domingo, 31 de outubro de 2021
CRÍTICA DE OS NOVOS MUTANTES(2020)
terça-feira, 19 de outubro de 2021
DANÇA DAS CADEIRAS NA MARVEL: OS ADIAMENTOS PARA 2022
sexta-feira, 15 de outubro de 2021
RESENHA DO FILME MÁ EDUCAÇÃO(2019)
A
CORRUPÇÃO NO SISTEMA EDUCACIONAL
Um
dos principais pilares que o educador
tem em sua função de ensinar, principalmente ao educar os filhos dos outros, envolve ensinar valores éticos, principalmente
sobre honestidade e não construir sobre mentiras.
O
mais respeitado educador brasileiro Paulo Freire(1921-1997), definia a função
do educador na seguinte frase:
“O
Educador se eterniza em cada ser que educa.”
Já
Andrea Ramal define a função do educador como:
“O
Educador não é só expositor de conteúdos: ele desperta a paixão pelo saber e
nos faz pensar, para além da escola, nas motivações da nossa vida.”
No
meu tempo de adolescente estudante de
ensino fundamental e médio, eu ouvia muito discretamente as conversas de
diretores e de outros funcionários da sobre
a reclamação do mau comportamento dos alunos, um bando de desviantes quando
perdiam a cabeça com eles e temendo pelo futuro deles, achando que eles tenderiam
a virarem mais um dos futuros políticos
corruptos, ou mesmo como bem já ocorreu de um coordenador reclamar que político
para roubar já aprendia a fazer isso desde criança mentindo para os país.
É
são desses a quem nossos docentes, cobram ao fazerem greves pelos baixos
salários.
Mas,
porém, todavia, entretanto, e se por acaso eles não perceberem que a prática da corrupção também ocorre dentro do ambiente
deles. Principalmente nos altos cargos de tesourarias que mexem com os repasses
das verbas governamentais.
O
filme Má Educação (Bad
Education, EUA,2019) explora bem esse pior exemplo de prática da corrupção no sistema
educacional.
Baseado
em uma história real, ocorrido em 2004,
na Escola Pública do Distrito de Roslyn, em
Long Island onde o diretor-superintendente dessa instituição, Frank
Tassone(Hugh Jackman) era um cara que
ninguém jamais podia suspeitar que por trás da maneira como conseguia alavancar
a moral da escola a fazendo figurar entre as melhores escolas públicas
norte-americanas, levando inclusive as
seus alunos a ingressarem em instituições universitárias conceituadas como
Harvard e Yale, fazia roubando, desviando verbas para gastos pessoais.
Tassone
mostrava ser um sujeito bastante admirável dentro da escola, era sempre
atencioso com seus alunos e com a família deles. Participava de tudo que fosse
relacionado aos eventos escolares, sempre sendo um bom incentivador dos alunos. Sendo
que ninguém sequer suspeitava dos segredos escusos de como ele roubava as
verbas da escola e principalmente escondia uma vida dupla. Dentro da escola ao
ser perguntado de sua esposa, ele dizia que era viúvo, mas, na verdade, vivia se escondendo no armário com sua homossexualidade, pois já
era casado com um homem.
Tudo
ocorria sem gerar tanta suspeita, até o momento onde ocorre de sua aluna Rachel(Geraldine
Viswanathan), uma aspirante a jornalista que escreve para o pequeno jornal da
escola, quando vai a sua sala para pedir uma rápida declaração sobre o
ambicioso projeto dele, é que começaria a partir uma investigação que o levou para a prisão e manchou
para sempre a reputação dele.
O
filme contou com a direção de Cory Finley, que junto ao seu roteirista Mike
Makovsky, não por acaso um ex-aluno dessa instituição e que conviveu com
Tassone. Ambos optaram aqui por em vez de ao contar a história verídica pela
ótica da Rachel, a aluna da instituição começando a utilizar os seus dotes
jornalísticos e um tanto amador, inspirado na intrépida repórter Lois Lane das
histórias do Superman, para trazer aquela estética inspirada ou mesmo seguindo nos
moldes de filmes sobre instigação jornalística como Spotlight (EUA,
2015) ou mesmo The Post(EUA,2017). Onde poderia
criar uma atmosfera romantizada da profissão, principalmente envolvendo o
dilema dela se noticiava ou não.
Aqui
não, eles optaram pelo foco na desconstrução da imagem de Tassone como herói da
escola aos poucos, fazendo cair sua máscara. Principalmente quando outra gente
da instituição também fazia suas roubadas das verbas escolares junto com Tassone
como a coordenadora Pam Gluckin(Allison Janney), principalmente quando o filho
numa balada termina sendo preso em flagrante, por exemplo e como ele colocava o
seu marido como um laranja. A obra
contou em seu elenco com Hugh Jackman protagonizando
o Tassone, que segurou muito bem o filme
com sua ótima interpretação em todas as camadas de Tassone, o eterno Wolverine
do cinema, desempenhou aqui o brilhantemente papel do diretor que mostrava ser bem
intencionado pela educação, mas diante de tanta mentira que ele construiu,
principalmente na maneira como ele até mesmo acreditava nas próprias, especialmente
na sua vida tripla, de esconder da escola que era gay, já muito bem casado com
um homem e mantém isso quando se envolve com seu ex-aluno. A comunidade LGBTQIA+,
com certeza se revoltaria com o tipo de representação banal que o filme criou a
respeito da representatividade homoafetiva com tanto desrespeito e ataques
homofóbicos que existem. Porém, temos de levar em conta que é um pouco difícil ter
pena do cara que enganava todo mundo a sua volta, até mesmo o próprio marido. Foi
muita canalhice o que ele fez. Allison Janney defendeu bem o papel da coordenadora
Pam Gluckin, principalmente em sua subtrama mostrando que ela também teve uma
participação na roubalheira da escola. E Geraldine Viswathan como a Rachel, a jovem
estudante da instituição, aspirante a jornalista cuja matéria que publicou com
toda essa denúncia foi que manchou a reputação de Tassone na escola, defendeu
bem o papel apesar de sua subtrama ter sido a mais fraca, bem poderia ter um
destaque a mais numa pegada de instigação jornalística, mas como tanto o diretor
e o roteirista optaram por essa visão, fica compreensivo.
