quarta-feira, 26 de novembro de 2014

ANÁLISE DO FILME "INTERSTELAR"(2014)





Na noite de Sexta-Feira, 21 de Novembro de 2014, fui conferir ao tão comentado filme do diretor Christopher Nolan, “Interstelar”, no Shopping Midway Mall.

Posso descrever que pessoalmente esta é a minha primeira experiência assistindo um filme do Nolan, após este se desvincular da trilogia cinematográfica “Cavaleiro das Trevas” do herói famoso da DC Comics “Batman”.
 
 
 
 

















Goste ou não goste dos seus filmes, e mesmo as opiniões sendo bastante divergentes.  Pelo menos pode se dizer que foi graças a sua maneira mais realista possível que conseguiu retomar os filmes do herói as telonas sete anos após o fiasco de “Batman & Robin” (1997), o último da quadrilogia que começou em 1989 com o primeiro filme dirigido pelo então desconhecido Tim Burton e foi encerrado de forma grotesca pelas mãos do Joel Shcumancher. 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Confesso que bem antes ou mesmo depois da nova franquia cinematográfica do “Batman”, eu desconhecia completamente os outros catálogos no currículo do Nolan.  Neste filme especificamente eu pude notar muitas coisas características que o mesmo diretor colocou da recente trilogia cinematográfica do Batman que estão bem colocados neste filme. 

 

Basicamente posso começar descrevendo que o filme é justamente segundo já me comentou uns amigos que já assistiram ao filme logo em sua primeira semana de exibição, pelos próprios comentários críticos que já andei lendo ou mesmo assistindo aos conteúdos de vídeos dos vlogueiros do Youtube.













 
 
 
 
 
 

Poderia definir pela minha própria percepção que Interstelar se encaixa bem na categoria dos filmes do tipo cabeça, que é o como os apaixonados por cinema costumam definir os filmes cuja abordagem é muito complexa a ponto de exigir uma maior compreensão do que se pode imaginar. Eles são daqueles filmes que diferentemente de muitos blockbusthers convencionais que se preocupam apenas em entreter para virar uma mercadoria facilmente lucrativa para Hollywood utilizando-se de velhos clichês para atrair plateia. No caso dos filmes cabeças, eles não são produzidos com esta intenção puramente de entretenimento comercial, no entanto sabem como se utilizarem de uma abordagem mais complexa para atrair novos horizontes, provocar muitas reflexões e questionamentos c om alto teor filosófico.

 

E neste aspecto, “Interstelar” carrega todos estes elementos que o tornam um filme bem cabeça, e a própria abordagem propicia este acontecimento e sendo um prato cheio para quem gosta de estudar teorias físicas.   Como o fato da história o tempo todo se utilizar de uso excessivo de didatismo e sendo muito acadêmico sobre os conceitos da astrofísica que é a principal abordagem do pano de fundo da obra.

O enredo do filme tem dois panos de fundo, o primeiro se passa na terra, em uma região rural dos EUA, em um lugar não muito especifico e nem fica claramente datado, apesar de não deixar muito claro que se passa em um cenário muito futurista.

É neste cenário que conhecemos o pacato fazendeiro Cooper(Mathew McConaugey),  formado engenheiro e ex-piloto de testes da Nasa, viúvo, pai de dois filhos,  o adolescente Tom e a menina Murph. Ele também conta com o auxilio do seu sogro Donald(John Lithgow) para cuidar dos seus filhos, ainda mais depois  que ele recebe a dura missão liderada pelo Professor Brand(Michael Caine) de ir a uma missão  espacial para ajudar a Terra cuja biodiversidade anda completamente escassa.
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 

Em seguida o pano de fundo vai se desenvolvendo na longa aventura de Cooper e a tripulação pelo espaço a procura de outras galáxias para servir de colonização aos seres humanos.

Cooper tenta fazer de tudo para colocar comida no prato dos filhos, tentando tirar da colheita de milho, acontece que no ambiente hostil em que o Planeta Terra inteiro vive desde que alguma praga apareceu e gerou total escassez nos recursos naturais que ficou impossível continuar sobrevivendo só disso.  Mas ao saber da proposta de ir viajar para encontrar meios de vidas alternativos em outros sistemas solares, resolve aceitar a proposta do Professor Brand, e ele vai numa expedição acompanhado de Améilia Brand(Anne Hathaway), também cientista e filha do Professor Brand,  para irem até o buraco da minhoca que foi descoberto  dentro do  Sistema Solar na órbita de Saturno, há uma unanimidade entre os cientistas que o mandam para esta missão de que é neste lugar a salvação para a sobrevivência do planeta, e que para isso eles precisaram atravessar o  lugar para poderem encontrar outras galáxias para poderem colonizar. 

 

Uma ideia que na teoria mostra ser facílima de resolver, mas, na prática vai mostrando ser completamente difícil, a ponto de fazer passar um tempo longo vagando pelo espaço sem terem a menor ideia do passar do tempo onde a aparência física jovial deles vai se mantendo completamente intacta. 













