No
último dia 16 de Janeiro de 2025, o
cinema perdeu o talento do cineasta David Lynch (1946-2025), que é admirado por
seu estilo estético característico de surrealismo, também já experimentou dirigir Duna(1984)
adaptado do romance de Frank Herbert (1920-1986) que foi o maior fracasso de
sua carreira.
Já
tinha visto outras vezes e ao revisita-las pude observar que é uma obra muito
difícil de acompanhar, principalmente pelo tempo longo de duração de duas horas
e meia com um roteiro de space opera muito complexo para se entender.
Pode
ser um tanto entediante para quem gosta de agilidade de jornada aventuresca
neste estilo de obra. Até a primeira metade da rodagem ele perde muito tempos
em ser autoexplicativo, para nos introduzir a aquele contexto. Só na segunda
metade é que a história dá uma guinada.
Principalmente
no ponto de virada então. Eu li o primeiro livro na época em que estava sendo lançado uma nova
adaptação dirigida pelo canadense Denis Villeneuve, e tenho confessar que o achei bem mais enriquecido de
complexidades narrativas coisa que para o David Lynch isso deve ter sido um
desafio e tanto.
Muitos
dos fatores dessa obra figurar como a que ele menos gostava de sua filmografia
está no fato de que não foi ele que propôs fazer a adaptação de Duna
para o cinema. A primeira pessoa que havia proposto essa ideia de adaptação do
livro de Herbert foi o chileno Alejandro Jodorowsky nos anos 1970 que trazia
uma ideia um tanto viajada, muito onírica e de cunho muito filosófico que poderia estourar o orçamento. A lenda foi
tamanha que foi produzido um documentário comentando sobre essa sua versão que
nunca saiu do papel.
É
nesse contexto que David Lynch foi então convidado para dirigir essa obra
depois de já ter conquistado o seu reconhecimento na grande indústria após
dirigir duas produções experimentais como: Eraserhead(1977) e O Homem-Elefante(1980)
onde ele imprimiu sua assinatura característica de trabalhar no estilo autoral
surrealista.
Dessa sua esquecida versão de Duna, é
uma coisa que para quem conhece sua assinatura talvez não encontre muito, visto que foi um tipo de produção que ele
experimentou fazer para um grande estúdio e nisso ele enfrentou muitos conflitos
internos com a direção executiva que o deixou muito traumatizado a ponto de
evitar de comentar sobre esse assunto publicamente a ponto dele ter ceder
muitas modificações e precisou ajustar fazendo cortes.
O
que mesmo assim, afetou a qualidade da produção e quando Duna foi
lançado dividiu um pouco as opiniões e foi um fracasso de bilheteria. Existe a
lenda de uma suposta versão do corte dele, que ele optou por não disponibilizar
devido ao fato de que do jeito que a experiência na produção foi tão traumatizante para ele que em respeito a sua saúde mental e se tornou praticante de um método de
meditação para poder esquecer aquele
acontecimento.
Confesso
que gostei dessa sua versão de Duna, em comparação como Villeneuve soube
bem como adaptar e extrair nas recentes versões.
O
destaque principal vai para o show de
efeitos especiais e visuais com os recursos da época, mesmo que se mostre o
quão datados tenham ficado. Apesar também do roteiro ser muito vagaroso e um
tanto problemático. Recomendo ver mais a nível de curiosidade.
Im
Memoriam.
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