quarta-feira, 26 de novembro de 2014

ANÁLISE DO FILME "INTERSTELAR"(2014)





Na noite de Sexta-Feira, 21 de Novembro de 2014, fui conferir ao tão comentado filme do diretor Christopher Nolan, “Interstelar”, no Shopping Midway Mall.

Posso descrever que pessoalmente esta é a minha primeira experiência assistindo um filme do Nolan, após este se desvincular da trilogia cinematográfica “Cavaleiro das Trevas” do herói famoso da DC Comics “Batman”.
 
 
 
 

















Goste ou não goste dos seus filmes, e mesmo as opiniões sendo bastante divergentes.  Pelo menos pode se dizer que foi graças a sua maneira mais realista possível que conseguiu retomar os filmes do herói as telonas sete anos após o fiasco de “Batman & Robin” (1997), o último da quadrilogia que começou em 1989 com o primeiro filme dirigido pelo então desconhecido Tim Burton e foi encerrado de forma grotesca pelas mãos do Joel Shcumancher. 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Confesso que bem antes ou mesmo depois da nova franquia cinematográfica do “Batman”, eu desconhecia completamente os outros catálogos no currículo do Nolan.  Neste filme especificamente eu pude notar muitas coisas características que o mesmo diretor colocou da recente trilogia cinematográfica do Batman que estão bem colocados neste filme. 

 

Basicamente posso começar descrevendo que o filme é justamente segundo já me comentou uns amigos que já assistiram ao filme logo em sua primeira semana de exibição, pelos próprios comentários críticos que já andei lendo ou mesmo assistindo aos conteúdos de vídeos dos vlogueiros do Youtube.













 
 
 
 
 
 

Poderia definir pela minha própria percepção que Interstelar se encaixa bem na categoria dos filmes do tipo cabeça, que é o como os apaixonados por cinema costumam definir os filmes cuja abordagem é muito complexa a ponto de exigir uma maior compreensão do que se pode imaginar. Eles são daqueles filmes que diferentemente de muitos blockbusthers convencionais que se preocupam apenas em entreter para virar uma mercadoria facilmente lucrativa para Hollywood utilizando-se de velhos clichês para atrair plateia. No caso dos filmes cabeças, eles não são produzidos com esta intenção puramente de entretenimento comercial, no entanto sabem como se utilizarem de uma abordagem mais complexa para atrair novos horizontes, provocar muitas reflexões e questionamentos c om alto teor filosófico.

 

E neste aspecto, “Interstelar” carrega todos estes elementos que o tornam um filme bem cabeça, e a própria abordagem propicia este acontecimento e sendo um prato cheio para quem gosta de estudar teorias físicas.   Como o fato da história o tempo todo se utilizar de uso excessivo de didatismo e sendo muito acadêmico sobre os conceitos da astrofísica que é a principal abordagem do pano de fundo da obra.

O enredo do filme tem dois panos de fundo, o primeiro se passa na terra, em uma região rural dos EUA, em um lugar não muito especifico e nem fica claramente datado, apesar de não deixar muito claro que se passa em um cenário muito futurista.

É neste cenário que conhecemos o pacato fazendeiro Cooper(Mathew McConaugey),  formado engenheiro e ex-piloto de testes da Nasa, viúvo, pai de dois filhos,  o adolescente Tom e a menina Murph. Ele também conta com o auxilio do seu sogro Donald(John Lithgow) para cuidar dos seus filhos, ainda mais depois  que ele recebe a dura missão liderada pelo Professor Brand(Michael Caine) de ir a uma missão  espacial para ajudar a Terra cuja biodiversidade anda completamente escassa.
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 

Em seguida o pano de fundo vai se desenvolvendo na longa aventura de Cooper e a tripulação pelo espaço a procura de outras galáxias para servir de colonização aos seres humanos.

Cooper tenta fazer de tudo para colocar comida no prato dos filhos, tentando tirar da colheita de milho, acontece que no ambiente hostil em que o Planeta Terra inteiro vive desde que alguma praga apareceu e gerou total escassez nos recursos naturais que ficou impossível continuar sobrevivendo só disso.  Mas ao saber da proposta de ir viajar para encontrar meios de vidas alternativos em outros sistemas solares, resolve aceitar a proposta do Professor Brand, e ele vai numa expedição acompanhado de Améilia Brand(Anne Hathaway), também cientista e filha do Professor Brand,  para irem até o buraco da minhoca que foi descoberto  dentro do  Sistema Solar na órbita de Saturno, há uma unanimidade entre os cientistas que o mandam para esta missão de que é neste lugar a salvação para a sobrevivência do planeta, e que para isso eles precisaram atravessar o  lugar para poderem encontrar outras galáxias para poderem colonizar. 

 

Uma ideia que na teoria mostra ser facílima de resolver, mas, na prática vai mostrando ser completamente difícil, a ponto de fazer passar um tempo longo vagando pelo espaço sem terem a menor ideia do passar do tempo onde a aparência física jovial deles vai se mantendo completamente intacta. 













 

E será durante toda esta longa jornada deles no filme que vamos nos deparar com cenários nunca antes explorados, outras zonas temporais e dimensionais recheada de muitas teses teóricas da astronomia.

 

Definir que a trama do filme mesmo sendo cabeça é original seria de certo modo bastante equivocado, mesmo porque ele deixa muito evidente algumas referencias bem clichês de outros filmes do gênero, e um que pode ser bem evidentemente reparado do qual o filme faz referencia é em “2001-Uma Odisseia no Espaço” (1968) do genial Stanley Kubirck(1928-1999), ainda  mais que Cooper  tem entre seus  companheiros tripulantes  durante a longa  jornada  vagando pelo espaço de um computador falante, uma inteligência artificial chamada CASE,   que deixa bem explicito ter sido inspirado no Hall 9000, o robô de “2001”.

Apesar de ele carregar esta característica bem  clichê, ainda assim ele consegue surpreender, inovar na concepção como quer transmitir a sua maneira peculiar ao público a respeito dessas questões cientificas bastantes inexploradas.

