quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

O DOCUMENTÁRIO SOBRE CARMEN MIRANDA

 Lançado em 1995, ano do 40°Aniversário de morte de Carmen Miranda (1909-1955) o documentário Carmen Miranda: Banana is Bussiness (1995).

Produzido pela produtora Channel 4 e contando com a direção da brasileira Helena Solberg que também assina como roteirista.




O documentário narra toda a trajetória da icônica Carmen Miranda, contando um pouco de sua infância em Portugal, onde nasceu em Várzea da Ovelha, uma vila localizada no município de Marco de Canaveses no Norte de Portugal.

Até haver a emigração da família para o Brasil, onde se estabeleceram no Rio de Janeiro.




 Ao longo da duração de 1 hora e 31 minutos, a obra vai contando   sua trajetória com depoimentos e muitas imagens de arquivos. Dentre os entrevistados há de mencionar a participação de César Romero (1907-1994) que acompanhou o clássico seriado do Batman dos anos 1960, deve se lembrar dele como Coringa.




Pois bem, no cinema ele fez par romântico com Carmen Miranda em sua passagem pelos Estados Unidos. Essa sua participação no documentário mostra o último registro público dele, já que ele faleceu um ano antes do lançamento em 1º de Janeiro de 1994.




Um material vastamente riquíssimo para explorar e conhecer sobre Carmen Miranda, uma mulher a frente do seu tempo. Que colecionou polêmicas entre os mais conservadores medíocres e era acusada de ser vendida ao Tio Sam.

Uma verdadeira preservação da memoria cultural brasileira tão negligenciada pelos Poderes Públicos, para lembrar os 70 anos que se completou em 2025 de sua partida. 

quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

NUA, de Saul Dias *

 NUA, de Saul Dias *

.

I

Nua

como Eva.

A cabeleira

beija-lhe o rosto oval e flutua;

o corpo

é água de torrente...

.



Eva adolescente,

com reflexos de lua

e tons de aurora...!

.

Roseira que enflora...!

.

Desflorada por tanta gente...







II

Teu corpo,

mal o toquei...



.

Só te abracei

de leve...

.

Foi todo neve

o sonho que alonguei...



.

Asas em voo,

quem, um dia, as teve?

.

Os sonhos que eu sonhei!



.

III

Jeito de ave

e criança,

suave

como a dança

do ramo de árvore

que o vento beija e balança!



.

Nave

de sonho

no temporal medonho

silvando agoiro!

.

Quem destrançou os teus cabelos de oiro?

.

IV

Corpo fino,

delicado,

sereno, sem desejos...

.

Tão macio,

tão modelado...



.

Beijos... Beijos... Beijos...

.

V

No meu sono

ela flutua

a cada passo...

.

Nua,

riscando o espaço

numa névoa de outono...




.

Apenas nos cabelos

um azulado laço...

.


E assim enlaço

a imagem sua...



.

in "Sangue"

.


* pseudónimo de Júlio Maria dos Reis Pereira (Vila do Conde, 1 de Novembro de 1902 — 17 de Janeiro de 1983), poeta e artista plástico, irmão de José Régio.

 


segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

FILMES QUE SE PASSAM, MAS NÃO SÃO NATALINOS

 

Brasil-O Filme(1985)




Apesar de carregar o nome do nosso pais no título, ele não se passa no Brasil, mas sim  num cenário de futuro distópico do Reino Unido. O filme do diretor Terry Gilliam, um ex-membro do grupo humorístico Monty Pyton tem esse nome   por causa da canção "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso(1903-1964), que aparece em uma versão instrumental na trilha sonora, simbolizando um refúgio utópico para o protagonista em meio a uma sociedade distópica e burocrática, e não por ter qualquer ligação direta com o país ou sua política. Gilliam usou a música como um "estado de espírito" de sonho e escapismo, e o título se tornou uma referência à busca por um lugar ideal em um mundo opressor.  

Principalmente para o protagonista Sam Lowry(Jonathan Price) lidando com o cenário futurista totalitarista, tendo seus devaneios voando no céu como se fosse um anjo.

Esse filme com uma estética excêntrica e bem espalhafatosa, se passa durante as festividades natalinas, mas com certeza, ninguém observa por esse ponto.

