Nesta semana em que a sétima
arte viveu o luto pela perda de um grande nome que o cinema já conheceu, que
foi do italiano Bernardo Bertolucci.Dos poucos filmes que já tive o privilégio
de conferir desse diretor. Um em especial merece ser mencionado e comentado,
especialmente pela maneira como o diretor bem trabalhou a metalinguagem em
referência ao próprio cinema como é o caso de Os Sonhadores(The
Dreamers, França, Reino Unido, Itália, 2003).
Baseado no romance The Holly Dreamers do
escocês Gilbert Adair(1944-2011), o enredo de Os Sonhadores gira em torno do momento em que o jovem intercambista
americano Matthew(Michael Pitt) chega a Paris em um cenário bastante
conturbado. Mesmo porque era 1968, e a França estava passando pelo momento
crítico da Revolução Estudantil do episódio que ficou conhecido
nos anais da história como o Movimento de Maio de 68, e é nesse contexto que Matthew, um jovem
estudante estrangeiro irá conhecer na
Cinemateca os gêmeos Isabelle(Eva Green) e Theo( Louis Garrel).
Cuja paixão em comum pela sétima arte vai ser motivo para uma maior aproximação entre eles, a ponto destes o convidarem para irem no apartamento xexelento deles, onde ele conhece o pai deles, um intelectual francês e a mãe, uma inglesa. Dai é que a trama vai se desenrolando no momento em que os pais de Isabelle e Theo resolvem passar uma temporada de férias e os deixam com Matthew vivendo na casa deles. Nessa convivência Matthew vai percebendo algo de muito estranho na relação entre eles, que chega até a sugerir uns incestos com muitas doses de porra louquices e muita, mas muita exposição a promiscuidade.
É neste ambiente que a trama vai mostrando muitos diálogos recheados de referências cinematográficas, quando eles fazem desafios de encenarem uma cena de um filme para cada um poder descobrir, e não só nas cenas internas do apartamento de Isabelle e Theo, mas também nas cenas externas mostrando a beleza panorâmica de Paris, com seus belos prédios, sua arquitetura linda, seus cafés, a Torre Eiffel, onde em cada lugar você respira arte com os seus museus. E nestas cenas eles também brincam de encenarem cenas icônicas de obras-primas do cinema, como Theo encenando Scarface de 1932 dentre outros ou mesmo Matthew e Theo discutindo sobre o estilos cômicos dos filmes de Charles Chaplin(1889-1977) com a de Buster Keaton(1895-1966). Neste filme, Bertolucci soube como conduzir de forma primorosa a trama, bem casado ao texto adaptado pelo próprio autor, uma ode ao cinema. Que em conjunto a direção de arte que fez um trabalho muito meticuloso em recriar a atmosfera de como vivia a França naquele conturbado ano de 1968, mostrando muitas citações ao que estava ocorrendo naquele momento, para gerar o estopim da revolução estudantil.
Isto pode ser visto detalhadamente pelo modo de vestir dos personagens, e pela visão panorâmica da Paris daquela época com os meios de transportes dentre outros. A trilha sonora tocando pontualmente canções de artistas populares daquela época também criam um bom toque a atmosfera datada da obra, como as de Jimi Hendrix(1942-1970), Bob Dylan, Janis Joplin(1943-1970), The Doors, além de contar com as canções populares de cantores franceses do auge da Chanson como Edith Piaf(1915-1963), Michel Polnareff, Francoise Hardy e Charles Trennet(1913-2001). E o desempenho do elenco também é o outro ponto que torna a obra um primor, ainda que sendo enxuto, mais bastante afiado. Michael Pitt conduz bem a narrativa no papel do intercambista americano Matthew chegando a Paris, num momento não muito propicio, completamente deslocado e ficando amigo de dois irmãos com manias muito esquisitas e passando a dividir o teto com eles. Eva Green na pele da Isabelle mostrou se soltar bastante para o papel dela que se mostra ser o tipo que não tem o menor pudor e quando ela tem de fazer cenas de nudez, ela se entrega, como já fez posteriormente em outros filmes que participou. Ela se mostrou bem a vontade para ficar nua em cena, inclusive fazendo uma referência a famosa escultura da Vênus de Milo. E Louis Garrel no papel do Theo também esteve brilhante, se entrega a complexidade de seu papel da forma mais fantástica, especialmente quando envolve o seu amor obsessivo pela Isabelle, sua própria irmã. Ele é tão mais sem noção quanto ela, a ponto de se envolverem na baderna da revolução que é onde acaba a história. A interação e a dinâmica que os três mostraram em cena é surpreendente, ainda mais para encarar umas cenas onde ficam longas horas peladões, inclusive dividindo a mesma banheira, e para muitos momentos de bacanais então haja preparo psicológico para encarar um rolê como esse. É por carregar este elemento de metalinguagem em referencia ao próprio cinema que torna Os Sonhadores, o melhor filme de Bernardo Bertolucci(1941-2018) que já vi em minha vida.