Entre os fatores que posso pontuar ter achado legal no filme está a brilhante trilha sonora do Hans Zimmer, novamente trabalhando em um filme de Nolan depois da trilogia de Batman, os arranjos instrumentais que ele criou para cada cena traz uma sensação muito prazerosa, zen inclusive, combinando legal com toda a atmosfera surreal que o filme nos apresenta.  Criando aquela incrível sensação mística de você estar sonhando e entrando mesmo no clima do filme como se tivesse fumado um baseado ou mesmo enchendo a cara com cerveja.
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 

Outro ponto legal do filme que posso destacar está também no brilhante elenco presente, Matthew McConaugey como protagonista foi assim a parte que mais me surpreendeu, confesso que antes de conferi-lo neste papel, eu tinha certo “pré-conceito” a respeito do seu desempenho num personagem tão intenso do qual foi exigido dele. Antes desse filme, eu já tinha o visto estrelando uma comédia romântica em “Como Perder um homem em 10 dias” (2003) onde ele interpretou um papel bobinho, numa história bem bobinha, que o estigmatizaria demais com o rótulo de galã, por causa disso, não há como gerar certa desconfiança para um público muito exigente de críticos de não criar muita credibilidade seu desempenho profissional.

 

Já neste eu pude sentir um maior amadurecimento profissional dele, já que ele faz bem o papel de um herói, que tem consciência das suas imperfeições como ser humano no quesito do drama familiar em relação a longa jornada longe de seus filhos levadas as circunstancias dessa missão orbital.   

 

Além de Marttew McConaugey, o filme também conta no elenco com dois atores que já trabalhando nos recentes filmes do “Cavaleiro das Trevas”, dirigidas pelo Nolan estão o veterano Michael Caine, que está perfeito no papel do Professor Brand, em muitas coisas ele pode remeter ao Mordomo Alfred Pennyworth como a relação paternal que ele adquiri pela Murph, a filha de Cooper e o mesmo ela sente por ele devido as circunstancias de ambos carregam a dor de viverem longe e sem noticia dos entes queridos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Anne Hathaway que também já atuou em um filme de Nolan, também na franquia de “Batman-Cavaleiro das Trevas”, fazendo a Mulher-Gato. Neste filme, pelo que pude sentir na sua interpretação no papel da Amélia Brand ela está assim um tanto quanto mediana, a sua personagem pelo que pude perceber fica boa parte do filme assumindo a função típica do coadjuvante que fica ali só para enfeite sem ter muita preocupação de ter algum aprofundamento no desenvolvimento de personalidade.  A sua atuação dela no papel até ficou bom de certo ponto legal, apesar de ter faltado um pouco mais no desenvolvimento.  Nas longas horas em que a história se desenrola no longo tempo dela acompanhando Cooper no espaço, dá a entender que ela vai despertar uma paixonite discreta por ele, e o mesmo demora a perceber isso, que também deixa muito a entender que nutre algum sentimento de paixão por ela, mas, não parece querer reconhecer. Coisa assim que fica muito na duvida.  Em nenhum momento do filme é mostrado os dois sequer tendo algum sinal de afeto, alguns podem até colocar que deve ter faltado química entre Matthew McConaugey e Anne Hathaway ou talvez envolva outros fatores, pode ter sido porque já era como Nolan tinha bem arquitetado nos planos cronológicos do roteiro.

 

 

Outra presença também importante no elenco é a de Matt Damon no papel do cientista Dr. Mann, que aparece sendo encontrado pela tripulação da nave de Cooper após passar longos anos congelados no espaço e que muitos achavam ter morrido. Mesmo sendo um personagem facilmente esquecível no decorrer do filme, mesmo assim, ele vai mostrando-se realmente não ser muito flor que se cheirasse.  No momento em que ele vira o antagonista então, tentando matar Cooper é que isso vai ficando muito claro.

 

Para terminar a analise do elenco também pontuo o brilhante desempenho dos atores que interpretam os filhos de Cooper, que ao longo do filme são alternados por diferentes atores a medida que eles vão envelhecendo.   Timonthy Chalamet está brilhantemente bem apresentado como o primogênito Tom na fase juvenil, se mostrando bem esperançoso de um dia ver o pai retornando vivo para o lar, o oposto da interpretação de Casey Affleck que o interpreta na fase adulta mais experiente, casado e pai de um filho, trabalhando na fazenda e passando a adquirir um perfil mais friamente cético, a ponto de já ter perdido a esperança dele retornar para a Terra e ficando bem mais conformado com a sua ausência.  E por fim também tem William Devane que interpreta o Tom já bem mais idoso, apenas aparecendo dando um depoimento para um suposto documentário que é mostrado bem no inicio do filme.

Quanto as atrizes que interpretam a Murph, a caçula de Cooper, primeiro começo destacando o brilhante desempenho de Mackenzie Foy, que está ótima no papel da Murph menina criando suas nuances do seu dom de sentir a coisas que não estão presentes,  que faz  ela pensar se tratarem de fantasmas. Na sua pouca idade ele parece ter demonstrado um talento de gente grande ao desenhar o perfil mais dramático, principalmente ao se mostrar reativa e inconformada com a vigem que o seu pai vai fazer ao espaço sem ter a menor ideia de quando ele vai retornar.  Jéssica Chastian desenvolve bem o papel Murph mais adulta e passando a trabalhar na agencia do Professor Brand colaborando com ele e ao contrário do irmão, ainda mantem a esperança de acreditar que seu pai ainda esteja vivo e ainda possa retornar.  E por fim Ellen Burstyn está excelente no papel da Murph bem mais idosa fazendo uma das cenas mais emocionantes do filme que é quando Cooper após finalmente retornar ao lar, depois de terminada sua longa missão no espaço, resolve se reencontrar com ela hospitalizada e entre a vida e a morte numa interpretação muito comovente.

