sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

RESENHA DE JUMANJI-BEM-VINDO A SELVA



No primeiro domingo de 2018, eu fui conferir no Midway Mall ao filme Jumanji-Bem-Vindo a Selva (Jumanji-Welcome to the Jungle,EUA,2017). Esse filme em questão trata-se de uma sequencia com uma pegada bem diferente do primeiro  Jumanji lançado em 1995, baseado em um livro infantil de Chris Van Alsburgh publicado em 1982,  que contou com o saudoso Robin Williams(1951-2014) no papel de Alan Parrish, sujeito nascido numa família rica, dona de uma fábrica de calçados que na infância foi mandado para o mundo  da Jumanji após encontrar o jogo de tabuleiro enterrado na fábrica e o leva para casa e lá ao brincar uma partida com sua amiga Sarah, ocorre algo estranho que fez seu corpo se transformar em partículas que o levou para dentro  do mundo do jogo foi  naquele lugar que ele ficou preso por 26 anos.









Passados muitos anos após este incidente, aparecem uma família formada por uma dama chamada Nora Shepard(Bebe Neuwirth) e seus dois sobrinhos Judy( Interpretada por Kirsten Dunst  ainda bem  novinha  na época com apenas 12 anos, antes de ficar mundialmente famosa como a Mary Jane Watson dos filmes do Homem-Aranha lançados nos anos 2000) e Peter(Bradley Pierce)  de quem assumiu a tutela deles após estes ficarem órfãos dos pais que morreram num acidente de esqui no Canadá. Que compram a antiga Mansão dos Parrish, onde supostamente os pais de Allan haviam morrido. É lá então que eles descobrem num sótão abandonado o antigo jogo de tabuleiro e no que jogam ocorre situações estranhas de aparecerem os animais do jogo na mansão e outros seres bizarros para provocarem grandes calamidades. É nesse interim que Alan reaparece já adulto e barbudo e vai atrás de sua antiga  amiga Sarah(Bonnie Hunt) para formar o quarteto que vai solucionar o problema que começaram. Esta era a estrutura do mote do filme de 1995. Já nesta sequencia lançada 22 anos após o filme clássico de aventura infanto-juvenil dos anos 1990, o enredo apresenta uma pegada bem diferente, os produtores fizeram uma inversão, em vez da Jumanji ser um jogo de tabuleiro,  agora é um  videogame, em vez dos protagonistas trazerem coisas bizarras do jogo para o mundo real, é eles quem vão parar lá usando a aparência dos avatares que escolheram. Uma ótima sacada para acompanhar a nova tendência da geração da atual década de 2010. 










Com relação ao Jumanji original de 1995, a estrutura narrativa  da trama deste filme apresenta uma trama a parte, cujos personagens apresentados não tem relação nenhuma com os personagens daquele filme.  O único ponto semelhante que notei que este filme apresenta com relação ao primeiro, é o fato dele apresentar em sua premissa um prólogo que pode refletir no acontecimento presente. No Jumanji de 1995, a premissa apresentava dois prólogos, o primeiro se passava em 1869, mostrando dois irmãos  enterrando o baú com o jogo amaldiçoado, em seguida, passado um século em 1969, o garotinho Alan Parrisi desenterra o jogo e fica preso nele por 26 anos até aparecer os Irmãos Sheppard novos moradores de sua mansão abandonada que encontram o jogo e o libertam. Já em Jumanji-Bem-vindo a Selva, o prologo aqui se passa em 1996, onde mostra o jovem Alex recebendo  de presente do pai, o jogo de tabuleiro chamado de Jumanji, onde ele não dá  nem a mínima bola, pois estava mais entretido com o videogame. Nisso ocorre do tabuleiro soltar uma magia que atingi o aparelho e ele suga Alex para o mundo da Jumanji. Passados 21 anos após este acontecimento, nós somos então apresentados aos quatros adolescentes colegiais que vão se tornarem os guia para a aventura, eles são formados pelo nerd Spencer, o esportista Fridge, a patricinha viciada em selfies Bethany e a esquisitona problemática Martha. Todos estes quatro vão conhecer o jogo da Jumanji no porão imundo e abandonado da escola onde cumprindo detenção pelos comportamentos inadequados, Bethany foi enviada para lá por estar atrapalhando a concentração dos colegas durante o exame em sala de aula, já Martha foi por ter se recusado a obedecer sua professora de educação física e Spencer e Fridge foram mandados pelo fato de Fridge mandar Spencer escrever uma redação para ele, onde foi notados alguns detalhes de plágio.  Vai ser no porão da escola que eles vão encontrar o antigo aparelho de videogame que utilizar dali para passar o tempo. Cada um escolhe seus respectivos avatares, e no que escolhe ocorre a bizarra situação deles terem seus corpos fragmentados em partículas que o transportam para o jogo. Ao serem transportados para o jogo, são transformados nos avatares que escolheram, Spencer virar Smolder Bravestone(Dwayne Johnson) Fridge vira Moose Finbar(Kevin Hart), Bethany vira o Professor Shelly Oberon(Jack Black) e Marha  vira Ruby Roundhouse(Karen Gillian). É a partir do momento que eles entram na Jumanji que temos inicio a jornada deles encarando altos perigos para cumprir toda a etapa do jogo que envolve eles impedirem que um sujeito megalomaníaco utilizarem de um objeto para se apoderar da Jumanji e trazer o caos  e assim poderem se libertarem. É nesse interim que aparece Alex com seu avatar para fortalecê-los e assim temos toda a construção do filme.  










