quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

RESENHA DE WIFI RALPH: QUEBRANDO A INTERNET

No primeiro domingo  de 2019, fui conferir a Wifi Ralph: Quebrando a internet(Ralph Breaks the Internet, EUA, 2018). No Midway Mall. Uma continuação de Detona Ralph(Wreck-it Ralph, EUA, 2012). 



  









Antes de conferir a este filme, revisitei o primeiro na Netflx, para ter mais ou menos uma ideia. Enquanto que o primeiro me surpreendeu bastante pela atmosfera nostálgica, especialmente pelo fato do enredo nos mostrar  de forma bem escapista o universo    dos personagens dos arcades dos   videogames clássico dos anos 1980  quando não estão sendo jogados, especialmente quando o estabelecimento deles é  fechado. Eles vão se interagindo  de forma muito natural, onde se tratavam como se fossem velhos amigos. Onde Ralph, o protagonista era representado por décadas no jogo do Conserta Félix Jr. como o vilão no arcade do estabelecimento que funcionava ali por 30 anos. O roteiro era bastante magnifico, com um formato  além de divertido, também trazia uma interessante abordagem  sobre a questão do livre-arbítrio, principalmente quando Ralph um ser digital resolve tomar a decisão de querer ser  o herói em outro jogo e isto vai terminar trazendo proporções catastróficas nessa sua jornada a este objetivo, principalmente quando ele  vai para o jogo do Missão de Herói, lá ele conhece a figura da durona  Sargento Callun, que é encarregada da missão de acabar com os insetrônicos, é lá que numa malandragem ele conquista a medalha, e leva um grande problema que um insetronico para o arcade da Corrida Doce. Era lá onde o mote do roteiro se desenvolvia quando a Vanellope, uma menina do jogo que sofre preconceito por ser um bug, ou seja, uma falha do sistema. Ela rouba a sua medalha para poder participar do jogo.  Nesse lugar que era  governado pelo Rei Doce, um sujeito que por trás do jeito simpático, escondia ser uma pessoa bastante mal-intencionada, principalmente para impedir a participação da Vanellope que envolvia um segredo. 








Era naquele ínterim que entre o Ralph e a Vanellope nascia uma forte amizade na jornada que envolvia o objetivo deles. Enquanto que  em paralelo, tínhamos a subtrama  do Félix Jr. em sua jornada de ir   atrás do Ralph temendo que com sua longa ausência ele possa  ocasionar  o fim do seu jogo,  como já havia  acontecido antes com Turbo, que logo após o ponto de virada da história se descobriu que ele era o próprio Rei Doce. 








É durante esta sua jornada que ele conhece a Calhoun que se junta a ele especialmente na sua missão de procurar o insetrônico. Que Ralph colocou no jogo da Corrida Doce, que se reproduziu e o seu vírus vai destruir completamente o jogo. Em resumo, a história do primeiro filme se estruturava bem em uma jornada do herói bem as avessas, de um vilão querer ser o herói, trazendo reflexões sutis sobre o livre-arbítrio e suas consequências, as improváveis amizades de Ralph que surgiram pelo fato deles terem em comum o fato de sofrerem o preconceito por seus estigmas sociais, e o surgimento do amor entre os secundários Félix Jr. com a Sargento Calhoun.    










Em conjunto também com o elemento da nostalgia, trazendo muitas referencias ao universo dos personagens clássicos com as rápidas aparições de Packman, Sonic, Personagens de Street Fighter, Kopa do Super Mário dentre outros. O que bem colocava um elemento de escapismo lúdico ao filme, bem característico aos filmes da Disney, mas sem precisar necessariamente de apelar para cantorias teatrais. Nesse aspecto, chegou mais a lembrar dos filmes da Pixar.  Nessa continuação, intitulada em português de Wifi Ralph: Quebrando a Internet, o enredo desta vez explora o protagonista e sua parceira Vanellope se aventurando pelo desconhecido mundo da internet. 









