Na noite de Domingo, 28 de Setembro de 2014, fui finalmente
assistir ao longa-animado muito especial, que foi um marco importante na minha
infância. Fui conferir “Cavaleiros do Zodíaco: Lenda do Santuário”.
Confesso que mesmo sendo um amante da série animada japonesa
original que eu cresci acompanhando bastante na extinta Rede Manchete 20 anos
atrás, eu não esperava muita novidade neste filme inspirado no anime a não ser
o fato dele se utilizar pela primeira vez a técnica do CG, ou seja, o traçado
todo em Computação Gráfica em alta definição utilizando-se em 3D. Na trama do filme eles suprimiram toda a
importante passagem da batalha dos defensores de Atena contra os Cavaleiros de
Ouro, que são de nível bastante superior do que em relação aos de bronze.
A utilização da técnica em CG para este filme era o que mais
me deixou com uma sensação de receio do que em relação ao fato de como eles
iriam elaborar um roteiro enxugando ao máximo a adaptação de uma importante
passagem do anime e retirar muitas importantes batalhas da Saga do Santuário
para caber no espaço de tempo da duração de um filme. Desde que eu acompanhei a divulgação dos
primeiros trailers promocionais que saíram ainda no começo de 2014 com o áudio
original em japonês pessoalmente eu já sentia uma sensação de dúvida se eu iria
ou não conferir este novo longa animado da franquia numa sala de cinema, ainda mais
em se tratando deles fazendo todo o traçado dos personagens completamente
digitalizados em alta definição poderia de algum modo descaracterizar os
próprios traços característicos que os personagens do anime clássico carregavam.
Chegou a me dar aquela sensação de que o
anime com esta nova roupagem ficaria visualmente com uma estética muito caracteristicamente
idêntico as produções das grandes corporações americanas de longas de animação
como, por exemplo, a Pixar, Dreamworks ou mesmo da Blue Sky.
Apesar dos pós e contra a respeito das diferentes opiniões
criticas que acompanhei sobre a repercussão do filme quando chegou ao Brasil.
Que foram bem medianas, e é utilizando deste raciocínio sem me deixar levar
pela emotividade, porque mesmo eu sendo um grande amante de carteirinha do
desenho original, eu sei bem distinguir e analisar com muita frieza e
imparcialidade a respeito do que a obra me proporcionou. Então aqui vai os meus
pontos favoráveis e contrários sobre este filme.
DO QUE GOSTEI EM “A LENDA DO SANTUÁRIO”.
De favorável, por incrível que possa parecer mesmo tendo
descrito acima o meu conceito prévio em relação a utilização do CG neste filme
me incomodar, ainda assim esta técnica
moderna conseguiu me surpreender principalmente como a adaptação dos traços
criaram uma excelente sensação de ver a
maior parte dos personagens conhecidos do anime
em cena terem ficado com aquela sensação de serem interpretado por atores reais. Um exemplo mais especifico de personagem que
pude reparar que ficou com um traço que ficou perfeito no meu ponto de vista
foi Tatsumi, o cômico mordomo da Saori Kido, a reencarnação da deusa Atena. No anime clássico muitos devem lembrar que
entre todos os personagens do universo mitológico de CDZ ele fazia bem parte do
tipo secundário que não tinha nenhuma utilidade, era meio que equivalente ao
Alfred Pennyworth como tutor do Bruce Wayne nos quadrinhos de Batman, e neste
quesito o Tatsumi assumia bem esta função. Muitos devem lembrar que no anime
original esteticamente ele era careca, já neste filme ele mantém a
personalidade cômica do anime original mas com uma estética diferenciada, além de ficar com cabelo com um penteado bem
curtinho e uns fios grisalhos, ele também é apresentado usando óculos o que lhe
deu bem um aspecto de intelectual, mesmo não sendo o personagem mais relevante
no filme, é apresentado no começo e depois é deixado para trás, ainda assim ele
entre todos os personagens famosos do anime reformulados no filme, ele foi o
que me surpreendeu porque a maneira foi construído o seu traçado técnico
digitalizado deu um tom visual de mais veracidade ao personagem e pessoalmente confesso que eu o achei muito
semelhante ao astro hollywoodiano
Harrison Ford.
O mordomo Tatsumi na versão original do anime clássico careca.
Na sua recente versão cinematográfica em CG com cabelo e óculos que lhe deram um tom intelectual. A excelente qualidade da alta definição tecnológica fez o personagem ficar visualmente parecido com o astro hollywoodiano Harrisson Ford.
