quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

EM MEMÓRIA A DAVID LYNCH: DUNA(1984)

 

No último dia 16 de Janeiro  de 2025, o cinema perdeu o talento do cineasta  David Lynch (1946-2025), que é admirado por seu estilo estético característico de surrealismo,  também já experimentou dirigir Duna(1984) adaptado do romance de Frank Herbert (1920-1986) que foi o maior fracasso de sua carreira.




Já tinha visto outras vezes e ao revisita-las pude observar que é uma obra muito difícil de acompanhar, principalmente pelo tempo longo de duração de duas horas e meia com um roteiro de space opera muito complexo para se entender.




Pode ser um tanto entediante para quem gosta de agilidade de jornada aventuresca neste estilo de obra. Até a primeira metade da rodagem ele perde muito tempos em ser autoexplicativo, para nos introduzir a aquele contexto. Só na segunda metade é que a história dá uma guinada.




Principalmente no ponto de virada então. Eu li o primeiro livro  na época em que estava sendo lançado uma nova adaptação dirigida pelo canadense Denis Villeneuve,  e tenho confessar  que o achei bem mais enriquecido de complexidades narrativas coisa que para o David Lynch isso deve ter sido um desafio e tanto.





Muitos dos fatores dessa obra figurar como a que ele menos gostava de sua filmografia está no fato de que não foi ele que propôs fazer a adaptação de Duna para o cinema. A primeira pessoa que havia proposto essa ideia de adaptação do livro de Herbert foi o chileno Alejandro Jodorowsky nos anos 1970 que trazia uma ideia um tanto viajada, muito onírica e de cunho muito filosófico  que poderia estourar o orçamento. A lenda foi tamanha que foi produzido um documentário comentando sobre essa sua versão que nunca saiu do papel.




É nesse contexto que David Lynch foi então convidado para dirigir essa obra depois de já ter conquistado o seu reconhecimento na grande indústria após dirigir duas produções experimentais como: Eraserhead(1977) e O Homem-Elefante(1980) onde ele imprimiu sua assinatura característica de trabalhar no estilo autoral surrealista.





 Dessa sua esquecida versão de Duna, é uma coisa que para quem conhece sua assinatura talvez não encontre muito,  visto que foi um tipo de produção que ele experimentou fazer para um grande estúdio e nisso ele enfrentou muitos conflitos internos com a direção executiva que o deixou muito traumatizado a ponto de evitar de comentar sobre esse assunto publicamente a ponto dele ter ceder muitas modificações e precisou ajustar fazendo cortes.





O que mesmo assim, afetou a qualidade da produção e quando Duna foi lançado dividiu um pouco as opiniões e foi um fracasso de bilheteria. Existe a lenda de uma suposta versão do corte dele, que ele optou por não disponibilizar devido ao fato de que do jeito que a experiência na produção  foi tão traumatizante para ele  que em respeito a sua saúde mental  e se tornou praticante de um método de meditação para  poder esquecer aquele acontecimento.   

Confesso que gostei dessa sua versão de Duna, em comparação como Villeneuve soube bem como adaptar e extrair nas recentes versões.

O destaque principal vai para o  show de efeitos especiais e visuais com os recursos da época, mesmo que se mostre o quão datados tenham ficado. Apesar também do roteiro ser muito vagaroso e um tanto problemático. Recomendo ver mais a nível de curiosidade.

Im Memoriam.

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