Cuja paixão em comum pela sétima arte vai ser motivo para uma maior aproximação entre eles, a ponto destes o convidarem para irem no apartamento xexelento deles, onde ele conhece o pai deles, um intelectual francês e a mãe, uma inglesa. Dai é que a trama vai se desenrolando no momento em que os pais de Isabelle e Theo resolvem passar uma temporada de férias e os deixam com Matthew vivendo na casa deles. Nessa convivência Matthew vai percebendo algo de muito estranho na relação entre eles, que chega até a sugerir uns incestos com muitas doses de porra louquices e muita, mas muita exposição a promiscuidade.
É neste ambiente que a trama vai mostrando muitos diálogos recheados de referências cinematográficas, quando eles fazem desafios de encenarem uma cena de um filme para cada um poder descobrir, e não só nas cenas internas do apartamento de Isabelle e Theo, mas também nas cenas externas mostrando a beleza panorâmica de Paris, com seus belos prédios, sua arquitetura linda, seus cafés, a Torre Eiffel, onde em cada lugar você respira arte com os seus museus. E nestas cenas eles também brincam de encenarem cenas icônicas de obras-primas do cinema, como Theo encenando Scarface de 1932 dentre outros ou mesmo Matthew e Theo discutindo sobre o estilos cômicos dos filmes de Charles Chaplin(1889-1977) com a de Buster Keaton(1895-1966). Neste filme, Bertolucci soube como conduzir de forma primorosa a trama, bem casado ao texto adaptado pelo próprio autor, uma ode ao cinema. Que em conjunto a direção de arte que fez um trabalho muito meticuloso em recriar a atmosfera de como vivia a França naquele conturbado ano de 1968, mostrando muitas citações ao que estava ocorrendo naquele momento, para gerar o estopim da revolução estudantil.
Isto pode ser visto detalhadamente pelo modo de vestir dos personagens, e pela visão panorâmica da Paris daquela época com os meios de transportes dentre outros. A trilha sonora tocando pontualmente canções de artistas populares daquela época também criam um bom toque a atmosfera datada da obra, como as de Jimi Hendrix(1942-1970), Bob Dylan, Janis Joplin(1943-1970), The Doors, além de contar com as canções populares de cantores franceses do auge da Chanson como Edith Piaf(1915-1963), Michel Polnareff, Francoise Hardy e Charles Trennet(1913-2001). E o desempenho do elenco também é o outro ponto que torna a obra um primor, ainda que sendo enxuto, mais bastante afiado. Michael Pitt conduz bem a narrativa no papel do intercambista americano Matthew chegando a Paris, num momento não muito propicio, completamente deslocado e ficando amigo de dois irmãos com manias muito esquisitas e passando a dividir o teto com eles. Eva Green na pele da Isabelle mostrou se soltar bastante para o papel dela que se mostra ser o tipo que não tem o menor pudor e quando ela tem de fazer cenas de nudez, ela se entrega, como já fez posteriormente em outros filmes que participou. Ela se mostrou bem a vontade para ficar nua em cena, inclusive fazendo uma referência a famosa escultura da Vênus de Milo. E Louis Garrel no papel do Theo também esteve brilhante, se entrega a complexidade de seu papel da forma mais fantástica, especialmente quando envolve o seu amor obsessivo pela Isabelle, sua própria irmã. Ele é tão mais sem noção quanto ela, a ponto de se envolverem na baderna da revolução que é onde acaba a história. A interação e a dinâmica que os três mostraram em cena é surpreendente, ainda mais para encarar umas cenas onde ficam longas horas peladões, inclusive dividindo a mesma banheira, e para muitos momentos de bacanais então haja preparo psicológico para encarar um rolê como esse. É por carregar este elemento de metalinguagem em referencia ao próprio cinema que torna Os Sonhadores, o melhor filme de Bernardo Bertolucci(1941-2018) que já vi em minha vida.
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