Ao
caro leitor que for da área da educação, tipo um professor ou mesmo pedagogo, ou
trabalha num cargo de coordenação pedagógica de alguma escola pública ou
particular, eu não recomendo assistir
esse filme, se quiser assistir mesmo assim, que o veja com a cabeça aberta. Porque ele pode ser bastante
depressivo para você dependendo logicamente do seu estado de espirito, mostrando como até
mesmo dentro do ambiente de ensino, não está imune de haver corrupção e esse
ciclo vicioso não se acaba. Ainda mais que a trama foi baseada num fato verídico.
Triste. Não.
Quem
tiver um aparelho de SMARTV, como eu tenho é só procurar lá no catálogo de
filmes que tem disponível e foi onde vi esse filme. Não confundir o título dessa
obra em português com Má Educação (La
Mala Educación, Espanha, 2004), obra do espanhol Pedro Almodóvar.
quarta-feira, 13 de outubro de 2021
OS 10 ATORES DE FILMES DE SUPER HERÓIS EM FILMES DE 007
terça-feira, 5 de outubro de 2021
ESPECIAL 007: O JAMES BOND DO SÉCULO 21:DANIEL CRAIG.
O JAMES BOND DO SÉCULO 21:DANIEL CRAIG.
Aproveitando
que 007 Sem tempo para morrer já estreou nos cinemas após longos adiamentos causados
pela pandemia, marcando a despedida de Daniel Craig do papel de James
Bond após 15 anos no papel, vamos relembrar aqui analisando por ordem
cronológica os quatros filmes da franquia em que ele representou o famoso e
charmoso agente com licença para matar. Do mesmo critério, sem eleger do melhor
ao pior ou de minha preferência pessoal.
007-CASSINO
ROYALE(2006)
No primeiro da série 007 que Craig estrelou como James Bond que foi em 007- Cassino Royale(Casino Royale, Reino Unido, EUA, Alemanha, Itália, República Tcheca, 2006) o 21º da franquia 007 que contou novamente com a direção de Martim Campbell, que também já havia dirigido 007 Contra Goldeneye(1995).
Curiosamente foi o primeiro protagonizado por Pierce Brosnan. Este primeiro filme estrelado por Craig marcou um reinicio para franquia a 007, ainda mais por escolherem adaptar o primeiro livro da série publicado por Ian Fleming(1908-1964) em 1953. A Eon Productions não havia conseguido adaptar o primeiro livro, porque Fleming havia vendido para outra produtora que fez uma adaptação esquecida para o cinema lançada em 1967 num filme em tom de comédia satírica, com uma narrativa não muito coesa, visto a consequência do caos nos bastidores com um roteiro que passou por diferentes mãos e diferentes diretores dirigiram a obra a ponto de não conseguir qual tom seguiria, o que desagradou na época a crítica especializada mesmo contando com um elenco de peso como Peter Sellers(1925-1980), Orson Welles(1915-1985), Woody Allen ou mesmo Ursula Andress, a bond girl do primeiro filme da série 007: O Satânico Dr.No (Dr.No, Reino Unido, 1962). O que fez a obra cair no ostracismo na posteridade. Sorte é que décadas depois, a EON conseguiu obter o direito de adaptação de Cassino Royale e o levou para as telonas.
No
enredo de Cassino Royale, “ James Bond está em uma missão que, se for completada com sucesso,
vai o qualificar para ser um agente 00. Ele vai para Praga e
mata um chefe de seção do MI6, Dryden, que vazou uma informação
confidencial, e seu aliado, Fisher. Em outro lugar, um homem chamado apenas de
Sr. White serve como intermediário apresentando o banqueiro Le Chiffre a um grupo terrorista que procura um paraíso fiscal
para guardar seu dinheiro. Le Chiffre garante que não há riscos para o
dinheiro, porém seus investimentos envolvem um risco considerável: ele vende a
descoberto ações em companhias de
sucesso e depois cria um ataque terrorista para afundar os preços das ações.”
Craig que na época que representou a primeira
vez 007 nesse filme estava com 37 anos, ele se mostrou uma boa escolha para o
papel, mesmo apresentando um rosto sem expressão. Muito carrancudo, ainda assim
ele conseguiu imprimir ao personagem uma característica mais realista de um James
Bond mais humano, nem sempre infalível, que sofria, mais dramático e menos
escapista como estávamos acostumados ao longo das quatro décadas de franquia. Muito
disso, graças ao roteiro que procurou fugir de algumas convenções já
estabelecidas pela franquia clássica, aqui nesse primeiro filme onde Craig
representou James Bond ele não tendo um momento picante com a donzela que ele
protegeu após derrotar o seu alvo, isto já havia ocorrido antes em 007-A
Serviço Secreto de Sua Majestade(Her´s Majestic Secret Service, Reino
Unido, 1969), o único da série estrelado por George Lazenby como 007, onde ele
terminou o filme se casando com a Tracy(Diana Rigg), mas que foi assassinada depois
pela Spectre.
Do elenco de Cassino Royale, começo destacando a presença de Judi Denchi, a única
remanescente da Era Pierce Brosnan, já que não tivemos nesse, nem no seguinte
as presenças do Q. e da Moneypenny, que só retornariam na pele de outros atores
apenas em 007-Operação Skyfall(2012). O dinamarquês Mads Mikelsen foi o responsável
por representar um dos vilões do filme, Le Chiffre, com uma cara apática e uma
cicatriz no olho direito que mostra o nível de frieza e psicopatia dele. Ivana Miličević
como a Valenka, a noiva e capanga do Le Chiffre. A francesa Eva Green que ficou
encarregada de fazer Vesper Lynd, a bond girl que acompanha James Bond no
perigo e perde a vida. Jeffrey Wright foi a representação de Felix Leiter, o
primeiro ator preto no célebre papel do agente americano colaborador de James
Bond e presença recorrente da série. Giancarlo Giannini como o René Mathis, o
contato de James Bond em Montenegro, Jesper Christensen como o Mr. White, o
cara que trabalha organização Quantrum, uma deixa para o próximo filme dessa
Era Craig dentre outros.
O filme teve a produção musical assinada por
David Arnold, com a canção de abertura You Know My Name cantada por
Chris Cornell(1964-2017), cuja abertura se diferenciava por não ter tanta
mulher nua fazendo coreografia, mas, Bond atirando em cartas de baralho, bem
para remeter a temática do filme. Numa pegada bastante elétrica e cheia de
adrenalina como é a franquia 007.
