segunda-feira, 1 de setembro de 2014

ANÁLISE DO FILME OS MERCENÁRIO 3(2014)


Na noite de Sábado, 30 de Agosto de 2014, fui conferir ao terceiro filme da franquia “Os Mercenários”.

Os Mercenários 3 como eu poderia definir, é  o tipo do filmão onde você pode assistir  tranquilamente comendo pipoca com guaraná acompanhado de seus amigos homens para assistir sem ter nenhuma preocupação.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Porque basicamente ele é o tipo do filme que parte do preceito de puramente entreter com muita adrenalina, muita porrada, muita nitroglicerina e muita testosterona com astros super bombados e de cara amarrada, atirando  para tudo o que é lado e cheio das explosões de deixar qualquer um tenso.

É engraçado observar o fato do filme carregar no seu elenco atores que eternizaram a figura dos heróis de ação cuja figura arquetípica do herói “brucutu”, palavra normalmente empregada para definir o homem grosseiro, rude e bruto, inspirado no personagem de quadrinhos de autoria do americano Vicent T. Hamlin(1900-1993), surgido na década de 1930. Deu origem ao termo que no meio cinematográfico foi empregado para definir o gênero do filme onde o herói tem justamente a característica de além de ser bruto pelo porte físico e com a cara séria que lhe dá o jeito de não ser muito amigável, simbolizando bem a típica figura dos heróis machões.

Que mesmo sem se utilizar de super poderes ou mesmo de trajes coloridos muito chamativos com aspecto circense como os heróis dos quadrinhos, estes sabiam como resolverem os problemas de encarar um exercito numeroso praticamente sozinho seja na batalha corporal ou soltando cada rajada de bala, ou provocando explosões ou mesmo soltando facas. Os brucutus também “são aqueles caras broncos e ultramachões que sempre usam dos punhos para resolver seus problemas.”*
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Entre as décadas de 1970/80 e 90, os filmes estrelados por estes atores de portes atléticos eram considerados as grandes mercadorias mais lucrativa para qualquer estúdio hollywoodiano, bem diferente do momento presente em que muitos se renderam a ideia de transformar os heróis das páginas de quadrinhos em grandes blockbusther como é o caso da Marvel, que montou seu próprio estúdio passando assim a reinar absoluto, coisa que há cerca de 20 anos esta ideia seria impossível de acontecer porque a editora ainda não tanto cacife para montar uma empresa própria de cinema e muitas outras corporações cinematográficas não tinham muito interesse de levar heróis de quadrinhos para as telonas, pois tinham como grande receio não conseguirem cativar ou mesmo sabiam a que  tipo de público eles queriam agradar, já que iriam  modificar muita coisa do contexto das HQs gerando um longo custo de produção e assim resultando numa dúvida para qual tipo de público eles queriam atingir se fosse para crianças poderiam não agradar por acharem muito adulto ou  do contrário se fosse para adultos poderia também não agradar muito achando que estava infantilizado demais, resultando de um modo ou de outro  num fiasco nas bilheterias.

Portanto para muitos estúdios era fácil, menos custoso e mais criativo e lucrativo para eles roteirizar e produzir um filme estrelado de ação com atores de porte atlético e cara durona, os brucutus eram uma garantia certa para atrair bilheteria porque representavam os típicos filmes com cabras machos.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Antes de Sylvester Stallone, um dos maiores representantes desse gênero com Rambo e Rocky comprar a ideia de produzir o filme do próprio bolso, que antes tinha sido idealizado por um roteirista David Callaham que apresentou para um produtor da Warner Bros, até o momento em que Stallone resolveu aparecer para meter o bedelho tirando o dinheiro do próprio bolso, comprou o projeto e resolveu produzir e reescrever todo o roteiro do filme. A partir dai eles foram começando a mexer os pauzinhos na jornada de procurar qual produtora estaria interessada em utilizar o seu selo para o filme que só pelo fato de contar com a produção, direção e ser estrelado por um astro de ação com a carreira que andava super apagada seria por só um tremendo risco.  Foi então que resolveu aparecer a produtora independente Lionsgate também fazer bancando o filme.  

Como se não bastasse o filme contar só com Stallone no papel de Barney Ross, o chefe fundador do grupo, ele também contou com nomes de outros astros também da pesada, que assim como ele também andavam com carreira bastante apagada em Hollywood, entre os que posso pontuar a presença Arnold Schwarzenegger, que no primeiro não participou muito da ação com o grupo de Barney, fez uma reduzida participação especial numa cena onde ele conversa com Barney sobre sua missão a mando do Mr. Church(Bruce Willis), uma retomada um tanto tímida do ator as telonas depois de passar oito anos  dedicando-se a politica como Governador do Estado da Califórnia.  Também contou com Dolphin Lundgren que é eternamente lembrado por ter feito seu adversário Ivan Drago em Rocky IV(1985), também contou Jet Li, que é o famoso brucutu chinês dos filmes de artes marciais e Jason Statham que representa a geração mais nova dos astros brucutus e Bruce Willis que fazia o negociante Mr. Church, o eterno John MaClaine da franquia  Duro de Matar.  Fora esses o primeiro filme também contou com a participação da atriz brasileira Giselle Itié interpretando uma informante de Barney numa ilha do Golfo do México, que é governada por um ditador General Garza e que descobre-se que ela era filha do cara, que tinha negócios com um traficante de drogas.

