 

      Duro de Matar(1988)




Quando você ouve a menção desse clássico filme de ação dos anos 1980 com certeza lhe vem à cabeça muito tiro, porrada e bomba e é essa impressão que temos sobre o filme Duro de Matar que contou com  a direção de John McTiernan.

Principalmente vendo o policial  John McClane(Bruce Willis) enfrentando sozinho um grupo de terroristas comandado pelo alemão Hans Gruber vivido pelo britânico Alan Rickman(1946-2016) que quem foi da geração que acompanhou a franquia do bruxinho Harry Potter(2001-2011) deve se lembrar dele como o sinistro Professor Severo Snape.

Onde nesse filme, ele  mantém pessoas que trabalhavam num prédio de uma empresa onde quem trabalhava era Holly McClane(Bonnie Bedelia), esposa do John McClane.

Sendo que o todo o mote desse filme, ocorre justamente na época do natal.

Mas jamais assimilaria o filme como natalino.

O Batman(1992)





Em se tratando de um filme estrelado pelo icônico herói dos quadrinhos da DC Comics, o que nos vem à cabeça é mais um filme mostrando o herói defendendo sua cidade de Gotham Citty de uma ameaça criminosa. Dessa vez dupla, contra o Pinguim(Danny DeVitto)  e a Mulher-Gato(Michelle Pfeiffer), fazendo Gotham parecer um zoológico.

Nesse filme dirigido pelo renomado Tim Burton, é toda ambientada em plena época natalina, por mais estranho que possa parecer. Principalmente pelo fato da gente observar as decorações natalina numa Gotham nevada pelo clima invernal, que é uma característica típica  do americano. Justamente por isso é que esse filme figura na minha lista.


 

O Estranho Mundo de Jack(1993)




A primeira impressão que temos quando nos deparamos com O Estranho Mundo de Jack é  de uma animação medonha de terror  para se dizer o mínimo, especialmente quando a gente se depara com personagens com aparências grotescas e comportamentos bizarros vivendo em um  local sinistro que é a Cidade do Halloween.

Porém, no decorrer da história mostra o protagonista Jack indo para a cidade do Natal tentando trazer o clima natalino ali dentro.

Essa animação em stop motion contou com a direção de Henry Selick e com a produção executiva do Tim Burton. Sobre este, um fato curioso que chama a atenção é que equivocadamente as pessoas tendem a creditar a direção desse filme ao Tim Burton, muito disso se deve em virtude da estética do filme carregar muito da assinatura autoral do Tim Burton por abordar uma temática de terror em animação stop motion, cujo design pavoroso dos personagens com um clima sombrio faz remeter o estilo excentricamente peculiar do diretor com seus toques mais góticos.

A primeira impressão que fica é um filme de terror, mas que se passa no Natal.



De Olhos Bem Fechados(1999)




Esse filme póstumo do  renomado cineasta Stanley Kubrick(1928-1999) é um filme cujo mote aborda o  complicado drama da  crise no casamento dos protagonistas Bill e Alice vividos pelo então casal 20 de Hollywood Tom Cruise e Nicole Kidman.

O filme traz uma abordagem com classificação para maiores de 18 anos por apelar ao erotismo, e isso a gente pode notar desde o começo mostrando o casal protagonista peladões após fazerem sexo e mostrando Bill vagando pelas ruas a noite após brigar com Alice a procura de qualquer mulher para realizar suas fantasias eróticas que termina  pelo acaso descobrindo  por meio de seu amigo uma mansão que promove orgias com o povo todo mascarado.

Mas o que a gente não percebe, é que sutilmente todo o mote da trama é ambientado durante as festividades do natal. Principalmente quando a gente em cada momento com as decorações natalinas em diferentes cenas.

domingo, 30 de novembro de 2025

A ESPIONAGEM BRASILEIRA EM O AGENTE SECRETO(2025)

 

Finalmente na noite de sábado, 8 de Novembro de 2025 fui conferir no Shopping Midway Mall ao tão aguardado filme O Agente Secreto(Brasil, 2025), a mais nova produção dirigida por Kleber Mendonça Filho, cuja expectativa era alta, principalmente depois da sua exibição durante  o Festival de Cannes em maio desse ano  na qual recebeu aplausos da plateia e  foi premiado.




