UMA DIVERTIDA CRÍTICA A
PRÁTICA DO BULLYING DENTRO DA UNIVERSIDADE.
No
dia 25 de Maio, é comemorado pela comunidade dos nerds e geeks, o Dia do
Orgulho Nerd. Uma data criada bastante recente que serve como uma forma dessa comunidade
de amantes da cultura pop, dos quadrinhos, dos games, dos filmes, das ciências,
das tecnologias, enfim se sentirem importantes. A escolha dela é simbólica,
pois remete justamente ao mês de lançamento do primeiro Star Wars em 1977 e
como uma homenagem ao escritor romancista Douglas Adams(1952-2001), autor da
série de livros sci fi espacial: O Guia do Mochileiro das Galáxias
onde criou-se o Dia da Toalha.
Nesses
últimos tempos criou-se uma mística de
que ser nerd significa ser bastante descolado, uma pessoa muito prestigiada. Tá
na moda, muito disso por causa da onda dos filmes de super-herói, o fenômeno da
série cômica The Big Bang Theory e a revitalização da franquia
Star Wars nos cinemas nessa recente década de 2010, tornou isso algo da moda
bastante popularizado, principalmente por causa do comércio feito em cima disso
e com as convenções mundiais de HQs, mais simbolização nerdica do que isso
então? O que nem sempre foi assim.
Essa nomenclatura de origem inglesa, que não tem uma tradução definida no português brasileiro era visto com um rotulo bastante pejorativo muito assimilado a figura das pessoas restritamente interessadas apenas em estudar, com pose de intelectuais, um super inteligente, um CDF*, que poucos se socializavam, sujeitos tímidos, reservados, introvertidos, acanhados ou mesmo esquisitões e excêntricos com comportamento considerado muito infatiloide por demonstrarem seus gostos por algo que muitos ignorantes viam como de criança, como colecionar quadrinhos de super-heróis, vestir-se como eles ou mesmo colecionar bonecos deles, já houve uma época que o nerd já foi assimilado a um autista por causa da introversão e jeito de agir infantilizado.
Onde inclusive já houve psicólogos que defendiam que a causa de filhos autistas era consequência de pais nerds. Tudo visto como inadmissível no padrão social estabelecido como “normal” que os viam como eternos perdedores. A prova do quanto que antigamente ser nerd causava um desprestígio social, principalmente dentro da escola no grupo dos valentões(aqueles tipos populares que se acham os maiorais e vivem perseguindo os que não seguem suas normas) tá no exemplo do clássico filme de comédia teen movie dos anos 1980 A Vingança dos Nerds(The Revenge of The Nerds,EUA,1984). No filme acompanhamos a história de dois amigos nerds esquisitões que são vizinhos: Lewis Skolnick(Robert Carradine) e Gilbert Love(Anthony Edwards) preparando as malas para se mudarem de cidade, pois vão entrar na Universidade Adams no Colorado para estudar Ciências da Computação.
Lá nesse novo espaço eles vão enfrentar uma grande dificuldade de conseguirem encontrar um alojamento, onde ninguém demonstra muito interesse em acolhê-los por hostilizarem o comportamento excêntrico deles. Já que para isso eles precisam se ingressarem em alguma fraternidade. É nesse caminho que eles vão se deparar com a fraternidade dos Alpha Betas, grupo formado pelos grandes atletas de elite da instituição que agiam de forma bruta e troglodita sendo presidido pelo insuportável do Stan Gable(Ted McGinley) figurando entre os mais populares da Universidade. Estes serão os grandes responsáveis por persegui-los o filme inteiro, principalmente por eles serem “calouros”. Eles vão tornar a vida deles um verdadeiro inferno lá dentro. Quando eles conseguem formar um grupo de jovens nerds, cada um com uma personalidade bastante excêntrica e irreverente diga-se de passagem e conseguem um local para se alojar que é na quadra da escola. Até o momento de acontecer o incidente com a Fraternidade dos Alpha Betas, o alojamento deles foi incendiado e ficam com a quadra onde elas estavam alojados, eles vão atrás de uma outra casa para conseguirem se alojarem.
E quando finalmente conseguem a perseguição a eles pelos Alphas Betas até o momento de decidirem isso fazendo uma disputa de olimpíadas entre eles. Onde quem vencer vai permanecer e se manterá alojado na Instituição. E nisso será um constante vale-tudo, com muitas encrencas, e momentos inesperados. Principalmente com o apoio de uma entidade negra chamada de Lambda Lambda Lambda para apoiar os nerds.
Essa nomenclatura de origem inglesa, que não tem uma tradução definida no português brasileiro era visto com um rotulo bastante pejorativo muito assimilado a figura das pessoas restritamente interessadas apenas em estudar, com pose de intelectuais, um super inteligente, um CDF*, que poucos se socializavam, sujeitos tímidos, reservados, introvertidos, acanhados ou mesmo esquisitões e excêntricos com comportamento considerado muito infatiloide por demonstrarem seus gostos por algo que muitos ignorantes viam como de criança, como colecionar quadrinhos de super-heróis, vestir-se como eles ou mesmo colecionar bonecos deles, já houve uma época que o nerd já foi assimilado a um autista por causa da introversão e jeito de agir infantilizado.
Onde inclusive já houve psicólogos que defendiam que a causa de filhos autistas era consequência de pais nerds. Tudo visto como inadmissível no padrão social estabelecido como “normal” que os viam como eternos perdedores. A prova do quanto que antigamente ser nerd causava um desprestígio social, principalmente dentro da escola no grupo dos valentões(aqueles tipos populares que se acham os maiorais e vivem perseguindo os que não seguem suas normas) tá no exemplo do clássico filme de comédia teen movie dos anos 1980 A Vingança dos Nerds(The Revenge of The Nerds,EUA,1984). No filme acompanhamos a história de dois amigos nerds esquisitões que são vizinhos: Lewis Skolnick(Robert Carradine) e Gilbert Love(Anthony Edwards) preparando as malas para se mudarem de cidade, pois vão entrar na Universidade Adams no Colorado para estudar Ciências da Computação.