O primeiro da franquia lançado em 2010 teve boa parte de suas locações gravadas aqui no Brasil, e aqui o filme quase sofreu um boicote dos brasileiros pela polêmica declaração que Stallone fez um ano antes quando o filme ainda esteva em processo de produção: “Você pode explodir o país inteiro e eles ainda dizem obrigado. E te dão um macaco para você levar de volta para casa”.**

Mas de todo modo o primeiro conseguiu gerar uma grande soma de bilheteria e a critica fez grandes elogios, que dessa forma inspirou a sequencia Os Mercenário 2(2012) que contou com o elenco maior como o reforço de Chuck Norris outro dinossauro dos brucutus e Jean-Claude Van Damme sendo o vilão deste filme.

Quanto a este terceiro filme da franquia vem com o seu elenco bem mais reforçado, confesso que não tenho muito do que avaliar em quesito de roteiro nem muito menos na técnica visual do filme, portanto posso garantir que nesta descrição não terá nada de spoiler.

O filme pelo que andei acompanhando nos trailers ele já entrega muita coisa do que a gente pode esperar, todas as cenas de continuidade que são apresentadas no filme já tem certa previsibilidade do que podemos esperar, sem causar aquele impacto de surpresa.  Se acima comentei do elenco reforçado.  Neste reforço eu pontuo a presença de Wesley Snipes que aparece bem na abertura do filme interpretando Doc, um médico que foi antigo parceiro de Barney nos Mercenários, que é resgatado pelo grupo quando estava se dirigindo para a prisão dentro de um trem sob a acusação de sonegação de impostos, crime que não por ironia o Snipes praticou na vida real e passou uns dois a três anos cumprindo pena.  É esta ironia que acaba gerando todas as pitadas cômicas do filme sem ele, no entanto perder a própria essência.  Snipes assim como Ludgren que está desde o primeiro, também já encarou Stallone em “O Demolidor” (1993). Assim como também posso pontuar a presença de outro ator que também já encarou Stallone em outro filme estrelado por ele, estou me referindo ao espanhol Antonio Banderas que no filme faz o papel de Galgo, que faz parte dos novos recrutas de Barney, que é muito falastrão tentando ser o alivio cômico do filme que por si só já tem nas próprias tiradas de personagem. Banderas como já havia colocado já foi inimigo de Stallone em “Assassinos” (1995).  O que prova que em muitos casos, seu pior inimigo pode virar seu amigo ou do contrário seu melhor amigo virar seu grande inimigo.  Isto é o que mais ou menos acontece em Mercenário 3 com a presença de Mel Gibson a quem alguns o associam aos filmes de comédias, mas também já viveu  heróis durões em filmes de duas diferentes franquias como o Max Rockatansky  na trilogia de  Mad Max(1979-1981-1985)  e o detetive Martin Riggs na quadrilogia de Máquina Mortífera(1987-1989-1992-1998).  Este nunca foi vilão em nenhum outro filme de Stallone, mas em “Os Mercenários 3” , ele é sim o cara malvado, o traficante de armas Conrad Stonebacks, um antigo membro grupo e  que  foi um dos  co-fundadores  dos Mercenários, logo após conseguir resgatar Doc e leva-lo para esta missão Barney fica surpreso ao se deparar com ele, pois pensava que ele o tivesse  eliminado assim que ele entrou em dissidência com ele no grupo  e passou a utilizar dos conhecimentos que tinha com armas para financiar terroristas, traficantes de drogas e outros criminosos  utilizando de um nome falso, o que o deixou ainda mais espantado.
 
 
 
 
 
 
 
 
 









