Na noite do Sexta-feira de Páscoa, 14
de Abril de 2017, fui conferir no Moviecom Praia Shopping, a única sessão do
filme A Vigilante do Amanhã, um filme
adaptado do mangá Ghost in The Shell
de Masamune Shirow publicado em 1989.
Confesso que pessoalmente eu nunca tinha lido esta mangá, a única coisa
que eu apenas sabia sobre esta obra é o
fato dela ter servido de inspiração para uma das mais magnificas obras do
cinema de ficção cientifica de todos os tempos que é Matrix(1999). A obra das “Irmãs” Wachowski, que na época que
lançaram este filme eram homens chamados Andy e Larry, e após fazerem uma cirurgia de
mudança de sexo, adotaram outros nomes.
Larry virou Lana e Andy virou Lily. Também havia conferido a versão em
anime desse mangá que foi lançado em 1995. Mas a obra mesmo ao qual o filme
aqui em questão bebeu da fonte eu nunca havia lido.
Apesar disso, pelo menos poderei fazer aqui uma análise sobre o filme
apenas como filme, sem precisar comparar ao mangá, bom em alguns momentos vou
colocar alguns comparativos com o anime de 1995. A minha análise será nos
quesitos técnico de roteiro, de personagens, elenco, direção, fotografia,
cenário, enredo, figurino e trilha sonora.
Começando pelo roteiro, antes de
começar eu alerto aos fãs mais fervorosos, mais apaixonados e mais extasiados dos
animes que ainda não viram ao filme, se vocês esperam uma adaptação fiel ao
material fonte, vocês com certeza vão se decepcionarem com que o filme sob a
direção do Rupert Sanders nos apresenta na tela com atores reais na pele de
grandes personagens cartunescos. O pano de fundo mantém aquela mesma atmosfera futurista cyberpunk com muitos toques
de intrigas corporativistas com hackeamento e cyberterrorismo que o anime
apresentava mas com uma abordagem bem diferente, a maneira como os roteiristas Jonathan Herman e
Jamie Moss construíram o escopo do enredo conseguindo trazer alguns elementos
essenciais que o anime tinha para o filme que bem funcionaram, mas por outro
lado tiveram o cuidado de darem uma maneirada em alguns aspectos que com
certeza não funcionariam. Quem ainda não teve a oportunidade de conferir ao
anime de 1995, sugiro que procurem darem uma olhada para ver como a história
ali é um pouco mais lenta, há momentos onde tem cenas sem diálogos em que os personagens
se arrastam pelo silêncio para criar um clima mais denso e filosoficamente reflexivo para a obra, algumas
cenas de ação para acontecer por causa dos diálogos descritivos demais o que
torna um filme muito cheio de didatismo do que puramente entretenimento.
Para quem é fã de anime, acho que não deverá se importar. Voltando ao filme, então tudo que eu aqui descrevi sobre o anime de 1995 com certeza não iria funcionar para um filme produzido por uma produtora americana, estrelado por uma grande atriz americana como Scarlett Johansson que dentre as atuais musas hollywoodianas é a que figura entre as que têm grande apelo perante o público.
Sendo voltado para um público muito vasto, amplo, que nunca sequer tinham ouvido falar do material fonte ao qual foram inspirados com certeza na característica que o anime apresentava não iria funcionar para este tipo de filme. Portanto, posso descrever que os roteiristas souberam bem como equilibrar na hora de construir a adaptação mantendo aquela mesma essência de ficção científica com uma pegada cheia de adrenalina. Toda a ação que o filme apresentou foi o que mais me surpreendeu bastante, não esperava nada por ele.
Além das brilhantes cenas de ação, também me surpreendi bastante com o clima denso de suspense que envolvia as intrigas corporativistas da Hanka Robotics, uma empresa tecnológica responsável por criar seres robóticos com a pele sintética que os tornavam identicamente humanos com a inteligência artificial, usados com o objetivo de enfrentar as grandes ameaças, como o cyber terrorismo. Com o mesmo pano de fundo do anime, mas com uma pegada mais ágil. Ainda assim, o filme apresenta em alguns momentos dos diálogos, uns tons reflexivos muito interessantes, principalmente no que diz respeito a falta de ética das grandes corporações em querer brincar de Deus, criando seres artificiais para escravizar, e estes não terem o direito ao livre arbítrio.