Lá nesse novo espaço eles vão enfrentar uma grande dificuldade de conseguirem encontrar um alojamento, onde ninguém demonstra muito interesse em acolhê-los por hostilizarem o comportamento excêntrico deles. Já que para isso eles precisam se ingressarem em alguma fraternidade. É nesse caminho que eles vão se deparar com a fraternidade dos Alpha Betas, grupo formado pelos grandes atletas de elite da instituição que agiam de forma bruta e troglodita sendo presidido pelo insuportável do Stan Gable(Ted McGinley) figurando entre os mais populares da Universidade. Estes serão os grandes responsáveis por persegui-los o filme inteiro, principalmente por eles serem “calouros”. Eles vão tornar a vida deles um verdadeiro inferno lá dentro. Quando eles conseguem formar um grupo de jovens nerds, cada um com uma personalidade bastante excêntrica e irreverente diga-se de passagem e conseguem um local para se alojar que é na quadra da escola. Até o momento de acontecer o incidente com a Fraternidade dos Alpha Betas, o alojamento deles foi incendiado e ficam com a quadra onde elas estavam alojados, eles vão atrás de uma outra casa para conseguirem se alojarem.
E quando finalmente conseguem a perseguição a eles pelos Alphas Betas até o momento de decidirem isso fazendo uma disputa de olimpíadas entre eles. Onde quem vencer vai permanecer e se manterá alojado na Instituição. E nisso será um constante vale-tudo, com muitas encrencas, e momentos inesperados. Principalmente com o apoio de uma entidade negra chamada de Lambda Lambda Lambda para apoiar os nerds.
O
filme contou com a direção de Jeff Kanew, diretor que já tinha um vasto currículo cinematográfico
anteriormente em filmes de outros gêneros e posteriormente umas obras de
comédia de ação, mas foi nesse filme que ele ganhou mais destaque e notoriedade.
Cujo roteiro escrito a quatro mãos com roteiristas sem muita experiência em
cinema, mas com longo currículo na TV. Ainda assim, eles conseguiram produzir
um excelente filme, cujo mote trazia uma trama bem divertida e humorada obra
cômica que satirizava o lado mais
ridículo de desprezar as diferenças e falta de empatia pelo outro, representado
justamente na figura dos populares atletas universitários praticando bullying aos calouros representado
pelos esquisitões e introvertidos nerds, pela louca disputa territorial. A
estética de humor do filme mesmo apresentando elementos muito datados já que
tecnicamente a obra replicava a
tendência das comédias juvenis que estavam em alta nos anos 1980 que teve
início com Pork´s(EUA, 1981), O Último Americano Virgem
(The Last American Virgin, EUA, 1982) dentre outros desta vibe na época também
carrega uma boa trama com temática bem
atemporal a respeito de abordar a prática do bullying do grupo dos atletas
Alpha Betas, mesmo numa época em que essa prática já existia, mas, ainda não tinha essa nomenclatura que só
ganhou de uns anos para cá é que se
tomou conhecimento após fatídicos episódios dos massacres escolares promovidos por
alunos vítimas desses abusos dos colegas
de escola e foi a partir daí que se
abriu os olhos para o problema, nos
calouros da faculdade, representado aqui pelos nerds.
Mesmo sendo considerado bastante antiquado para esses tempos mais conservadores de politicamente correto, principalmente no estilo de humor físico, trazendo elementos de comédia pastelão com toques de nonsense e um tanto besteirol até, explorando sem o mínimo de pudor a sacanagem e a safadeza, principalmente na cena dos nerds invadindo o alojamento das meninas cheelarders que compactuavam com os Alpha Betas promovendo o terror a eles e colocando câmeras escondidas para invadir a privacidade delas e dentre estas eles tiram uma foto nua com seios de fora da intragável Betty Childs(Julia Montgomery), namorada do líder da Fraternidade Alpha Beta Stan e vira o crush do Lewis para ser servida dentro dos pratos das tortas de chantilly que eles estavam servindo no parque para angariar mais verbas para pagarem o aluguel do alojamento. Mais absurdo mesmo e do quanto o nível de despudor sacana que a obra é na cena onde Harold(Andrew Cassese) o caçulinha do grupo dos nerds ao tentar ir procurar por alguma casa para alugar se depara com uma senhora supostamente cafetina num bordel tentando se insinuar pro coitado do garoto acanhado que seria quase que um incentivo a prática de pedofilia. Ou mesmo quando eles promovem uma festa de inauguração do alojamento com o líder dos Lambda Lambda Lambda como convidados e colocam umas garotas introvertidas e acanhadas como eles e só se soltam depois que as drogas rolam a torto e a direito ou mais absurdo do que tudo isso é os Alpha Betas mandarem porcos para sujarem o alojamento dos nerds. Enfim, mesmo que essas situações divertidas e sem noção mostradas no filme aos olhos de hoje sejam vistas como inapropriadas ou mesmo antiquadas e inadmissíveis de se ver. Ainda assim, elas simbolizavam como uma forma de divertimento escapista para o nicho voltado ao público adolescente dos anos 1980.
Principalmente se a gente for analisar o contexto do modo de vida da juventude americana daquela época. Onde boa parte estava se sentindo bastante pessimista sobre o futuro no mercado de trabalho, já que muitos ainda carregavam a traumática experiência do mau legado deixado pelos anos 1970 quando os EUA teve suas tropas derrotadas no Vietnã. A crise no petróleo havia abalado a economia na então grande potência mundial, gerando altos índices de desemprego e aumento da criminalidade e boa parte da população estava desiludida com a política em seu país após o episódio do Escândalo WaterGate ocorrido em 1974 que ocasionou na renúncia do então Presidente Richard Nixon. Tudo ocasionou nessa sensação pessimista que boa parte da geração jovem americana estava vivendo no começo obscuro da década de 1980. E essas obras cômicas voltadas para esse nicho traziam muito desse reflexo e serviram bem como uma fuga da realidade. Ainda mais que foi nessa época que ocorreu o advento do mercado de home vídeo graças ao surgimento das videolocadoras que serviram para locar os filmes nas fitas magnéticas em VHS e nas Betacam no videocassete. E com o surgimento e popularização do home vídeo foram surgindo também obras de filmes B com baixo orçamento voltados para este nicho especifico que se concentravam bastante nas comédias e no terror que não tinham sequer o mínimo de pudor para apelarem para a sacanagem, no nível do mais nonsene geral.