 

E será durante toda esta longa jornada deles no filme que vamos nos deparar com cenários nunca antes explorados, outras zonas temporais e dimensionais recheada de muitas teses teóricas da astronomia.

 

Definir que a trama do filme mesmo sendo cabeça é original seria de certo modo bastante equivocado, mesmo porque ele deixa muito evidente algumas referencias bem clichês de outros filmes do gênero, e um que pode ser bem evidentemente reparado do qual o filme faz referencia é em “2001-Uma Odisseia no Espaço” (1968) do genial Stanley Kubirck(1928-1999), ainda  mais que Cooper  tem entre seus  companheiros tripulantes  durante a longa  jornada  vagando pelo espaço de um computador falante, uma inteligência artificial chamada CASE,   que deixa bem explicito ter sido inspirado no Hall 9000, o robô de “2001”.

Apesar de ele carregar esta característica bem  clichê, ainda assim ele consegue surpreender, inovar na concepção como quer transmitir a sua maneira peculiar ao público a respeito dessas questões cientificas bastantes inexploradas.

Entre os fatores que posso pontuar ter achado legal no filme está a brilhante trilha sonora do Hans Zimmer, novamente trabalhando em um filme de Nolan depois da trilogia de Batman, os arranjos instrumentais que ele criou para cada cena traz uma sensação muito prazerosa, zen inclusive, combinando legal com toda a atmosfera surreal que o filme nos apresenta.  Criando aquela incrível sensação mística de você estar sonhando e entrando mesmo no clima do filme como se tivesse fumado um baseado ou mesmo enchendo a cara com cerveja.
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 

Outro ponto legal do filme que posso destacar está também no brilhante elenco presente, Matthew McConaugey como protagonista foi assim a parte que mais me surpreendeu, confesso que antes de conferi-lo neste papel, eu tinha certo “pré-conceito” a respeito do seu desempenho num personagem tão intenso do qual foi exigido dele. Antes desse filme, eu já tinha o visto estrelando uma comédia romântica em “Como Perder um homem em 10 dias” (2003) onde ele interpretou um papel bobinho, numa história bem bobinha, que o estigmatizaria demais com o rótulo de galã, por causa disso, não há como gerar certa desconfiança para um público muito exigente de críticos de não criar muita credibilidade seu desempenho profissional.

 

Já neste eu pude sentir um maior amadurecimento profissional dele, já que ele faz bem o papel de um herói, que tem consciência das suas imperfeições como ser humano no quesito do drama familiar em relação a longa jornada longe de seus filhos levadas as circunstancias dessa missão orbital.   

 

Além de Marttew McConaugey, o filme também conta no elenco com dois atores que já trabalhando nos recentes filmes do “Cavaleiro das Trevas”, dirigidas pelo Nolan estão o veterano Michael Caine, que está perfeito no papel do Professor Brand, em muitas coisas ele pode remeter ao Mordomo Alfred Pennyworth como a relação paternal que ele adquiri pela Murph, a filha de Cooper e o mesmo ela sente por ele devido as circunstancias de ambos carregam a dor de viverem longe e sem noticia dos entes queridos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Anne Hathaway que também já atuou em um filme de Nolan, também na franquia de “Batman-Cavaleiro das Trevas”, fazendo a Mulher-Gato. Neste filme, pelo que pude sentir na sua interpretação no papel da Amélia Brand ela está assim um tanto quanto mediana, a sua personagem pelo que pude perceber fica boa parte do filme assumindo a função típica do coadjuvante que fica ali só para enfeite sem ter muita preocupação de ter algum aprofundamento no desenvolvimento de personalidade.  A sua atuação dela no papel até ficou bom de certo ponto legal, apesar de ter faltado um pouco mais no desenvolvimento.  Nas longas horas em que a história se desenrola no longo tempo dela acompanhando Cooper no espaço, dá a entender que ela vai despertar uma paixonite discreta por ele, e o mesmo demora a perceber isso, que também deixa muito a entender que nutre algum sentimento de paixão por ela, mas, não parece querer reconhecer. Coisa assim que fica muito na duvida.  Em nenhum momento do filme é mostrado os dois sequer tendo algum sinal de afeto, alguns podem até colocar que deve ter faltado química entre Matthew McConaugey e Anne Hathaway ou talvez envolva outros fatores, pode ter sido porque já era como Nolan tinha bem arquitetado nos planos cronológicos do roteiro.

 

 

Outra presença também importante no elenco é a de Matt Damon no papel do cientista Dr. Mann, que aparece sendo encontrado pela tripulação da nave de Cooper após passar longos anos congelados no espaço e que muitos achavam ter morrido. Mesmo sendo um personagem facilmente esquecível no decorrer do filme, mesmo assim, ele vai mostrando-se realmente não ser muito flor que se cheirasse.  No momento em que ele vira o antagonista então, tentando matar Cooper é que isso vai ficando muito claro.