Se este que pontuei ficou
mesmo sendo o mais irrelevante do anime me surpreendeu pela maneira como ficou
bem digitalmente traçado, os outros mais relevantes também ficaram com traços
bem definidamente perfeitos. Ficou de
certa forma aquela sensação de estarem sendo interpretados por atores reais. Eu gostei da maneira como a Saori ficou
visualmente traçada computadorizada em CG principalmente quando muda o corte do
cabelo longo do filme, coisa que no anime nunca tinham pensado nisto, ela ficou
com uma aparência bem mais rejuvenescida.
Dela o que eu poderia pontuar de positivo no filme, foi deles terem acertado
bem em dar espaço de utilidade maior a personagem fazendo com que ela não fosse
só um recheio como era no anime. Quanto
ao quesito dos personagens principais, como os Cavaleiros de Bronze, o que mais
me chamou a atenção foi o Seyia de Pégaso, como sempre de todos os Cavaleiros
de Bronze, ele é sempre o centro das atenções já que para quem não sabe ele é o
personagem-titular no original em japonês que é Saint Seyia. É sempre ele quem define a batalha contra os
mentores que planejam destruir Atena contando sempre com o reforço da armadura
de ouro de sagitário. Admito que na
época em que eu era bem criança e acompanhava sem parar o anime, ele não era um
dos que eu me sentia mais cativado, pois o achava muito insosso, bobinho e chatinho,
principalmente pela maneira como de todos os cavaleiros de bronze ele era o que
mais agia emotivamente no dever de sacrificar-se pela Saori, deixando assim transparecer
que nutria uma paixão platônica por ela. Em todas as batalhas ele era o que mais ficava
surrado e só final é que conseguia uma proeza de vencer. Já no filme em questão,
confesso que me senti até mais cativado por ele, já que eles alteraram bastante
sua essência dando um aspecto de alivio cômico ao personagem coisa que não
tinha muito no anime. Ele chega a deixar mais explicito que nutre um interesse
amoroso pela Saori aonde inclusive os seus velhos companheiros chegam a
perceber e fazer umas gracinhas. Também
nesse quesito de construção de personalidade, os outros cavaleiros de bronze
amigos de Seyia mantém suas respectivas caraterísticas, Shyriu de Dragão era de
todos o que mais me cativava do que em relação ao Seyia. Porque eu o via como o
mais compenetrado, mais centrado, mais disciplinado e mais focado na sua função
e era o mais o preocupado com a coletividade a ponto de fazer coisa em
sacrifico dos amigos, como se cegar, e até mesmo dispensar a utilização da
armadura para enfrentar um inimigo de igual para igual. E esta sua
característica permaneceu no filme. Já o
Hyoga de Cisne assim como no anime é o que se mantem como o mesmo perfil de ser
o mais contido no grupo, o Shun de
Andrômeda é de todos pelo meu ponto de vista o mais emotivamente fragilizado e
quase inútil do grupo, pois em todas as
suas batalhas é o que evita desnecessariamente usa os verdadeiros poderes que
tem, se restringindo apenas as correntes. E por fim tem o Ikki de Fênix, que como sempre
assim como no anime ele era do grupo o que figurava como o típico lobo solitário, o mais impulsivo e que só
aparecia para enfrentar uma batalha nos momentos clímax, principalmente para
defender o seu irmão caçula Shun e nestes momentos mostrava ser o mais fodão de todos.
Seyia no anime clássico
Mais uma coisa que gostei demais e achei incrível no filme
foi a maneira como os produtores criaram um novo modelo de locomoção das respectivas armaduras
dos Defensores de Atena, visualmente aquele moderno ficou genialmente brilhante. No anime clássico
eles carregavam em uma pesada mochila toda feita de pedra que deixava muito
evidente, já no filme eles adaptaram para uma forma super discreta, as armadura
ficam agora armazenadas dentro de um cartão que eles ao jogarem no ar e elas
aparecem se soltam e aos poucos vão se encaixando pedaço por pedaço no corpo de
cada Cavaleiro de Bronze.
Saori Kido/Deusa Atena como muitos devem conhecer no anime clássico.
A mesmo Saori em "A Lenda do Santuário" com uma nova roupagem e com tom mais rejuvenescido e no inicio é apresentada com o mesmo cabelo cumprido e com tom arroxeado.
No decorrer da ação de "A Lenda do Santuário", Saori fica com este corte mais encurtado.