Apesar de tudo isso que coloquei tornar esta obra aos olhos da atualidade, passados mais de 30 anos depois de ter sido lançado, torna-lo absurdo ainda assim, ela se mostra bastante relevante. Ok que pode não se justificar a atitude dos nerds de reagirem da forma tão errada quanto sofriam as humilhações desses atletas valentões da universidade, principalmente com relação a invasão de privacidade das meninas. Mas também há de se levar em conta que esses valentões também não agiam sozinhos para praticarem o abuso contra os nerds, tinham o incentivo da cheerleaders e do seu técnico Harris(John Goodman). Não querendo parecer nessa minha colocação que estou terceirizando a culpa na instituição de ensino pelas consequências extremas que as vítimas de bullying e com perfis de incels tomados pelo sentimento de raiva e ódio e com argumento da vitimização promovem os massacres na escola, pois sei do drama que enfrentam diariamente os profissionais do ensino que não é só do professor em sala de aula com a alta carga horária da grade para cumprir, mas também do diretor, coordenador pedagógico, bedel, zelador, bibliotecário dentre outros que lidam com baixos salários, péssimas condições de trabalho principalmente numa escola pública aqui do Brasil que vive com suas estruturas físicas sucateadas e fora a dificuldade de fazer seus alunos prestarem a atenção as aulas e sofrerem da violência constante dos alunos. Principalmente desses tipos, que ok, não dá para negar que seja consequência deles não terem uma boa estrutura familiar.
Mas, no caso da obra, ela exemplificou bem que quando isso é incentivado dentro da instituição, principalmente pelo técnico do time dos rapazes valentões a praticarem este ato abusivo, desrespeitoso ao outro e a atitude da instituição de cruzar as mãos para esse acontecimento, mais teremos como consequência um ciclo vicioso de terceirizações de culpas na escola desses vitimizadores. No meu tempo de escola, sempre que eu sofria bullying por causa do meu aspecto físico roliço. Quando que eu reclamava com uma coordenadora ela vinha com o argumento: “Dá um desconto a eles, a maioria são tudo uns pobres coitados que não tem famílias estruturadas e você é um privilegiado que tem uma família estruturada e tal”. Essa mesma era quem reclamava dos políticos roubarem porque já faziam isso desde criança que era mentir para os pais. Sempre que me lembro eu fico bastante revoltado, principalmente por constatar o quanto que de uma forma ou de outra ela foi conivente sim, e principalmente que ela com a sua atitude estava ajudando a formarem os bandidos que vão roubar do povo. Aposto que se eles praticassem um crime grave comigo como um abuso sexual, ou pior me roubassem, ela não teria essa cara de pau de dizer com estas palavras bonitas a atitude conivente de me pedir para ter pena deles pela formação familiar deles desajustada. Se eu ouvisse ela hoje me falando isso hoje eu teria desafiado ela dizendo o seguinte:” Eu gostaria de ver se você teria a mesma coragem, melhor dizendo a mesma cara de pau de me dizer isso se constassem que esses mesmos pobres coitados que você me pede para eu ter um desconto, virassem amanhã aqueles ratos que você tanto reclama que infestam Brasília que se tornaram assim por já tinham o habito mentirem aos pais desde criança, ou ainda pior liderassem aquelas facções terroristas”. E ficaria mais ainda revoltado, se ela fosse como o técnico Harris, que estava sendo o incentivador e cumplice dos abusos físicos e psicológicos dos Alpha Betas e a instituição não abrir os olhos para este ato criminoso. O que eu quero colocar é que sim, diante disso a instituição tem uma responsabilidade sim pelas consequências que podem ocorrer no futuro das pessoas vitimizadas por esses sujeito desprezíveis dentro do ambiente escolar e fazer disto sua motivação para o gatilho do massacre. E ainda pior, é isso justificar o ciclo de mais terceirizações de culpas, principalmente do pais de colocar: “Não é minha culpa se meu filho não conseguiu aprender nada, é culpa desses professores grevistas que são uns vagabundos os assediando ideologicamente para eles virarem uns esquerdopatas, uns afeminados com estes kits gays”. Assim como já ocorreu deles terceirizarem a culpa na publicidade, na cultura pop, nas apresentadoras de programas infantis com seus decotes provocantes de estarem incentivando na retardação dos jovens, nos videogames, enfim.
Mesmo sendo considerado bastante antiquado para esses tempos mais conservadores de politicamente correto, principalmente no estilo de humor físico, trazendo elementos de comédia pastelão com toques de nonsense e um tanto besteirol até, explorando sem o mínimo de pudor a sacanagem e a safadeza, principalmente na cena dos nerds invadindo o alojamento das meninas cheelarders que compactuavam com os Alpha Betas promovendo o terror a eles e colocando câmeras escondidas para invadir a privacidade delas e dentre estas eles tiram uma foto nua com seios de fora da intragável Betty Childs(Julia Montgomery), namorada do líder da Fraternidade Alpha Beta Stan e vira o crush do Lewis para ser servida dentro dos pratos das tortas de chantilly que eles estavam servindo no parque para angariar mais verbas para pagarem o aluguel do alojamento. Mais absurdo mesmo e do quanto o nível de despudor sacana que a obra é na cena onde Harold(Andrew Cassese) o caçulinha do grupo dos nerds ao tentar ir procurar por alguma casa para alugar se depara com uma senhora supostamente cafetina num bordel tentando se insinuar pro coitado do garoto acanhado que seria quase que um incentivo a prática de pedofilia. Ou mesmo quando eles promovem uma festa de inauguração do alojamento com o líder dos Lambda Lambda Lambda como convidados e colocam umas garotas introvertidas e acanhadas como eles e só se soltam depois que as drogas rolam a torto e a direito ou mais absurdo do que tudo isso é os Alpha Betas mandarem porcos para sujarem o alojamento dos nerds. Enfim, mesmo que essas situações divertidas e sem noção mostradas no filme aos olhos de hoje sejam vistas como inapropriadas ou mesmo antiquadas e inadmissíveis de se ver. Ainda assim, elas simbolizavam como uma forma de divertimento escapista para o nicho voltado ao público adolescente dos anos 1980.