 

Para terminar a analise do elenco também pontuo o brilhante desempenho dos atores que interpretam os filhos de Cooper, que ao longo do filme são alternados por diferentes atores a medida que eles vão envelhecendo.   Timonthy Chalamet está brilhantemente bem apresentado como o primogênito Tom na fase juvenil, se mostrando bem esperançoso de um dia ver o pai retornando vivo para o lar, o oposto da interpretação de Casey Affleck que o interpreta na fase adulta mais experiente, casado e pai de um filho, trabalhando na fazenda e passando a adquirir um perfil mais friamente cético, a ponto de já ter perdido a esperança dele retornar para a Terra e ficando bem mais conformado com a sua ausência.  E por fim também tem William Devane que interpreta o Tom já bem mais idoso, apenas aparecendo dando um depoimento para um suposto documentário que é mostrado bem no inicio do filme.

Quanto as atrizes que interpretam a Murph, a caçula de Cooper, primeiro começo destacando o brilhante desempenho de Mackenzie Foy, que está ótima no papel da Murph menina criando suas nuances do seu dom de sentir a coisas que não estão presentes,  que faz  ela pensar se tratarem de fantasmas. Na sua pouca idade ele parece ter demonstrado um talento de gente grande ao desenhar o perfil mais dramático, principalmente ao se mostrar reativa e inconformada com a vigem que o seu pai vai fazer ao espaço sem ter a menor ideia de quando ele vai retornar.  Jéssica Chastian desenvolve bem o papel Murph mais adulta e passando a trabalhar na agencia do Professor Brand colaborando com ele e ao contrário do irmão, ainda mantem a esperança de acreditar que seu pai ainda esteja vivo e ainda possa retornar.  E por fim Ellen Burstyn está excelente no papel da Murph bem mais idosa fazendo uma das cenas mais emocionantes do filme que é quando Cooper após finalmente retornar ao lar, depois de terminada sua longa missão no espaço, resolve se reencontrar com ela hospitalizada e entre a vida e a morte numa interpretação muito comovente.

 
 
 
 
 
 
 
 
 

No quesito da produção, o roteiro como já havia descrito nos parágrafos acima ele carrega uma abordagem de um filme de ficção-cientifica bem cabeça, cheio de elementos clichês de outros catálogos do gênero. Os diálogos são tão carregados de tons científicos, que até mesmo um expectador expert ou com Ph.D* em teses físicas pode se perder, porque tudo é apresentado de  maneira bem apresada e de forma tão rápida   onde  termina chegando uma hora que  fica difícil de respirar ou mesmo tentar  absorver tudo.

Mesmo se utilizando de muito didatismo técnico cientifico, ainda assim a trama do filme vive carregada de muitas liberdades poéticas e uns pequenos furos de roteiro que mesmo o expectador leigo em ciências da astrofísica perceber e questionar  certas improbabilidades de acontecer teoricamente falando.

Uma das partes mais chatas que eu achei no filme, foi o fato dele ter uma duração muito longa, e isto termina por gerar um forte cansaço no espectador.  Se não fosse só isto o filme não ficaria tão tedioso.  O tédio só não fica maior quando há umas cenas durante a jornada espacial de Cooper e sua equipe acompanhada da inteligência artificial “CASE”, este ás vezes provoca uns alívios cômicos falando algumas frases bem bobinhas parece que para fazer o espetador esquecer um pouco do tamanho tédio do tempo da duração ou mesmo dos longos diálogos de forte tom acadêmico sobre teorias complexas do espaço infinito que até mesmo os mais bem estudados na área podem até se perderem.  E para encerrar, outro fator que também compensa no filme é que além dele carregar a impressionante trilha do Hans Zimmer que cria toda aquela atmosfera para fazer se sentir vagando pelo espaço, os brilhantes efeitos visuais mostrando a Nave de Cooper vagando pelo Sistema Solar e visitando cada planeta diferente com ótimos panoramas, tornando assim o filme um show a parte e quando há as cenas deles se aventurando por outras zonas dimensionais, temos então um show mais surreal que a outro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FONTE:

*Ph.D-É uma abreviação para a palavra inglesa “Philosophiae   Doctor”  que traduzido ao pé da letra é “Doutorado em Filosofia” .  “É um título fornecido pelas Universidades reconhecido como grau terminal nos países de língua inglesa termo filosofia não se relaciona neste título apenas ao campo da filosofia propriamente dita, mas provém do sentido grego da palavra, que é amor ao conhecimento, sendo que o título de PhD é então fornecido na Europa para os campos de medicina e direito. O termo filosofia advém do ensino de artes liberais, baseada na ementa da Universidade Humboldt de Berlim, uma vez que até o início século XIX muitos dos cursos de graduação atuais nem existiam, e a filosofia era composta de ementas de diferentes cursos atuais.” Mais informações em: 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Doutorado_em_filosofia





http://cinema.uol.com.br/album/2014/11/06/veja-os-filme-e-livros-que-influenciaram-interestelar.htm 

 

 

 

 

 
 
 

Um comentário: