sexta-feira, 29 de maio de 2015

ANÁLISE DO FILME "UMA MENTE BRILHANTE"(2001).


No Domingo, 24 de Maio de 2015, mesmo dia que fui ao Shopping Midway Mall conferir ao filme do momento Mad Max: Estrada da Fúria. Também foi o dia em que o mundo acadêmico perdeu um brilhante intelectual como o matemático John Nash que morreu de forma tragicamente acidental quando estava de carona em um táxi na Costa Leste dos EUA acompanhado de sua esposa que também não sobreviveu.






















Em 1994, John Nash ganhou o Prêmio Nobel de Economia por sua grande contribuição acadêmica com a “Teoria dos Jogos”. No entanto, um fator que mais despertou o interesse mundial sobre o matemático, muito mais do que ele ter ganhado um Nobel como um grande benfeitor da humanidade foi o seu drama pessoal em lidar com a esquizofrenia. Um mal que o atingiu por décadas até ele ir aos poucos conseguindo encontrar maneiras de como lidar com  este problema, o tornando um exemplo de superação.  Este seu drama pessoal ficou bem exposto mundialmente principalmente depois que em 2001 foi lançado o filme “Uma Mente Brilhante” o drama biográfico do matemático, dirigido por Ron Howard que contou como base em seu roteiro no livro homônimo da jornalista Sylvia Nasar, publicado em 1998 que ficou a cargo do roteirista, produtor e diretor Akiva Goldsman a função de adaptar os relatos apresentado no livro para o enredo do filme.

E é abordando sobre o filme especificamente que presto minha homenagem a John Nash, mesmo porque desde que foi noticiado na mídia sobre o seu falecimento, o que tem sido bastante destacado e lembrado nas manchetes dos sites principalmente é sempre de algum modo o associando ao filme como do tipo: Morre matemático que inspirou o filme Uma Mente Brilhante (The Beatifull Mind, EUA 2001).*
O filme como já havia antecipado na descrição anterior, contou com a direção e produção de Ron Howard, e foi Akiva Goldsman o responsável por construir o roteiro que foi adaptado do livro biográfico de Sylvia Nasar.  O drama biográfico sobre o gênio da matemática contou no elenco com Russel Crowe como protagonista, que na época já era mundialmente famoso por estrelar o épico Gladiador (2000).  Também contou com Jennifer Connelly no papel de Alicia, esposa do John Nash e Ed Harris e Paul Betany representando a figura das pessoas imaginárias da cabeça do matemático.  Na edição do Oscar de 2002, o filme ganhou quatro das oito categorias em que foi indicado entre eles de melhor filme, melhor roteiro adaptado, melhor diretor para Ron Howard e melhor atriz coadjuvante para Jennifer Connelly.   E contou com a parceria da Universal Pictures com a DreamWorks na distribuição,  irônico pensar que um grande estúdio de animação que muitos leitores podem até associar  a Shrek, lançada então na mesma época tenha ficado responsável por produzir e  distribuir  este excelente filme de arte.

Sem mais delongas vou então descrever qual foi a impressão que este belo filme que retratou  a vida de um brilhante gênio serviu tanto como uma referencia mundial, muito mais do que sua contribuição científica me causou analiso em amplo aspectos como obra-prima.   O filme apresenta  a vida de Nash, já o estabelecendo como  jovem aluno universitário, onde neste momento é apresentado  um pouco de sua maneira bem excêntrica de como elaborava cada cálculo matemático e também de tão envolvido que estava onde até nos momentos de lazer como estando num bar reunido com seus amigos universitários até mesmo na hora  de tentar paquerar falava demais em probabilidades teóricas matemáticas.
Nesta primeira etapa que o filme apresenta da vida de Nash como aluno universitário, é apresentado ainda que de uma forma bem amenizada e sem precisar ser tão didático o gênio da matemática já vai apresentando os seus primeiros sinais de que estava ficando esquizofrênico quando um dia aparece em seu alojamento um suposto novo colega companheiro de quarto que se apresenta como Charles(Paul Bettany) .  Ao mesmo tempo em que também vai apresentando as suas primeiras formulas que serviram de base para ele seguir carreira acadêmica na mesma universidade.
O filme vai se desenvolvendo ao apresentar a etapa dele já estabelecido em sua carreira docente, com a mesma excentricidade de antes é neste momento que os sinais de sua esquizofrenia vão cada vez ficando mais evidente por viver obsessivo numa ideia de conspiração russa contra os Estados Unidos, ainda mais por apresentar o seu forte vinculo com o Pentágono, isto fica claro quando lhe aparece de um suposto agente secreto do Governo Americano William Parcher(Ed Harris)   que o manda prestar serviço sigiloso para a agencia dele, sem fazer a menor ideia de que ele é outra das figuras  imaginárias da cabeça dele.  E como se já não bastasse imaginar duas pessoas imaginarias, aparece então uma terceira pessoa, uma menina acompanhada de Charles que ele a apresenta como sua sobrinha.
Também é nesta passagem do filme que é apresentado Alicia(Jennifer Connelly), sua futura esposa, que inicialmente ela é mostrada  como sua aluna em um momento muito inusitado do filme quando ele entra na sala de aula, e todo excentricamente desajeitado se dirigi a única janela aberta e fecha por causa do barulho de uma reforma do lado de fora. Onde ela aparece chamando a atenção dele abrindo a janela e pedindo carinhosamente aos operários para diminuírem o barulho para eles poderes assistir a aula do Professor Nash.