Principalmente se a gente for analisar o contexto do modo de vida da juventude americana daquela época. Onde boa parte estava se sentindo bastante pessimista sobre o futuro no mercado de trabalho, já que muitos ainda carregavam a traumática experiência do mau legado deixado pelos anos 1970 quando os EUA teve suas tropas derrotadas no Vietnã. A crise no petróleo havia abalado a economia na então grande potência mundial, gerando altos índices de desemprego e aumento da criminalidade e boa parte da população estava desiludida com a política em seu país após o episódio do Escândalo WaterGate ocorrido em 1974 que ocasionou na renúncia do então Presidente Richard Nixon. Tudo ocasionou nessa sensação pessimista que boa parte da geração jovem americana estava vivendo no começo obscuro da década de 1980. E essas obras cômicas voltadas para esse nicho traziam muito desse reflexo e serviram bem como uma fuga da realidade. Ainda mais que foi nessa época que ocorreu o advento do mercado de home vídeo graças ao surgimento das videolocadoras que serviram para locar os filmes nas fitas magnéticas em VHS e nas Betacam no videocassete. E com o surgimento e popularização do home vídeo foram surgindo também obras de filmes B com baixo orçamento voltados para este nicho especifico que se concentravam bastante nas comédias e no terror que não tinham sequer o mínimo de pudor para apelarem para a sacanagem, no nível do mais nonsene geral.
Apesar de tudo isso que coloquei tornar esta obra aos olhos da atualidade, passados mais de 30 anos depois de ter sido lançado, torna-lo absurdo ainda assim, ela se mostra bastante relevante. Ok que pode não se justificar a atitude dos nerds de reagirem da forma tão errada quanto sofriam as humilhações desses atletas valentões da universidade, principalmente com relação a invasão de privacidade das meninas. Mas também há de se levar em conta que esses valentões também não agiam sozinhos para praticarem o abuso contra os nerds, tinham o incentivo da cheerleaders e do seu técnico Harris(John Goodman). Não querendo parecer nessa minha colocação que estou terceirizando a culpa na instituição de ensino pelas consequências extremas que as vítimas de bullying e com perfis de incels tomados pelo sentimento de raiva e ódio e com argumento da vitimização promovem os massacres na escola, pois sei do drama que enfrentam diariamente os profissionais do ensino que não é só do professor em sala de aula com a alta carga horária da grade para cumprir, mas também do diretor, coordenador pedagógico, bedel, zelador, bibliotecário dentre outros que lidam com baixos salários, péssimas condições de trabalho principalmente numa escola pública aqui do Brasil que vive com suas estruturas físicas sucateadas e fora a dificuldade de fazer seus alunos prestarem a atenção as aulas e sofrerem da violência constante dos alunos. Principalmente desses tipos, que ok, não dá para negar que seja consequência deles não terem uma boa estrutura familiar.
Mas, no caso da obra, ela exemplificou bem que quando isso é incentivado dentro da instituição, principalmente pelo técnico do time dos rapazes valentões a praticarem este ato abusivo, desrespeitoso ao outro e a atitude da instituição de cruzar as mãos para esse acontecimento, mais teremos como consequência um ciclo vicioso de terceirizações de culpas na escola desses vitimizadores. No meu tempo de escola, sempre que eu sofria bullying por causa do meu aspecto físico roliço. Quando que eu reclamava com uma coordenadora ela vinha com o argumento: “Dá um desconto a eles, a maioria são tudo uns pobres coitados que não tem famílias estruturadas e você é um privilegiado que tem uma família estruturada e tal”. Essa mesma era quem reclamava dos políticos roubarem porque já faziam isso desde criança que era mentir para os pais. Sempre que me lembro eu fico bastante revoltado, principalmente por constatar o quanto que de uma forma ou de outra ela foi conivente sim, e principalmente que ela com a sua atitude estava ajudando a formarem os bandidos que vão roubar do povo. Aposto que se eles praticassem um crime grave comigo como um abuso sexual, ou pior me roubassem, ela não teria essa cara de pau de dizer com estas palavras bonitas a atitude conivente de me pedir para ter pena deles pela formação familiar deles desajustada. Se eu ouvisse ela hoje me falando isso hoje eu teria desafiado ela dizendo o seguinte:” Eu gostaria de ver se você teria a mesma coragem, melhor dizendo a mesma cara de pau de me dizer isso se constassem que esses mesmos pobres coitados que você me pede para eu ter um desconto, virassem amanhã aqueles ratos que você tanto reclama que infestam Brasília que se tornaram assim por já tinham o habito mentirem aos pais desde criança, ou ainda pior liderassem aquelas facções terroristas”. E ficaria mais ainda revoltado, se ela fosse como o técnico Harris, que estava sendo o incentivador e cumplice dos abusos físicos e psicológicos dos Alpha Betas e a instituição não abrir os olhos para este ato criminoso. O que eu quero colocar é que sim, diante disso a instituição tem uma responsabilidade sim pelas consequências que podem ocorrer no futuro das pessoas vitimizadas por esses sujeito desprezíveis dentro do ambiente escolar e fazer disto sua motivação para o gatilho do massacre. E ainda pior, é isso justificar o ciclo de mais terceirizações de culpas, principalmente do pais de colocar: “Não é minha culpa se meu filho não conseguiu aprender nada, é culpa desses professores grevistas que são uns vagabundos os assediando ideologicamente para eles virarem uns esquerdopatas, uns afeminados com estes kits gays”. Assim como já ocorreu deles terceirizarem a culpa na publicidade, na cultura pop, nas apresentadoras de programas infantis com seus decotes provocantes de estarem incentivando na retardação dos jovens, nos videogames, enfim.