 
 
 
 
 
 
 
 
 

No quesito da produção, o roteiro como já havia descrito nos parágrafos acima ele carrega uma abordagem de um filme de ficção-cientifica bem cabeça, cheio de elementos clichês de outros catálogos do gênero. Os diálogos são tão carregados de tons científicos, que até mesmo um expectador expert ou com Ph.D* em teses físicas pode se perder, porque tudo é apresentado de  maneira bem apresada e de forma tão rápida   onde  termina chegando uma hora que  fica difícil de respirar ou mesmo tentar  absorver tudo.

Mesmo se utilizando de muito didatismo técnico cientifico, ainda assim a trama do filme vive carregada de muitas liberdades poéticas e uns pequenos furos de roteiro que mesmo o expectador leigo em ciências da astrofísica perceber e questionar  certas improbabilidades de acontecer teoricamente falando.

Uma das partes mais chatas que eu achei no filme, foi o fato dele ter uma duração muito longa, e isto termina por gerar um forte cansaço no espectador.  Se não fosse só isto o filme não ficaria tão tedioso.  O tédio só não fica maior quando há umas cenas durante a jornada espacial de Cooper e sua equipe acompanhada da inteligência artificial “CASE”, este ás vezes provoca uns alívios cômicos falando algumas frases bem bobinhas parece que para fazer o espetador esquecer um pouco do tamanho tédio do tempo da duração ou mesmo dos longos diálogos de forte tom acadêmico sobre teorias complexas do espaço infinito que até mesmo os mais bem estudados na área podem até se perderem.  E para encerrar, outro fator que também compensa no filme é que além dele carregar a impressionante trilha do Hans Zimmer que cria toda aquela atmosfera para fazer se sentir vagando pelo espaço, os brilhantes efeitos visuais mostrando a Nave de Cooper vagando pelo Sistema Solar e visitando cada planeta diferente com ótimos panoramas, tornando assim o filme um show a parte e quando há as cenas deles se aventurando por outras zonas dimensionais, temos então um show mais surreal que a outro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FONTE:

*Ph.D-É uma abreviação para a palavra inglesa “Philosophiae   Doctor”  que traduzido ao pé da letra é “Doutorado em Filosofia” .  “É um título fornecido pelas Universidades reconhecido como grau terminal nos países de língua inglesa termo filosofia não se relaciona neste título apenas ao campo da filosofia propriamente dita, mas provém do sentido grego da palavra, que é amor ao conhecimento, sendo que o título de PhD é então fornecido na Europa para os campos de medicina e direito. O termo filosofia advém do ensino de artes liberais, baseada na ementa da Universidade Humboldt de Berlim, uma vez que até o início século XIX muitos dos cursos de graduação atuais nem existiam, e a filosofia era composta de ementas de diferentes cursos atuais.” Mais informações em: 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Doutorado_em_filosofia





http://cinema.uol.com.br/album/2014/11/06/veja-os-filme-e-livros-que-influenciaram-interestelar.htm 

 

 

 

 

 
 
 

terça-feira, 18 de novembro de 2014

ANÁLISE DO FILME SOBRE "TIM MAIA"


No final da tarde de Segunda-Feira, 10 de Novembro de 2014, fui conferir a uma interessante sessão de cinema no Shopping Midway Mall, o filme em questão que assisti foi o drama nacional inspirado na biografia de uma ilustre figura do cenário musical brasileiro, estou me referindo a “Tim Maia”.





















Antes de começar a minha analise do drama biográfico do ilustríssimo Tim, vou primeiramente comentar o curioso caso de naquela Segunda-Feira no qual assisti ao filme foi no dia promocional do Projeto Brasil, onde os catálogos nacionais exibidos naquele dia custavam pelo valor simbólico de 3,00 R$. E talvez isso deva explicar o porque de eu ter enfrentado uma gigantesca fila num dia tão atípico de começo produtivo de semana para conferir uma sessão de cinema que não seria de um filme qualquer.  Foi em consequência desta fila quilométrica que terminou gerando como consequência eu ter de mudar a programação da sessão que eu estava planejando assistir.

O filme no que posso resumir me surpreendeu bastante pela proposta que soube bem apresentar para o público que aprecia a boa música brasileira de um cantor tem uma simbologia muito importante e aos que estão na casa dos 50 anos para cima tiveram o privilegio de vivenciar as diferentes fases musicais dele bem reconstituídas em diferentes cenários datados.

 
 
 
 
 
 
 
 
 

Em meus 29 anos de vida, e amante da boa música como sou, confesso que não tive muito o privilegio de vivenciar nenhuma das fases meteoricamente douradas no qual o filme biográfico sobre Tim Maia retrata de forma magnifica.   Quando eu nasci em 1985, o Tim Maia já estava há muito tempo bem estabelecido na sua carreira musical, apesar de na época o cenário industrial  das grandes gravadoras brasileiras  estavam mais interessadas   investir como suas mercadorias  em  cantores de outros gêneros musicais como do rock, por exemplo.  A mesma coisa também aconteceu a medida que fui crescendo ao longo da década de 1990,  quando vivenciei  o cenário industrial musical ser dominado pelas duplas sertanejas, as bandas melódicas de pagodes e as bandas de trio elétrico do carnaval baiano que passaram a serem denominados  por meio do produtor musical Hagamenon Brito de axé music*. Quando ele faleceu em 1998, eu na época só tinha 13 anos, portanto, não conhecia praticamente nada do que Tim Maia representava musicalmente para a arte brasileira, a medida do tempo fui descobrindo e conhecendo o que representava o seu grande legado artístico ainda mais na parte social sendo representante da classe então marginalizada brasileira, conhecendo bem sua capacidade genial de compor os mais diferentes tipos de ritmos musicais desde as baladas dançantes como “Vale Tudo”, “Descobridor dos Sete Mares” até mesmo com  as baladas bem românticas como : “Primavera”, “Você”, “Me dê motivo”, “Azul da Cor do Mar” entre outros exemplos.
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma coisa que me surpreende bastante em ver um cantor como Tim Maia tenha conseguido com este incrível talento genial de criar e compor as próprias músicas e o tipo de entonação de voz que criava para as canções conseguia cativar e atrair os mais diferentes públicos mesmo não tendo uma boa estética física como ponto favorável, o seu grande talento que contrastava bastante com a sua personalidade difícil, juntando a sua vida pessoal muito porra louca e se envolvendo em situações muito controversas onde terminaram lhe custando altos preços que em diferentes momentos dos seus 55 anos de vida mancharam muito sua carreira e em consequência disso ele terminou vivendo uma vida pessoal muito sofrida e  solitária, outro também contraste do sucesso que ele alcançou musicalmente.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