Passados seis anos após o episódio do incidente causado pelos  insetrônicos no Corrida Doce, as coisas estavam bem  na normalidade. Vanellope mesmo após descobrirem que ela era a princesa do seu jogo, gostava de viver como bug. O que não incomodava os jogadores. Até chegar o momento onde a Vanellope mostra-se insatisfeita em repetir as coisas mais do mesmo. É então que ocorre do Ralph fazer uma nova pista para ela. Nisso resulta de uma menina que estava jogando estranhar e terminar destruindo o volante da máquina e isto termina resultando numa consequência que os levarão a se aventurar pela internet. A destruição do volante faz o dono do estabelecimento Sr. Litwak optar por desativar o jogo já que não tem como fazer a manutenção dele, primeiro porque o modelo tinha deixado de ser fabricado fazia muito tempo e segundo porque não tinha condições  de  comprar o mesmo modelo do volante a venda no Ebay.  









É neste momento que sabendo  o dono do estabelecimento  instala o roteador WIFI, que temos então inicio a jornada motivacional dos nossos heróis Ralph e Vanellope indo até a internet para comprarem o volante para o arcade do Corrida Doce não correr o risco de ser desativado completamente e deixar todos os personagens desabrigados. É durante toda esta jornada dos dois que eles vão se deparar com os mais diversos obstáculos pelo caminho para conseguir cumprir este objetivo, onde eles vão conhecendo novos amigos que remetem as figuras típicas da internet como a  Yess, simbolizando o algoritmo do Buzztube, a corredora da Corrida do Caos Shank, o Tudo Sabe que faz referencia ao Google dentre outros, até mesmo conhecer  um ser esquisito chamado de Duplo Dan da Dark Web, o lugar obscuro da internet que vai entregar a Ralph o ameaçador vírus durante o momento do  plot twist onde o relacionamento da amizade dele com a Vanellope ficará meio abalado quando observar umas declarações de outros objetivos dela com  a Shank. E isto vai por a prova o relacionamento deles. Em um balanço geral, posso descrever que  a estética  do roteiro deste em relação ao anterior, não apresenta nada de inovador. Enquanto que o primeiro apresentava um formato excelente sobre a jornada motivacional do Ralph querer se redescobrir, se autoconhecer para  exercer o seu livre-arbítrio.  O filme atual  carrega algumas convenções e facilitações narrativas para poder torná-lo muito agradável. Uma das coisas que mais me incomodou neste filme foi a quantidade de merchandisings gratuitos a grandes nomes de empresas de  sites, principalmente quando nossos heróis invadem o mundo da internet. Tem momentos que termina gerando uma enorme poluição visual. Outra coisa que também me incomodou bastante foi a construção do caráter egoísta  do protagonista ao tomar umas decisões  equivocadas que ele achava que fosse certo, movido pelo rancor, que acabou trazendo outra proporção catastrófica. O texto dos diálogos foi também outro ponto do filme  que me incomodou bastante, ás vezes o tom divertido demais, acaba escondendo as abordagens a seriedade ao trazer a sutil abordagem crítica ao que na internet sendo uma terra de ninguém, nem sempre tudo que é sucesso é agradável e da parte também dos perigos de vírus. Fora também que o Félix Jr. e a Sargento Calhoun que foram muitos importantes no filme anterior, neste aqui em questão foram bastante subutilizados, ignorados praticamente.  A única coisa que me agradou mesmo no filme é quanto eles entram no espaço dedicado a Disney, onde ali temos uso do recurso da  metalinguagem referencial da própria mostrando pequenas pontas dos personagens celebres do estúdio e de seus parceiros, como o C3PO e os Soldados Stromtropers da franquia Star Wars, os heróis da Marvel, com direito  a  uma homenagem póstuma  ao Stan Lee, personagens da Pixar como o astronauta Buzz e o mais legal mesmo é ver Vanellope se interagindo com todas as princesas clássicas do estúdio, até mesmo a Merida de Valente da Pixar. Mesmo parecendo que a Disney neste filme  esteja puxando a sardinha para o seu lado, ou seja, se autobajulando, pelo menos este recurso de metalinguagem não é de forma gratuita, tem sentido e relevância para a narrativa do plot da história. Diante de tudo o que descrevi, posso dizer que Wifi Ralph: Quebrando a Internet, vale sim a pena de se assistir como forma de diversão escapista. Sem esperar uma grande história de nível mais cabeça . 

Nenhum comentário:

Postar um comentário