O
filme contou com um bom elenco, mesmo não tendo a participação com grandes
estrelas e quase nenhum ator desse casting virou um grande astro conhecido
mundialmente. A dupla protagonista Robert Carradine como Lewis e Anthony
Edwards como Gilbert representaram e
imprimiram muito bem em cena os papeis desses amigos esquisitões com
aquele jeito bem caracteristicamente estereotipado do nerd com óculos e
trejeitos excêntricos. Fora o excelente o entrosamento dos dois em cenas com
boas sacadas do texto.
Cada um trabalhou bem as diferentes camadas de personalidades de seus personagens que representam a liderança desse inusitado grupo de Davi contra os Golias. Robert Carradine mesmo já estando um tanto “velho” na época em que ele representou o papel do Lewis, estava com 29 anos, uma idade considerada muito incompatível para ele representear um jovem recém-saído do ensino colegial e começando a ingressar na faculdade a ponto dele em cena ficar uma coisa meio Chaves** , ainda assim ele conseguiu convencer e imprimir bem no personagem um toque mais estereotipado e caricato com jeito até meio afetado e abobalhado, principalmente nas risadas e muitas vezes quando é provocado tem um pavio curto. Anthony Edwards como Gilbert outro que também já não tinha uma idade mais compatível para o papel estava com 21 anos, também demonstrou um bom desempenho ao papel imprimindo no personagem uns toques mais amenos. Com seu jeito mais calmo, centrado e sensato. Também merece menção os atores que compunham o núcleo dos nerds que também não tinham idades compatíveis como os protagonistas para viverem jovens universitários estão: Larry B. Scott na pele do Lamar, o representou com aqueles toques estereotipados e bem caricatos de gay afeminado. Curtis Armstrong como o Booger, outro que não tinha uma idade compatível para o papel, com seu jeito todo folgado e porcalhão.
Brian Tochi como o simpático nerd japonês Toshiro Takaishi representando bem com aquele estereotipo típico do japonês fissurado na ciência até na forma caricata de falar com sotaque. Também merece menção a participação de Andrew Cassese como o Harold, o menininho do grupo dos nerds que com apenas 11 anos representou um prodígio que ingressava muito precocemente na Universidade e imprimiu como principal característica ao personagem o seu jeito sorridente e com aspecto de dentucinho além do jeito todo caricato e estereótipo de garotinho nerd pré-adolescente esquisitão e pueril com óculos fundo de garrafa. Ted McGinley antagonizando a obra na pele do truculento Stan, líder dos Alpha Betas que vive perseguido os nerds também desempenhou brilhantemente o papel imprimindo bem uns toques narcisistas ao ar de brutalidade típicas de uma masculinidade tóxica no personagem e com perfil até irascível de fazer público sentir o maior desprezo por ele, esse ao contrário de boa parte do elenco representou bem numa idade bem compatível estando com 25 anos no auge da sua beleza jovial com porte de galã viril e símbolo da objetificação sexual feminina.
Julia Montgomery representou muito bem o papel da Betty Childs, a intragável namorada do antagonista da história que era sua cumplice na perseguição aos calouros e vivia menosprezando o sentimento do Lewis, um dos protagonistas que nutria um crush por ela além de imprimir uns toques de sexy appeal na personagem no auge de sua beleza jovial com 23 anos para representar aquele estereotipo do símbolo da objetificação sexual masculina da fogosa loirinha do olho azul que nesses tempos de hoje onde o empoderamento feminino ganhou força poderia ser visto como algo extremamente machista. O elenco também contou com John Goodman na época ainda carregando um aspecto bem jovial e ainda não aparentava estar tão rechonchudo na faixa etária dos seus 31 anos representando o Técnico Harris dos Alpha Betas, sujeito que encorajava e era cumplice deles fazerem esta absurda prática desprezível e desrespeitosa contra os calouros. E a participação de James Cromwell na pele do pai do Lewis que aparece nos primeiros minutos do filme dando carona para Lewis e Gilbert em sua mudança para a Universidade. Ele representou bem o papel com um ar bastante debochado com ótimas tiradas e dá conselhos para Lewis dá uns pegas nas mulheres que poderiam soar bastante pesado para os tempos de hoje.
Cada um trabalhou bem as diferentes camadas de personalidades de seus personagens que representam a liderança desse inusitado grupo de Davi contra os Golias. Robert Carradine mesmo já estando um tanto “velho” na época em que ele representou o papel do Lewis, estava com 29 anos, uma idade considerada muito incompatível para ele representear um jovem recém-saído do ensino colegial e começando a ingressar na faculdade a ponto dele em cena ficar uma coisa meio Chaves** , ainda assim ele conseguiu convencer e imprimir bem no personagem um toque mais estereotipado e caricato com jeito até meio afetado e abobalhado, principalmente nas risadas e muitas vezes quando é provocado tem um pavio curto. Anthony Edwards como Gilbert outro que também já não tinha uma idade mais compatível para o papel estava com 21 anos, também demonstrou um bom desempenho ao papel imprimindo no personagem uns toques mais amenos. Com seu jeito mais calmo, centrado e sensato. Também merece menção os atores que compunham o núcleo dos nerds que também não tinham idades compatíveis como os protagonistas para viverem jovens universitários estão: Larry B. Scott na pele do Lamar, o representou com aqueles toques estereotipados e bem caricatos de gay afeminado. Curtis Armstrong como o Booger, outro que não tinha uma idade compatível para o papel, com seu jeito todo folgado e porcalhão.