Sendo neste momento o começo para os primeiros flertes amorosos entre Nash com sua então aluna Alicia que vai se desenvolvendo no começo da paixão dele até virar de fato um casamento.
Dai por diante o filme vai mostrando que os sinais da esquizofrenia estavam ficando mais evidente junto aos discursos que Nash falava sobre conspiração comunista começam então a preocuparem todos ao seu redor.  Ele só vai chegando a esta conclusão depois que durante uma apresentação sua aparecem uns homens que ele pensa serem espiões mandados por Parcher para lhe prenderem quando na verdade eram homens da clinica de psiquiatria do Dr. Rosen(Christopher Plummer) que o mandam para a internação neste lugar. É a partir dai então que o filme entra no foco de apresentar o drama de como ele lidava com a esquizofrenia.  Drama este que o atormentava bastante, quase chegou a comprometer sua carreira docente assim como quase comprometeu sua vida afetiva. Entre umas recaídas e outras o filme vai mostrando ele sabendo como lidar com o seu próprio mal psicológico, consegue volta a exercer a sua função docente até ser concluído com o ganho do Nobel.












Bom o que até  aqui descrevi não chega a ser um spoiler, mesmo porque o filme já foi lançado faz muito tempo então basicamente quem já assistiu dezenas de vezes deve saber que o filme  tem um final excelente, passando uma excelente mensagem de como cada um de nós podemos encontrar caminhos para nos superar.
Fazendo uma análise critica de hoje sobre o filme no aspecto técnico principalmente das oito  categorias em que concorreu  do Oscar de 2002, ele bem merecia ter ganho  em todas, Russel Crowe no papel principal bem merecia ter ganho na categoria de melhor ator, já que da maneira como ele se entrega  ao personagem de uma forma muito minuciosa em cada detalhe e em cada movimento corporal bem fez merecer ter ganho nesta categoria, o que acabou  não ocorrendo. Também concorreu a categoria de melhor edição, mas não ganhou, mas bem merecia pelo excelente e meticuloso trabalho da fotografia e da direção de arte.  Assim como também concorreu a melhor trilha sonora original e não ganhou, mas bem merecia, pois cada música instrumental do filme orquestrada pelo maestro James Horner combina bem para os diferentes climas apresentado em cada cena. Para finalizar sobre as categorias do Oscar em que concorreu, mas não ganhou, está de melhor maquiagem.  Bem merecia ter ganhado nesta categoria em que concorreu principalmente pela maneira como a direção de arte deste filme criou uma excelente composição da caracterização do John Nash envelhecendo onde fez Russell Crowe ficar bem convincente na pele do Nash aparentando nas cenas clímax onde recebe o Nobel ter uns 60 anos de idade, ainda mais ele que na época que tinha se tornado famoso mundialmente após “Gladiador” era ainda bem novo na faixa dos 30 anos, assim como Jennifer Connelly também ficou bem  com a caracterização da Alicia mais velha, mesmo sendo ainda nova na época, mas já com um longo currículo de cinema, e  na época estando numa idade em que estava bem no auge da beleza  conseguiu transpor um tom de veracidade a personagem com esta idade não correspondente a sua idade real graças a maquiagem. O filme pode não ter dado a Crowe, o Oscar de melhor ator, em compensação por este mesmo papel foi premiado na mesma categoria com o Globo de Ouro, o Screen Actors Guild e o BAFTA.  Com relação as quatro categorias do Oscar que ganhou, foi também por um grande merecimento.   Ron Howard mereceu ganhar na categoria de melhor diretor por ter sabido agir de uma maneira muito meticulosa ao apresentar para o público vasto que pouco conhecia  sobre a importância de   Nash como genial intelectual que era mais por este lado mais dramático fazendo com que cada um procurasse refletir sobre os labirintos que a vida nos impõe e como devemos encontrar caminhos alternativos para conseguir superar sem precisar ficar se lamentando. Akiva Goldsman o responsável pela adaptação do roteiro, também mereceu ganhar na categoria de melhor roteiro adaptado, o que com certeza imagino que não deve ter sido uma das tarefas  mais fáceis.