007-QUANTUM
OF SOLACE(2008)
No
segundo da série 007 que Craig estrelou
como James Bond que foi em 007-Quantum Of Solace( Reino Unido,
EUA, 2008) o 22º da franquia 007 que contou com a direção de Marc Foster.
“Neste
filme, sequência direta de Casino Royale, Bond luta contra o rico empresário
Dominic Greene, membro da organização Quantum que finge ser um ambientalista
mas planeja armar um golpe militar na Bolívia para assumir o controle das
reservas de água do país. Procurando vingar-se pela morte de Vesper Lynd, Bond
recebe ajuda de Camille Montes, que também procura vingança.”
Depois
de um bom começo para Craig em Cassino Royale, veio um atropelo
com Quantum of Solace, uma verdadeira salada mista de ideias boas
que na hora de serem executadas tiveram seus problemas.
O
seu elenco contou com as participações da
ucraniana Olga Kurylenko como a
bond girl Camille Montes, agente do Governo Boliviano que se une para
combater o vilão da história o General Medrano, personagem que foi muito bem
representado no filme pelo mexicano Joaquin Cosio, um sujeito que não mede
esforços para seus planos ambiciosos, como a de promover um Golpe de Estado na
Bolívia. Camille tem motivos até pessoais de acabar com ele, isso porque ele
foi responsável por executar sua família quando ela era muito criança.
Outros
também nomes importantes do elenco a serem mencionados são o francês Mathieu
Amalric que representou o Dominic Greene, o representante da Quantrum e aliado
do General Medrano. Gemma Arteton como a Agente Felds que é morta por Medrano
com corpo todo pintado de petróleo fazendo referência Jill Matherson morta
pintada de ouro no filme Goldfinger(1964).
Dentre outros.
O
filme contou de novo com a produção musical de David Arnold, com a música de
abertura Another Day To Die cantada em dueto pelos cantores
Alicia Keys e Jack White.
007-OPERAÇÃO
SKYFALL(2012)
No
terceiro filme da série 007 que Craig estrelou como James Bond que foi em 007-Operação
Skyfalll(Skyfall, Reino Unido, EUA,
2012) o 23º da franquia 007 que contou com a direção de Sam Mendes.
“O
filme é uma sequência de Casino Royale e 007 - Quantum of Solace une a franquia antiga com a nova. O filme se
centra na investigação de Bond de um ataque realizado contra o MI6; o ataque é
parte do plano de Raoul Silva, ex-agente do MI6, para humilhar, desacreditar e
matar M como vingança por ela tê-lo abandonado. Skyfall tem a volta de dois
personagens recorrentes da série após dois filmes: Q, interpretado por Ben Whishaw
e Eve Moneypenny, interpretada por Naomie Harris. Neste filme temos a última
aparição de Judi Dench como M, papel que ela interpretou nos seis filmes
anteriores.”
Depois
de umas derrapadas em Quantum Of Solace, Daniel Craig fez um bom
trabalho nesse filme. Mostrou de alguma forma ou de outra soube como acertar
nas cenas de ação, nas cenas tensas e também com uma certa pitada de diálogos
cômicos. Muito disso se deve a forma como o direcionamento de Sam Mendes e o
próprio roteiro ajudaram bem o filme a se superar e fugir um pouco da suas
convenções naquele ano em que a série 007 estava completando 50 anos.
O
seu elenco contou com Javier Badem como Raoul Silva, cujo nome verdadeiro era
Thiago Rodriguez, o ex-agente do MI6, que virou um perigoso terrorista-cibernético.
Albert Finney(1936-2019) como Kincade, o zelador da Skyfall, fazenda que conta
a história do passado de James Bond. Ben Winshaw que foi o responsável por
promover o retorno do Q. que durante muito tempo foi papel de Desmond Llewelyn(1914-1999),
durante Eras de Sean Connery(1930-2020), Roger Moore(1927-2017), Timonthy
Dalton e Pierce Brosnan. Naomie Harris
representando a Moneypenny que foi apresentada de maneira diferente, primeiro
em combate e depois como secretária, papel que durante muito foi Lois Maxwell(1927-2007)nas
Eras de Sean Connery e Roger Moore. Depois de Caroline Billis nos filmes estrelados
por Dalton e Samantha Bond nos filmes estrelados por Brosnan. A francesa
Berénice Marlohe como a Séverine, a bond girl que foi ex-amante de Silva. Ralph
Fiennes como o Garreth Malory, o Chefe do Comitê de Segurança do Reino Unido. Que
vai assumir a função de ser o novo Chefe M. no final. Onde inclusive aqui
tivemos uma despedida digna a atriz Judi Dench no papel. A única remanescente
da Era Pierce Brosnan, teve aqui uma despedida a altura, onde aqui ao contrário
de seus antecessores no papel que foram: Bernard Lee(1908-1981) e Robert Brow(1921-2003).
Onde o primeiro que representou o papel
pela última vez em 007 Contra o Foguete da Morte(Moonraker,Reino
Unido,1979), ia participar de 007-Somente Para Seus Olhos(For
Your Eyes Only, Reino Unido, 1981), quando veio a óbito antes de gravar o filme,
o que resultou de por respeito a sua memória, M. ficou ausente do filme. E quando
Robert Brown o sucedeu em 007 Contra Octopussy(Octopussy, Reino
Unido, 1983) e ficou até a última vez em 007-Permissão para a Morte(Licence
to kill, Reino Unido, 1989), nesse em que ele participou foi quando a EON
Productions enfrentou um período complicado, um furacão quando a MGM decretou falência
e entrou na década de 1990 enfrentou uma longa e intensa batalha judicial sob a
franquia 007, o que levou ao longo de seis anos sem produção inédita até o
lançamento de 007 Contra Goldeneye(Goldeneye, Reino Unido, EUA,
1995) com toda a reformulação do elenco onde a partir desse primeiro filme
estrelado por Brosnan foi que Judi Denchi assumiu o papel da M. E a maneira
como foi feita a sua despedida da série foi mesmo honrosa, principalmente na maneira
onde ao contrário dos filmes anteriores da série onde ele imprimiu um ar de imponência, aqui não, ele ficou sob a mira da
ameaça do Silva até ser morta por ele. Dentre outra participações que estiveram
no filme.