No filme em questão com direção e roteiro de Mauro Lima, adaptado do livro “Vale Tudo- O Som e a Fúria de Tim Maia” publicado em 2007, de autoria do jornalista, produtor musical e muito amigo do Tim, Nelson Motta.   Ele é o tempo todo narrado pelo ponto de vista do cantor, amigo e parceiro musical dele Fábio(Cauâ Reymond) , é por meio da sua narrativa mostrando as diferentes fases da vida do Tim Maia e como já descrito no final do terceiro desse texto, nos diferentes cenários bem  datados e  bem reproduzidos pelos cenários fotográficos, pelas maquiagens, os cortes de cabelos e os figurinos.  Nas primeiras horas de filme, somos guiados por meio da narrativa de Fábio que nos apresenta primeiramente como era a vida de Tim em sua infância bem humilde na Tijuca, onde ele sendo o penúltimo filho da numerosa família dos 20 filhos de Altino Maia e Maria Imaculada Maia, batizado de Sebastião Rodrigues Maia, nessa passagem inicial do filme é mostrado como ele já desde criança já tinha adquirido o aspecto físico bem rechonchudo, ainda mais quando era mandado a ajudar a família entregando marmitas, o que lhe rendeu o codinome no bairro de “Tião Marmita” e por assumir essa função terminava aproveitando para comer as escondidas a comida dos clientes de sua família.  Também é mostrado como ocorreu a sua formação escolar, em um colégio ministrado por uma companhia de padres.  O filme no decorrer da passagem do tempo vai se desenvolvendo mostrando um Tim Maia(Vivido por Robson Nunes nesta  fase  de adolescente colegial e pós-colegial)  mais crescido e com o aspecto físico  mais roliço  no final da década de 1950, sonhando alto com sua  carreira musical.  Foi graças a um padre da escola que ele conseguiu adquirir o primeiro instrumento da sua vida, também é nesta fase da vida dele que é apresentado as suas primeiras tentativas de tentar a chance na tão sonhada musical formando duas diferentes bandas.

Nessa passagem do filme também é mostrada como foi o relacionamento dele com duas importantes figuras da música brasileira, jovens na sua mesma faixa etária como Roberto Carlos e Erasmo Carlos, o pioneirismo da Jovem Guarda, um importante movimento musical surgido por esta época influenciado pelo rock americano. Também o mostra formando junto com estes dois a banda “The Sputniks”, em um interessante cenário que para quem tem mais de 50 anos deve com certeza sentir um pouco de nostalgia, porque neste momento  é mostrado ele por esta época de sua primeira tentativa de se lançar cantor no programa de auditório  do então ilustríssimo apresentador  de TV  do Carlos Imperial(1935-1992), que era naqueles primórdios da televisão com a extinta TV TUPI(1950-1980) a mesma coisa que hoje representa Faustão e companhia Ilimitada.











 

É também nesta fase apresentada no filme da sua juventude que é mostrado o Tim Maia já adquirindo a sua personalidade bem intempestiva, que se tornaria a grande responsável por em diferentes momentos da sua vida por queimar sua carreira na música.

Com o desenvolver maior é mostrado o Tim Maia se aventurando nos EUA, onde lá tendo contato com o povo marginalizado das ruas do Brooklin conheceu a influencia musical que o faria adotar assim que retornasse.

Antes disso vai mostrando durante esta passagem em solo americano, a sua experiência de malandragem ao se envolver numa treta com os marginais roubando e comercializando droga, esta sua grande mancada lá seria responsável por sua prisão e deportação para o Brasil.













 

No momento em que apresenta ele retornando ao Brasil, é mostrado como aqui ao saber como seus antigos parceiros de “Sputniks” Roberto Carlos e Erasmo Carlos estavam se tornando grandes mercadorias lucrativas para muita gravadora brasileira.

 

E de como ele precisou penar muito para conseguir virar o cantor que se tornaria futuramente.  Mais para frente, o filme vai se desenvolvendo em mostrar o cantor(Interpretado por Babu Santana até a morte do cantor)  com já bem estabelecido mercadologicamente falando e havendo uma forte santificação dele.

É no cenário da fase dourada que foi nos anos 1970, que é mostrada como era detalhes curiosos dos bastidores das canções que ele gravou, mostra um pouco da sua relação amorosa com Janaina(Alinne Moraes)  colocado com um toque de licença poética, isto porque a presença dela no filme cria a junção das duas mulheres com quem Tim Maia se apaixonou, sendo a Janaina real e a segunda foi com quem ele constituiu família.  É por esta fase da vida dele que ao espectador é apresentado como na mesma medida e proporção ele conseguiu grandes sucessos, como também grandes fracassos, sua vida bem porra louca se nas festas onde bebia e drogava excessivamente e envolvido nos episódios controversos, como quando inventou a aderir a seita religiosa dos racionais, onde ele terminou utilizando para doutrinar seus fãs  gravando um álbum que terminou lhe custando sua carreira fora o seu forte desemperramento que fez ele entrar em sérios conflitos  com gravadoras somados ao afastamento de alguns de seus amigos, de sua amada e somados a sua boa  genialidade  musical, que contrastava bastante com sua personalidade difícil que o levava a viver um estilo de vida bem controverso e somados ainda a sua vida bem sedentária terminou gerando o fim de sua vida na solidão.

Pelo que pude constatar do filme sobre a vida do cantor Tim Maia, ele procura esmiuçar ao máximo possível todos os diferentes momentos da carreira da ascensão e queda passando por fases bem controversas também mostrando seu talento musical incrível contrastando com o ser humano cheio de muitas falhas como qualquer pessoa comum, ou seja, são as várias faces de um mesmo Tim Maia.
 
 
 
 
 
 
 

 

Assim, tiveram alguns momentos que acabaram ficando de fora do filme, logicamente para o filme não ficar muito cansativo e tedioso.  Inclusive pude notar a ausência de mostrar detalhes de sua vida intima na representação da figura paterna com os filhos Leo e Carmelo Maia.  Assim como também não chegaram explorar suas outras amizades com outros cantores como Jorge Bem Jor ou mesmo Sandra de Sá ou mesmo de outros episódios bem controversos de algumas práticas de malandragens que lhes custaram muitas dividas.

Enfim, o que posso definir do filme biográfico sobre Tim Maia, ele é excelente para se conhecer um pouco melhor do nosso contexto musical, para gente saber como dar valor a cultura brasileira. Como já descrito nos parágrafos acima ele carrega uma excelente fotografia e belíssimas cenografias reconstituem bem cada momento histórico do cenário musical onde o Tim vivenciou, os figurinos também estão impecáveis, o uso dos carros também é uma bela visão poética.




















O elenco presente no filme é incrível, com destaque para Robson Nunes e Babu Santana que estão incrivelmente perfeitos encarando o papel do cantor em diferentes momentos da vida.

Robosn Nunes está excelente apresentando um Tim Maia mais jovem sonhando alto com sua carreira artística e tendo uma forte ligação com o Roberto Carlos.  E mostrando os primeiros sinais da sua personalidade explosiva e Babu Santana está extremamente perfeito no papel do Tim Maia já bem mais adulto e com a carreira musical estabelecido com uma caracterização perfeita, e criando uma perfeita empostarão de voz para ficar super igual ao cantor, é curioso imaginar que os dois que encarnam com perfeição no filme um Tim Maia com idades tão diferentes, o primeiro bem adolescente e o segundo dos trinta anos para cima, tem na vida  real  uma diferença de idade bem pequena de apenas 3 anos . Assim como posso pontuar a excelente presença de outros atores que são rostos bem conhecidos do grande público de novela global, como Cauã Reymond que está brilhante no papel de Fábio e a forma como ele faz a narrativa da obra também é perfeita, assim como a Alinne Moraes ótima no papel da Janaina que parece mostrar aquela figura das típicas mulheres interesseiras que gostam de darem em cima de algum famoso milionário para tentarem se darem bem, o protótipo da piranha periguete. Assim como também conta com ótimas participações de rostos conhecidos de novelas globais que sabem como aproveitar os tempos de presença de cada um.   Como já bem descrevi acima, o filme tem todo um clima de nostalgia para quem com um pouco mais de idade do que eu conheceu muitas das suas diferentes fases bem reconstituídas no filme.

 

 

 

 

 

 


 

 

 


 

 

 

 

 





FONTE:



“Termo Axé Music nasceu pejorativo, mas se tornou forte. Hagamenon Brito explica: http://ciclosdejornalismo.blogspot.com.br/2011/10/termo-axe-music-nasceu-pejorativo-mas.html








http://caiobraz.com.br/5-motivos-para-ver-o-filme-do-tim-maia/

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

ANÁLISE DO FILME "DRÁCULA-A HISTÓRIA NUNCA CONTADA"(2014)




Na tarde de Quarta-Feira, 29 de Outubro de 2014, retomei a conferir o meu programa favorito de cinema no Shopping Midway Mall, após um tempo de abstinência cinematográfica. O filme que desta vez eu conferi foi “Drácula- A História Nunca Contada”. 
 
 
 
 
 
 
 
 

Antes de começar a minha análise critica sobre o filme, eu poderia primeiramente começar introduzindo que ele bem poderia entrar no quesito que muitos críticos tem percebido ultimamente que tem faltado muita criatividade em Hollywood.  

Começando pelo fato da lenda do Conde Drácula ter surgido de verdade, o real Conde Drácula foi um Príncipe da Valáquia, nascido na Transilvânia, região que existe até hoje e lá fica localizado na Romênia de verdade o Castelo do Conde Drácula onde é ponto turístico.

Vlad III Dracul, como foi batizado o verdadeiro Drácula que originou a lenda do Drácula Vampiro da mitologia da cultura pop, viveu entre os anos de 1431-1476, recebeu esta denominação de Drácula, em referência a seu pai Vlad Dracul, cujo nome na língua extinta língua latina significa “dragão”, no povoado local ele era de Vlad Draculea, (Vlad Filho do Dragão), em referência a “Ordem do Dragão” uma importante irmandade religiosa surgida naquela região no começo do século 15 do qual ele tinha um forte vinculo sagrado.  Vlad III era um homem que reinou na Transilvânia em períodos de tempos bem diversos, no primeiro momento assumiu o trono em 1448, onde passou apenas um ano, em seguida voltaria ao trono em 1456 onde governaria por seis anos e no último momento foi em 1476 quando morreu durante uma batalha contra os turcos, estava na época com 45 anos de idade. 















O real Conde Drácula que inspirou o mítico vampiro.




O legado que foi passado ao longo dos séculos sobre a importância do Conde Drácula para o povo romeno foi da figura arquetípica de um herói defensor de seu reinado contra a invasão turca.  

A maneira como o verdadeiro Drácula praticava a execução de seus adversários na guerra, de uma maneira um tanto quanto cruel empalando as vitimas principalmente nos turcos, uma técnica de execução “que consiste em atravessar uma lança pelo corpo da vítima, de cima para baixo”* isto o tornaria célebre como Vlad, O Empalador.  Esta sua má fama perdurou mundialmente por vários séculos, ainda mais quando no final do século 19, um célebre escritor irlandês de romances, contos e poesia Bram Stoker(1847-1912) inspirado nesta lenda do real Conde Drácula, o eternizou com um elemento sobrenatural do vampirismo na sua famosa obra de ficção intitulada apenas de “Drácula”, cuja primeira  publicação aconteceu em 1897.
 
 

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma das capas do livro de Bram Stoker que originou o folclore vampiresco.
 
