segunda-feira, 29 de abril de 2019

RESENHA SEM SPOILERS DE VINGADORES: ULTIMATO (2019)

 





Olá Grandes Super-Heróis, no vídeo de hoje do canal Cinema com
Super-Herói vou expor aqui minha resenha ao tão aguardado filme de
Vingadores: Ultimato(Avengers: Endgame, EUA, 2019).

SESSÃO DE VINGADORES ULTIMATO NO NATAL SHOPPING.
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terça-feira, 23 de abril de 2019

CRÍTICA AO FILME SHAZAM!(2019)

  





Olá Grandes Super-Heróis. No vídeo de hoje, vou apresentar minha critica ao tão aguardado filme do SHAZAM!(EUA, 2019).
CURIOSIDADES SOBRE SHAZAM 
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domingo, 14 de abril de 2019

FILME CHAPLIN-A CINEBIOGRAFIA DO GÊNIO DA COMÉDIA PASTELÃO NO CINEMA MUDO.


No dia 16 de Abril de 1889, nascia em Londres, capital da Inglaterra, um dos maiores gênios da história da comédia no cinema mudo. Charles Spencer Chaplin. Uma das maiores contribuições que Charles Chaplin imprimiu na sétima arte, especialmente nos  primórdios do século 20, quando ela  nem tinha completado uma década quando foi apresentada a primeira vez   em Paris no ano de 1895 pelos Irmãos Auguste(1862-1954) e Louis Lumiere(1864-1948). 






















Foi no chamado humor físico,  que se utiliza das quedas constantes dos personagens, uso de objetos em cenas, nas caretas  ou mesmo nas brigas de comidas que provocavam o riso fácil no espectador. Também denominado de comédia pastelão. Um estilo de humor que já existia desde os primórdios do teatro nos tempos da  Grécia Antiga,  que também é muito utilizado no circo pelos palhaços e nos mímicos. 








Chaplin foi um  dos  expoentes e também precursores junto a Buster Keaton(1895-1966) e Harold Lloyd(1893-1971)(com quem muitos cinéfilos fazem comparativos) desse estilo de comédia  no cinema naquelas primeiras décadas do século 20, quando a indústria era ainda muito tímida, ainda não havia organização sindical entre os artistas e ele foi importante neste momento também  já que junto a Douglas Faribarks(1883-1939), Mary Pickford(1892-1979) e D.W.Grifith(1875-1948) fundaram em 1919, a United Artists. Os filmes ainda não tinham sequer áudio, portanto, o humor físico, trazendo elementos com influências teatrais,  circenses e também burlescos até aquele momento foram muito importantes, especialmente depois que ele se mudou para a América. Isso até que em 1927, o seu estilo próprio de comédia  ficaria ameaçado quando era lançado O Cantor de Jazz, o primeiro com áudio falado  da história. Onde podia-se ouvir as vozes dos atores dialogando. Já que antes disso, só era possível entender os diálogos por meio da legenda em forma de letreiro que aparecia após o corte da cena. Chaplin como gostava muito de trabalhar com mimica, foi bastante resistente a esta ideia de incluir o áudio nos seus filmes. Especialmente no seu célebre personagem Carlitos, também conhecido como Vagabundo que no original é chamado The Tramp. Personagem que foi apresentado a primeira vez no filme Corridas de Automóveis para Meninos(1914). 






















Por causa do auge do cinema falado na década de 1930, não querendo que seu personagem falasse, pois via que o charme dele não estava em falar, mas sim em gesticular. Resolve aposentá-lo no filme Tempos Modernos(1936). Carlitos representava bem a típica figura de um “andarilho pobretão, que possui todas as maneiras refinadas e a dignidade de um cavalheiro (gentleman), usando um fraque preto esgarçado, calças e sapatos desgastados e mais largos que o seu número, um chapéu-coco ou cartola, uma bengala de bambu e - sua marca pessoal - um pequeno bigode-de-broxa.”* O personagem tornou-se o alter ego do próprio Chaplin. Com ele, Chaplin representou  uma forma bem sutil de fazer uma espécie de critica social a pessoa excluída aludindo a um típico mendigo maltrapilho que existe em todo lugar, que foi também uma das marcas importantes que ele imprimiu neste seu estilo de humor bastante transgressor. O que gerou um desagrado muito grande, especialmente da parte dos Mandachuvas  da  política americana que o consideravam um comunista. A ponto de ser exilado dos EUA a partir da década de 1950 pela política de caça às bruxas  do marcathismo, só voltou a pisar na América em 1972, para receber o Oscar honorário. Foi morar  na Suíça onde viveu por longos  vinte anos  e lá passou seus últimos anos de vida,   falecendo no Natal de 1977.  













Nem tudo na vida de Chaplin foi um mar de rosas, esta frase pode soar brega, mas é dessa forma que posso descrever como foi a vida intima dele estava longe  de ser uma perfeição, cheia de alegria como a que ele mostrava nas telonas com seu Vagabundo. Visto sua infância conturbada, abandonado pelo pai alcoólatra, quando sua mãe começou a sentir os primeiros sinais de demência, ele acabou sendo mandado para um orfanato. E depois que cresceu e virou o célebre  artista, encarou outros problemas maiores. Como as séries de casamentos fracassados com as mais lindas atrizes com quem contracenou e teve uma longa prole de filhos. Neste ano de 2019, em que Charles Chaplin completaria  130 anos se tivesse vivo que em sua homenagem comentarei especificamente sobre um filme que aborda justamente toda a sua trajetória de vida e arte. O filme em questão que vou comentar é o drama cine biográfico Chaplin(EUA, Reino Unido, Japão, Itália, França, 1992).  Com a  direção do britânico  Richard Attenborough(1923-2014), que já carregava um longo currículo cinematográfico, especialmente como ator e também produtor, o enredo do filme é todo conduzido de uma forma bem  linear,  mostrando a ótica de  Charles Chaplin(Robert Downey Jr.) em primeira pessoa, já velho, com a idade muito avançada morando  em sua mansão na Suíça, conversando com George Hayden(Antony Hopkins), o editor de sua autobiografia. É durante todo o correr da história que somos apresentados a toda a trajetória dele, contada por ele mesmo. Da sua pobre infância em Londres, de quando ele precisou ficar afastado da sua mãe Hanna Chaplin(Geraldine Chaplin) quando esta começou os primeiros sinais de demência. Logo depois, a história do filme mostra Chaplin na adolescência sendo financiado por seu irmão mais velho Sidney Chaplin(Paul Rhys), que o apresenta a um importante empresário Fred Karno(John Thaw), que ao observar seu importante desempenho no humor físico  resolve  o contratar  para sua companhia, onde lá  vira uma grande atração de sucesso. É no teatro britânico que ele flerta com a primeira mulher com quem se apaixonou e acabou não sendo correspondido, a bailarina Hetty Kelly(Moira Kelly).  





Logo depois, o enredo vai apresentando Chaplin chegando na América, na então nascente Hollywood onde vai atrás de Mack Sennet(Dan Aykroyd), o Rei das Comédias na época que se torna o grande responsável por revelar o seu talento na sétima arte. Mostra também a medida que ele foi crescendo, e resolveu ele mesmo junto de seu irmão Sidney bancar os seus próprios filmes. Todos os bastidores das muitas produções que ele dirigiu são bem reconstituídas na obra, assim como apresenta as diferentes camadas de sua vida pessoal bastante conturbada, especialmente na parte mais dramática  quando ele se relacionava com as mais lindas atrizes, consideradas grandes musas na época, as sexys symbols com que ele contracenou em seus filmes, que geraram imensos episódios de escândalos. Assim como em paralelo, ao que o filme biográfico  retrata  os muitos detalhes da vida de Chaplin, há a subtrama de mostrar o então temido chefão do FBI, J. Edgar Hoover(Kevin Dunn) fazendo muitas investigações para tentar provar que ele era comunista. As constantes manchetes dos jornais mostrando suas acusações. Isso é apresentado até o momento onde ele recebe de sua última esposa Oona O´Neal (Moira Kelly) a noticia dentro do barco onde estava viajando de que foi banido dos EUA.  A história do filme é concluída mostrando a emocionante cena dele voltando a pisar os pés em solo americano após vinte anos para Receber o Oscar Honorário pelo Conjunto da Obra na Cerimônia de Premiação de  1972.









Richard Attenborough fez um trabalho impecável ao elaborar o mote  estético desse filme contando toda  a trajetória do maior gênio da comédia, pegando como base  nos dois livros sobre Chaplin, que são: Chaplin: Sua vida e arte de autoria do crítico de cinema David Robinson, publicado em 1985 e no livro Minha Autobiografia  de autoria do próprio Chaplin que foi publicada em 1964. Ao ter essas duas fontes, ele conseguiu bolar bem todo o enredo seguindo  toda uma boa linearidade da história, retratando fielmente  todos os fatos  da jornada de Chaplin de sua ascensão e queda em Hollywood sendo descrita pelo próprio na primeira pessoa do primeiro ao penúltimo ato,  colocando algumas pitadas de licenças poéticas para tornar a história mais palatável ao público. Por exemplo, a figura do editor George Hayden visitando sua mansão na Suíça para discutir questões a respeito de sua autobiografia  é um tipo ficcional  criado com o intuito de representar o espectador para ouvir a versão dele. Já no último ato, apesar de se mostrar muito problemático já que passou a retratar ele  retornando aos EUA após vinte anos que foi banido para ser  agraciado com o Oscar Honorário pelo Conjunto da Obra, nota-se nesse momento que a narrativa já vai perdendo um pouco de fôlego, ficando até maçante  porque ele não seguiu mais o ritmo que vinha o filme inteiro até ali que era ser apresentado na primeira pessoa pelo Chaplin. Todo aquele momento passou a ser reconstituído pela terceira pessoa. Mas que mesmo assim, não consegue tirar a emoção da obra. Além da maneira como ele estruturou o roteiro, também há de se destacar o incrível e primoroso design de produção da direção artística, especialmente na fotografia, nos figurinos, nas caracterizações, nas maquiagens,  na cenografia perfeitamente reconstituindo cada época.  Da Londres periférica suja do final do século 19 para o começo do século 20, mostrando o glamour da Hollywood em seus primórdios, este perfeitos apuros técnicos renderam ao filme três premiações ao BAFTA. Além de contar com a participação de um elenco brilhantemente estelar. Robert Downey Jr. Vivendo o protagonista mostrou-se muito crível, na época ele já era uma estrela em ascensão. Desempenhou muito bem em cena o personagem com suas diferentes camadas, dos  maneirismos para incorporar Chaplin encenando o Vagabundo, passando pelas constantes crises de sua conturbada vida pessoal em uma série de casamentos fracassados, uma vida dramática imperfeita  que contrastava com o talento para  a alegria que ele em cena transmitia nas telonas que o tornava tão perfeito e idolatrado no mundo todo. Inclusive Downey Jr. Foi  premiado com o BAFTA** de melhor ator.




































Além do perfeito trabalho de figurino, caracterização e maquiagem que o tornaram perfeitamente idêntico ao Chaplin, especialmente a medida que ele vai  envelhecendo para que ele pudesse compor bem o personagem em cada detalhe da cena. Há de frisar que este foi um dos últimos bons papeis que ele fez em sua fase Pré-Homem de Ferro, já que anos depois ele enfrentaria uma fase conturbada com sérios problemas pessoais com as drogas e o álcool, que o levou a muitas idas e vindas para a cadeia, que fez sua carreira parar na lama, até finalmente conseguir se recuperar e  se reerguer após estrelar o Homem de Ferro. Outras participações estelares no filme  que também merecem  destaque por interpretarem nomes de gente importante na Hollywood do começo do século 20 com quem Chaplin conheceu e trabalhou   são   para  Dan Aykroyd(astro de Caça-Fantasmas) na pele de Mack Sennet(1880-1960), o Rei das Comédias que foi responsável por revelar a carreira de Chaplin assim que ele chegou a Hollywood.  Marisa Tomei(curiosamente no mesmo ano em que participou  deste filme ela também ganhava o Oscar de melhor atriz coadjuvante  pelo filme Meu Primo Vinny). Vivendo a atriz Mabel Normand(1892-1930), uma das musas dos filmes de Charles Chaplin, Penélope Ann Miller vivendo Edna Purviance(1895-1958), outra também musa recorrente dos filmes de Chaplin. Kevin Kline vivendo o galã Douglas Fairbaks, que foi muito amigo pessoal de Chaplin e que junto a ele ajudaram a fundar  a United Artisits. Diane Lane na pele de Paulette Goddard(1910-1990), uma das grandes atrizes que estrelou os seus  filmes e com quem ele manteve uma conturbada relação amorosa. A  então  jovem desconhecida Mila Jovovich(Tinha protagonizado antes De Volta a Lagoa Azul, mas se tornaria uma  futura estrela após protagonizar  O Quinto Elemento e a franquia Resident Evil dirigida pelo seu marido Paul W.S.Anderson)  na pele da atriz  Mildred Harris(1901-1944), a primeira esposa de Chaplin. Para completar a seleção de elenco estelar que aparece no filme, não posso deixar de  destacar a participação do grande veterano  Antony Hopkins que mostrou um brilhante desempenho como George Hayden, o fictício editor da autobiografia de Charles Chaplin que cumpriu bem no filme  uma função de representar o espectador ouvindo a sua versão detalhada relatando  toda a sua trajetória em primeira pessoa  até o fim do penúltimo ato do filme.  Além disso, o filme também contou no elenco com a participação de Geraldine Chaplin, filha de Charles Chaplin, interpretando brilhantemente  no filme  sua avô Hanna Chaplin. Moira Kelly, que se dividiu em duas para interpretar  os papeis  de duas diferentes mulheres com quem ele se  apaixonou, da primeira Hett Kelly quando contracenava no teatro em Londres, até chegar a última Oona O´Neal(1925-1991) que foi sua companheira até a sua morte. O filme também contou no elenco com a participação de talentosos  atores britânicos, como Paul Rhys que desempenhou muito bem o papel de Sidney Chaplin, o irmão mais velho de Charles Chaplin, que foi muito importante para sua carreira. Sidney podia não ter o mesmo talento artístico que Charles tinha, em compensação  tinha talento para mexer com dinheiro, com finanças, e ele foi responsável por empreender sua carreira do teatro ao cinema. Também destacar a participação de John Thaw(1942-2002) no papel de Fred Karno(1866-1941), um empresário, dono de uma companhia teatral que revelou o talento de Chaplin. E Debora Moore(filha de Roger Moore, o segundo James Bond no cinema ) na pele da atriz Lita Grey(1908-1995) que foi outra que além de estrelar os filmes de Chaplin, foi também sua esposa   e manteve um relacionamento complicado. Fora também outros nomes pouco conhecidos que interpretam nomes importantes como Maria Pitillo na pele da queridinha da América e uma das fundadoras da United Artisits Mary Pickford e Kevin Dunn como o temido chefão do FBI que não tirava o olho  de Chaplin J.Edgar Hoover(1895-1972). No Balanço Geral, posso descrever  que o drama cine biográfico de Chaplin cumpriu muito bem o propósito de nos apresentar um pouco mais sobre o grande gênio da comédia, numa perspectiva narrativa descrita pelo próprio protagonista, muito   além do que conhecemos como o talentoso artista do riso. Assim como serve como um  bom exemplo  de  cinema de arte, que homenageia o próprio cinema. Recomendo.

*https://pt.wikipedia.org/wiki/Charlie_Chaplin
**Abreviação de British Academy of Film and Television Art(Academia Britânica de Artes do Cinema e da Televisão) uma variante do Oscar no Reino Unido.