No dia 19 de Junho de 1992, aqui no Brasil chegou em 03 de Julho, ou seja, há exatos 25 anos estreava a grande obra-prima cinematográfica sombria do Morcego de Gotham City. Batman-O Retorno. Inspirado no clássico herói sombrio da DC Comics criado por Bob Kane(1915-1998) e Bill Finger(1914-1974) em 1939 na revista Detective Comics.
Dirigido
por Tim Burton, com trilha sonora de Danny Elfman. Batman-O Retorno foi o
segundo filme da franquia a ser dirigida por Burton, após o megassucesso do
filme de 1989. Também foi o último, já os seguintes que formam esta quadrilogia
cinematográfica do Morcego como Batman Eternamente (1995) e Batman &
Robin(1997) foram dirigidas por Joe
Schumacher.
Neste
filme, contou novamente no elenco com Michael Keaton como protagonista, desta
vez mostrando-se mais a vontade e familiarizado
no papel do que no anterior. Além dele, o filme também
contou no elenco com mais dois atores que estiveram presentes no filme anterior como o britânico Michael
Gouch(1916-2011) no papel do sábio e conselheiro mordomo de Bruce Wayne/Batman
Alfred Pennyworth e Pat Hingle(1924-2009) como o comissário de policia de
Gotham City James Gordon novamente subutilizado a ponto de ficar inutilizado.
Além
desses atores, o filme também contou em seu elenco principal com Michelle
Pfeiffer como a Mulher-Gato e Danny DeVito como o Pinguim. Também contou com Christopher Walken como o inescrupuloso
empresário Max Schreck, Cristi Conaway como a atriz que faz a personagem
Princesa do Gelo, para ligar a árvore de Natal, que é sequestrada e morta pelo
Pinguim. Michael Murphy como o Prefeito de Gotham e Andrew Bryniarski como o
Chip, o filho de Max Schreck e seu braço direito em sua empresa.
Antes
de comentar sobre o filme, começo descrevendo sobre uma curiosidades a respeito da produção que tem a
ver com o fato do Tim Burton relutou muito em querer dirigir sua
continuação após o sucesso do filme de 1989. Foi por muita insistência da
Warner, Burton topou dirigir novamente onde passou por diversas etapas no
roteiro até chegar ao resultado final. Neste filme ele conseguiu manter a mesma
estética, e o mesmo ritmo em tom sombrio com paletas escuras que se tornaram a sua marca registrada da
identidade visual dos seus trabalhos autorais. Com muito aprimoramento, e muito
cuidado nos detalhes. Este tom escuro deixou o filme com um aspecto que desagradou e muito um dos principais
patrocinadores do filme que foi a rede de fast-food McDonald´s, é tanto que
isto culminou com a saída de Tim Burton da direção do projeto nos filmes seguintes.
Tendo
suas filmagens iniciadas em Burbank, no estado da Califórnia, em Junho de 1991.
Burton soube bem como nos presentear com uma obra magnifica, mais do que um
filme com sua história de um
super-herói encarando um verdadeiro circo dos horrores ou
mesmo um zoológico com dois animais a solta em Gotham City, também soube colocar um tom
reflexivo em explorar o lado desprezível do ser humano quando rejeita uma
criança diferente que pode torna-la no futuro uma grande ameaça para a
sociedade.
Neste
aspecto Burton acertou bem ao nos
apresentar no mote da trama qual era a essência
vilanesca do Pinguim logo na premissa do
filme, para já bem destacá-lo. Ao mostrar a mansão do abastado casal
Cobblepot, chocado ao ver a criança que acabaram de gerar naquela noite nevada
natalina, ter ficado com uma aparência muito bizarra. É então que eles resolvem
jogar a criança num córrego que o leva para um esgoto. E será lá sendo criado por pinguins, as aves marinhas, que somos então apresentados a origem do temido vilão que vai comandar muitos anos depois uma trupe de circo dos horrores para apavorar Gotham City em plena época natalina.
Um fato curioso sobre o grupo de pinguins usados no filme para contracenar com o vilão no esgoto, eles eram todos da espécie Pinguins-Rei e a produção enfrentou um problemão para conseguir fazer as filmagens com estas aves, a começar pelo fato dos únicos encontrados dessa espécie em cativeiros viviam na Inglaterra, para trazê-los aos Estados Unidos para filmar, a produção teve o delicado trabalho de os colocar numa parte refrigerada do avião e criaram um trailer refrigerado com uma piscina cheia de gelo, onde eles eram alimentados pela produção com peixes trazidos das docas. Quando eles colocavam os Pinguins para contracenarem no set, a produção precisava deixar temperatura ambiente bem gelada, chegando a quase zero graus, um fato que ocasionou de muitos se acasalarem e terminarem gerando ovos.