O filme contou com a produção de Thomas Newman que teve Adele cantando na abertura, cuja performance foi capaz de fazer um feito inédito para a longa história da série 007 que pela primeira vez foi premiado com um Oscar. Isso ocorreu na edição do Oscar de 2013 na categoria de Melhor Canção Original com a Categoria de Melhor Edição de Som.
007
CONTRA SPECTRE(2015)
No
quarto e penúltimo filme da série 007 que Craig estrelou como James Bond que foi em 007
Contra Spectre(Spectre, Reino
Unido, EUA, 2015) o 24º da franquia 007
que
contou com a direção novamente de Sam Mendes.
“Após impedir
um atentado terrorista na Cidade do México, James Bond (Daniel Craig) é afastado do
serviço por M (Ralph Fiennes) e desobedece
ordens para descobrir mais sobre um assassino que encontrou no México. Enquanto M enfrenta forças
políticas para manter o serviço secreto vivo, Bond descobre que o matador
era empregado de uma organização criminosa, mais tarde revelada como SPECTRE, a qual Bond já
tinha enfrentado nos filmes antigos, que tinha entre seus membros todos os
vilões dos primeiros filmes de 007. Mais
tarde é revelado que Le Chiffre, Dominic Greene e Raoul Silva também fazem
parte dessa organização.
Neste filme os eventos de Casino Royale (2006), 007 - Quantum of Solace e Skyfall são
alinhavados e encaixados num quebra-cabeças que por trás estava o tempo todo
a SPECTRE arquitetando
os planos e sendo derrotados por James Bond.”
Posso descrever que Craig neste filme me causou bastante impacto e surpresa, apesar de não esperar
tanta coisa inovadora e por questões
óbvias, posso descrever que ele
basicamente reapresentou ao público algumas características da essência dele
que ficaram um pouco apagados desde Cassino Royale. Ele demonstrava que ainda estava com muito
fôlego para encarar muita porradaria e muita adrenalina, mesmo já sentindo o
peso da idade.
Carregado
de umas eletrizantes sequencias de ação
e perseguição de tirar o fôlego. Carregado também de muitas licenças poéticas, porque tipo mesmo o clássico agente britânico não
sendo essencialmente nenhum super-herói com poderes sobre humanos, ainda assim
aquelas sequencias arriscadas de
explosões, prédios caindo, tumultos e Bond brigando em um helicóptero
desgovernado entre outros fatores e ele conseguir se safar e sobreviver sem
nenhum arranhão são as coisas mais improváveis de acontecer na realidade, mesmo
para quem trabalhe no ramo arriscado da espionagem. Tudo isto para ir atrás do
seu principal alvo que é um representante da Spectre.
Do
elenco presente nesse filme estão a francesa Lea Seydoux como a Dra. Madeline
Swan, filha do Mr. White, que tem um envolvimento amoroso com Bond. Christoph
Waltz como Blofeld, um personagem na história da série, retornando neste filme.
A bela italiana Monica Bellucci como a
Lúcia Sciarra, a viúva do mafioso italiano Marco Sciarra, que Bond estava
perseguindo no México no começo da História que era membro da SPECTRE, e a quem
Bond vai atrás dela na Itália no momento em que ela estava no cemitério,
enterrando o marido que vai seduzi-la para ir atrás de informações. Dave Bautista,
já na época famoso por protagonizar o Drax em Guardiões da Galáxia (Guardians
of Galaxy, EUA, 2014), representou no filme o papel do Mr.Hinx, capanga da
Spectre, num estereotipo bem idêntico ao de outros célebres que já tiveram na
série, um sujeito alto, forte e com cara de mal-encarado. Dentre outros.
Novamente
o filme teve a produção musical de
Thomas Newman, com a canção de abertura Writing´s
on the Wall, cantada por Sam Smith que foi premiado novamente premiado
nas categoria de Melhor Canção Original na edição do Oscar de 2016.
E
por aqui encerro, as postagens de análises dedicadas a franquia. Como acho
muito difícil ir assistir ao mais recente da série 007, Sem Tempo Para
Morrer na tela do cinema, ainda
pelo medo do coronavírus, marcando a despedida de Daniel Craig no papel, vou deixar
de fora a resenha de filme. Quem eu o incluía nas postagens do ano que vem
dedicado aos 60 anos da série 007.
sábado, 2 de outubro de 2021
ESPECIAL 007: O JAMES BOND PÓS-GUERRA FRIA COM PIERCE BROSNAN
O
JAMES BOND PÓS-GUERRA FRIA
COM
PIERCE BROSNAN
Os meados da década de 1990, a EON, produtora que detém a propriedade de adaptação de 007 desde os anos 1960, teria um forte desafio em tentar trazer James Bond para um novo público agora que não existia mais o clima da Guerra Fria, principalmente depois que o Muro de Berlim caiu em 1989 e a União Soviética foi dissolvida como nação em 1991 voltando a virar apenas Rússia.
E
para isso, seria preciso uma nova cara para despertar o interesse de um público
novo, principalmente da geração que estava testemunhando o fim do século 20 e
vivendo a perspectiva da chegada do século 21, ou seja, a virada do milênio, sonhando com uma vida moderna, principalmente com
o começo e o advento da popularização da
internet. E a escolha de Pierce Brosnan
como novo 007 dessa nova geração simbolizava bem esse desafio.
Do
mesmo modo, como eu já havia dedicado anteriormente com as postagens de outros atores que protagonizaram 007, aqui
analisarei os quatro filmes protagonizados por Brosnan seguindo a ordem
cronológica dos lançamentos de cada título, sem logicamente seguir algum critério de pior ao melhor, ou mesmo da minha preferência pessoal.
007
CONTRA GOLDENEYE(1995)
No
primeiro filme da série 007 que Brosnan estrelou
como James Bond que foi em 007 Contra GoldenEye(GoldenEye Reino
Unido, EUA, 1995) que foi o 17º
da franquia 007 e contou com a direção
de Martin Campbell.
