quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

CRÍTICA AO FILME TUDO BEM NO NATAL QUE VEM( NETFLIX, 2020)

 

FILME NATALINO BRASILEIRO

 


 

Nesta época  de festas natalinas como  é  dezembro, é comum a gente se deparar com muitas produções cinematográficas que abordam sobre a temática do natal, a maioria é logicamente de filmes americanos como duas que posso mencionar que conferi recentemente na Netflix que eu já tinha visto antes como O Grinch e O Expresso Polar que irei descrever minhas críticas e impressões ao dar uma revisitada em outro texto. Mas dificilmente teria um uma produção brasileira que abordasse esta temática até que nos deparamos com o filme original da Netflix que é Tudo bem no Natal que Vem(Brasil,2020).






Sobre Tudo bem no Natal que Vem,  trata-se de um filme brasileiro com temática natalina estrelada por Leandro Hassum que no filme protagoniza Jorge. Um cara que fica incomodado toda vez que chega o natal. Porque como ele faz justamente aniversário no dia do Natal. Ele fica se sentindo uma pessoa sem brilho por ter de concorrer com uma data onde todo mundo  festeja o nascimento do Menino Jesus. É então que  durante  o festejo natalino de 2010 em sua casa, onde  ele de repente recebe uma surpreendente revelação do avô de sua mulher Laura(Elisa Pinheiro) um velho que há tempos não fala e não desgruda o olho da TV chamado de Vô Nhanhão(Levi Ferreira) de que é para ele aproveitar o Natal, que horas depois  ocorre  um acidente, uma queda que Jorge sofre ao cair do telhado de sua mansão ao brincar sem muito ânimo e forçadamente  de Papai Noel para sua família que faz  ele sempre amanhecer na manhã do Natal do ano seguinte tendo se esquecido completamente do que ocorreu em sua vida ao longo do restante dos meses anteriores como se fosse uma maldição. Sofrendo uma amnésia. Este ciclo vicioso vai ocorrendo até momento que ele chegando a sua velhice e vendo seus filhos crescendo e descobrindo que alguns parentes já não estão mais presentes que ele vai se auto descobrir para tentar sair daquilo e procurar ter sua jornada de redenção. Com direção de Rodrigo Santucci, que já é um diretor com bastante familiaridade com o estilo de humor e maneirismo  de interpretação do  Leandro Hassum, alguns filmes de sucesso estrelado pelo ator foram dirigidos por ele, que tem no currículos as franquias cômicas  de sucesso como  Até que a sorte nos separe (2012-2015) e O Candidato Honesto (2014-2018) nessa produção nacional, o diretor teve  o  grande desafio de trazer uma temática natalina foi algo bastante ousado, visto que nunca um filme no Brasil explorou como costumar fazer os americanos por exemplo nessa época,  tirando o exemplo  do curta animado A Estrelinha Mágica (Brasil, 1988) que compõe a fase clássica das animações da  Turma da Mônica lançados nos anos 1980, nosso cinema nunca teve essa tradição de fazer filmes com temáticas natalinas como os americanos fazem. 





O que costumava ser frequente nessa época  são os programas especiais na grade de  TV Aberta. A produção do filme trabalhou bem no roteiro essa temática com toques bem caracteristicamente brasileiros ao imprimir muito da estética cômica popularesca, principalmente no texto cheio de piadas não muito sutis, completamente deselegantes com tipos representando os estereótipos dos malandros,  do aproveitadores, com toques de humor pastelão, como o Luiz Claudio(Rodrigo Fagundes)cunhado de Jorge sempre lhe  pedindo um empréstimo para algum negócio escuso dele  ou mesmo a Márcia(Danielle Winits) amante de Jorge, com aquele estereótipo de mulher dissimulada, bem periguete ao mesmo tempo que apresenta   muito   acerto no timming dramático, principalmente no momento em que ele se depara com uma perda familiar importante vítima de uma doença que   a medida que o tempo vai passando sem ele perceber ao longo dos dez anos no ciclo vicioso de   ficar acordando sempre no dia do natal do ano seguinte.





 Do mesmo modo  como o design de produção representou bem isso, principalmente no caprichado trabalho dos figurinos e cortes de cabelos bregas dos personagens, principalmente no comecinho e que vai mudando ao longo da passagem de tempo,  a cenografia e fotografia interna da mansão de Jorge apresentar muitos toques kitsch em seus jogos de luzes que aos poucos vai ganhando contornos mais modernos, clean e futuristas. Detalhes estes que diferenciam bastante dos padrões Hollywoodianos, em especial nas cenas externas que mostram Jorge enfrentando um transito caótico do Rio de Janeiro para fazer as compras de última hora para celebrar o Natal  com a panorâmica da praia com a fotografia em paletas de cores   solares. Bem característico do Brasil como “País Tropical Abençoado por Deus” como descrito  na famosa  canção de Jorge Bem Jor, já que seria improvável demais a obra retratar Jorge brincando na neve com os filhos pequenos e esculpindo  bonecos  como ocorre nos filmes americanos, mesmo porque isto seria uma grande inverossimilhança com a realidade brasileira, aqui numa época quente como a alta estação do verão ser retratado brincando na neve, ainda mais por não ser compatível com a nossa geografia localizado no hemisfério sul. Diferente dos americanos, que nessa época natalina lá costuma  nevar e em seus filmes eles retratam bem  essa característica,  pelo fato de como o território americano  geograficamente fica localizado no hemisfério norte e fica próximo das calotas polares, então por esse motivo ocorrer de nevar por lá, ainda mais que esta é a época da alta estação do inverno e ser comum retratarem eles brincando na neve e esculpindo um boneco. O que me lembra como curiosidade  da época em que quando meus tios  hospedaram  durante um ano, uma jovem intercambista canadense chamada Kate entre o período  de 2003-2004, lembro dela ter contado que durante as festividades do Natal de 2003, ela estranhando o nosso  clima tropical  contava que sentia falta de brincar com a neve.   




Fora que também o filme apresentou no elenco com participações estelares de alguns rostos conhecidos de muitos que já acompanharam novelas da Rede Globo para dar aquela vitrine. Além de Leandro Hassum como protagonista há de mencionar participações de Louise Cardoso, Raul Grazolla, José Rubens Chachá, Danielle Winnits,  Daniel Filho, Elisa Pinheiro está ótima no papel da Laura,  esposa de Jorge e Rodrigo Fagundes na pele do Luiz Claudio, trabalhou o bem este timming cômico do seu papel como  o cunhado malandro e espertalhão  de Jorge que vive pedindo empréstimo para ele fazer seus negócios escusos  e tenta posar de grã-fino o chamando de My Cunhayde, dando aquele toque mais caracteristicamente  brega, cafona  do que o próprio é. Num balanço geral, é um filme interessante para quem gosta humor popularesco tipicamente brasileiro com  a temática natalina.


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