segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

O NAZISMO EM A LISTA DE SCHINDLER(1993)

 

No dia 27 de Janeiro, é lembrado o Dia Internacional da Memória do Holocausto, uma forma de respeitar as memórias dos judeus que foram mortos nos campos de concentração pelo genocida Governo Nazista.

Nada melhor do que entender o que foi esse ato desumanizado comentando  sobre o filme A Lista de Schindler(Schindler´s List, EUA, 1993).






Esse filme foi  dirigido pelo renomado Steven Spielberg, aborda aqui esse tema que é muito caro a ele. Já que ele tem raízes judaicas.

Nesse filme cuja história real do holocausto foi baseado no romance biográfico Schindler´s Ark de autoria do australiano Thomas Keneally, cujo roteiro foi adaptado por Steve Zaillian.


O filme acompanha a jornada da população judaica na Polônia já invadida pelas tropas nazistas que deram início a Segunda Guerra Mundial.

É nesse contexto que aparece o empresário alemão Oskar Schindler(Liam Neeson) para recrutar alguns judeus para trabalharem em sua fábrica, mandando criar uma lista  para evitar que todos não morram no Holocausto, o que o tornou celebrado até hoje pelos judeus como o símbolo do benfeitor. 


Spielberg soube bem como trabalhar a temática nesse filme abordando a dualidade do bem contra o mal de forma tridimensional.

Estabelecendo diferentes dicotomias para fazer o espectador refletir sobre guerra, humanismo e memória”.

(Descrição retirada do canal EntrePlanos do Youtube sobre o filme A Lista de Schindler, publicado em 18 de Outubro de 2018).

Criando uma área ambígua entre os dois lados dos nazistas serem os vilões e os judeus, as vítimas. E nesse aspecto o protagonista Oskar Schindler é o que consegue refletir bem essa dicotomia.




Nos primeiros momentos de rodagem do filme, vemos ele ir bem do lado do mal ao mostrar sua natureza mais egoísta e ambiciosa. De um homem que se aproveitou da guerra para ficar milionário.

Mais pra frente vai mostrando como Schindler vai tendendo para ir ao lado do bem ao não concordar com os ideais pregados pelo nazismo, e ser atencioso com judeus em prol dos seus trabalhadores resolve fazer uma lista de judeus para serem seus funcionários e ficarem livres do holocausto e sacrificando o lucro.





Principalmente depois que ele testemunha o cenário de carnificina que ocorre no Gueto de Varsóvia.

A direção de fotografia do polonês Janusz Kamiński, que se tornou um parceiro frequente de Spielberg após esse filme ao optar pela película em preto e branco, cujos únicos momentos de cores é na introdução mostrando um lar de família judaica fazendo oração e no final com os sobreviventes do Holocausto ajudados por Schindler ao redor do seu tumulo lhe prestando uma homenagem.




O preto e branco  ajudou bem a compor no filme uma estética cinzenta, um tanto noir com toques documentais, onde o único momento ele quebra isso é quando mostra a menina de vestido vermelho caminhando por Varsóvia, que serve mais para frente como uma rima visual para ela reaparecer entre os cadáveres do holocausto.

Fora também que o filme apresenta uma ótima reconstituição de época com a cenografia e os figurinos e contou em seu elenco com feras como: Liam Nesson como o protagonista Oskar Schindler(1908-1974) está impecável em cena. Ralph Fienes como o repugnante oficial nazista Amon Göth(1908-1946) se mostra  excelente ao representar e defender um sujeito que  apresenta um nível de crueldade sentindo um imenso prazer de matar cada judeu sem o menor remorso. E Ben Kingsley como Itzhak Stern(1901-1969), o contador pessoal de Schindler está excelente na pele do sujeito que era sem seu braço direito na sua empresa.

A Lista de Schindler não é um filme fácil de ser assistido para qualquer um em especial por sua temática sensível que explora o nível da crueldade brutal, e também psicológica que o nazismo ocasionou para a população judaica.

Existe muitas cenas fortes mostrando  o nível da crueldade que era praticado, principalmente quando mostra os judeus no holocausto desnutridos e tendo que passarem pela humilhação de andarem sem roupa, tudo torna essa obra não muito fácil digerível para todo mundo.

Mais ainda se mostra necessário para refletir que os ideais de ódio pregados pelo nazismo não morreram, basta vermos o que temos acompanhado atualmente que os movimentos da extrema direita no Brasil e no mundo tem ganhado força e levado a muitos casos de violência.

Como diz a frase do filosofo irlandês  Edrmund Burke(1729-1792):

Um povo que não conhece a sua história, está condenado a repeti-lo”.

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