Como nunca havia lido o livro, seria meio hipócrita de minha parte fazer umas comparações um tanto quanto desnecessárias para provar por A+B que o livro é muito melhor que o filme. Eu posso colocar o seguinte raciocínio: se para um cineasta que pensa em transformar um excelente livro de ficção, principalmente se a narrativa for de um romance que é uma clássica obra-prima de um autor célebre ou mesmo um livro que poucos conhecem numa obra-prima do cinema, se já é difícil ao adaptar para as telas as descrições de cada página, de cada capitulo, precisando em alguns momentos agir com frieza para  descartar passagens perfeitamente descritas no livro, mas que na tela poderiam resultar de forma incompreensível ao público, ou mesmo pensando no tempo de duração do filme, cortar personagens dos livros e criar alguns  especificamente para o filme,  e usar um pouco da liberdade poética que tem para criar situações que não tem nos livros mas colocam nos filmes ou mesmo modificar alguns personagens com essências exageradas , principalmente se for por alguma pressão do produtor exigir  que eles tem de serem amenizados,  entre outros fatores, isto também não fica diferente com relação a “Uma Mente Brilhante”.  Ainda mais se pensarmos que o livro cuja   base  serviu para a ideia  do roteiro do  filme trata-se de narrar a história verídica de uma pessoa real como o matemático John Nash.  Então o trabalho deve ter sido mais penoso ainda, com certeza imagino que no livro da Sylvia Nasar há descrições de situações muito controversas que por diversos motivos foi preciso ser não ser incluído no filme, segundo as descrições das fontes que pesquisei para escrever este texto, o filme não apresenta que no momento em que Nash estava em estado bem comprometedor com a esquizofrenia, a sua esposa Alicia e ele entraram com o processo de divorcio em 1963, mas mesmo assim ela continuou o ajudando e acompanhando em seu tratamento.  Passagem esta que nem sequer é mencionado no filme, deve com certeza conter no livro onde curiosamente até a época em que esta sua biografia foi publicado John e Alicia Nash ainda estavam legalmente divorciados, só muito posteriormente ao lançamento do livro que depois viraria filme, é que ele ao garantir para ela que havia conseguido se controlar da doença é que resolveram reatar a união casando-se novamente.  Também imagino que no livro continha umas descrições com teor muito pesado do momento em que estava em total estado delirante, principalmente com algumas palavras pesadas a respeito de pessoas do seu vinculo de convivência, que necessariamente por questão de bom senso ou mesmo para não criar muita confusão para não deixar a trama do filme tão pesada, foi também necessário ficar de fora para assim poder o filme ficar mais suavizado.  Outro detalhe curioso que descobri nas fontes que pesquisei  para este texto,  que no filme também não é mencionado, mas talvez possa aparecer  descrito no livro, é que antes de nascer o único filho da união de John fruto de sua união  com Alicia,  inclusive  no filme é mostrado  que ela ainda estava grávida quando Nash foi para a internação,  ele  já tivera antes um filho fora do casamento que foi fruto do seu  relacionamento com uma enfermeira.  Provavelmente este detalhe tenha ficado de fora do filme, talvez para não ficar tão chocante a ponto de distorcidamente a critica e o público pensarem que ele foi um sacana, um cafajeste com a companheira  que tanto o amava e tanto lhe deu apoio, principalmente para ele enfrentar a  esquizofrenia, o mal que o deixava totalmente fora da realidade.
De todo jeito Akiva Goldsman conseguiu elaborar  um bom roteiro, e que por isso mesmo mereceu levar o Oscar de melhor roteiro adaptado, assim como a Jennifer Connelly mereceu ser premiada no Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante. Ela mostra um brilhante desempenho como a Alicia Nash, a companheira de toda a vida de Nash, até mesmo na morte.  Ela bem apresentou a personagem ao público desde o primeiro momento em que se encontra na sala de aula onde ele está lecionando e ela é apresentada primeiro como sua aluna para depois virar sua esposa.
É principalmente no momento do filme mais dramático do filme onde ela grávida descobre na clinica psiquiátrica onde Nash foi internado ao saber por meio do Dr. Ronsen que ele sofria do mal, que ai ele entrega de verdade a situação dramática de tentar segurar o rojão cuidando de uma criança para nascer com um marido mentalmente perturbado onde ela precisa ficar lembrando constantemente das doses diárias dos medicamentos dele para ter controle.
