em vez da Jumanji ser
um jogo de tabuleiro, agora é um videogame, em vez dos protagonistas trazerem
coisas bizarras do jogo para o mundo real, é eles quem vão parar lá usando a
aparência dos avatares que escolheram. Uma ótima sacada para acompanhar a nova
tendência da geração da atual década de 2010.
Com relação ao Jumanji original
de 1995, a estrutura narrativa da trama
deste filme apresenta uma trama a parte, cujos personagens apresentados não tem
relação nenhuma com os personagens daquele filme. O único ponto semelhante que notei que este
filme apresenta com relação ao primeiro, é o fato dele apresentar em sua
premissa um prólogo que pode refletir no acontecimento presente. No Jumanji de 1995, a premissa apresentava
dois prólogos, o primeiro se passava em 1869, mostrando dois irmãos enterrando o baú com o jogo amaldiçoado, em
seguida, passado um século em 1969, o garotinho Alan Parrisi desenterra o jogo
e fica preso nele por 26 anos até aparecer os Irmãos Sheppard novos moradores
de sua mansão abandonada que encontram o jogo e o libertam. Já em Jumanji-Bem-vindo a Selva, o prologo
aqui se passa em 1996, onde mostra o jovem Alex recebendo de presente do pai, o jogo de tabuleiro
chamado de Jumanji, onde ele não dá nem
a mínima bola, pois estava mais entretido com o videogame. Nisso ocorre do
tabuleiro soltar uma magia que atingi o aparelho e ele suga Alex para o mundo
da Jumanji. Passados 21 anos após este acontecimento, nós somos então
apresentados aos quatros adolescentes colegiais que vão se tornarem os guia para
a aventura, eles são formados pelo nerd Spencer, o esportista Fridge, a
patricinha viciada em selfies Bethany e a esquisitona problemática Martha. Todos
estes quatro vão conhecer o jogo da Jumanji no porão imundo e abandonado da
escola onde cumprindo detenção pelos comportamentos inadequados, Bethany foi
enviada para lá por estar atrapalhando a concentração dos colegas durante o
exame em sala de aula, já Martha foi por ter se recusado a obedecer sua
professora de educação física e Spencer e Fridge foram mandados pelo fato de
Fridge mandar Spencer escrever uma redação para ele, onde foi notados alguns
detalhes de plágio. Vai ser no porão da
escola que eles vão encontrar o antigo aparelho de videogame que utilizar dali
para passar o tempo. Cada um escolhe seus respectivos avatares, e no que
escolhe ocorre a bizarra situação deles terem seus corpos fragmentados em
partículas que o transportam para o jogo. Ao serem transportados para o jogo,
são transformados nos avatares que escolheram, Spencer virar Smolder
Bravestone(Dwayne Johnson) Fridge vira Moose Finbar(Kevin Hart), Bethany vira o
Professor Shelly Oberon(Jack Black) e Marha
vira Ruby Roundhouse(Karen Gillian). É a partir do momento que eles
entram na Jumanji que temos inicio a jornada deles encarando altos perigos para
cumprir toda a etapa do jogo que envolve eles impedirem que um sujeito
megalomaníaco utilizarem de um objeto para se apoderar da Jumanji e trazer o
caos e assim poderem se libertarem. É
nesse interim que aparece Alex com seu avatar para fortalecê-los e assim temos
toda a construção do filme.
Analisando a obra no quesito de roteiro, ele não apresenta
nada de inovador, o seu mote propriamente dito apresenta o mesmo elemento do
primeiro, mas indo ao inverso. Esta escolha deles irem ao inverso foi uma boa
sacada para assim eles mostrarem como era o mundo de Jumanji que o filme
clássico dos anos 1990 apenas mostrava os animais que habitavam o jogo vindo ao
nosso mundo, os diálogos apresentados no filme apresentam um teor puramente
divertido, bem típico de um filme pipoca.
No quesito visual o filme apresenta
uma linda fotografia da panorâmica da floresta de Jumanji de uma forma
perfeita. As paletas de cores solares usadas num tom de amarelo vibrante dão
uma vivacidade a obra com este aspecto lúdico que criam aquela sensação de
filme de sessão da tarde bem remetendo a franquia Indiana Jones. Os melhores
recursos de efeitos especiais usados para este filme, que não se tinham no
filme de 1995 também foram sensacionais. No aspecto de elenco, Dwayne Johnson
como Bravestone, o avatar de Spencer representa bem o personagem sendo dentro
do jogo um tipo diferente do que o Spencer é na vida real não no aspecto físico
atlético, mas também na personalidade cheia de posse que ele faz. Já Kevin Hart
fazendo o Finbar, o avatar de Fridge, mostra que tem um bom timming cômico para
representar a personalidade meio afetada do personagem. Jack Black como o
Shelly, o avatar da Bethany é o que mais rouba as cenas com as suas tiradas
cômicas representando bem o papel de um ser virtual masculino que é o alter ego
de uma mulher, ele entra bem de cabeça no personagem agindo como se fosse uma
mulher mesmo só que no corpo de um
homem, com aparência física de um gordinho que com essa experiência fez com que
ela repesassem em sua vida cheia futilidades com as selfies. Karen Gillian como
a Ruby, avatar da Martha representa bem a figura de uma heroína tipicamente
bonitona dos videogames, especialmente pelo seu modelo de traje bem remeter ao
Lara Croft do jogo Tomb Raider, onde a característica de mulherão charmosa
contrasta com o jeito sem graça e esquisito de uma típica adolescente colegial
que pouco se interage. Nick Jonas como o Alex em sua forma de avatar desempenha
bem o personagem que aparece na metade do filme para gerar uma grande
reviravolta, dando assim uma sacudida. Ele ali demonstra um bom desempenho
dramático do personagem que está preso no jogo há 20 anos e não tem sequer
ideia da noção do tempo que passou preso ali, ele só deixa isso explicito
quando menciona o nome da Cindy Crawford, numa cena ela compara a Ruby a bela
modelo ícone da beleza nos anos 1990. E por fim, Bobby Cannavale como o vilão
do filme ficou aquém do esperado, não mostra muita profundidade, é basicamente
o vilão caricatamente mal com um plano maquiavélico e bem mirabolante de
dominar a Jumanji.
Num balanço geral, Jumanji-Bem-Vindo
a Selva é uma ótima obra cinematográfica para divertimento familiar que
cumpre bem a sua função. Também sabe como abordar o desempenho em equipe no que
envolve a situação limite onde eles se encontram de estarem presos em um jogo
virtual onde lá com a aparência que adquirem com os respectivos avatares que
escolheram, mostram se autoconhecerem e evoluírem para virarem pessoas
melhores. Apesar de, alerta para spoiler, ele apresentar um momento onde ocorre
uma inverossimilhança no ato final do filme em que depois deles conseguirem
vencer e sair do jogo, no nosso mundo
quando eles vão atrás do Alex, eles o observam surpresos carregando um bebê no
berço que sugere ser seu filho, ou seja, que poucas horas após retornar ao
nosso mundo ele já se procriou muito rápido. Esta inverossimilhança pode ser interpretada
como um furo de roteiro, coisa assim, mas nada que prejudique a obra. Recomendo conferir agora nas férias de verão.
Obrigado.
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