Analisando a obra no quesito de roteiro, ele não apresenta nada de inovador, o seu mote propriamente dito apresenta o mesmo elemento do primeiro, mas indo ao inverso. Esta escolha deles irem ao inverso foi uma boa sacada para assim eles mostrarem como era o mundo de Jumanji que o filme clássico dos anos 1990 apenas mostrava os animais que habitavam o jogo vindo ao nosso mundo, os diálogos apresentados no filme apresentam um teor puramente divertido, bem típico de um filme pipoca.



 








No quesito visual o filme apresenta uma linda fotografia da panorâmica da floresta de Jumanji de uma forma perfeita. As paletas de cores solares usadas num tom de amarelo vibrante dão uma vivacidade a obra com este aspecto lúdico que criam aquela sensação de filme de sessão da tarde bem remetendo a franquia Indiana Jones. Os melhores recursos de efeitos especiais usados para este filme, que não se tinham no filme de 1995 também foram sensacionais. No aspecto de elenco, Dwayne Johnson como Bravestone, o avatar de Spencer representa bem o personagem sendo dentro do jogo um tipo diferente do que o Spencer é na vida real não no aspecto físico atlético, mas também na personalidade cheia de posse que ele faz. Já Kevin Hart fazendo o Finbar, o avatar de Fridge, mostra que tem um bom timming cômico para representar a personalidade meio afetada do personagem. Jack Black como o Shelly, o avatar da Bethany é o que mais rouba as cenas com as suas tiradas cômicas representando bem o papel de um ser virtual masculino que é o alter ego de uma mulher, ele entra bem de cabeça no personagem agindo como se fosse uma mulher mesmo só que  no corpo de um homem, com aparência física de um gordinho que com essa experiência fez com que ela repesassem em sua vida cheia futilidades com as selfies. Karen Gillian como a Ruby, avatar da Martha representa bem a figura de uma heroína tipicamente bonitona dos videogames, especialmente pelo seu modelo de traje bem remeter ao Lara Croft do jogo Tomb Raider, onde a característica de mulherão charmosa contrasta com o jeito sem graça e esquisito de uma típica adolescente colegial que pouco se interage. Nick Jonas como o Alex em sua forma de avatar desempenha bem o personagem que aparece na metade do filme para gerar uma grande reviravolta, dando assim uma sacudida. Ele ali demonstra um bom desempenho dramático do personagem que está preso no jogo há 20 anos e não tem sequer ideia da noção do tempo que passou preso ali, ele só deixa isso explicito quando menciona o nome da Cindy Crawford, numa cena ela compara a Ruby a bela modelo ícone da beleza nos anos 1990. E por fim, Bobby Cannavale como o vilão do filme ficou aquém do esperado, não mostra muita profundidade, é basicamente o vilão caricatamente mal com um plano maquiavélico e bem mirabolante de dominar a Jumanji.
Num balanço geral, Jumanji-Bem-Vindo a Selva é uma ótima obra cinematográfica para divertimento familiar que cumpre bem a sua função. Também sabe como abordar o desempenho em equipe no que envolve a situação limite onde eles se encontram de estarem presos em um jogo virtual onde lá com a aparência que adquirem com os respectivos avatares que escolheram, mostram se autoconhecerem e evoluírem para virarem pessoas melhores. Apesar de, alerta para spoiler, ele apresentar um momento onde ocorre uma inverossimilhança no ato final do filme em que depois deles conseguirem vencer e sair do jogo,  no nosso mundo quando eles vão atrás do Alex, eles o observam surpresos carregando um bebê no berço que sugere ser seu filho, ou seja, que poucas horas após retornar ao nosso mundo ele já se procriou muito rápido. Esta inverossimilhança pode ser interpretada como um furo de roteiro, coisa assim, mas nada que prejudique a obra.  Recomendo conferir agora nas férias de verão.

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