Brian Tochi como o simpático nerd japonês Toshiro Takaishi representando bem com aquele estereotipo típico do japonês fissurado na ciência até na forma caricata de falar com sotaque. Também merece menção a participação de Andrew Cassese como o Harold, o menininho do grupo dos nerds que com apenas 11 anos representou um prodígio que ingressava muito precocemente na Universidade e imprimiu como principal característica ao personagem o seu jeito sorridente e com aspecto de dentucinho além do jeito todo caricato e estereótipo de garotinho nerd pré-adolescente esquisitão e pueril com óculos fundo de garrafa. Ted McGinley antagonizando a obra na pele do truculento Stan, líder dos Alpha Betas que vive perseguido os nerds também desempenhou brilhantemente o papel imprimindo bem uns toques narcisistas ao ar de brutalidade típicas de uma masculinidade tóxica no personagem e com perfil até irascível de fazer público sentir o maior desprezo por ele, esse ao contrário de boa parte do elenco representou bem numa idade bem compatível estando com 25 anos no auge da sua beleza jovial com porte de galã viril e símbolo da objetificação sexual feminina.
Julia Montgomery representou muito bem o papel da Betty Childs, a intragável namorada do antagonista da história que era sua cumplice na perseguição aos calouros e vivia menosprezando o sentimento do Lewis, um dos protagonistas que nutria um crush por ela além de imprimir uns toques de sexy appeal na personagem no auge de sua beleza jovial com 23 anos para representar aquele estereotipo do símbolo da objetificação sexual masculina da fogosa loirinha do olho azul que nesses tempos de hoje onde o empoderamento feminino ganhou força poderia ser visto como algo extremamente machista. O elenco também contou com John Goodman na época ainda carregando um aspecto bem jovial e ainda não aparentava estar tão rechonchudo na faixa etária dos seus 31 anos representando o Técnico Harris dos Alpha Betas, sujeito que encorajava e era cumplice deles fazerem esta absurda prática desprezível e desrespeitosa contra os calouros. E a participação de James Cromwell na pele do pai do Lewis que aparece nos primeiros minutos do filme dando carona para Lewis e Gilbert em sua mudança para a Universidade. Ele representou bem o papel com um ar bastante debochado com ótimas tiradas e dá conselhos para Lewis dá uns pegas nas mulheres que poderiam soar bastante pesado para os tempos de hoje.
Enfim,
num balanço geral entre pontos positivos e pontos negativos da obra. De pontos
positivos, a obra tem um excelente
roteiro que teve uma direção competente ainda que dirigida por um diretor bastante desconhecido do grande público na
época, que mesmo tendo sido escrita a quatro mãos por
roteiristas inexperientes em cinema, mas
que no fim conseguiu dá um ótimo resultado graças também ao excelente elenco que deu conta do recado com dialogos feitos no improviso.
Mesmo a maioria sendo de atores inexperientes e não muito conhecidos do grande público na época. Arrecadou uma boa soma de bilheteria com 40 milhões de dólares bem a mais do custo modesto de produção. A boa sacada do texto em abordar de forma divertida e bem humorada uma temática que na época não era tão discutida quanto hoje sobre o drama do sistema educacional em lidar com as práticas de bullying dentro da instituição, numa época ainda não existia essa nomenclatura. O torna bastante relevante e atemporal e bastante além do seu tempo. Mesmo que sua estética cômica se mostre muito datada, antiquada, indecente e imoral até ao explorar de forma mais transgressora e sem muito pudor os níveis do mais puro apelo erótico que estava replicando as tendências de outras obras voltadas ao público adolescente da época que estavam servindo como uma ótima forma de escapismo para aquele nicho da juventude americana que iniciava a década de 1980 num clima muito obscuro, pessimista e desesperançada do seu futuro no mercado de trabalho num período onde o pais estava com a sua economia em colapso após a crise do petróleo, a derrota das suas tropas no Vietnã entre outros maus legados deixados pela década de 1970. Gerando aumento no desemprego e no alto índice da criminalidade. Portanto, além de bem refletir aquele contexto, também reflete os tempos atuais. Inclusive quem for pesquisar nos sites de cinemas sobre boas referências de filmes dos anos 1980. Vai ver que eles figuram lá na lista no nicho das comédias voltadas ao público adolescente.
O sucesso foi tanto que gerou três continuações na posteridade que deram origem a uma quadrilogia de A Vingança dos Nerds formada por: Os Nerds Saem de Férias (The Revenge of The Nerds II:Nerd in Paradise,EUA,1987), A Vingança dos Nerds 3- A Nova Geração (The Revenge of The Nerds III: The New Generation,EUA, 1992) e Os Nerds Também Amam (The Revenge of The Nerds IV- Nerds in Love,EUA,1994). cada uma dirigida por um diretor diferente. Chega a ser absurdo ainda de que maneira divertida o filme retratar um lado pobre da instituição de ensino, onde não bastando a consequência da violência praticada por aluno valentões vir logicamente como diz o famoso ditado popular do “Costume de casa vai a praça”, ou seja, ser consequência da formação familiar desequilibrada dos valentões representados pelos Alphas Betas, ainda tem o agravante é que o filme já denunciava nessa época é mostrar uma instituição universitária de renome deixar eles serem encorajados por um técnico truculento e contarem com as cumplicidades das meninas a cometer um ato bárbaro e desrespeitoso desse ao próximo e eles não abrirem os olhos de não perceberem que aquele treinador deles era uma péssima referência para formar delinquentes.
Fora o destaque a produção musical dos nerds promovendo um espetáculo incrível ao som do moderno sintetizador com diferentes referencias carnavalescas deles fantasiado de artistas dos mais variados estilos musicais. Que deixaram no chinelo a representação pífia dos Alpha Betas como eles mesmos. Essas muitas virtudes tornam o filme a nível de clássico. O único ponto negativo que eu poderia destacar é quando na cena final onde Lewis chega para uma multidão e faz um discurso bonito e emocionante ao som da canção We Are The Champions da banda Queen como pano de fundo. Acontece dele receber justamente o apoio da Betty, a menina que o vivia desprezando o filme inteiro. Isto ok, simbolizou bem uma vitória dele de conquistar o amor de uma bela garota que seria impossível dele namorar, já que Lewis representava um arquétipo de patinho feio, enquanto ela trazia um arquétipo de linda donzela encantada e inatingível para ele. Algo nos moldes de contos de fadas. Porém, se a gente for analisar bem tecnicamente este final gerou um elemento muito anticlimático e um tanto quanto forçado visto que até então enquanto ela namorava o Stan durante o filme inteiro, colaborava com ele e a sua fraternidade dos Alpha Betas para colocar o terror em Lewis e na sua fraternidade nerd. E ela desprezava demais as investidas do Lewis, só quando ele a forçou a beijá-la foi que ela se sentiu atraída por ele. O que representou uma forçada de barra das grandes, sendo isso a única parte que eu consideraria como a mais problemática da história. O que pelo menos dá para se relevar. Ainda que não tenha sido nada correta de ambas as partes.