Para encerrar a minha avaliação positiva eu posso pontuar
que a parte mais importante da qual gostei mais do filme foi como eles tiveram
o cuidado de não incluir os mesmos furos de roteiro que essa importante parte
da série clássica carregava, como tipo a aparição repentina de Cassius nas
escadarias da Casa de Leão e fazer uma barreira em Shiryu e Shun, aliás, além
dele não aparecer e nem ser sequer citado também não aparecem outros cinco cavaleiros
de bronze secundários que tinham aparecido bem no inicio e eram bastante
inúteis como o Jabu de Unicórnio, Shina a mentora de Cassius também não aparece
e nem muito menos é citada, a mentora de Seyia, Marin aparecendo
surpreendentemente não se sabe de que forma na Casa de Peixes para ajudar
Seyia se levantar das escadarias em
direção a Casa do Mestre Ares que estava infestado das rosas venenosas do
Cavaleiro de Ouro, Afrodite de Peixes. E ele tinha desmaiado ao absorver o
aroma das rosas e ela como se bastasse aparecer repentinamente lá por algum
provável atalho coloca sua máscara para protegê-lo de cheiro, onde já se viu
uma coisa dessas, mascara proteger do cheiro ela também não aparece no filme e
nem muito menos é citada. Outro dos maiores furos de roteiro da série e que no
filme também foi evitado é a maneira inexplicável de como Hyoga
inconscientemente quando estava sob efeito da zona dimensional da Casa de
Gêmeos, perceber que tinha caído em
outra casa e ao se deparar com outro
Cavaleiro de Ouro, o seu mestre Camus de Aquário, a impressão para qualquer
espectador na série animada quando vê aquela reação surpresa do Hyoga ao se deparar com o seu
velho mestre é a de que ele tinha ido parar logicamente na sua
casa de Aquário, mas, acontece que não, Hyoga tinha caído na Casa de Libra e lá
enfrentou sua primeira batalha contra Camus e foi neste lugar que o Cavaleiro
de Aquário o prendeu numa esquife de gelo. Parece que estes Cavaleiros de Ouro
se acham tão maiorais que podem se acharem até no direito de invadir o espaço da casa dos
outros companheiros para enfrentarem suas
batalhas ali e isto foi o que Camus fez. No filme esta passagem foi evitada se bem que
gerou também outro furo no roteiro, que é quando Hyoga estava acompanhado dos
outros na Casa de Câncer, no momento em que Shiryu estava começando enfrentar
Máscara da Morte, Camus aparece num flash de luz e num passe de mágica leva
Hyoga para sua casa e enfrentar a batalha marcante entre mestre e discípulo.
Bom depois de analisar os meus pontos positivos acima que me
fizeram gostar por um lado do filme, vou agora a parte mais indigesta da
descrição que é mostrar os meus pontos de vista negativos e que mais me
incomodaram no filme.
DO QUE EU NÃO GOSTEI EM “A LENDA DO SANTUÁRIO”.
Os maiores pontos negativos que pude observar no filme é no
que diz respeito ao que eu já citei acima sobre o furo no roteiro sobre essa
repentina aparição mágica do Cavaleiro de Ouro Camus de Aquário entrando na
Casa de Câncer para levar Hyoga para sua casa e ter um acerto de contas pessoal.
Mas esta foi a parte menor e irrelevante
do filme, o que realmente me incomodou no filme apesar de ter colocado no parágrafo
acima que gostei bastante ainda que em partes do que a técnica do CG utilizado
em “Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário”, soube bem proporcionar
para o público variado seja da geração que como eu acompanharam o anime na década de 1990, ou mesmo para as gerações
mais novas, tipo crianças desta atual década cujos pais eram crianças 20 anos
atrás e passaram a gostar do anime por
influencia deles. Ainda assim teve umas coisas incluídas neste filme seja no
quesito do roteiro ou mesmo na própria concepção da estética visual que me
incomodaram bastante no filme e vou
fazer meus dois pontos críticos negativos, assim alguns leitores podem até
achar respetivo ou mesmo não muito original o que vou colocar, pois de algum
modo vão observar algumas semelhanças com os pontos de vista colocados de
outras fontes de sites que seja escrita ou mesmo visual, como nos conteúdos dos
vlogueiros do site do Youtube. Mas mesmo assim vou colocar os meus indigestos pontos
de vistas negativos do filme, podem até
me crucificarem, mas então aqui vai:
1)No aspecto visual, apesar de ter me surpreendido bastante
com algumas reformulações no traçado computadorizado do filme do qual antes ele
me gerava um grande receio, ainda assim
tenho de admitir que em algumas aspectos o uso do CG me gerou como maior
incomodo foi principalmente na modificação do design das armaduras. A maneira como eles fizeram a adaptação da
maioria dos designs destas caracterizações em alguns casos achei muito show,
totalmente demais pela maneira como a repaginada se encaixou bem em alguns
personagens, no entanto, tiveram outros cavaleiros cujas mudanças no modelo das
armaduras no filme ficaram um tanto grotescas. A armadura do Shun de Andrômeda foi dentre
todos os Cavaleiros de Bronze a que eu achei mais visualmente carnavalesca, se
bem que neste quesito não só a armadura do Shun mas também de todos sem exceção
como era mostrado no anime clássico, seja de qual nível representasse bronze,
prata e ouro, ou mesmo na saga dos
Guerreiros de Asgard e dos Generais Marinas de Poseidon, todos tinham os
designs de suas respectivas armaduras
tinham um tom carnavalesco. Mas
no caso da armadura do Shun, o motivo deu aqui pontuar que o seu novo design no
filme ter ficado bastante carnavalesco visualmente tem haver com o fato de como
ele entre todos os Cavaleiros de Bronze ser o único cuja constelação é simbolizada
por uma mulher, e por isso mesmo a sua armadura tem o desenho de uma mulher.