 
 

Este romance de Stoker seria na posteridade com o advento do cinema no inicio do século 20, responsável por eternizar a figura arquetípica mitológica do Drácula como vampiro, o primeiro filme inspirado no romance de Stoker foi Nosferatu(1922) , dirigido pelo alemão Friedrich Wilhelm Murnau ou F.W. Murnau(1888-1931)  que representou um marco importante para a época áurea  do movimento artístico expressionista alemão.  Como Murnau não tinha conseguido adquirir o direito de adaptação, por isso mesmo, tanto o título quanto o protagonista tiveram os nomes alterados, neste primeiro filme inspirado no “Drácula” o seu nome foi alterado para Conde Orlok . De todo jeito, pode se considerar “Nosferatu” como o pioneiro na ideia de cultuar a figura vampiresca do Conde Drácula, além disso, pode-se considerar também que o interprete do Conde Orlok em Nosferatu, Max Shreck(1879-1936) foi o pioneiro em encarar o Conde Drácula no cinema, mas de uma forma pouco habitual de caracterização como estamos acostumados a ver  com a capa preta e os dentes caninos.
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
Cena do filme Nosferatu(1922), clássica obra-prima do expressionismo alemão, considerada pioneira na manifestação artística da onda do  vampirismo no cinema.
 
 
 

Mas seria em 1931, que a Universal Studios, após conseguir negociar a compra dos direitos de adaptação da obra de Stoker, e contratou para dirigir Tod Browning(1880-1962), e escalou o húngaro Béla Lugosi(1882-1956) para protagonizar a mais  ilustre figura do Principe Vald III como o célebre vampiro em Drácula.  Com o todo estereótipo que o tornou célebre e referencia na cultura pop. Esta celebre adaptação pelas mãos da Universal foi a grande responsável por revolucionar uma ideia bastante inovadora para a época que foi a de idealizar os crossovers, os universos compartilhados, uma estratégia que a Marvel Studios tem se utilizado bastante na atualidade com os heróis pertencentes ao seu selo editorial e que são de sua propriedade cinematográfica. A Universal foi predecessora em utilizar este esquema inovador com suas linhagens de monstros, depois do pioneirismo de Drácula, a própria lançaria entre as décadas de 1930, 1940 e 1950, mais filmes sobrenaturais sendo estrelado pelo Frankstein, A Múmia, O Homem Invisível, O Monstro do Lago e mais uma infinidade de outros filmes estrelados por estas criaturas horrendas, além de Béla Lugosi ter virado o ícone dos” Monstros da Universal”, também surgiu por esta época outro ator que não estrelou Drácula, mas sim Frankstein também lançado no mesmo ano, que assim como o vampiro Drácula, também foi inspirado  numa obra literária escrita por uma mulher Mary Shelley(1797-1851), cuja primeira publicação data de 1818. Este cara de quem estou me referindo como Frankstein foi Bóris Karloff(1887-1969).   Existe uma curiosa história de que Béla Lugosi teria passado o resto de sua vida inclusive até falecer com um forte ressentimento por Karloff, já que era para Lugosi ter sido o escolhido para viver Frankstein, mas terminou se recusando ao papel porque argumentava que não estava se sentindo muito satisfeito com a ideia de não poder criar sua maquiagem e nem muito menos se acostumar do personagem passar o filme inteiro praticamente mudo. E quando Karloff aceitou o papel do Frankstein foi então que tanto ele como Lugosi passaram a se tornarem célebres mundialmente, e estes com os egos fortes que tinham não deviam mesmo se entender nos bastidores.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foi a partir do filme "Drácula"(1931), estrela por Bela Lugosi que o movimento massificado pelo vampirismo passou a ser cult.
 
 
 

Depois disso muita gente foi tirando casquinha no decorrer das décadas do universo pop vampiresco com a influencia de Drácula no cinema, foram surgindo outros títulos de produções de filmes algumas de baixo orçamento inspirados na história do Drácula, surgiram também muitas séries de TV inspirado nos vampiros, até mesmo a Marvel Comics resolveu tirar uma casquinha da cultura vampiresca quando publicou em 1973 a primeira edição da HQ de Blade intitula de “Tomb of Dracula #10”, até mesmo a Rede Globo, grande indústria de novelas no Brasil, também se rendeu a cultura pop vampiresca quando lançou duas diferentes novelas em épocas distintas como “VAMP” (1991) e “O BEIJO DO VAMPIRO” (2002).  E atualmente boa parte da geração juvenil do final da década de 2000 e inicio de 2010 deve associar-se muito da cultura vampiresca influenciada  com a saga da quadrilogia literária de “Crepúsculo” (2005-2008) de autoria da americana Stephanie Meyer que inspirou a franquia de filmes (2008-2012).
 
 
 
 
 

 

 

 
 
 
Capa da edição de Blade, casquinha que a Marvel Comics tirou com o legado da  influencia cultural vampiresca cuja primeira publicação aconteceu em 1973 e ganhou uma adaptação cinematográfica em 1998 com Wesley Snipes como protagonista.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Logomarca da novela Vampi(1991-92), uma boa  casquinha que a Rede Globo pegou do legado do vampirismo e transformou no seu produto de entretenimento.
 
 
 
 
 
 
 
 
Clássica série de Tv do final dos anos 1990 e inicio dos anos 2000, Buffy-A Caça Vampiros, uma criação do Joss Whedon futuro diretor de "Os Vingadores"(2012) da Marvel Studios. Também carrega é um exemplo que carrega a herança do vampirismo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cartaz do filme "Anjos da Noite-Underworld"(2003), uma leitura mais moderna do vampirismo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cartaz do filme "Van Helsing"(2004) com Hugh Jackman no papel titular, neste ele não faz um papel do Drácula, mas sim vive na missão de caçá-lo.
 
 
 
 
 
 
 
 
Galeria de imagens das franquias de filmes "Crepúsculo", inspirado na saga literária da americana Stephanie Meyer um também exemplo de herança da cultura pop vampiresca mas com uma pegada mais juvenil.
 
 
 
 
 
 
 
 
Galeria dos "Monstros da Universal Studios", a pioneira em criar o universo compartilhados dos filmes com a mesma temática.
 