A expectativa era grande e pelo que pude constatar com meus próprios olhos, valeu cada centavo.

Nessa produção, acompanhamos a jornada de Marcelo(Wagner Moura) chegando a sua terra natal Recife em pleno clima de Carnaval.



Ele vai parar numa pensão de Dona Sebastiana(Tania Maria), uma senhora que cria um gato pitoresco de duas faces, lá ele também conhece outros hospedes, que assim como ele estão lá  por outras razões.




Ele se encontra as escondidas com seu filho Fernando que vive aos cuidados de seu sogro Alexandre(Carlos Francisco), um projecionista  do Cinema São Luiz, o popular cinema de bairro de Recife, mesmo Marcelo retornando a sua terra natal, ele não consegue sentir muito seguro, ainda mais quando  fica sabendo que dois agentes do Governo Militar estavam chegando a Recife vindos de São Paulo para mata-lo a mando do empresário  Ghirotti(Luciano Chirolli).




E Marcelo precisará correr contra o tempo em planejar junto com Elza(Maria Fernanda Candido) um passaporte falso  para fugir do país com seu filho.




Em O Agente Secreto, o diretor Kleber Mendonça Filho soube bem como trabalhar a sensação de desconforto, como ele já havia trabalhado antes em outras produções de sua filmografia, como em O Som ao Redor(Brasil,2012), que foi o primeiro longa-metragem de ficção  a torna-lo renomado até internacionalmente após dirigir o documentário Crítico(Brasil, 2008)  e após ter se consolidado dirigindo curtas-metragens ao longo dos anos 2000, como: Vinil Verde(Brasil, 2004), Eletrodoméstica(Brasil, 2005), Noite de Sexta, Manhã de Sábado(Brasil, 2006) e Recife Frio(Brasil, 2009).




Que foi onde ele abordou o desconforto ambientado no bairro de classe  média recifense de Setúbal, que foi onde ele cresceu mostrando a rotina dos moradores que vive num lugar pouco movimentado onde habita o silêncio, que é interrompido por qualquer barulho externo.




Em Aquarius(Brasil, 2016) o diretor trabalhou bem a sensação do desconforto ao contar a história da jornalista Clara(Sonia Braga) que é a única moradora do prédio residencial Aquarius, localizado a beira-mar do Recife  que resiste em permanecer morando mesmo lidando com a ameaça de construtores que já compraram todos os 3 andares do prédio.  A ameaçando expulsa-la com os cupins.




Uma sutil crítica ao modelo de negócio  podre e corrupto  da especulação imobiliária.

Com Bacurau(Brasil, 2019) que ele co-dirigiu ao lado de Juliano Dorneles, o diretor explorou bem o nível do desconforto ao mostrar a população da fictícia Bacurau, lidando com a ameaça de supostos discos voadores que vem causando na população, quando na verdade, foi ocasionada por um grupo miliciano dos Estados Unidos a mando do prefeito corrupto Tony Júnior(Thardelly Lima).




Já no documentário Retratos Fantasmas(Brasil, 2023), o diretor explora bem o desconforto ao retratar o declínio dos cinemas de bairro do centro de Recife  que ele cresceu assistindo e mostrando os locais abandonados que figuram como retratos fantasmas como bem o título sugere.

Já com o mais recente O Agente Secreto, o diretor explora bem aqui a sensação do desconforto em relação a maneira de mostrar o seu protagonista Marcelo retornando a sua terra natal Recife  em pleno clima festivo do Carnaval de 1977, onde no momento em que o Brasil ainda vivia aquela  época repressora de Ditadura Militar.




Onde Marcelo era um perseguido político e ao saber que está jurado de morte a sensação de desconforto é enorme, ainda mais quando logo nas cenas iniciais vemos o protagonista parando o carro num posto de gasolina para abastecer e ele demonstra uma reação de espanto ao ver o cadáver de uma pessoa morta em frente ao posto.

Sugerindo que sua morte foi assassinato pelos militares.




Ele também trabalha o desconforto ao usar de elementos fantasiosos como o Gato de Duas Faces de Dona Sebastiana, a aparição de um Tubarão Enorme com uma perna decepada no necrotério que dá origem a lenda da Perna Cabeluda que passa a aterrorizar Recife a noite.