Que é simbolizada pela Andrômeda, que na mitologia foi uma princesa da Etiópia
que foi acorrentada numa rocha para servir de sacrifício a um monstro marinho.
O que de algum modo explica o porque dele ter o adereço das correntes em suas
armaduras. Se no anime clássico a caracterização do Shun já mostrava alguns
aspectos carnavalescos pelo próprio modelo da sua armadura simbolizar o corpo
de uma mulher e se fomos somar aos adereços das correntes e a textura da sua
cor ser bem rosada, e por este aspecto existem o que dizem distorcidamente que
pelo fato do Shun ter uma personalidade mais sensível do grupo e ás vezes carrega
um jeito de falar pouco afeminado, levam a supor que ele seria gay. Eu não tenho nada contra a escolha do
individuo que senti atração, desejo ou mesmo se apaixone e se case com alguém
do mesmo sexo, eu tenho muito respeito por pessoas que fazem esta escolha. Mas
sinceramente eu acho que alguém levante uma hipótese preconceituosa a respeito
da personalidade do Shun. No filme eu
bem pude perceber que a sua caracterização ficou ainda mais carnavalesca,
principalmente somados ao momento em que ele coloca o adereço do elmo que é
colocado no final no momento do confronto.
Cavaleiro de Bronze Shun de Andrômeda com o modelo original da armadura no anime clássico. Pode-se observar que o tom da caracterização já era bem carnavalesco.
Em "A Lenda do Santuário" a reformulada que fizeram na caracterização de sua armadura de Shun além de visualmente ficar grotescamente carnavalesco quando ele coloca então o elmo com uma máscara é fica mais ridículo, porque deixa o Shun parecendo como versão de amazona robótica.
Fica ainda mais ridicularmente
grotesco, o Shun não é o único que neste quesito de mudança de caracterização das
armaduras ficou visualmente horrível. As outras caracterizações de armaduras ficaram
como eu poderia definir além de carnavalesco, ficou muito exageradamente
circense, os designs que boa parte delas são mostrada no filme ficaram muito
burlescamente parecendo com típicos modelos robóticos de filmes de ficção
cientifica, o que por si só já tira a essência do anime clássico, e quando eles
resolvem deixar para colocar o elmo já no confronto, ai é que o negócio fica
ainda mais bizarro porque o adereço
carrega uma mascara metálica que faz eles ficarem parecendo uma versão
cartunesca dos heróis de tokusatsu. Ficando
quase a mesma coisa de assistir Jaspion e Changeman em desenho animado.
O adereço da máscaras metálicas para compor o elmo e dá um tom mais moderno as caracterizações dos cavaleiros de bronze e ouro, admito que foi a parte que mais me incomodou no filme. Além de ficarem muito mais carnavalescos do que em relação ao anime original, visualmente os Defensores de Atena ficaram com o uso dessa técnica em CGI numa muito robótica a ponto de aparecerem adaptações em forma de tokusatsu.
Outro
cavaleiro que posso também pontuar ter ficado visualmente com uma
característica muito ridícula é do Cavaleiro de Ouro Aldebaran de Touro, muito
desnecessário enfeitar com mais adereços de chifres em outras partes do seu corpo
como se já não bastasse os cornos ficarem apenas no elmo.
O Cavaleiro de Ouro Aldebaran de Touro em diferentes versões, a direita a caracterização de sua armadura como foi mostrado no anime original e a esquerda a modificação apresentada em "A Lenda do Santuário". Muito ridículo mais adereços de chifres na armadura para torna-lo tão grotesco.
E fora este aspecto
da caracterização, visualmente o tom do cenário das Dozes Casas no Santuário
foi outro ponto que onde também percebi uma grande descaracterização da
essência da criação do desenhista Masami Kurumada em meados dos 1980, que
apesar de sua famosa criação não ser considerada pelos diversos profissionais
autoridades e especialistas em mangás
e animes como a mais perfeita artisticamente ainda assim é bastante admirado e considerado a sua maior
galinha dos ovos de ouro. No filme, a cenografia
da arquitetura das Doze Casas, ficou visualmente mais parecendo um cenário de
filme futurista com elementos surreais, ao contrário das arquiteturas do santuário
de como era apresentado na série animada que reproduzia e simboliza bem fiel as
construções dos tempos da Grécia Antiga.
No filme, esse aspecto não foi
respeitado, os designs das arquiteturas assim como as caracterizações das armaduras
podendo eu assim definir que o tom estético de filme ficou mais parecendo um filme aventura
espacial, dando aquela sensação ao
espectador de que a batalha não ocorre na Terra, mas em outro planeta.
No anime original, o design das Doze Casas remetia bem ao estilo das antigas arquiteturas gregas no tempos da antiguidade.
Em "A Lenda do Santuário" o design arquitetônico das Doze Casas ficou completamente descaracterizado, o tom visual muito futurista faz o filme mais parecer uma história tosca de aventura espacial.
2)No aspecto do roteiro a meu ver senti que mais deixou a desejar na tela foi a
maneira como eles procuraram suprimir a reprodução desta parte mais importante da saga do
anime para se adequar ao ritmo
cronológico do filme, o deixou bastante
confuso, como pude bem perceber. Quem já deve ter mais de 20 anos como eu deve
lembrar que na clássica série animada que passava na Manchete, a jornada dos
Cavaleiros de Bronze até eles conseguirem chegar especificamente ao santuário
para encarar os Cavaleiros de Ouro, foi um tanto ralado. Porque ele começava do
momento em que Seyia ainda Grécia estava enfrentando uma batalha contra o
grandalhão Cassius para decidir quem ficaria com a armadura de Pégaso, e quando
vence passa a ser o proprietário do objeto da constelação. Depois disso no
decorrer dos longos capítulos da série, Seiyia ao retornar ao Japão com a
armadura no primeiro momento chega a ir atrás de Saori para saber do paradeiro
de sua irmã Seika, de quem ele não vê desde a época em que se separaram do
orfanato. Ele neste momento estava o torneio galáctico junto com os outros
órfãos. Onde aos poucos somos
apresentados aos companheiros de jornada de Seyia, Shiryu, Shun e Hyoga. O
troféu para o vencedor deste torneio era a armadura de ouro de sagitário. É durante esta primeira parte que ocorre a
reviravolta do Ikki aparecer primeiramente trabalhando o lado negro da força,
onde ele rouba a armadura de sagitário.
E será a partir deste saque de Ikki a importante armadura de ouro que foi
então se desenrolado todos os quebra-cabeças envolvendo os segredos sobre o
santuário, até a longa luta contra os
Cavaleiros de Ouro eles primeiro tiveram o Ikki comandando os Cavaleiros
Negros, uma versão malvada deles, como Pégaso Negro, Andrômeda Negro, Dragão
Negro e o Cisne Negro. É neste interim Ikki de Fênix vira-casaca e passa a
colaborar com Seyia e os outros. Mas aquele era só o começo, porque depois
vieram os Cavaleiros de Prata que tentaram massacrá-los a mando do Mestre Ares.
E depois desta longa jornada enfrentado
os malvados guerreiros de prata, eles chegam ao santuário e a cada longa
batalha com cada Cavaleiro eles descobrem que Aiolos, o cavaleiro de ouro de
sagitário não foi o verdadeiro traidor, mas sim outro cavaleiro de ouro, Saga
de Gêmeos, o verdadeiro responsável por tentar Saori, a reencarnação da Deusa
Atena, quando ela era ainda bebê. Ele
tinha tentado mata-la, mas foi impedido por Aiolos que descobriu qual era sua
verdadeira identidade, então ele resolveu fugir com ela, mas no meio do caminho
teve de encarar o cavaleiro de ouro Shura de Capricórnio, onde foi nesta
batalha que ele acabou perdendo a vida. Muitos
devem lembrar que na série original, a revelação de Saori ser a reencarnação da
Deusa Atena aos cavaleiros de bronze já estabelecidos acontece durante as
batalhas com os malvados cavaleiros de prata.