 
 
 
 
 

Depois desta longa introdução, farei então minha análise sobre o filme em questão.

Primeiramente poderia começar descrevendo que o filme conseguiu me surpreender, apesar de não esperar grandes expectativas por ele.  Assim, confesso que não sou muito fã dos filmes do gênero de terror, pois os acho muito apavorantes. E do jeito que eu tenho uma imensa hipersensibilidade nem me arrisco a assistir este gênero com muita gritaria e muita nojeira de sangue jorrando e criaturas horripilantes. Existe alguns que eu até me arrisco em assistir, mas já tem outros que eu preferiria nem ver e muito ouvir falar.



















Como havia descrito no parágrafo acima sobre o fato da Universal Studios ter sido a grande responsável pelo messianismo cultural gerado em torno da figura do Drácula como vampiro, pois bem, este mesmo selo é responsável por esta nova adaptação do vampiro, carregado de toda uma roupagem completamente nova.

Quem dirigi o filme é Gary Shore, um diretor cujo currículo confesso que desconheço completamente e acredito que ele  também deve  ser desconhecido de muita gente, ele com sua equipe de roteirista souberam a meu ver como construir uma trama inovadora ao explorar novamente  o ilustre ícone do vampirismo, mas saindo completamente do senso comum, dos clichês que ficaram  enraizado dentro dos hábitos vampirescos. 
 
 
 
 
 
 
 
 

Pelo que eu pude perceber, a trama de “Drácula-A História Nunca Contada”, como sugere o título em português consegue  explorar um pouco das facetas desconhecidas que envolve o mítico vampiro da cultura pop.  O pano de fundo do filme  gira em torno de apresentar como era face do  Drácula real como o Príncipe da Valáquia  mesclado a figura do sobrenatural, do seu surgimento como o vampiro,  no datado cenário  politico europeu  do século 15.

O filme tem início com um prólogo explicando brevemente em um tom de narrativa cheio de didatismo sobre como Vlad III Dracul(Luke Evans)   foi preparado desde a infância para assim que assumisse o trono, poderia   estar pronto para combater uma civilização europeia islâmica  que no século 15 era responsável por invasões em diferentes territórios em todo o continente  para se apoderar de suas riquezas, esta civilização da qual estou me referindo são os turcos.


















Até chegar o momento onde a trama passa a ser desenvolvida ao mostrar Vlad já bem estabelecido como o líder supremo e chefe militar da região.  Um curioso detalhe que me chamou bastante atenção neste filme, é o fato dele mostrar além das facetas do Drácula realmente existente mesclado com a simbólica figura do vampiro, também há uma figura mais humanizada dele, principalmente na maneira como prezava pela sua família, composta por sua esposa Mirena(Sarah Gadon), mãe de seu único filho.  E é por esta face mais humana do personagem que a trama vai sendo moldada, em nenhum momento da história é mostrado ele praticando o método da empalação, que tornou célebre sua lenda. Talvez para dar um tom mais amenizado, já que pelo compreendi, a intenção deste filme foi a transformar o Drácula como muitos conhecem na figura de um herói e o filme não ficar explicitamente violento com sangue sendo jorrando.  Um fato bem curioso ao assistir este filme foi que ele me fez recordar neste exato momento em que escrevo, foi quando há muito tempo eu tinha visto um interessante documentário num canal de TV fechado sobre o Conde Drácula onde lá foi mostrado que o perverso ditador romeno Nicolae Ceaucescu(1918-1989) que comandou o país  por 22 anos, com punhos de ferro durante o período em que ela compôs o bloco comunista europeu  também chegou a tirar uma casquinha do real Vlad  que inspirou o Drácula erguendo inclusive uma estátua dedicada a ele, para transformá-lo num símbolo de herói nacional.

O filme em todo o seu decorrer vai mostrando, melhor dizendo, apresentando a transição entre o Conde Drácula humano com o Conde Drácula se transformando em vampiro.  Ainda no momento em que lidará com uma situação bem difícil. Que é quando o líder das tropas invasoras, o sultão turco Mehmed( Dominic Cooper) ordena que ele envie um grupo de 100 crianças para servirem as suas tropa, como aconteceu com o próprio Vlad quando ele era garoto e entre esta incluía seu único.  É então neste interim que acontece dele ir até uma caverna que ele já havia se deparado anteriormente ainda no começo do filme um velho sábio que explica sobre os poderes místicos que ele pode adquirir ao sucumbir a força dos seres das trevas, os vampiros, inclusive no decorrer acontece algumas explicações com certo tom de didatismo sobre o que simbolizava a figura dos vampiros.  Este velho dá para Vlad uma porção de liquido mágica adquirida, desta forma ela faz um pacto com este ser depois de transformado em todo poderoso para salvar sua família e sua nação das malvadas tropas turcas.

 

Depois disso, o filme em todo o seu desenvolvimento até o momento clímax, ele vai pincelando como Vlad após adquirir esta super força ele precisará passar pelas provações no decorrer de três dias para assim que vencer a sua batalha contra os turcos poder se livrar da maldição, se não irá carrega-la para sempre para o resto tornando-se um ser mortal.



 
 
 
 
 
 
 
 

Depois desta longa descrição mostrando qual a proposta do filme, onde posso resumir como acima descrevi que ele conseguiu me surpreender sendo excelente filme que eu não esperava muita coisa de inovadora, mas mesmo assim me surpreendeu por sair do óbvio.  Não vou colocar aqui comparações do enredo desta nova roupagem da lenda de Drácula com o que já foi estabelecido desde o seu surgimento na literatura.  Colocar que este filme é mais fiel ao livro de Bram Stoker do que em relação aos outros que o eternizaram na cultura pop seria de minha parte uma hipocrisia, mesmo porque tenho de admitir que assim, eu ainda  não  tive a oportunidade  de fazer uma leitura deste romance que originou a face do Drácula vampiro,  apenas conheço as referencias culturais que foram legados desta obra,  como por exemplo, a minha referencia vampiresca é da novela Vamp, como descrevi   nos parágrafos anteriores que eu assistia bastante quando criança.  A medida que fui crescendo acompanhei também outros produtos da cultura pop relacionados aos vampiros como a série de TV “Buffy”(1997-2003),  depois assisti aos filmes “Van Helsing”(2004) e dois da franquia “Anjos da Noite”(2003-2006).  Não iriei colocar desta forma, e nem muito menos vou colocar que este filme atual do Drácula é muito inferior ao livro de Stoker com relação aos clássicos estrelados e eternizados pelo Béla Lugosi e outros atores, mesmo porque quando o assunto envolve adaptação de livros, principalmente romances para as telas do cinema sempre haverá opiniões muito divergentes entre os apreciadores da boa literatura e são muito ortodoxos a esta ideia da obra ser transposta para outras mídias, com os apreciadores de cinema que são completamente leigos no assunto da obra literária.  Portanto de minha parte deixarei este detalhe de fora.

