Ontem assisti na Netflix
ao filme O Estranho (The Stranger, EUA, 1946). Uma pouco
conhecida obra-prima cinematográfica de Orson Welles(1915-1985), famoso por Cidadão
Kane(Citizen Kane,EUA 1941) neste filme ele ficou responsável tanto pela direção e também atua
como protagonista.
Que trata-se de uma impressionante história naquele
clima ainda sentindo o fim recente da Segunda Guerra Mundial onde um criminoso
de Guerra nazista é alvo da investigação do policial Wilson(Edward G. Robinson), uma vida
pacata em Harper, no Connecticut, cidade do interior dos EUA, indo atrás do criminoso de guerra Franz Kindler(Orson Welles) com outro nome Charles Rankin e
vivendo uma vida comum como se fosse um cidadão acima de qualquer suspeita onde leciona na escola da cidade e ajuda na manutenção do sino Igreja. E casado com Mary Longstreet(Loretta Young), filha do juiz da cidade de Harper. Uma
obra impressionante de ver. Uma
verdadeira aula de cinema, principalmente na maneira como ele explora as técnicas
dos closes, dos enquadramentos, dos
cortes de edição e a própria estrutura narrativa que segue a característica dos
filmes de suspenses noir que estavam em voga na época, o que torna a sua qualidade esplendorosa. Do seu elenco,
merece destaque o próprio Orson Welles como protagonista do obra, ele
desempenha o Charles Rankin, a outra
persona do criminoso de guerra Franz Kindler. Um colaborador da cidade de Harper
que trás da face de homem calmo e dócil do falar esconde-se o próprio
mal em pessoa, capaz das maiores atrocidades mais desumanas do mundo. Outro
também destaque do elenco vai para Loretta Young(1913-2000) como a Mary Longstreet a esposa de Charles, ela desempenhou muito bem em cena todas as camadas da personagem, desempenhando bem nela a figura
de uma mulher que cegamente apaixonada pelo marido custa a acreditar que ele
seria mesmo um monstro capaz de muitas atrocidades.
Outro que também merece menção é Edward G.
Robinson(1893-1973) como o Detetive Wilson. Que desempenhou a sua função de caçador, principalmente para perseguir a sua
presa o Charles. Algo no estilo meio gato e rato. Outras menções ao elenco vão
para o ucraniano Kostantin Shayne(1888-1974), como Konrad Meinke. Um imigrante alemão que aparece no começo da história,
para nos introduzir a Charles e ele será a peça fundamental para ser sua vítima e assim a gente conhece bem a personalidade insana, malvada e fria do peronagem. E para Billy House(1889-1961), na pele do Senhor Potter.
Um comerciante popular da região de Harper que adora jogar damas com seus clientes, dando
um bom toque de comédia a história, principalmente quando colocar o chapéu na cabeça que é
bem carregada de dramaticidade e de tensão pela atmosfera pesada do suspense
bem carregado na obra.
No balanço geral, posso descrever que O Estranho de uma excelente obra cinematográfica que bem
retrata sua época, e bastante atemporal.
Uma obra de qualidade magnifica que merece
ser assistida, principalmente pelas técnicas de edição e com sua estética de
história que simbolizam bem o retrato do
cinema de sua época, principalmente a fase de ouro do cinema noir. Mostrando que para se contar uma boa história, não precisa
de tantos artifícios como o cinema moderno de hoje usa e abusa de CGI. Quem talvez goste de ritmo mais frenético, pode talvez não gostar desse filme, já que ele carrega uma narrativa muito lenta e até arrastada da trama, que pode parecer
muito chata, visto que ela simboliza outro contexto de fazer cinema. Porém, mesmo assim é uma obra que merece ser assisitida, principalmente para futuros a terem como referência para se estudar técnicas de cinema e principalmente para compreender o que foi a o cinema noir. O filme recebeu uma
indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original.
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