É o mordomo Tatsumi quem faz esta revelação importante e relata que
soube o velho milionário Mitsumasa Kido, avô adotivo da Saori durante uma
viagem a Grécia ele por mero acaso encontrou-se com Aiolos completamente
surrado e perto de morrer fez esta importante revelação para ele e como último
pedido Aiolos manda que ele cuidasse da menina, foi então dessa que ele decidiu
umas dez crianças órfãs para treiná-los a serem cavaleiros. Toda esta longa passagem até a batalha nas
Doze Casas que descrevi acima que foi mostrado no anime clássico, posso
simplesmente resumir que isto foi completamente descartado no filme. E logo de cara isto pode ser notado no momento
em que a trama começa no ponto onde mostra Aiolos de Sagitário enfrentando uma
dura batalha contra o Mestre Ares e Shura de Capricórnio para proteger a bebê
Saori descobre toda a farsa de Saga. É
ainda nesta parte do prólogo que é mostrado o milionário Mitsumasa Kido
escalando uma montanha na China e lá encontra Aiolos todo machucado e preste a
morrer faz a revelação de que aquele bebê que ele estava segurando era a
reencarnação da Deusa Atena.
Sinceramente, achei esta ideia deles modificarem o cenário
do importante encontro entre Mitsumasa e Aiolos a coisa mais bizarra que já
fizeram, que nem se compara as modificações que Hollywood costuma fazer ao adaptar
os heróis de quadrinhos para as telonas, em vez de terem mantido na Grécia o
encontro dos dois e servir de túmulo para o Aiolos, não eles resolvem coloca-lo
para ser enterrado numa colina na China, o que não tem nada ver. Esta ideia de modificarem
já tirou completamente a essência do anime. E pior ainda do que tudo isso junto
é quando a medida que a história vai se desenvolvendo e chegando ao evento
presente somos apresentados a Saori já mocinha
como muitos devem conhecer no anime, nesta hora é que o negócio
vai piorando cada vez mais. Pois a
medida que vai ocorrendo os eventos deste filme fica evidente os eventos
antecedentes das batalhas dos cavaleiros
de prata foram descartados, porque tipo
antes de acontecer a reunião dos Cavaleiros de Bronze, a Saori já subentendido
que estava na condição de órfã do
avô dentro da limusine dirigida pelo
Tatsumi descobre qual era a sua verdadeira
identidade do qual ele estava o momento ideal de completar 16 anos para fazer
esta já que segundo o que o Aiolos revelou para Mitsumasa era idade que a Atena
desencarnaria no seu corpo. É neste
momento quando ela descobre sua real identidade que a ação vai se desenrolando
quando acontece uma primeira tentativa de atentado contra ela mando do
santuário. É então que aparece Seyia para impedi-lo, como já era previsível tinha
que ser o Seyia logicamente o primeiro a aparecer, neste momento em que a Saori
se depara com Seyia lhe vem então uma cena de flashback mostrando um momento em
que os dois quando eram crianças de uma situação em quando eles estavam
brincando, Seyia ficou com a mão ferida e ela resolve ajuda-lo curando o seu
ferimento com os primeiros sinais do cosmo que ela estava começando despertar. Como eu já descrevi nos parágrafos acima com
esta cena fica bem mais explicito e evidente que entre os dois existe um
sentimento de amor platônico. Depois
aparecem Shiryu, Shun e Hyoga, e o Ikki como sempre é o mais individualista do
grupo só deixando para aparecer nas batalhas mais difíceis. Pior mesmo é quando
ao longo do filme ocorre deles encararem para valer os Cavaleiros de Ouro. Como se já não bastasse como bem coloquei no
parágrafo sobre o aspecto visual de como foram completamente modificadas as
armaduras de cada cavaleiro cujo tom a maioria ficou muito grotescamente
carnavalesco, para piorar ainda tiveram uma batalhas que eram importantes que
foram bastantes descartadas no filme. Entre os cavaleiros de ouro, o Aldebaran
de Touro, como já havia colocado no
parágrafo das caracterizações das armaduras, foi o que ficou com um tom mais
ridicularizado pelos excessos de adereços de chifres, pior também é como ficou a maneira como é apresentada sua personalidade, antes da
batalha e mostrado ele estando num banquete agindo como um glutão e no
momento da batalha com Seyia ele brinca dizendo que tudo não passava de um teste. Pior mesmo quando antes deles
enfrentarem touro, eles passam logicamente primeiro pela casa de Áries, onde lá
Shiryu é o que se mostra mais surpreso ao saber que era Mú o cavaleiro que ao
reconhecer chegar a fazer uma citação ao mestre dele que já foi um cavaleiro de
libra, Dokho que é chamado de Mestre Ancião.