 

O filme carrega bons méritos no quesito da qualidade técnica desde a proposta do enredo até mesmo a direção de arte ficou a meu ver perfeito, a cenografia e a fotografia do filme com um cenário bem datado transmiti bem ao expectador a atmosfera pouco conhecida e pouco explorado do contexto histórico das batalhas europeias na Roménia desta época.  
 
 
 
 
 
 
 
 

Pude constatar que o filme parece carregar e deixar muitas pistas de que ele foi produzido com a intenção de transformar-se numa futura franquia de filme, mesmo porque neste momento em que escrevo este texto à medida que vou pesquisando sobre a repercussão que o filme teve lá fora em sua segunda semana de exibição, tem liderado bastante as bilheterias, o que significa logicamente dizer que a Universal com certeza, vai querer produzir umas continuações que devem fechar provavelmente numa trilogia ou quem sabe numa quadrilogia ou talvez fazer universos compartilhados  com outras criaturas clássicas, provavelmente eles devem fazer uma nova roupagem do Frankstein,  do Lobisomen, do Monstro do Lago, seguindo o mesmo esquema da Marvel Studios que tem compartilhado os heróis de suas linhagens pegando referencias dos arcos dos quadrinhos.














 

Para encerrar minha análise sobre o filme, posso descrever pontuando que ele esteticamente é carregado de muitos elementos que rementem a muitas outras influencias da cultura pop, a excelente cenografia é um exemplo a parte, o cenário panorâmico das montanhas, dos castelos medievais, a construção dos figurinos, as armas entre outros detalhes dão ao filme um tom que remete a atmosfera dos catálogos dos gêneros de fantasia, ainda com enredo carregado de um elemento fabular mesclado ao sobrenatural ele consegue proporcionar ao espectador aquela sensação mágica que só o cinema pode proporcionar, a sensação que o proporciona é como se você tivesse assistindo a uma mescla de “O Senhor dos Anéis” com  a série de Tv, “Game of  Thrones”.  Também destaco a excelente atuação do Luke Evans no papel principal, ele que já tem no currículo já ter participado de produções épicas como “Fúrias de Titãs” (2010), “Imortais”(2011)  e “O Hobbit-A Desolação de Smaug”(2013)  está brilhante como protagonista,  sentir que ele neste filme soube bem como desempenhar as facetas dúbias de um mesmo Drácula, transitando entre o ser humano apresentado  como importante homem público chefiando e defendendo  o povo do seu reino, o Principado da Valáquia e na intimidade  representado na figura de um marido e pai  atencioso e no decorrer da história vai se  transformando  na figura do lendário vampiro.  Aproveitando que eu coloquei a palavra épico na descrição, realmente o cenário apresentado no filme remete a todo este clima, principalmente pela excelente trilha sonora orquestrada pelo alemão de descendência iraniana Ramin Djawadi que já tem um vasto currículo em compor trilhas para cinema e também para séries de televisão,  no filme em questão a maneira como ele compôs e encontrou o tom certo dos arranjos que ele escolheu de cada nota e característica um tanto sacro-lírico  criou uma  atmosfera perfeita para o filme, há momentos no filme onde podemos uma bela voz feminina soltando aquele canto em tom liricamente  poético que cria uma combinação perfeitamente  com o cenário de conto de fadas ou mesmo medievalesco do filme,  a bela voz lírica  faz você sentir a sensação incrível de estar ouvindo canções de Sarah Brightman, Enya ou mesmo do coral ERA.  E para encerrar, confesso ter ficado bastante impressionado com a ótima caracterização que a equipe criou para o personagem neste filme, com uma armadura em forma que simboliza a ordem da qual ele tinha vinculo e saiu  um pouco do estereotipo da capa preta que lhe dava um tom sombrio e soltar meus milhões de elogios a equipe de efeitos especiais e visuais que utilizaram dos recursos tecnológicos mais avançados e sofisticados para um clima do Drácula em batalha se fragmentando em diferentes morcegos que ficou uma maravilha de perfeição visual.

 
 
 
 
 



 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
Imagem de Sarah Gadon como Mirena, a esposa do Drácula.
 
 

No balanço geral, depois desta longa descrição explicando qual foi a impressão que o filme me proporcionou , posso resumir que independente de quem goste ou odeie deste tipo de filme, ele apenas cumpre o seu papel de simplesmente entreter, como já dito nos parágrafos anteriores o filme tem se mantido em primeiro lugar na liderança da bilheterias e tem soltando pistas de que devem fazer uma futura sequencia e quem recriar uma  franquia com os Universos Compartilhados dos “Monstros da Universal”.  Neste momento em que escrevo até agora nada foi confirmado, mas pelas pistas pode-se concluir que teremos vários ganchos para as futuras continuações, ou quem sabe reboots de “A Múmia”,” Frankstein” , “Monstro do Lago”  ou do “Homem Invisível”.

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FONTE:















*http://pt.wikipedia.org/wiki/Empalamento













“MEDO E DELÍRIO NA TERRA DO DRÁCULA”, Matéria da Revista Playboy publicada em Outubro de 2007 de autoria de Igor Gielow  relatando sua experiência ao visita o Real Castelo do Conde Drácula. Editora Abril, São Paulo/SP.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Blade_(Marvel_Comics)