O
enredo começava mostrando uma missão ocorrida “em 1986, onde os agentes do MI6 James Bond, como 007 (Pierce
Brosnan) e o agente Alec Trevelyan como 006 (Sean Bean), se infiltraram em uma
fábrica soviética de armas químicas com a intenção de destrui-la. Trevelyan é
morto pelo Coronel Ourumov (Gottfried John), porém Bond rouba um avião e
consegue fugir antes da fábrica explodir. Nove anos depois, em 1995, Bond chega
em Monte Carlo, Mônaco, para seguir Xenia Onatopp (Famke Janssen), suspeita de
fazer parte da organização criminal de Janus. Ela mata um almirante da Marinha
Real do Canadá, esmagando suas costelas com suas coxas durante a relação
sexual, deixando que Ourumov (agora General) roube a identidade do almirante.
No dia seguinte os dois roubam um helicóptero Eurocopter Tiger, que consegue
suportar um pulso eletromagnético. Eles viajam até um forte militar em
Severnaya, Rússia, onde matam a equipe e roubam os controles das armas
espaciais GoldenEye. Eles programam um dos satélites para destruir o complexo
com um pulso eletromagnético, escapando junto com o programador Boris Grishenko
(Alan Cumming). Natalya Simonova (Izabella Scorupco), a única sobrevivente,
contacta Grishenko em São Petesburgo, porém ele a entrega para Janus, sendo um
dos traidores.”
Goldeneye marcou
o retorno da franquia 007 após um
longo hiato de seis anos sem uma
nova produção da série durante o começo da primeira metade da década de 1990,
muito disso se deve em consequência das disputas judiciais que a EON Productions enfrentou nos tribunais para
conseguir permanecer com o direito exclusivo de propriedade intelectual de
adaptação oficial sobre a série 007, principalmente
porque a MGM uma das parceiras da EON havia decretado falência no final dos anos 1980, resultando
assim na renúncia de Timothy Dalton do papel e ele sendo substituído por Pierce
Brosnan como protagonista e marcou o último que ela contou com Albert R.Broccoli
no comando da série como
produtor-executivo, ele veio a óbito no
ano seguinte.
Um
fato curioso sobre o irlandês Pierce Brosnan, o escolhido para ser
o James Bond nessa nova era 007, é que ele foi casado com a atriz Cassandra
Harris(1948-1991), que representou a bond girl Condessa Lisi Von Shiafi em 007-Somente
Para Seus Olhos (For Your Eyes Only, Reino Unido, 1981). Brosnan quase
chegou a ser cogitado a ser o novo 007 para substituir Roger Moore(1927-2017)
para viver James Bond em 007-Marcado Para a Morte(1987). Terminou
que quem foi escolhido foi Timonty Dalton. Cassandra Harris não chegou a
prestigiar Brosnan na pele de James Bond, pois ela havia falecido em 1991 com 43 anos. Brosnan era
cinco anos mais novo que Cassandra, cujo causa do seu falecimento foi de um câncer no ovário. O mesmo mal que também
levaria a obtido posteriormente a filha do casal Charlote em 2013.
Brosnan realmente mostrou que era a cara nova certa para atrair a renovação de público para a série 007 naquele momento para a geração dos anos 1990, mais entretida com as inovações tecnológicas e não muito interessada em seus conceitos já bastante antiquados de enfrentar a ameaça de uma grande nação do mal, com seu charme galanteador característico que ajudou a compor e a imprimir a essência do James Bond e sabendo mostrar que tinha mais energia para encarar coreografia de luta, mesmo ainda estando meio cru quanto ao tom. Nesse novo upgrade que foi dado a série. Pode-se dizer que após três décadas e chegando ao número de 17 filmes produzidos em sequência da série, o 007 da década de 1990 da Era Pierce Brosnan já não era mais o mesmo de antes quando foi feito para o público dos anos 1960 durante a Era Sean Connery cuja essência se contextualizava naquele momento de Guerra Fria. A única coisa que fazia remeter aos filmes desse período foi a presença em cena do ator Desmond Llewelyn(1914-1999), que foi mantido representando o personagem Q., o responsável por criar e desenvolver as tralhas tecnológicas usadas por Bond para enfrentar perigos e manobras absurdas. O ator estava no papel desde de Moscou Contra 007(From Russia With Love, Reino Unido, 1963), o segundo filme da série.
E pode-se dizer literalmente que ele representou mesmo
nesse e também nos dois filmes seguintes da série estrelada por Brosnan como o
último resquício que remetia aos filmes clássicos da série dos anos 1960
protagonizados pelo Sean
Connery(1930-2020). Já que ao longo das
três décadas ininterruptas que os filmes da série 007 foram lançados, muitas
mudanças haviam ocorrido na EON Productions onde boa parte da antiga
equipe de roteiristas responsáveis pelas
adaptações dos textos de Ian Fleming(1908-1964) dos primeiros filmes para as
telonas já estavam aposentadas ou mesmo já haviam falecidos, do mesmo modo como já estavam aposentados ou falecidos as equipes técnicas de dublês, direção de fotografia,
cenografia e maquiagem, o maestro John Barry(1933-2011) que acompanhou a
produção musical da série desde o princípio também já estava aposentado, fora
também o fato de que a franquia há muito tempo não contava mais com a colaboração de Harry Saltzman(1915-1994)
como sócio de Broccoli na EON Productions, que faziam vinte anos que eles
haviam rompido a sociedade após lançarem 007 Contra o Homem com a Pistola
de Ouro(1974), o segundo da série protagonizado por Roger
Moore(1927-2017), após tretarem bastante
envolvendo as diferenças criativas sobre os novos rumos da série 007, Saltzman
inclusive havia falecido no ano anterior ao lançamento de Goldeneye
em 28 de setembro de 1994. E tirando isso também tinha a participação de Albert
R. Broccoli que trabalhou como produtor da série, mesmo na época já enfrentando
problemas por causa da saúde já bastante
frágil, ainda mais pelo peso da idade
com 85 anos estando bastante idoso.
O
texto do próprio filme, tira sarro dele
mesmo em alguns momentos sobre o quão
antiquado ele estava ficando em encarar
a ameaça de uma organização russa, logo após o fim da URSS e o fim da ameaça
comunista.