Um fato curioso sobre o grupo de pinguins usados no filme para contracenar com o vilão no esgoto, eles eram todos da espécie Pinguins-Rei e a produção enfrentou um problemão para conseguir fazer as filmagens com estas aves, a começar pelo fato dos únicos encontrados dessa espécie em cativeiros viviam na Inglaterra, para trazê-los aos Estados Unidos para filmar, a produção teve o delicado trabalho de os colocar numa parte refrigerada do avião e criaram um trailer refrigerado com uma piscina cheia de gelo, onde eles eram alimentados pela produção com peixes trazidos das docas. Quando eles colocavam os Pinguins para contracenarem no set, a produção precisava deixar temperatura ambiente bem gelada, chegando a quase zero graus, um fato que ocasionou de muitos se acasalarem e terminarem gerando ovos.
É
a partir dai, que temos o começo do desenvolvimento de todo o arco da trama do
filme, mostrando o Morcego além de enfrentar a ameaça do Pinguim, também tem de
encarar a ameaça do empresário corrupto Max Schreck, que vê a data do natal como uma garantia de lucro,
ele também é importante para se aliar ao
Pinguim meio intimidado por este saber dos podres de sua empresa que ele joga
justamente no esgoto tornando-se o apoiador financeiro de sua campanha para a
prefeitura de Gotham. Alias, é por causa das falcatruas que ele prática em sua empresa, que vai ser a
principal motivação para o surgimento da Mulher-Gato, que no primeiro
momento em que é apresentado na saga da
história é como Selina Kyle, secretaria particular de Max Schreck, que por
saber de muitas informações sigilosas suas, pelo fato principalmente de manejar
suas papeladas, acaba que Schreck a ver como uma grande ameaça para ele e
resolve fazer uma queima de arquivo a jogando do alto do prédio de sua empresa. É lá que ao cair vemos uma enorme concentração
de gatos ao seu redor dando várias mordidas nela e a partir temos o seu
surgimento como a sensual vilã felina que é capaz de despertar o desejo sexual libidinoso
do herói. O surgimento dela na trama do
filme teve como motivação além de vingar de Schreck, torna-se também uma aliada
do Pinguim para desmoralizar Batman e assim beneficiar a campanha do Pinguim
para prefeito de Gotham.
O
filme em questão apresentou um roteiro e um enredo bem
melhor trabalhado com relação ao anterior. Principalmente no plot twist que ocorre
na cena em que a Mulher-Gato aparece para dar um dar um beijo mortal em Schreck
e revelando sua real identidade. Sobre os principais atores presentes neste
filme, destaco para Michael Keaton como protagonista desempenhou bem melhor as
nuances do personagem do que em relação ao primeiro filme. Como já havia
mencionado acima. Também destaco para Danny DeVito, no papel do antagonista
Pinguim, ficou perfeitamente feio com o tom da maquiagem usada para caracterizá-lo juntos com umas camadas de próteses para disfarçar os dedos, o tornando bem irreconhecível com o uma prótese no nariz para ficar bem cartunesco, se o celebre comediante nunca
foi um exemplo de padrão perfeito de beleza sendo baixinho, gordinho e calvo, na pele do
Pinguim neste filme então nem se fala, além da maquiagem o ajudar a incorporar
no papel um jeito grotesco, asqueroso, bizarro, ameaçador, caricato, sujo e nojento para o personagem não só na estética física, mas também o ajudou para trabalhar bem toda a sua essência psicológica vilanesca de mau-caráter sendo representado como um típico sujeito de caráter podre, baixo, medíocre, mesquinho, desprezível, ordinário, vil, malicioso, canalha, calhorda, aproveitador, maquiavélico, megalomaníaco, picareta, malandro, maniqueista ou seja, um verdadeiro rato no esgoto, tudo isso contribuiu e muito para DeVitto incorporar o papel com maestria este personagem que compõe a galeria dos vilões clássicos do Batman nos quadrinhos, sua primeira aparição foi na edição de Detective Comics #58, publicada em Dezembro de 1941. Curiosamente ele chegou a assinar um contrato de sigilo que o proibia de comentar
publicamente, até para a sua família sobre os detalhes da caracterização
do seu personagem, se fosse no tempo de hoje com rede social este sigilo seria
difícil de ser mantido para o público em geral. Já Michelle Pfeiffer como a
Mulher-Gato conseguiu incorporar as nuances de sua personagem, desde o primeiro
momento onde ela mostrava um perfil mais ingênuo como a Selina Kyle, secretária de Max Schreck´s, até a sua
incrível transformação na pele da sensual felina após sobreviver a uma queda do prédio da Empresa Shreck´s que
quase a matou, numa memorável cena dela chegando no seu apartamento e surtando
completamente e no improviso criou o uniforme sensual que a eternizou como a femme fatale dos quadrinhos, cuja inspiração foi numa bela atriz do cinema Jean Harlow(1911-1937). No auge da beleza e figurando como a musa sex symbol de Hollywood na época, ela