Harrison Ford também é outra presença, que também devo pontuar neste filme, o astro clássico mesmo já estando bem setentão também mostra saber bem em forma para encarar uma aventura como as que ele encarou vivendo o mercenário espacial Han Solo na primeira franquia clássica de Star Wars(1977-1981-1983) e  como o Indiana Jones nos filmes de (1981-1988-1989) e também como o agente de policia Deckard em Blade Runner-O Caçador de Androides(1982).  Neste filme, Ford faz o papel de Max Drummer o homem responsável por intermediar a negociação do serviço de Barney para o Mr. Church.  E por fim, claro que tem outros atores legais veteranos que já acompanham franquia desde o inicio e os mais novos que fazem parte do núcleo dos jovens recrutas de Barney, mas entre estes como eu já descrito que tinha o Antonio Banderas que faz o falastrão do Galgo que tenta forçadamente ser o alivio cômico, mas por si só cada personagem provoca cômico em cada cena, e isto eu puder sentir do próprio feedback da plateia. Do núcleo dos jovens mercenários recruta quem eu destaco que mais me surpreendeu foi a Luna, única componente feminina do grupo que é interpretada pela lutadora de MMA Ronda Rousey, a sua primeira aparição no filme ocorre quando Barney acompanhado de um de seus velhos contatos vai até um bar onde ela trabalha como segurança, este quando a vê parece não levar muita fé por ela se trajar com um chamativo traje vermelho e usando óculos que lhe dá uma aparência de intelectual, poderia não dá conta o suficiente da sua missão, mas assim que a vê impedindo a briga de um bagunceiro no bar lutando no corpo-a-corpo é ai que ele se convence a recruta-la para a nova formação da sua equipe.
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Ronda mesmo sem mostrar tanto esforço de atuação, consegue ainda assim fazer da Luna um tipo bem fora dos padrões clichês das mocinhas de filmes de ação, que eram sempre representadas pelas bobinhas figuras das mulheres frágeis que eram sempre o alvo dos sequestradores, soltando o grito de socorro e indo as lágrimas de desespero.  Já com a Luna não tem nada disso. Mesmo eu sentindo que da parte de Stallone não se exigiu tanto esforço de interpretação dela, ela basicamente está ali para mostrar a que veio, e mostro ser boa mesmo na coreografia de luta e mostrando que tem personalidade forte, posso resumir que ela foi uma boa escolha para o papel sabendo também como construir a figura de uma heroína que ao contrário da maioria das heroínas de quadrinhos, além dela não precisar se utilizar de nenhum super poder para mostrar que é forte não só luta corporal, mas também na personalidade, também mostra não precisar utilizar de um chamativo traje carnavalesco colorido para forçar um característico ar  de sensualidade exageradamente erótica  que desperte uma excitação no público masculino.  Mesmo com a forte personalidade mostrada em cena, ainda assim ela consegue manter sua feminidade.
 
 

 
 
 
 
 
 
 

No balanço geral, Os Mercenário 3 é bem o tipo do filme que eu recomendo você assistir totalmente despreocupado, ela não se preocupa em fazer uma ponte direta entre os anteriores.  Todos os personagens ali presentes assim como acontece desde o primeiro, eles não tem a preocupação de ter certo aprofundamento, não tem aquela preocupação de mostrar um desenvolvimento individual de personalidade. Como descrevi acima que não iria descrever muita coisa de falha artística ou mesmo técnica no quesito do roteiro ou mesmo no aspecto visual.  O que posso resumir sobre o que eu achei tanto no roteiro quanto visualmente é que ele basicamente segue o antigo esquema clichê dos clássicos de ação.  Se fazendo uma comparação de Mercenários 3 com outros grandes blockbusther que eu  conferi até agora neste segundo semestre de 2014,  onde  comecei vendo Transformers-A Era da Extinção, em seguida Planeta dos Macacos-O Confronto e Guardiões da Galáxia, que em comum foram os que mais devem ter  consumido um caro orçamento, sendo no caso de  “Guardiões”, a produção mais arriscada pelo fato de mesmo sendo um selo da Marvel, eles nunca tinham sido explorado comercialmente por outras mídias, portanto,  eram desconhecidos de boa parte do público, e ainda  por apresentarem uma proposta de heróis em aventuras espaciais, já por si só era motivo para muitos críticos verem o filme  com olhar de incógnita, no entanto, o filme conseguiu surpreender com personagens cativantes, com uma ótima trilha sonora que traz um flashback   com uma linda  musical de sucessos da década de 1970, como a que destaco é “Hooked on a Feeling” da Banda Blue Swende.  Cujo refrão é tocado nos trailers.  Entre outros que alavancou a bilheteria no título que era o mais arriscado conseguiu figurar entre os mais lucrativos.  Em se tratando de Mercenários 3, a estética visual em comparação a Guardiões, é como já descrevi sobre acima, ele é puramente clichê, não devo  arriscar dizer  que ele aparenta ter tido um orçamento  modesto, porque seria levar muita porrada na cara, porque o que não deve ter saído barato para contratar os nomes que são a parte mais interessante e que mais segura o filme e juntando o todo esquema para os caras encararem cenas super perigosas desde o tiroteio, as explosões e as constantes puladas nos prédios, que deve ter gerado uma cicatrizes por todo corpo de cada um.  Musicalmente o filme também carrega uma ótima trilha de autoria de Bryan Tyler, que sabe combinar perfeitamente no tempo certo de cada cena com os efeitos das explosões.  Para encerrar posso definir que Mercenários 3 é o típico para se assistir muitas vezes depois,  porque ele é o tipo do filme que serve puramente para entreter sem ter a menor preocupação de ter uma história bem bolada que te segure  para virar um filme com temática cabeça.  Pois esta é justamente a proposta do cinema, de entreter, de divertir e esquecer-se completamente da realidade.

 

FONTE:









http://pt.wikipedia.org/wiki/Wesley_Snipes




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