Os medicamentos que ao conseguirem fazer efeito esperado, também lhe causam como grande efeito colateral uma abstinência sexual, por exemplo, e lhe tirarem a capacidade produtiva.  Situação que fez Alicia chegar a pontos de também se enlouquecer, como na cena em que de tão raivosa que fica grita e quebra o espelho do banheiro. Ela também conseguiu neste filme estar em sintonia ao contracenar com Crowe, mostrando terem  ambos uma excelente química em cena, onde inclusive muitos anos depois ela voltaria a contracenar com ele no ano passado no épico bíblico “Noé”, onde fez o papel da esposa do personagem-título vivido pelo Crowe.  E na parte da maquiagem onde ela ficou perfeita aparentando ficar mais velha, mesmo sendo ainda nova e estando no auge da beleza ela fica bem convincente com a caracterização perfeita da Alicia já idosa, foi bem merecido ela ter levado o Oscar e de melhor filme não tenho como do que descrever a obra primorosa que foi mostrada com uma qualidade e apuro técnico incrível.  Tudo o transformou num filme que merece ser sempre assistido infinitas vezes, por se tratar de uma obra de arte impecável.  Em outros aspectos que posso elogiar bastante que não destaquei outros parágrafos e vou descrever aqui é na  fotografia do filme perfeitamente incrível, principalmente nos efeitos especiais  dos enquadramentos da visão da sua leitura em forma de códigos,  onde podíamos nos proporcionar um brilho tanto nas leituras alfabéticas quanto nas leituras em numerais.  
Destaquei aqui do elenco, o brilhante desempenho do Russell Crowe no papel principal e da Jennifer Connelly como a Alicia que de todo o elenco foi a única premiada no Oscar,  também dou destaque ao brilhante desempenho mostrado por Paul Betany como o Charles, o amigo invisível de John Nash. Ele trabalhou bem a personalidade de um cara que só existe na cabeça de alguém, e que quando Nash o ignora fica completamente irritado, de uma forma bem convincente.  Este papel renderia futuramente bons louros em Hollywood.  Ele posteriormente voltaria a trabalhar com duas pessoas importantes do filme. Voltaria a trabalhar junto com Russell Crowe em “Mestre dos Mares-O Lado Mais Distante do Mundo”(2003) e  com o diretor do filme Ron Howard o escalaria posteriormente para o papel do Monge Silas em “O Código DaVinci”(2006).  Ele que ultimamente vem trabalhando em produções da Marvel Studios como a voz do J.A.R.V.I.S  e no recente  “Vingadores-Era de Ultron”  ele foi o Visão.  Também destaco o brilhante desempenho do veterano Ed Harris no papel do William Parcher, o imaginário agente secreto do Governo Americano, que vive enchendo a cabeça dele de paranoia.  Além de mostrar um desempenho brilhante desse ser imaginário, ele também aparece impecavelmente bem vestido com direito a um charmoso chapéu que cria no personagem bem um tom de gangster de filme noir.  E para  o também veterano Christopher Plummer  esteve ótimo no papel do Dr. Rosen, aproveitando bem o tempo de presença do personagem  que cumpriu aquela função mais didática de como especialista na psiquiatria explicar para o público o que é a esquizofrenia,  ele neste papel convenceu bem como um profissional que domina o assunto.  Para encerrar, destaco aqui os ótimos detalhes datados de cada cenário apresentado no filme vai indo de acordo com o que vai desenvolvendo ao apresentar as diferentes etapas da vida de Nash, os figurinos também são outro detalhe a parte somados a tudo mais e um pouco do que foi trabalhado neste filme.
Fiz este texto com o intuito de prestar uma singela homenagem ao John Nash, ele que não foi só um gênio da matemática, a ponto de revolucionar com uma teoria que lhe rendeu um prêmio em uma área que mais mexe com matemática como a economia, como também foi um herói na vida, principalmente com uma doença psíquica que faria ele perder completamente a noção da realidade.  O filme soube cumprir bem o dever de apresentar, transmitir e sensibilizar  o que é a esquizofrenia para o público bem diversificado, de uma maneira que talvez nenhuma campanha de caridade representado por ONGs jamais conseguiriam com suas publicidades na mídia.  E o filme “Uma Mente Brilhante” tocou bem neste ponto de uma maneira bem peculiar. Um filme de arte incrível que merece ser infinitas vezes apreciado para a gente  buscar refletir sobre a vida e seus percalços.
Para encerrar uma bonita frase de John Nash:
“É somente nas misteriosas equações do amor que qualquer lógica ou razão pode ser encontrada. Você é a razão de eu estar aqui hoje, você é a razão de eu existir, você é todas as minhas razões.”**
JOHN FORBES NASH JR.
N.13/06/1928
F.23/05/2015.

Nenhum comentário:

Postar um comentário