além de incorporar toda a sensualidade provocante da personagem que acompanha o Batman desde o começo assim como o Pinguim, sua primeira aparição nas revistas do herói foi a partir de 1940, também criou outros
momentos memoráveis como as acrobacias circenses, chicotadas e um miado de gato
que foram divinamente trabalhando o corpo da personagem, a tornando icônica no papel, que aliás quase
não foi dela, isto porque a primeira atriz escalada tinha sido Annete Benning,
que precisou desistir do papel em virtude da sua gravidez. Mais curiosamente bizarro, é o fato
da atriz Sean Young ter insistido muito em querer o papel, tentando de todas as
formas prováveis e improváveis convencer Tim Burton e a Warner para ganhar o
papel.Chegou inclusive a aparecer no estúdio fantasiada como a personagem
imagina a bizarrice. É curioso analisar que a famosa caracterização da bela felina no filme gerava um grande desconforto em Michelle Pfeiffer por ser fechada a vácuo para poder ficar colada durante todas as cenas, não queria estar na pele dela neste momento, fora o fato de durante o treinamento para encontrar o maneirismo certo para chicotear, ela sem querer o acertou no rosto do seu treinador, o deixando ferido, mas ele não se importou e continuou a treinando, um sacrifício compensador para ele desempenhar e representar o papel com maestria. E por fim destaco
para Christopher Walken como o Max
Schreck, personagem importante no filme, uma criação original do diretor cujo
nome foi inspirado no famoso ator alemão Max Schreck(1879-1936) que estrelou uma
das adaptações do filme de Drácula no começo do século 20. O que mostra que o
movimento do cinema expressionista
alemão foi uma das bases para o estilo de cinema gótico adotado por Tim Burton tornando-se assim sua
marca autoral. A escolha de Walken para o papel chegou a gerar um desconforto em Burton, principalmente pela como o via mais ameaçador que o inferno. Walken incorporou toda a essência vilanesca do personagem como um típico sujeito corrupto, ganancioso, megalomaníaco, frio, calculista, crápula e sociopata que não media esforços para seus objetivos maquiavélicos, ele foi criado em cima do Duas-Caras, outro vilão clássico do Batman nos quadrinhos que originalmente estaria no filme, mas foi descartado só aparecendo posteriormente em Batman Eternamente na pele do ator Tommy Lee Jones. Sucesso de bilheteria e
critica, apresentando no Rotten Tomatoes uma aprovação de 73%, que resultou nas indicações ao Oscar de 1993
de Melhor Maquiagem e Melhores Efeitos Visuais.
Apesar de não ser um exemplo de filme natalino, ele soube como aproveitar o clima festivo para proporcionar uma obra perfeita com de humor ácido e inigualável. Para quem gosta de assistir a filmes natalinos, e tendo um herói no meio este filme é uma boa pedida. Assim como ele pode ser considerado um dos grandes exemplos de obra-prima do herói produzida com primor de qualidade e que mais conseguiu captar a essência dos quadrinhos, assim como ousou em trazer sutis elementos sensuais com a Mulher-Gato, e pode-se concluir que se não fosse por este com certeza a carreira de Tim Burton não teria alavancado e ele hoje pode ter a autoridade de produzir seus filmes mais autorais, o maior legado trazido pelo filme, na época o nome de Tim Burton já estava bem firmado após dirigir o primeiro que fez sucesso, e a prova disso foi que no ano seguinte ele lançou Edward-Mãos de Tesoura que alavancou de vez sua carreira em Hollywood, e ao finalizar sua participação nos filmes do Morcego com esta produção deixou sua importante marca histórica visual para a sétima arte a partir de então. Parabéns Batman-O Retorno pelos seus 25 anos.
Apesar de não ser um exemplo de filme natalino, ele soube como aproveitar o clima festivo para proporcionar uma obra perfeita com de humor ácido e inigualável. Para quem gosta de assistir a filmes natalinos, e tendo um herói no meio este filme é uma boa pedida. Assim como ele pode ser considerado um dos grandes exemplos de obra-prima do herói produzida com primor de qualidade e que mais conseguiu captar a essência dos quadrinhos, assim como ousou em trazer sutis elementos sensuais com a Mulher-Gato, e pode-se concluir que se não fosse por este com certeza a carreira de Tim Burton não teria alavancado e ele hoje pode ter a autoridade de produzir seus filmes mais autorais, o maior legado trazido pelo filme, na época o nome de Tim Burton já estava bem firmado após dirigir o primeiro que fez sucesso, e a prova disso foi que no ano seguinte ele lançou Edward-Mãos de Tesoura que alavancou de vez sua carreira em Hollywood, e ao finalizar sua participação nos filmes do Morcego com esta produção deixou sua importante marca histórica visual para a sétima arte a partir de então. Parabéns Batman-O Retorno pelos seus 25 anos.
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