A ausência dele no filme foi a que mais achei estranha. Shiryu chega a
reagir mostrando que não fazia a menor ideia que seu mestre era um cavaleiro de
ouro. Que na saga original do anime isto havia ficado esclarecido antes dele
participar desta batalha. Ainda na
passagem na Casa de Áries, pude observar que o Mú no momento em que tira o adereço do elmo e
mostra sua cara limpa, ele é apresentado
usando óculos o que lhe conferiu mais intelectual do que ele já apresentava no
anime, também notei que na passagem da sua casa houve a ausência do Kiki que
também achei estranho. Muito pior do que já foi apresentado é que ao longo da
jornada para eles passarem como já não bastassem tosqueiras demais, estes
produtores ainda inventam de mostrar os
Cavaleiros de Bronze ao entrarem na Casa de Câncer, no momento em que são
apresentados ao proprietário do local, Máscara da Morte eles todos fico,
espantados com os enfeites na sua parede que mostram os rostos das pessoas que ele matou. No anime o
personagem era o que tinha o aspecto mais apavorante e amedrontador, já no
filme o personagem passou por toda uma mudança drástica, ficou um perfil muito
narcisista além de ficar muito ridículo com os adereços das suas armaduras
modificadas, ele ainda inventa de se apresentar um número musical que termina
caracterizando o filme com um tom muito Disney e para piorar é o que todos
mostram o mais bobalhão.
O Cavaleiro de Ouro de Câncer, Mascara da Morte no anime original era entre todos os cavaleiros de ouro o que mais apavorava e o sinistro, ainda pelo psicótico que tinha de matar e exibir os rostos da pessoas que matou como enfeite na sua casa.
Nesta versão de "A Lenda do Santuário" Máscara da Morte ficou extremamente horrível, como se não os adereços ficarem bem carnavalesco ele ainda carrega uma boba personalidade narcisista para empurrá-lo a dar uma suavizada cômica e para piorar ainda inventaram dele ser apresentado fazendo um ridículo número musical que acabou colocando nele um tom muito clichê como de vilão dos filmes da Disney.
Muito pior foram que ao longo de Seyia e seus
parceiros pelo houveram por motivo quais
sejam, tiveram suas batalhas descartadas, como por exemplo, Shaka de Virgem que
enfrentou luta antológica e difícil contra Ikki de Fênix no clássico anime, neste
filme já se dá conta da verdadeira Deusa Atena, enquanto que mais para
frente Hyoga enfrenta acertos de contas
com o seu Mestre Camus de Aquário mas sem aquela mesma emoção do anime
clássico. A medida que o filme vai seguindo mostrando eles passando por outras casas vemos eles encarem ao mesmo tempo dois
cavaleiros de ouro que são Milo de Escorpião e Shura de Capricórnio, no anime Shura enfrentou uma grande contra
Shiryu, e com ele enfrentou uma grande
batalha, este tinha como grande golpe a espada excalibur onde em cada movimento causava muitos furos,
foi a Shiryu que ele revelou ter sido o responsável
pela morte de Aiolos e este o venceu decepando o seu braço e o levando para as
estrelas, no filme este aspecto acabou
ficando um pouco de fora, já que ele nem
chega a combater com Shiryu como no anime original. Já Milo de Escorpião no anime
tinha sido responsável por destruir a ilha de Andrômeda e matar o mestre de
Shun, Albiore. Esta passagem também
ficou descartado no filme. No anime original, os quatro ao chegarem na Casa de
Sagitário enfrentam muitos obstáculos até lerem uma linda mensagem que fazem
todos chorarem. No filme isto é mostrado, mas sem aquela mesma emoção. E por fim dentre todos os cavaleiros de ouro,
o que eu achei que ficou mais prejudicado no filme foi o Afrodite de Peixes,
mesmo ele não sendo considerado como o mais forte entre os cavaleiros de ouro,
mas foi no original responsável por uma
grande e decisiva luta contra Shun e
este faz uma impressionante revelação que na verdade não foi Milo que matou seu
mestre Albioere, mas sim ele ao soltar sua rosa venenosa para facilitar o ataque de Milo com a sua agulha
escarlate. Já no filme o coitado do Afrodite não é aproveitado para enfrentar
pois já é logo descartado pelo mestre assim que este percebe a farsa. Entre os cavaleiros de ouro, Afrodite de
Peixes assim como Shaka de Virgem são que mais ficaram prejudicados pelo tempo
do filme, cuja presença ficou mais para dar um recheio a mais no prato.
