No
dia 27 de Janeiro, é lembrado o Dia Internacional da Memória do Holocausto, uma
forma de respeitar as memórias dos judeus que foram mortos nos campos de
concentração pelo genocida Governo Nazista.
Nada
melhor do que entender o que foi esse ato desumanizado comentando sobre o filme A Lista de Schindler(Schindler´s
List, EUA, 1993).
Esse
filme foi dirigido pelo renomado Steven
Spielberg, aborda aqui esse tema que é muito caro a ele. Já que ele tem raízes
judaicas.
Nesse
filme cuja história real do holocausto foi baseado no romance biográfico Schindler´s
Ark de autoria do australiano Thomas Keneally, cujo roteiro foi adaptado
por Steve Zaillian.
O
filme acompanha a jornada da população judaica na Polônia já invadida pelas
tropas nazistas que deram início a Segunda Guerra Mundial.
É nesse contexto que aparece o empresário alemão Oskar Schindler(Liam Neeson) para recrutar alguns judeus para trabalharem em sua fábrica, mandando criar uma lista para evitar que todos não morram no Holocausto, o que o tornou celebrado até hoje pelos judeus como o símbolo do benfeitor.
Spielberg
soube bem como trabalhar a temática nesse filme abordando a dualidade do bem
contra o mal de forma tridimensional.
“Estabelecendo
diferentes dicotomias para fazer o espectador refletir sobre guerra, humanismo
e memória”.
(Descrição
retirada do canal EntrePlanos do Youtube sobre o filme A Lista de
Schindler, publicado em 18 de Outubro de 2018).
Criando
uma área ambígua entre os dois lados dos nazistas serem os vilões e os judeus,
as vítimas. E nesse aspecto o protagonista Oskar Schindler é o que consegue
refletir bem essa dicotomia.
Nos
primeiros momentos de rodagem do filme, vemos ele ir bem do lado do mal ao
mostrar sua natureza mais egoísta e ambiciosa. De um homem que se aproveitou da
guerra para ficar milionário.
Mais
pra frente vai mostrando como Schindler vai tendendo para ir ao lado do bem ao não
concordar com os ideais pregados pelo nazismo, e ser atencioso com judeus em
prol dos seus trabalhadores resolve fazer uma lista de judeus para serem seus
funcionários e ficarem livres do holocausto e sacrificando o lucro.
Principalmente
depois que ele testemunha o cenário de carnificina que ocorre no Gueto de Varsóvia.
A
direção de fotografia do polonês Janusz Kamiński, que se tornou um parceiro frequente
de Spielberg após esse filme ao optar pela película em preto e branco, cujos
únicos momentos de cores é na introdução mostrando um lar de família judaica
fazendo oração e no final com os sobreviventes do Holocausto ajudados por
Schindler ao redor do seu tumulo lhe prestando uma homenagem.
O
preto e branco ajudou bem a compor no
filme uma estética cinzenta, um tanto noir com toques documentais, onde o único
momento ele quebra isso é quando mostra a menina de vestido vermelho caminhando
por Varsóvia, que serve mais para frente como uma rima visual para ela
reaparecer entre os cadáveres do holocausto.
Fora
também que o filme apresenta uma ótima reconstituição de época com a cenografia
e os figurinos e contou em seu elenco com feras como: Liam Nesson como o
protagonista Oskar Schindler(1908-1974) está impecável em cena. Ralph Fienes
como o repugnante oficial nazista Amon Göth(1908-1946) se mostra excelente ao representar e defender um sujeito
que apresenta um nível de crueldade
sentindo um imenso prazer de matar cada judeu sem o menor remorso. E Ben
Kingsley como Itzhak Stern(1901-1969), o contador pessoal de Schindler está
excelente na pele do sujeito que era sem seu braço direito na sua empresa.
A
Lista de Schindler não é um filme fácil de ser assistido para
qualquer um em especial por sua temática sensível que explora o nível da
crueldade brutal, e também psicológica que o nazismo ocasionou para a população
judaica.
Existe
muitas cenas fortes mostrando o nível da
crueldade que era praticado, principalmente quando mostra os judeus no holocausto
desnutridos e tendo que passarem pela humilhação de andarem sem roupa, tudo
torna essa obra não muito fácil digerível para todo mundo.
Mais
ainda se mostra necessário para refletir que os ideais de ódio pregados pelo
nazismo não morreram, basta vermos o que temos acompanhado atualmente que os
movimentos da extrema direita no Brasil e no mundo tem ganhado força e levado a
muitos casos de violência.
Como
diz a frase do filosofo irlandês Edrmund
Burke(1729-1792):
“Um
povo que não conhece a sua história, está condenado a repeti-lo”.
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