Do elenco que participou desse filme merecem menções os nomes de Sean Bean, famoso pela primeira franquia de O Senhor dos Anéis (2001-2003) representando o Alec Trevelyan o companheiro de Bond, Agente 006 que se fez passar por morto, e depois para se vingar de Bond e chefiar a organização Janus. Judi Denchi como a primeira mulher a representar o papel de M. que antes tinha sido de Bernard Lee(1908-1981) e Robert Brown(1921-2003). Samantha Bond foi quem assumiu nesse filme e durante a Era Brosnan o papel da secretária do MI6 Moneypenny, que sempre tentava seduzir James Bond em vão que anteriormente havia sido de Lois Maxwell(1927-2007) durante as Eras Sean Connery e Roger Moore e de Caroline Bliss nos dois filmes estrelados por Timonty Dalton. Joe Don Baker, o mesmo ator que representou o excêntrico vilão militar Brad Whitaker em 007-Marcado para a Morte (1987) que tinha uma obsessão por colecionar tudo relacionado a guerra.
Representou
nesse filme o papel do Jack Wade, um
excêntrico agente da CIA, que colabora com Bond. A polonesa Izabela Scoporuco
que representou no filme a programadora
de computadores russa Natalya Simonova, a única sobrevivente da explosão
provocada pela Janus em seu laboratório na Sibéria, é quem será a bond girl
paixonite final de Bond no filme e a que ele irá proteger da grande ameaça. Outra
atriz bond girl presente no filme foi a
holandesa Famke Janssen, mais conhecida na posteridade por viver a heroína Jean Grey na trilogia clássica dos X-Men
da Fox lançada durante os anos 2000. Nesse filme representou a Xenia
Onatopp, a espiã da Janus, que representa bem aquele estereótipo sexista da mulher russa femme fatale. Principalmente
quando tenta seduzir Bond para o perigo. Robie Coltrane que posteriormente
ficaria famoso entre o público infanto-juvenil por representar o gigante bruxo
Rubéo Hagrid na série de filmes de Harry Potter lançados entre os
anos de 2001-2011, nesse filme, ele representou
o papel de Valentin Zukovsky, o ex-agente da KGB, que virou um mafioso e a quem
Bond tem como seu informante. Alan Cumming que representou o excêntrico
programador de computador russo Boris Grishenko, que trabalhava com Natalya
Simonova no começo da história. Mas que
se bandeou para o lado da Janus. Representando o personagem com um ar de alivio
cômico um tanto forçado,
principalmente num estereotipo muito
patético de nerd com óculos agindo meio abobalhado
e meio afetado. A cantora Minnie Drive,
que fez uma participação como a Irina, cantora da boate de Valentin e também
sua amante. E o alemão Gottfried
John(1942-2014) na pele do Coronel Ourumov, outra importante figura de comando da Janus dentre outras
participações.
Quem
ficou encarregado da parte musical do
filme foi o francês Éric Serra, que também contou com a colaboração do Bono
Vox, vocalista da célebre banda irlandesa U2. Com a abertura sendo cantada por
Tina Turner.
007
O AMANHÃ NUNCA MORRE(1997)
No
segundo filme da série 007 que Brosnan estrelou
como James Bond que foi em 007-O Amanhã Nunca Morre(Tomorrow
Never Dies, Reino Unido, EUA, 1997) o 18º da franquia 007 que contou com a
direção de Roger Spoottiswoode marcou um
novo ciclo para a série, onde a franquia passa a ser comandada pelos herdeiros
de Brocolli, no caso Michael G. Wilson, seu enteado e sua filha Bárbara Brocolli, nesta obra lançada um
ano após Brocolli falecer vítima de um ataque cardíaco no dia 27 de Junho de
1996, na época já bastante idoso com 87
anos o que já lhe dava sinais de uma saúde muito frágil. Ele ainda chegou a
acompanhar a fase de pré-produção do filme, inclusive nos créditos finais eles
prestam uma homenagem à memória de Broccoli com um pequeno texto. E com o
falecimento dele, pode-se dizer que a série 007 protagonizada por Brosnan
durante o final da década de 1990 foi deixando de ter as características que
remetiam aos filmes clássicos da série dos anos 1960. O único resquício que
remetia a Era Sean Connery era a
presença do ator Desmond LIewelyn como o
excêntrico Q. a mente por trás das
tralhas tecnológicas usadas por Bond em combate.
No
enredo de O Amanhã Nunca Morre “Bond, com a ajuda da agente
especial chinesa Wai Lin, descobre que o magnata da mídia, Elliot Carver,
manipula as notícias com seu império das comunicações jogando potências
internacionais umas contra as outras para formar a Terceira Guerra Mundial. O
filme faturou 333 milhões de dólares mundialmente.”
No elenco da obra, tivemos as participações da malaia Michele Yeoh como a espiã chinesa Wai Lin e uma das bond girls, que acompanha Bond em sua operação para desmascarar o magnata da comunicação Elliot Carver num estereotipo bastante sexista sobre as orientais. Jonathan Price representando o milionário magnata megalomaníaco e egocêntrico da comunicação Elliot Carver e com suas ganancias e ambições sem limites para fazer lavagem cerebral no povo, manipulando as informações. Teri Hatcher, a famosa estrela da TV na época, havia terminado de fazer a intrépida repórter Lois Lane na popular série de TV Lois & Clark-As Novas Aventuras do Superman (1993-1997) e no filme representou a Paris Carver, a esposa do antagonista Eliot Carver que tem um rolo com James Bond e chega a protagonizar um dos momentos mais picantes que já teve na série 007. E é morta depois.
A holandesa Daphne Deckers que representou a bond girl Lady,
assessora de imprensa de Elliot Carver, que apesar aparecer pouco e não ter
tanta relevância para a história, nem chega a colaborar na missão de Bond e nem
sequer protagonizou uns momentos picantes com eles, porém, pelo menos ela ganhou popularidade ao
estrelar e fazer o ensaio sensual para a
capa da famosa revista masculina Playboy na edição americana de Fevereiro de
1998.
Também mencionar as participações de Rick Jay(1946-2018) como o Henry Grupta, capanga de Carver e um tecno-terrorista. Vicent Schiavelli(1948-2005) representando o Dr. Kaufman, o sujeito que tenta matar James Bond. O alemão Götz Otto representando o Stamper, o capanga de Carver com aquele estereotipo típico de sujeito alto, de corpo atlético e ar de mal-encarado.