Tudo isso torna a obra bastante reflexiva.

O Agente Secreto apresenta bem essa temática um tanto cara ao Brasil envolvendo essa vista grossa quanto a maneira como o nosso governo  tratou as consequências criminosas da Ditadura Militar, principalmente quando tomou a decisão  de anistiar torturadores a ponto deles terem vividos anos  impunemente e negando os crimes  das torturas e das mortes por décadas e que só agora depois da traumática experiência que tivermos com um desgoverno de um ex-militar com um passado criminoso de tentar praticar um atentado terrorista contra um quartel e que era exaltado como Mito e idolatrava torturadores, fez algumas tentativas de golpe e está sendo condenado, é que realmente entendemos a gravidade da situação.

Quando eu graduei no Curso de História na UNP nos anos 2000, eu convivi com um colega militar, um senhor já falecido que tinha essa postura bem negacionista. Se você mencionasse na frente dele  o nome Ditadura Militar, ele logo reagia dizendo que não foi. Acreditando na narrativa que estava defendendo a segurança da nação contra a ameaça comunista com um ponto de vista heroico. Claro que ele tinha as  suas razões para ter essa postura, já que a mente dele foi completamente institucionalizada para isso, ainda mais que ingressou no exército bem na  fase barra pesada dos anos de chumbo e depois que se aposentou viveu um padrão de vida um tanto confortável.

A obra conta em seu elenco com Wagner Moura que no filme representou perfeitamente o papel do protagonista Marcelo, ele transmiti brilhantemente em cena a sensação do desconforto do personagem servindo como fio condutor dessa narrativa.  

Ele consegue imprimir bem no personagem essa sensação de ao mesmo tempo que está feliz por retornar a residir em sua Recife, mas ainda assim não se sente seguro em relação ao fato de estar sentenciado de morte por agentes do governo militar.

Além dele, também brilham no filme a atriz  Tania Maria que representa no filme o papel de Dona Sebastiana, a dona de uma pensão que o  abriga,  cuja interação dela com Marcelo procura dar um certo conforto a ele na adversa situação de insegurança como uma figura maternal, onde inclusive mostra ele trabalhando numa repartição pública para investigar a certidão de óbito da sua mãe.

Também brilham no filme: Carlos Francisco na pele de Seu Alexandre, o sogro do protagonista que aqui assume uma boa função  de ficar cuidando do neto Fernando e é o projecionista do Cinema São Luiz, que foi inspirado por incrível que pareça numa pessoa real que no caso foi Alexandre Moura que faleceu em 2002, ele aparece no documentário Retratos Fantasmas, numa imagem de  arquivo de quando Kleber Mendonça Filho registrou os momentos finais de atividade do Cinema Art Palácio em 1992, onde o Seu Alexandre real trabalhava.

No documentário tem registro dele com a anedota de relembrar “que não aguentava mais ouvir a canção-tema de O Poderoso Chefão depois de exibi-lo tantas vezes.”

(Trecho retirado do site AdoroCinema de 7 de Novembro de 2025).

Outros nomes que brilham são: Maria Fernanda Cândido, que representa bem o papel da Elza, a mulher que orienta Marcelo a fugir. Hermila Guedes brilha como Claudia, uma colega de Marcelo na Pensão de Dona Sebastiana, com quem ele chega a manter uma relação amorosa e procura também dá um bom suporte emocional para ele nessa situação adversa que ele vem passando como um fora da lei procurado pelos agentes do Governo Militar.  Alice Carvalho brilha na pele da Fátima, esposa de Marcelo que aparece num flashback, visto que fica subentendido que ela havia morrido a mando de Ghirotti.

O Ghirotti que é muito bem representado por Luciano Chirolli, um sujeito com um nível de prepotência sem limites, principalmente para mandar contratar agentes do governo para eliminar como a dupla formada por Bobbi e Augusto, muito bem representado  pelos atores Gabriel Leone e Roney Villela.

Também mencionar a participação internacional do alemão Udo Kier*, que mostra um ótimo desempenho na pele do comerciante Hans, um judeu que viveu os horrores no nazismo na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial.