Posso concluir que o filme envelheceu bem, principalmente graças a sua abordagem se mostrar bastante relevante ao ousar criticar a prática de bullying nas escolas com um tom bem divertido numa época em que ainda não existia esse tipo de nomenclatura para essa prática, mostrando-se além do seu tempo. Para nós brasileiros pode soar muito estranho a primeira vista a forma que o filme representa como é a visão do sistema educacional americano e de como para eles se ingressarem na faculdade que não tem essa preocupação de acontecer através das provas de ENEM como é no caso de nós brasileiros, mas pelo histórico escolar das notas que ele foi adquirindo ao longo todo o seu percurso do maternal até concluir o terceiro ano do ensino médio. Se durante este período do seu percurso ele tiver ficado repente, não entraria de jeito nenhum. O filme ilustra um bom exemplo desse estilo American Way of Life de como é a entrada na universidade simboliza para o jovem americano de classe média, uma vida de liberdade, de independência e de novas experiências, ou seja, a entrada para a vida adulta longe de casa, longe da família.
Como bem já haviam me comentando uns professores que conheci na época em que frequentei uma escola de idiomas aqui em Natal/RN que já tinham feito intercambio nos EUA quando eram adolescentes, que isto é um hábito comum dos americanos. E ainda mais que algum tempo depois quando hospedei em minha casa umas universitárias americanas de Yale, também me contaram detalhes curiosos de como era a rotina delas no alojamento do campus dividindo os quartos com outros estudantes e isto o filme também ilustra ao apresentar os dois amigos nerds Lewis e Gilbert vizinhos ao ingressarem na Universidade Adams. Fora também o meio tribal das Fraternidades que também é outra característica típica de como funciona o modelo do sistema educacional do americano. Dentre outras características que podem soar estranhos para nós brasileiros a primeira vista, como por exemplo, a equipe esportiva dos Alpha Betas e as Cheeleaders animando a torcida com suas performances de dança, mas que de todo modo trazem uma ótima estrutura narrativa com um drama bem atual abordado de uma forma bem divertida.
Mesmo a maioria sendo de atores inexperientes e não muito conhecidos do grande público na época. Arrecadou uma boa soma de bilheteria com 40 milhões de dólares bem a mais do custo modesto de produção. A boa sacada do texto em abordar de forma divertida e bem humorada uma temática que na época não era tão discutida quanto hoje sobre o drama do sistema educacional em lidar com as práticas de bullying dentro da instituição, numa época ainda não existia essa nomenclatura. O torna bastante relevante e atemporal e bastante além do seu tempo. Mesmo que sua estética cômica se mostre muito datada, antiquada, indecente e imoral até ao explorar de forma mais transgressora e sem muito pudor os níveis do mais puro apelo erótico que estava replicando as tendências de outras obras voltadas ao público adolescente da época que estavam servindo como uma ótima forma de escapismo para aquele nicho da juventude americana que iniciava a década de 1980 num clima muito obscuro, pessimista e desesperançada do seu futuro no mercado de trabalho num período onde o pais estava com a sua economia em colapso após a crise do petróleo, a derrota das suas tropas no Vietnã entre outros maus legados deixados pela década de 1970. Gerando aumento no desemprego e no alto índice da criminalidade. Portanto, além de bem refletir aquele contexto, também reflete os tempos atuais. Inclusive quem for pesquisar nos sites de cinemas sobre boas referências de filmes dos anos 1980. Vai ver que eles figuram lá na lista no nicho das comédias voltadas ao público adolescente.
O sucesso foi tanto que gerou três continuações na posteridade que deram origem a uma quadrilogia de A Vingança dos Nerds formada por: Os Nerds Saem de Férias (The Revenge of The Nerds II:Nerd in Paradise,EUA,1987), A Vingança dos Nerds 3- A Nova Geração (The Revenge of The Nerds III: The New Generation,EUA, 1992) e Os Nerds Também Amam (The Revenge of The Nerds IV- Nerds in Love,EUA,1994). cada uma dirigida por um diretor diferente. Chega a ser absurdo ainda de que maneira divertida o filme retratar um lado pobre da instituição de ensino, onde não bastando a consequência da violência praticada por aluno valentões vir logicamente como diz o famoso ditado popular do “Costume de casa vai a praça”, ou seja, ser consequência da formação familiar desequilibrada dos valentões representados pelos Alphas Betas, ainda tem o agravante é que o filme já denunciava nessa época é mostrar uma instituição universitária de renome deixar eles serem encorajados por um técnico truculento e contarem com as cumplicidades das meninas a cometer um ato bárbaro e desrespeitoso desse ao próximo e eles não abrirem os olhos de não perceberem que aquele treinador deles era uma péssima referência para formar delinquentes.
Fora o destaque a produção musical dos nerds promovendo um espetáculo incrível ao som do moderno sintetizador com diferentes referencias carnavalescas deles fantasiado de artistas dos mais variados estilos musicais. Que deixaram no chinelo a representação pífia dos Alpha Betas como eles mesmos. Essas muitas virtudes tornam o filme a nível de clássico. O único ponto negativo que eu poderia destacar é quando na cena final onde Lewis chega para uma multidão e faz um discurso bonito e emocionante ao som da canção We Are The Champions da banda Queen como pano de fundo. Acontece dele receber justamente o apoio da Betty, a menina que o vivia desprezando o filme inteiro. Isto ok, simbolizou bem uma vitória dele de conquistar o amor de uma bela garota que seria impossível dele namorar, já que Lewis representava um arquétipo de patinho feio, enquanto ela trazia um arquétipo de linda donzela encantada e inatingível para ele. Algo nos moldes de contos de fadas. Porém, se a gente for analisar bem tecnicamente este final gerou um elemento muito anticlimático e um tanto quanto forçado visto que até então enquanto ela namorava o Stan durante o filme inteiro, colaborava com ele e a sua fraternidade dos Alpha Betas para colocar o terror em Lewis e na sua fraternidade nerd. E ela desprezava demais as investidas do Lewis, só quando ele a forçou a beijá-la foi que ela se sentiu atraída por ele. O que representou uma forçada de barra das grandes, sendo isso a única parte que eu consideraria como a mais problemática da história. O que pelo menos dá para se relevar. Ainda que não tenha sido nada correta de ambas as partes.