Também destacar a participação de Colin Salmon, que representou o
Charles Robinson, o integrante do MI6, faz um trabalho de assessoria para a Chefe
M.(Judi Denchi) este personagem não existia nos livros de Fleming, foi fruto de
uma licença poética da produção, ele também foi presença nos dois filmes
seguintes da série estrelados por Pierce Brosnan.
Destaque
para a música de abertura cantada pela Sherly Crow, que conseguiu dá uma
sensação que remete a mesma que a sensação
de emoção, mesclada com adrenalina, romance e muita dose de momentos
picantes.
Posso
concluir que o desempenho de Brosnan neste filme da série 007 até que melhorou muito em relação ao
primeiro, mesmo diante de um enredo
fraco e pouco inspirado.
007-O
MUNDO NÃO É O BASTANTE(1999)
No
terceiro e penúltimo filme da série 007 que Brosnan estrelou como James Bond que foi em 007-O
Mundo Não é o Bastante( The World is Not Enough, Reino Unido, 1999) o 19º
da franquia 007 que contou com a direção de Michael Apted(1941-2021).
“O
enredo do filme gira em torno do assassinato do bilionário Sir Robert King pelo
terrorista Renard. Bond é enviado para a Turquia com a missão de proteger a
filha de King, Elektra. Em sua missão, Bond desvenda um esquema de
supervalorização do petróleo, desencadeando uma fusão nuclear nas águas de
Istambul.”
Brosnan
já conseguiu entregar e estar bem mais à vontade ao desempenhar a essência personagem neste filme, ainda que a construção
do seu enredo também não demonstrasse muita
inspiração.
Fato
curioso é que na data que essa obra foi
lançada, ou seja, em 1999, mesmo ano em
que a humanidade estava testemunhando a virada do milênio. Lembro bem de quando
eu era bem um adolescente de apenas 14 anos, e o clima euforia pela chegada do
novo milênio, ao mesmo tempo que havia todo o clima conspiratório em torno do
Bug do Milênio causar um clima apocalíptico, que o filme inclusive faz até
menção a isso bem no final. Enfim, confesso que duvido muito que 007-O Mundo Não É o Bastante possa
figurar na lista dos melhores filmes de 1999 dentre os mais marcantes e memoráveis a nível de obras como: De Olhos Bem Fechados, o filme
póstumo de Stanley Kubrick(1928-1999), Matrix, Beleza Americana, O Sexto
Sentido, Clube da Luta, Magnólia, A Espera de um Milagre dentre outros
lançados na mesma data do filme com
abordagens e estéticas bastante diferentes, mas que ambos carregavam
e representavam em comum bem um
reflexo sobre a sensação dos anseios e desejos que a humanidade estava passando
naquele momento da virada do milênio. Isso porque ele basicamente ainda seguia a velha fórmula básica da franquia 007 ao longo de mais
de 30 anos, com 19 filmes já produzidos, sem muita inovação ou mesmo ousadia.
Por
outro lado, pode-se descrever que este filme pelo menos marcou o último da
série lançada no século 20. Foi também o que marcou a despedida de Desmond
Llewelyn do papel de Q., a presença
de Desmond mostrava ser o último resquício que ainda remetia aos
filmes clássicos do 007 dos anos 1960 da
Era Sean Connery, em quase todos os 19 filmes que haviam sido produzidos desde
então ele esteve presente em todos os filmes da série. Fora as ausências no
primeiro que foi em 007 Contra o Satânico Dr. No(1962) e no
primeiro estrelado por Roger Moore Com 007 Viva e Deixe Morrer(1973)
e também nas duas produções não-oficiais da Eon Productions como Cassino
Royale(1967) e 007-Nunca Mais Outra Vez(1983) mesma data do
lançamento de 007 Contra Octopussy(1983) onde nesse sim ele
esteve presente. Desmond Llewelyn faleceu aos 85 anos no dia 19 de Dezembro de
1999, num acidente automobilístico. Poucos meses depois que o filme entrou em
cartaz nos cinemas dos EUA e do Reino
Unido. Foi portanto, o último filme também da carreira do ator. No filme, foi mostrado o próprio Q. aparecendo
rapidamente anunciando a sua
aposentadoria e nomeia o R. o responsável pelas engenhocas tecnológicas de Bond
que foi representado no filme por John
Gleese.
O
elenco, aliás, também contou com as participações de Denise Richards como a
cientista atômica Christmas Jones, uma
dentre as muitas bond girls com nomes exóticos, excêntricos e com quem Bond termina levando para uns amassos no final. Depois de salva-la do
perigo, outra também atriz a ser mencionada é Serena Scott Thomas como a Dra.
Molly Warmflash, a médica que aparece cuidando dos ferimentos de Bond e este se
aproveita para dar uns pegas nela. Se o antigo James Bond já era antiquado como símbolo de masculinidade, aqui
se prova bastante politicamente incorreto, quando ele assedia sexualmente a
médica que o atende dentro do consultório do MI6. Algo parecido ao que aconteceu
em 007 Contra a Chantagem Atômica(Thunderball, Reino Unido, 1965)
em que ele representado por Sean Connery
deu uns amassos na enfermeira Patrícia Fearing representada por Molly
Petters(1942-2017). Nesse período tão complicado em que a humanidade ainda vive
com medo e temor do coronavírus que
matou muita gente e a atuação das
profissionais da saúde tem sido crucial nesse campo de batalha contra um
inimigo invisível, renunciando até o convívio com as suas famílias.
Portanto, a representação médica nesse estereotipo sexista nessa obra de
mais vinte anos se mostrou um completo desserviço.
Outros nomes também do elenco são da francesa Sophie Marceau representando a
Elektra King, assassina do seu pai milionário e vai se aliar a outro
antagonista Renard, papel de Robert Carlyle. A italiana Maria Grazia Cucinotta
representou a Cigar Girl, uma bond girl ajudante da missão de Bond, Robie
Coltrane retornando na pele do mafioso russo Zukovsky, outra vez colaborando
como informante dentre outras participações.
Quem
ficou encarregado da produção musical foi David Arnold com o tema de abertura
interpretado pela banda americana Garbage.
007
UM NOVO DIA PARA MORRER(2002)
No
quarto e último da série 007 que Brosnan
estrelou como James Bond que foi em 007-Um Novo Dia Para Morrer(Die
Another Day, Reino Unido, EUA, 2002) o 20º
da franquia 007 que contou com a direção do neozelandês Lee Tamahori.