Outras participações internacionais no filme são da portuguesa Isabél Zuaa e do angolano Licínio Januário que representam o papel do casal angolano Thereza Vitória e António que vivem na Pensão de Dona Sebastiana, fazendo companhia a Marcelo.

Eles são um casal que estava fugindo do cenário conflituoso de guerra civil que estava ocorrendo em Angola, desde sua declaração de independência de Portugal, e estavam se preparando para pedirem asilo na Suécia.

E mencionar o ótimo apuro técnico da produção de recriar uma Recife Retrô do final dos anos 1970. Mostrando a panorâmica da ruas com o povo dirigindo carros como o Opala, um Fusca, uma Brasília, vestindo trajes bem típicos que eram as modas da época e cortes de cabelos que estava na moda.

Fora a homenagem metalinguística aos cinemas de bairro, com referências a Tubarão (1975) e A Profecia(1976).

Num balanço geral, a obra de O Agente Secreto é um ótimo filme thriller  de suspense que usa de elementos fantasiosos como o sobrenatural que não é jogado, está encaixado no contexto,  tratando de abordar a temática sobre a politica brasileira naquela fase final da repressão da Ditadura Militar.

Um filme que escancara a hipócrita omissão do nosso Governo Brasileiro  quantos aos crimes cometidos na Ditadura e que agora estão sendo punidos severamente.

*O ator Udo Kier faleceu em 23 de Novembro de 2025, aos 81 anos. Quando já haviam passado  quatro semanas após o filme entrar em cartaz nos cinemas. Ele já carregava uma longa filmografia onde já havia estrelado produções dos mais conceituados cineastas. E já tinha participado de outra produção dirigida por Kleber Mendonça Filho que foi em Bacurau(2019) onde representou o Michael, o psicopata assassino que comanda uma milicia dos Estados Unidos contratado pelo prefeito Tony Júnior para matar o povoado de Bacurau. Sua participação como o Hans em O Agente Secreto o seu último papel da carreira.

 


sábado, 29 de novembro de 2025

O ESPETÁCULO DE RICHARD PRYOR

 

Nesse ano de 2025, em que vai se completar 20 anos da partida do comediante  Richard Pryor(1940-2005), a melhor maneira de conhecer o seu estilo peculiar de humor  que ele levou para o cinema é assistindo ao filme  Richard Pryor: Live in Concert(EUA, 1979).




Trata-se de  uma produção que acompanha a apresentação  de stand up do comediante mais boca suja que o humor já conheceu.




Nessa obra que conta com 1 hora e 18 minutos de duração e  conta com a direção de Jeff Margolis(1946-2025) e produção de Stephen Blauner(1933-2015) e Hillards Elkins(1929-2010)  ele é caracterizado como uma comédia stan up de concerto um subgênero de  filme que apresenta uma apresentação ao vivo sob a perspectiva de um espectador, cujo tema é uma apresentação ao vivo estendida ou um concerto, seja por um músico   ou um comediante stan up.

 Filmado no Terrace Theater em Long Beach, California,  em 10 de dezembro de 1978. Foi produzido e distribuído de forma independente, sendo o primeiro longa-metragem composto apenas por stand-up comedy.

Na obra, a gente acompanha a apresentação de Pryor contando suas piadas desbocadas e autodepreciativas de cunho erótico, escatológico e racial  só com o microfone mesclando o verborrágico com o humor físico divertindo a plateia com as câmeras centralizadas neles, que mudam de posição a medida que ele vai contando mais piadas, o que torna o tempo de duração não tão cansativo.

É uma boa maneira de conhecer um pouco do estilo de humor que Pryor bastante explorado  nos filmes onde ele  não tinha medo de escancarar e criticar o problema racial na sociedade americana.  

A crítica de cinema americana Pauline Kael(1919-2001) comentou assim sobre o filme:

"Provavelmente o maior de todos os filmes de performance gravada. Pryor fazia personagens e vozes explodirem dele.... Assistindo a esse comediante físico misteriosamente original, você não consegue explicar seu talento e tudo o que ele faz parece ser a primeira vez."

O comediante Eddie Murphy chegou a definir o filme como "a maior performance de stand-up já capturada em filme."

É uma obra que de um artista único que a comédia americana já conheceu.