Já nos quesitos de elenco e personagens, temos a Scarlett Johansson no papel da protagonista a Major Mokoto Kusanagi, uma ciborgi construída na Hanka Robotics com pele sintética, não tem como não colocar aqui a grande polêmica que gerou a escolha dela para o papel de uma heroína de uma obra japonesa onde ela não carrega nenhuma feição asiática, sendo assim caracterizado como uma espécie Yellow Face. Mas de todo modo, a atriz conseguiu demonstrar bem o seu desempenho no papel, superando tanto nas cenas coreográficas de lutas com um rosto sério e badass, no qual ela já mostra ser bem manjada nisso na pele da Viúva Negra nos filmes do Universo Cinematográfico Marvel. Como também na parte mais dramática ao colocar uma essência mais humanizada na personagem, coisa que não é mostrado no anime, principalmente na subtrama do arco do enredo que envolve a sua jornada em busca do passado, se auto-conhecendo, e isto é sentido pelo seu olhar intenso e vibrante. Um mérito não só dela, como também dos roteiristas, que aproveitaram bem esta brecha para ser trabalhada e da direção do Rupert Sanders. Que soube como trabalhar com precisão, os planos e os enquadramentos de cada cena, muito bem editados, principalmente com a câmera lenta para criar mais tensão. Ainda sobre elenco e personagens também destaco o dinamarquês Pilou Asbaek como o pistoleiro Batou, o parceiro da Mokoto. Ele até que demonstra um desempenho razoável no papel, nada do que pode se exigir dele. Também destaco para Juliete Binoche no papel de Ouelet que desempenha bem o lado mais dramático como uma voz conselheira sábia para Mokoto apesar de em alguns ficar um tanto subutilizada. Dos atores japoneses presentes no filme, destaco para Takeshi Kitano no papel do Chefe Daisuke Aramaki, que é o responsável por coordenar as operações da Motoko. Para finalizar a analise do quesito elenco e personagens, Michael Pitt como o vilão Kuze demonstra um desempenho um tanto fraquinho para desempenhar um personagem com uma motivação tão complexa para uma inteligência que pudesse dá uma sustentação para a fluidez da trama. Já no quesito visual, a fotografia do filme é impecável, as tonalidades e paletas de cores escuras com os coloridos dos hologramas dos prédios trazem um contraste dando quase uma característica meio underground ao filme, bem casado ao cenário panorâmico urbano futurista dos carros e dos prédios criando toda uma atmosfera escapista com muitas licenças poéticas e criativas, um puro deslumbre. Para quem gosta do gênero ficção cientifica com certeza vai reparar que o filme carrega algumas semelhanças com os outros filmes do gênero como Blade Runner(1982), O Vingador do Futuro(1989) ou mesmo Minority Report(2002), misturado a isto temos um pouco de O Exterminador do Futuro com os ciborgs com peles sintéticas, tudo isso é o que eu posso resumir o que se pode esperar de A Vigilante do Amanhã.
Já no quesito trilha sonora, os arranjos criados para as cenas deste filme são incrivelmente sensacionais, com aquele som de sintetizador então criou um clima bem nostálgico como nos filmes de ação dos anos 1980. Por fim, no quesito do figurino posso resumir que em 100% ele reproduz as caracterizações futuristas como são no anime, principalmente na protagonista Mokoto Kusanagi que além do corte de cabelo ter ficado idêntico ao anime, também ficou perfeitamente idêntica a pele sintética visível usada por ela nas cenas onde ela aparece completamente pelada para o combate corpo-a-corpo. No balanço geral, posso descrever que A Vigilante do Amanhã pode até não um dos melhores exemplos perfeitos de adaptação de anime para o mercado hollywoodiano, nem mesmo pode ser considerado uma grande obra-prima da ficção científica. Mas de todo jeito é um filme que tem os seus méritos, apresenta mais acertos do que erros.
Para quem é fã de anime, acho que não deverá se importar. Voltando ao filme, então tudo que eu aqui descrevi sobre o anime de 1995 com certeza não iria funcionar para um filme produzido por uma produtora americana, estrelado por uma grande atriz americana como Scarlett Johansson que dentre as atuais musas hollywoodianas é a que figura entre as que têm grande apelo perante o público.
Sendo voltado para um público muito vasto, amplo, que nunca sequer tinham ouvido falar do material fonte ao qual foram inspirados com certeza na característica que o anime apresentava não iria funcionar para este tipo de filme. Portanto, posso descrever que os roteiristas souberam bem como equilibrar na hora de construir a adaptação mantendo aquela mesma essência de ficção científica com uma pegada cheia de adrenalina. Toda a ação que o filme apresentou foi o que mais me surpreendeu bastante, não esperava nada por ele.