O
seu enredo gira em torno de Bond “ao investigar o comércio ilegal de armas na
zona desmilitarizada entre as Coreias do Norte e do Sul, que são trocadas por
diamantes contrabandeados da África. O contrabando de diamantes foi arquitetado
pelo Coronel Moon que com a ajuda de seu capanga Zao e de um agente traidor do
MI6 (que no final, se descobre que era a Miranda Frost, que era infiltrada e
mudou de lado, traindo 007 e os demais. Foi ela quem revelou o disfarce de 007
como comprador de diamantes).”
O
filme marcou o primeiro da série a ser lançado no século 21, na data comemorativa aos 40 anos da franquia.
Pena que o enredo mal trabalhado representou um presente de grego para os fãs
de carteirinha da marca. Mostrando outro grande desafio para a série conseguir
renovar o seu público, agora no caso a
geração millenials como eu que já estava achando cringe a representação de
Brosnan como 007. Ainda mais tentando manter aquela atmosfera antiquada de um charmoso e elegante espião
britânico combatendo a ameaça comunista,
como era nos filmes clássicos da Era Sean Connery para a geração do começo do
século 21, quando já havia se passado
uma década da Queda do Muro de Muro de Berlim e da Dissolução da URSS, naquele
momento em que a ameaça que o mundo vivia era o terrorismo praticado por grupos
islâmicos que haviam sido responsáveis um ano antes pelo atentado as Torres
Gêmeas em Nova York na manhã de 11 de
Setembro de 2001. Prova do quanto a série precisava se renovar, para atrair um
público novo.
Brosnan
na época com 48 anos, já estava mesmo sentindo o peso da idade, ainda mais se a
gente lembrar que ele estava com 41 anos quando começou na série 007 fazendo Goldeneye.
Ainda assim ele conseguiu ainda
demonstrar mais fôlego para encarar cenas espalhafatosas, de muita adrenalina e umas bastante absurdas
como conseguir surfar numa tsunami.
Além
de marcar a despedida de Brosnan do papel principal, também marcou a despedida
de Samantha Bond no papel da Moneypenny. E foi a última vez que vimos Colin Salmon na
pele de Charles Robinson, o assessor da Chefe M. Também foi o último a seguir a cronologia oficial da
franquia. Que no filme seguinte estrelado por Daniel Craig em 007-Cassino
Royale(Casino Royale, Reino Unido, EUA, 2006), a série foi reiniciada.
O
filme contou em seu elenco com John Gleese representando de novo o papel de R.,
o substituto de Q., agora virando o Q., papel
que por anos de Desmond Llewelyn até falecer tragicamente em 1999, num acidente
automobilístico poucos meses depois após
o lançamento de O Mundo Não é o Bastante.
Outros
nomes do elenco a serem mencionados são de Halle Berry, outra atriz a participar de 007, então
na época já famosa estrelando a
Tempestade na trilogia original de X-Men,
fez no filme o papel da Agente Americana da NSA Jinx, cuja primeira aparição saindo do mar em Cuba,
ela aparece trajando o biquini laranja com uma faca na cintura em homenagem a
Ursula Andress, no primeiro série O Satânico Dr.No(1962),
justamente para lembrar os 40 anos da série 007, completados naquela data do
lançamento. Mesmo ela tendo um grau de importância maior para a trama, não se
pode que a maneira como ela foi introduzida de biquini criou uma representação um tanto racista dela
num estereotipo bastante sexualizado de objetificação sobre o fetiche da beleza exótica da mulher preta,
do mesmo modo como já havia ocorrido com outras poucas atrizes pretas que
participaram de outros filmes da
franquia como Glória Hendry que representou a Rose Carver em Com 007 Viva
e Deixe Morrer(1973) ou mesmo Grace Jones como a May Day em 007 Na Mira dos Assassinos(1985)
Outros
nomes também importantes do elenco são:
Will
Yun Lee, americano de descendência oriental que participou do começo da
história onde estava em operação na Coréia do Norte, do Coronel Tan-Sun Moon,
que ele vê morto, mas na verdade estava vivo, fez cirurgia para modificar sua
face completamente e mudou de nome para o megalomaníaco empresário Gustav
Graves, sendo representado por outro ator,
o britânico Toby Stephens. Se a série em seus primórdios já cometeu
muito racismo com os orientais, onde o primeiro o vilão o Dr. No, um chinês foi
representado pelo canadense Joseph Wiseman(1918-2009), num exemplo péssimo de
yellow face, aqui então colocar um ator ocidental para representar um
norte-coreano após passar por uma cirurgia plástica mostrou o nível de absurdo que a série. É preciso
você imergir mesmo nessa fantasia para acreditar de fato naquilo. Rick Yune que
representou o Zao, capanga do Coronel Moon, agora Gustav Graves numa caracterização
bastante horrenda e um tanto ridícula, cheia de cicatrizes no rosto e careca que mais deixou parecer uma caricatura
cartunesca, mais parecendo um cospobre
de anime. A britânica Rosamund Pike, que representou bem a agente dupla MI6 Miranda
Frost, a típica bond girl femme fatale. O neozelandês Lawrence Makoare, que
representou o Kill, o segurança brutamonte de Graves em seu castelo na região
fria da Groenlândia, se eu não estiver enganado onde Graves apresenta a sua temida
invenção do Icarus. A maneira como o
ator o apresenta na cena dele recepcionando
Bond, e se apresentando num elegante tom de voz grave
de barítono, provou bem sutilmente o nível de ameaça que ele podia representar.
Michael Madsen que representou bem o papel de Damian Falco, um dos importantes colaboradores
da inteligência do MI6. E mencionar
também a participação da cantora Madonna, celebre pop star da música como a
Verity, a treinadora de esgrima de Graves/Moon num traje preto um tanto quanto excêntrico. Ela que inclusive
foi responsável por cantar a música de abertura do filme que contou a produção
de David Arnold.
Enfim,
num balanço geral, dá para descrever que a representação de Pierce Brosnan como
007 nessa nova etapa da franquia até que foi satisfatório, mesmo que apesar de
boa parte ainda figurarem com cara dos filmes clássicos estrelados pelo Sean
Connery.