Posso concluir que o filme envelheceu bem, principalmente graças a sua abordagem se mostrar bastante relevante ao ousar criticar a prática de bullying nas escolas com um tom bem divertido numa época em que ainda não existia esse tipo de nomenclatura para essa prática, mostrando-se além do seu tempo. Para nós brasileiros pode soar muito estranho a primeira vista a forma que o filme representa como é a visão do sistema educacional americano e de como para eles se ingressarem na faculdade que não tem essa preocupação de acontecer através das provas de ENEM como é no caso de nós brasileiros, mas pelo histórico escolar das notas que ele foi adquirindo ao longo todo o seu percurso do maternal até concluir o terceiro ano do ensino médio. Se durante este período do seu percurso ele tiver ficado repente, não entraria de jeito nenhum. O filme ilustra um bom exemplo desse estilo American Way of Life de como é a entrada na universidade simboliza para o jovem americano de classe média, uma vida de liberdade, de independência e de novas experiências, ou seja, a entrada para a vida adulta longe de casa, longe da família.
Como bem já haviam me comentando uns professores que conheci na época em que frequentei uma escola de idiomas aqui em Natal/RN que já tinham feito intercambio nos EUA quando eram adolescentes, que isto é um hábito comum dos americanos. E ainda mais que algum tempo depois quando hospedei em minha casa umas universitárias americanas de Yale, também me contaram detalhes curiosos de como era a rotina delas no alojamento do campus dividindo os quartos com outros estudantes e isto o filme também ilustra ao apresentar os dois amigos nerds Lewis e Gilbert vizinhos ao ingressarem na Universidade Adams. Fora também o meio tribal das Fraternidades que também é outra característica típica de como funciona o modelo do sistema educacional do americano. Dentre outras características que podem soar estranhos para nós brasileiros a primeira vista, como por exemplo, a equipe esportiva dos Alpha Betas e as Cheeleaders animando a torcida com suas performances de dança, mas que de todo modo trazem uma ótima estrutura narrativa com um drama bem atual abordado de uma forma bem divertida.
*Só
para deixar claro, a citação do autor no texto sobre CDF não tem nada a
ver com a grande, conceituada e influente rede de ensino daqui do Rio
Grande do Norte. Mas sim ele está se referindo a característica justamente de quem é muito vibrado no estudo. CDF aqui é uma abreviação de Cabeça ou mesmo Crânio de
Ferro.
**Chaves
é um seriado mexicano que desde a década de 1980 vem sendo exibido initerruptamente no Brasil pelo SBT.
Que conta a história de uma vila pobre
que é habitada por moradores um tanto quanto excêntricos. Como o pobre menino
órfão Chaves que vive esfomeado com desejo de comer um sanduiche de presunto. O Seu Madruga, um
viúvo desemprego que vive fazendo bicos e cuida de sua filha peralta Chiquinha
e a dondoca da Dona Florinda, uma senhora também viúva que cuida e mima demais
seu filho Quico. Criado por Roberto Gómez
Bolaños(1929-2014), mais conhecido no México como Chespirito. A razão do autor
deste texto usar Chaves como referência
para caracterizar o exemplo da incompatibilidade da idade dos protagonista da
obra. É porque na série boa parte das personagens crianças que compunham o
núcleo central da Vila eram representados por adultos. Chaves que era
representado pelo próprio Bolaños estava com 41 anos quando começou a representar
o Chaves a partir de 1970 numa esquete do seu programa de humor antes dele
ganhar um programa posteriormente. Além do Chaves ser representado por um
adulto, também tinha o Quico que foi representado pelo Carlos Villagrán que
estava na época com 26 anos quando começou a representar o personagem no
programa. Já a Chiquinha foi representada por Maria Antonieta de Las Nieves,
que apesar da baixa estatura e por ser a caçulinha da trupe estava com 20 anos
quando começou a representar a personagem no programa. Não só isso acontecia com a crianças
principais da vila. Mas também em relação as crianças que apareciam
esporadicamente como Godinez que costumava aparecer nas aulas do Professor
Girafales foi interpretado por Horácio Gómez Bolaños(1930-1999), irmão do
Chespirito que estava 40 anos quando representou este papel. O NhoNho o filho
do Senhor Barriga, o cobrador do aluguel da vila foi representado por Edgar
Vivar, o mesmo que também fazia o Senhor Barriga e ela já estava com 20 anos
quando representou o papel. E o mais bizarro era Popis, prima do Quico foi representada pela
Florinda Meza, a mesma que fazia a Dona
Florinda que estava 21 anos quando começou a representar o papel. Mais bizarro
que isso tudo era o fato de que ela tinha uma diferença pequena de idade com
relação a Villagrán que fazia o Quico, filho da Dona Florinda sendo que ela era cinco anos mais nova do que
ele. E era vinte anos mais nova do que Bolaños que representava o Chaves com
quem viveu uma longa história de amor que durou 36 anos numa união estável, que
foi somente em 2004 que eles resolveram oficializar a união com ela para que
ela pudesse ter os mesmo direitos a sua herança com seus seis filhos fruto de
sua união anterior. Mas ela não teve filhos com ele. A sua união com Chespirito durou até ele falecer 10 anos depois. Analisando
dessa forma dá para se colocar que essa falsa representação das crianças por
adultos tornava a estética do programa ainda mais kitsch se a gente juntar a cenografia
tosca e suja da vila e os figurinos bregas dos personagens.
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