Além das brilhantes cenas de ação, também me surpreendi bastante com o clima denso de suspense que envolvia as intrigas corporativistas da Hanka Robotics, uma empresa tecnológica responsável por criar seres robóticos com a pele sintética que os tornavam identicamente humanos com a inteligência artificial, usados com o objetivo de enfrentar as grandes ameaças, como o cyber terrorismo. Com o mesmo pano de fundo do anime, mas com uma pegada mais ágil. Ainda assim, o filme apresenta em alguns momentos dos diálogos, uns tons reflexivos muito interessantes, principalmente no que diz respeito a falta de ética das grandes corporações em querer brincar de Deus, criando seres artificiais para escravizar, e estes não terem o direito ao livre arbítrio.
Já nos quesitos de elenco e personagens, temos a Scarlett Johansson no papel da protagonista a Major Mokoto Kusanagi, uma ciborgi construída na Hanka Robotics com pele sintética, não tem como não colocar aqui a grande polêmica que gerou a escolha dela para o papel de uma heroína de uma obra japonesa onde ela não carrega nenhuma feição asiática, sendo assim caracterizado como uma espécie Yellow Face. Mas de todo modo, a atriz conseguiu demonstrar bem o seu desempenho no papel, superando tanto nas cenas coreográficas de lutas com um rosto sério e badass, no qual ela já mostra ser bem manjada nisso na pele da Viúva Negra nos filmes do Universo Cinematográfico Marvel. Como também na parte mais dramática ao colocar uma essência mais humanizada na personagem, coisa que não é mostrado no anime, principalmente na subtrama do arco do enredo que envolve a sua jornada em busca do passado, se auto-conhecendo, e isto é sentido pelo seu olhar intenso e vibrante. Um mérito não só dela, como também dos roteiristas, que aproveitaram bem esta brecha para ser trabalhada e da direção do Rupert Sanders. Que soube como trabalhar com precisão, os planos e os enquadramentos de cada cena, muito bem editados, principalmente com a câmera lenta para criar mais tensão. Ainda sobre elenco e personagens também destaco o dinamarquês Pilou Asbaek como o pistoleiro Batou, o parceiro da Mokoto. Ele até que demonstra um desempenho razoável no papel, nada do que pode se exigir dele. Também destaco para Juliete Binoche no papel de Ouelet que desempenha bem o lado mais dramático como uma voz conselheira sábia para Mokoto apesar de em alguns ficar um tanto subutilizada. Dos atores japoneses presentes no filme, destaco para Takeshi Kitano no papel do Chefe Daisuke Aramaki, que é o responsável por coordenar as operações da Motoko. Para finalizar a analise do quesito elenco e personagens, Michael Pitt como o vilão Kuze demonstra um desempenho um tanto fraquinho para desempenhar um personagem com uma motivação tão complexa para uma inteligência que pudesse dá uma sustentação para a fluidez da trama. Já no quesito visual, a fotografia do filme é impecável, as tonalidades e paletas de cores escuras com os coloridos dos hologramas dos prédios trazem um contraste dando quase uma característica meio underground ao filme, bem casado ao cenário panorâmico urbano futurista dos carros e dos prédios criando toda uma atmosfera escapista com muitas licenças poéticas e criativas, um puro deslumbre. Para quem gosta do gênero ficção cientifica com certeza vai reparar que o filme carrega algumas semelhanças com os outros filmes do gênero como Blade Runner(1982), O Vingador do Futuro(1989) ou mesmo Minority Report(2002), misturado a isto temos um pouco de O Exterminador do Futuro com os ciborgs com peles sintéticas, tudo isso é o que eu posso resumir o que se pode esperar de A Vigilante do Amanhã.
Já no quesito trilha sonora, os arranjos criados para as cenas deste filme são incrivelmente sensacionais, com aquele som de sintetizador então criou um clima bem nostálgico como nos filmes de ação dos anos 1980. Por fim, no quesito do figurino posso resumir que em 100% ele reproduz as caracterizações futuristas como são no anime, principalmente na protagonista Mokoto Kusanagi que além do corte de cabelo ter ficado idêntico ao anime, também ficou perfeitamente idêntica a pele sintética visível usada por ela nas cenas onde ela aparece completamente pelada para o combate corpo-a-corpo. No balanço geral, posso descrever que A Vigilante do Amanhã pode até não um dos melhores exemplos perfeitos de adaptação de anime para o mercado hollywoodiano, nem mesmo pode ser considerado uma grande obra-prima da ficção científica. Mas de todo jeito é um filme que tem os seus méritos, apresenta mais acertos do que erros.
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