segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

FILME NATALINO DO EXCÊNTRICO ERNEST

 

Alguém lembra de já ter conhecido em um momento da vida,  um excêntrico sujeito  e com parafuso solto chamado  Ernest Powertools Worrell, melhor dizendo Ernest P. Worrell?





Trata-se de um personagem fictício representado  pelo saudoso Jim Varney(1949-2000).

Ele foi criado nos anos 1980, por uma agência de publicidade de Nashville, chamada Carden And Cherry, primeiro para protagonizar comerciais de grandes marcas até ganhar a popularidade da televisão e do cinema, estrelou ao todo onze ou mais  filmes.

E o filme que escolhi   comentar aqui em questão para entrar no clima natalino   trata-se de O Natal Maluco de Ernest(Ernest Saves Christmas, EUA, 1988).




 

O segundo longa-metragem  estrelado pelo personagem Ernest P. Worrell, que no ano anterior estrelou A Trilha do Bravo(Ernest to the Camp, EUA, 1987).

Eu cheguei  a ver esse filme apenas uma vez quando passou se não me falhe a memória  na Rede Globo na época natalina.




Ao dar um revisitada anos depois justamente nessa época natalina pelo Youtube verifiquei que o filme continuava engraçado e divertido, e até envelheceu bem, não deixando transparecer que tenha ficado datado, mesmo apresentado umas situações que beiravam ao nonsense.

Mas enfim, já comentando a respeito do enredo do filme,  ele gira em torno do Papai Noel(Douglas Seale) chegando a Flórida para encontrar alguém que ele escolheu para  substituir na sua função, já que a cada 100 anos, ele precisa arranjar um sucessor.




É nesse momento que o atrapalhado  Ernest P.Worrell(Jim Varney) aparece na sua vida como taxista no aeroporto para lhe dar carona e levar a pessoa que ele escolheu para a função Joe Carruthers(Oliver Clark), uma celebridade local.  

Durante o trajeto da carona que Ernest dá ao Papai Noel direcionado ao local que Joe está trabalhando que é numa entidade fazendo teatrinho de fantoches para as crianças do lugar.

Aparece uma jovem delinquente chamada Harmony(Noelle Parker), que estava fugindo do dono de um restaurante do qual ela não queria pagar e entrar de gaiata no táxi de Ernest.




E ao entrar no seu  táxi, ela vai acompanhar toda a louca jornada de Ernest e do Papai Noel, onde ao longo do desenrolar da história quando  o Papai Noel perde o seu saco.

E muitas confusões vão rolar como costuma descrever o locutor da Globo para as chamadas de filmes na Sessão da Tarde, principalmente com relação as comédias onde Joe fica reticente em aceitar a função de ser Papai Noel, muito  pela pressão do seu agente  ao força-lo a aceitar representar o Papai Noel num filme de terror, as renas aparecem na alfandega do aeroporto, onde uma  desajustada dupla que cuida de lá olha para as renas sem saber o que fazer.

Harmony  rouba o saco do Papai Noel com os presentes, tenta fugir com eles, mas depois se arrepende e os devolvi, até finalmente as coisas serem concluídas com o final feliz de Joe resolvendo  aceitar aquela missão e com a ajudinha de Ernest o Natal vai finalmente ocorrer com as entregas dos presentes.




O filme contou com a direção de John R. Cherry III(1948-2022), o criador do Ernest, inspirado numa pessoa próxima a ele que seu pai o apresentou que parecia ser muito inteligente dizendo saber de tudo, mas no fundo não sabia de nada,  era medíocre como o Ernest.

Ele dirigiu todos os filmes que o personagem apareceu  representados  desde o primeiro que  foi num filme coletivo intitulado Knowhutimean? Hey Vern, It's My Family Album(EUA, 1983)  uma reunião de curtas-metragens de comédia, onde ele ainda não era a estrela principal e também o dirigiu  em Dr.Otto e o Enigma do Raio Tenebroso(Dr. Otto and the Riddle of the Gloom Beam, EUA, 1985), onde o Ernest  também não era o principal.




Só virou o principal em A Trilha do Bravo, que passou a criar uma enorme franquia em torno do personagem que foi muito bem representado por Jim Varney que nesse filme natalino estrelado pelo seu famoso tipo, mostrou um talento incrível para incorporar em cena, maneirismos bem característicos de humor físico ao personagem, principalmente no tanto de caretas que ele faz  em cada momento absurdo quando  envolvem muitos acidentes de percursos no caminho. Imprimindo bem ao personagem um perfil serelepe, e um tanto hiperativo e até com certa irreverência. Ele conseguia  tornar o personagem agradável, ainda que em alguns ele se mostrasse um tipo todo atrapalhado.