Cavaleiro de Ouro Milo de Escorpião com o traço a caracterização original do anime.
Vocês até duvidarem, mas este na imagem com a máscara cobrindo o rosto é sim o Cavaleiro de Ouro Milo de Escorpião, ou melhor dizendo Amazona de Ouro que provavelmente deve ter um transexual, a ponto de falar como mulher. E foi o que os produtores fizeram na versão japonesa da dublagem e a mesma coisa aqui no Brasil. Onde quem ficou responsável pela voz feminina do personagem foi Silvia Goiabeira, a dona da voz da Jasmine do desenho do Aladdin da Disney e da Pepper Potts nos filmes do Homem de Ferro.
Para finalizar, fazendo um balanço geral a respeito da minha
impressão causada pelo filme posso avaliar que ele me ocasionou uma boa
impressão apesar das muitas falhas apresentadas das quais eu apontei acima seja
no roteiro ou mesmo na estética visual principalmente no uso da CG. A única coisa
de interessante que vale mesmo a pena conferir no filme para os fãs mais
antigos de “Cavaleiros” como eu, é o fato da distribuidora responsável por
trazer o filme ao Brasil, a Diamonds Films ter tido a preocupação de escalar o
elenco antigo das vozes do anime quando chegou ao Brasil 20 anos atrás distribuído
pela Samtoy e exibido pela extinta.
O estúdio encarregado de fazer a dublagem do filme foi a
Dubrasil, a empresa paulista assumiu a função que cobriu ao extinto estúdio de
dublagem também paulista da Gota Mágica de fazer a dublagem do anime que veio
com um áudio hispânico horrível o que fez daquela dublagem antiga assim como o
anime mesmo não ser tão perfeito. Bom, mas pelo neste filme se houve alguns
furos nos diálogos eles aparecem pelo menos para mim imperceptíveis. Do elenco
da dublagem clássica dos tempos de Gota Mágica e era passado na Manchete estão
presentes todos ou quase todos os nomes que compuseram este elenco. Entre os
que destacam aqui estão Hermes Baroli, mais uma vez fazendo a voz do Seyia, e no
filme ele também ficou encarregado da direção da dublagem. Além dele, o filme também conta no elenco da
dublagem com outras vozes que também participaram anime clássico entre os
destaco são de Elcio Sodré mais uma vez fazendo a voz do Shiryu, Francisco Brêtas
como Hyoga, Ulysses Bezerra com Shun, Leonardo Camilo como Ikki, Leticia Quinto
como a Saori/Atena, Gilberto Baroli, pai de Hermes Baroli e de Leticia Quinto fazendo
mais uma vez a voz do Saga do Gêmeos, Carlos Silveira como Shaka de Virgem ,
Fábio Moura mais uma vez fazendo a voz do Shura de Capricórnio entre outros. Também na dublagem coloco minha grande
surpresa e porque não dizer meu grande espanto com alguns personagens que
ficaram com as vozes alteradas, porque alguns nomes da dublagem antiga haviam falecido nestes 20 anos. Um que
mais me chamou a atenção e que de alguma forma ou de outra deve ter ficado
muito estranho na dublagem brasileira foi o fato da voz do Milo de Escorpião falar com um timbre de
voz muito feminina, para o povo não
pensar que a falha foi nossa, na verdade na dublagem original em japonês eles
fizeram com a voz do Milo fosse dublada
por uma mulher e na versão brasileira, a dubladora que a meu ver foi bem escolhida para fazer a
voz feminina do Milo foi Silvia Goiabeira, que normalmente costuma trabalhar
nos estúdios de dublagem carioca. Quem já assistiu ao clássico da Disney “Alladdim”
deve saber que era ela quem fazia a voz da Princesa Jasmine e para os que
curtem os filmes da Marvel Studios devem bem saber que ela é a responsável por
fazer a voz da Pepper Potts( Gwyneth Paltrow) nos filmes da franquia do “Homem
de Ferro”. Posso destacar aqui que entre as vozes novas para este filme ela a
meu ver até que não se mostrou uma má escolha. De resto posso concluir esta minha análise definido que “Cavaleiros do Zodiaco: A Lenda do Santuário” foi
uma adaptação bem mediana, pode não ser das melhores os que não significa que
tenha ficado como das piores. Esta nova versão em CG teve seus erros e acertos,
o que posso simplesmente concluir a respeito disso é que eu acho que toda
metodologia de inovação tecnológica ousada para uma grande mídia de entretenimento
como o cinema é válido, desde que se tenha consciência dos riscos.
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