Cherry ainda dirigiu outros filmes estrelados pela sua criação, representados por Varney uns até lançados diretamente para Home Video, quem  tem mais de trinta anos como eu deve se lembrar das fitas VHS.




Pois bem, Cherry só parou de fazer filmes protagonizados pelo Ernest  depois que seu interprete Jim Varney veio a óbito no dia 10 de Fevereiro de 2000, vítima de um câncer aos 50 anos, deixando dois trabalhos póstumos lançados  em 2001 que foi na animação da Disney Atlantis:O Reino Perdido (Atlantis: The Lost Empire, EUA, 2001) onde deu voz ao velho Jebidiah e no filme Tudo em Família (Daddy and Them, EUA, 2001).

Quanto ao seu criador, Cherry  passou os últimos anos enfrentando uma dura batalha contra o Mal de Parkinson até falecer no dia 08 de Maio de 2022 aos 73 anos.





Um dos pontos mais interessantes que posso destacar do ótimo trabalho de direção que  Cherry apresentou nesse filme, está no plano sequência de uma cena  mostrando Ernest acompanhado da Harmony invadindo a casa de um amigo chamado Verny,  para deixar um pinheiro que ele cortou de uma estrada e presenteá-lo como uma árvore de natal.

A forma como ele  demonstra a sensação do Verny ficando incomodado com a sua presença indesejada, mesmo não mostrando a cara, com Ernest  olhando para a câmera representando o olhar de Verny em primeiríssimo plano, com Ernest quebrando a quarta parede onde consegui transmitir bem  ao espectador  a sensação do Verny ficando incomodado  com aquela situação desagradável da sua visita. Ainda mais quando ele vê o Ernest sem a menor cerimônia pegando um jarro de refresco para beber sem pedir sua permissão.

Além de contar com Jim Varney como protagonista cuja representação como já descrito nos primeiros parágrafos foi sensacional.





O elenco também contou  dentre os principais nomes a serem mencionados com o britânico e também saudoso Douglas Seale(1913-1999), que no filme representou bem o Papai Noel, personagem de muita relevância para a história, ainda mais  que como  o seu mote  aborda a temática natalina. Pois é ele quem assume a função de ser o pilar   central na narrativa, mesmo o protagonismo sendo do Ernest.

Oliver Clark faz uma representação esplêndida do Joe Carruthers, personagem que também se destaca na narrativa e de muita importância, já que ele é o motivo principal da jornada do Papai Noel de passar o bastão para ele a sua função de Papai Noel.

Noelle Parker representando na pele da Harmony, uma jovem descolada com ares um tanto malandrinha e meio delinquente também se destaca pelo bom desempenho ao papel dela que entra meio de gaiata na louca aventura do Ernest e do Papai Noel. Uma curiosidade sobre essa atriz é que ela faz aniversário no dia 25 de dezembro, uma coincidência ela participar de um filme natalino e seu nome remeter ao Natal.  

Também mencionar as participações  de Gailard Sartain e Bill Bryge que fazem um brilhante  desempenho na pele da dupla Chuck e Bob, explorando bem essa subtrama, que cuidam da alfandega no aeroporto e ficam abismados olhando saírem as renas do Papai Noel  de umas estranhas caixas.

Gailard Sartain é o que mais se destaca pelas movimentações que faz dos olhos, mostrando o quão espantado ele fica com aquela situação. Tentam chamar a polícia ambiental para tirarem as renas de lá, que desistem depois de verem as renas pregadas no teto de cabeça para baixo.

 Até finalmente aparecerem os duendes e o Ernest para salvar o dia comandando o trenó com as renas e se dirigirem ao Papai Noel e Joe.   

E quando o Ernest aparece com as renas, ele faz uma quebra de quarta de parede dando uma risada para a câmera e  dessa forma vemos uma conexão com o título original que é Ernest Saves Christmas, algo como Ernest Salva o Natal, cuja adaptação para o português BR  imprimiu um toque mais engraçado para enfatizar que o natal comemorado com um sujeito com um perfil do Ernest não seria mesmo nada normal.

Dessa forma, posso concluir que revisitar O Natal Maluco de Ernest durante as festividades  natalinas de 2024 foi uma experiência muito gratificante.

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