Na tarde de Sexta-Feira, 13 de Maio de 2016, fui conferir a sessão de Capitão América: Guerra
Civil no Cinepolis do Natal Shopping . Bom
posso descrever que o filme foi sensacional. De outro mundo. Assim eu não
consegui ver o filme do começo, pois mesmo tendo comprado antecipadamente, a
sessão já tinha começado, mas mesmo assim conseguir captar a essência da trama. Muita tensão, muita pancadaria.
O Homem-Aranha funcionou perfeitamente. Deixando um gostinho para o seu
primeiro dentro do Universo Marvel.
Posso descrever sem procurar dar spoiler para quem ainda não
teve a oportunidade de conferir ao filme que assim, a maneira como os Irmãos
Russo acertaram bem na criação do escopo para esta obra ao adaptar um
importante arco dos quadrinhos que mexia com um conflito ideológico entre o
Sentinela da Liberdade Capitão América e o Vingador Dourado Homem de Ferro.
Eu tive alguns receios de que isto não podia funcionar até
porque, como era um filme solo do Capitão América poderíamos correr o risco
desse filme começar a terceira fase do Universo Cinematográfico Marvel com o pé esquerdo, ainda mais se formos
analisar que o Homem de Ferro, o personagem que se
tornou o mais querido do público pelo filme e graças ao carisma de Robert
Downey Jr. ele ficar com a impressão de ser o vilão da história deixaria muita
gente dividida. O que isto não
aconteceu. Não vou colocar comparações com o arco da Hq que livremente inspirou o enredo do filme,
mesmo porque em se tratando de
adaptações deste formato para outras mídias, o negocio é um pouco complexo de
se entender. E estaria dando um spoiler,
para quem gostou e nunca tinha lido esta
Hq. Portanto recomendo a quem assistiu ao filme e nunca leu o quadrinho, recomendo procurar algumas
edições de encadernados seja na Salvat, Panini ou mesmo num livro de romance
sem ilustrações para compreender a importância disso para a história do filme.
Fazer algumas comparações e tirar suas próprias conclusões. Ok.
Mesmo sendo uma aposta arriscada, o filme conseguiu chegar ao
acabamento final com um resultado primoroso por assim dizer . A história gira em torno do Governo Americano
resolver implantar a Lei do Registro
para os heróis depois da longa séries de grandes incidentes em diferentes
partes do planeta que eles interviram para combater, como a invasão Chitauri em
Nova York como aconteceu no primeiro Vingadores(2012), ou mesmo a ameaça da
Inteligência Artificial Ultron, em Vingadores-Era de Ultron(2015). É por causa
dessa proposta que gera uma discórdia
entre o grupo, de um lado tem o Homem de Ferro a favor disso, principalmente
depois de observar que todas as criações se voltando contra ele para objetivos
maléficos. Que geraram grandes transtornos, por outro lado o Capitão América se
mostra contrário, porque defende a liberdade de todos. É com esta característica que toda a trama do
filme vai girar em torno. Até chegar ao
ponto de culminar num grande conflito deles, que vai dividir a equipe dos
Vingadores, do lado do Capitão América estão o Falcão, Homem-Formiga,
Feiticeira Escarlate, Gavião Arqueiro e Soldado Invernal e do lado do Homem de
Ferro estão Viúva Negra, Máquina de Combate, Visão, Pantera Negra e para
surpresa de muitos o Homem-Aranha.
É basicamente no esquema dessa essência a que a trama do
filme se baseou, para quem já leu a Hq irá girar em torno desta dissidência interna, onde fica
difícil distinguir quem é bom ou quem é mal.
Não vou me estender muito em explicar detalhes sobre a
trama, mesmo porque já tem tanta coisa mostrada no trailer, que não vou
estragar a surpresa.
Além da trama ter
sido bem adaptada, com ritmo intenso, bem costurada, com excelentes elementos coreográficos de luta que gera uma carga de adrenalina,
inclusive destaco aqui que desta vez eles não precisaram se utilizarem de recursos mirabolantes com excesso de
explosões computadorizadas nem ameaças de seres
alienígenas e nem de seres robóticos para proporcionar uma jorrada de CGI na sua cara. Isto foi bem acertado, e o
que mais pude observar que foi bastante acertado foi a ideia deles colocarem o
Soldado Invernal no centro de toda a
motivação para o conflito, que no fundo
era um fantoche do Barão Zemo, o verdadeiro cabeça dessa discordia. Boa parte do elenco presente neste filme que
interpretam os vingadores, todos vindo
dos outros filmes da Marvel mostram estarem bem afiados e com muita
disposição, muita vitalidade para encarnarem novamente os seus personagens.
Desde dos principais, Chris Evans e Robert Downey Jr. como Capitão América e
Homem de Ferro respectivamente. Evans
como o Sentinela da Liberdade demostra aquela mesma essência patriótica, escoteira do personagem. E Downey
Jr. como o Homem de Ferro, mesmo ficando mais contido com um jeito mais sério,
ainda assim incorpora bem o lado cômico do personagem com sua genialidade
egocêntrica e esnobe de típico playboy rico e farrista. A Scarlett Johansson como a Viúva Negra também
surpreendi mais uma vez no papel, além de mostrar muita disposição no combate e ficando bem mais sensual como antes com o traje
apertado, também mostra está bem afiada ao incorporar a essência da personagem
como uma típica espiã russa, assassina profissional que sempre fica
no meio termo, virando a casaca de acordo com os princípios dela. Jeremy Renner como Gavião Arqueiro, faz bem
aquele tipo do sem importância, que não tem peso para a história. Ainda mais
que Renner mantendo uma cara séria o tempo todo, não demonstrando muita
expressão. Paul Rudd como o Homem-Formiga, desempenha bem a essência cômica
do personagem, me surpreendendo ao utilizar uma capsula pym para ficar gigante
durante a cena de luta da equipe. Elizabeth Olsen como a Feiticeira Escarlate mostra-se
bem afiada ao encarnar o papel com os seus poderes místicos. Paul Betany como
Visão mostra-se estar mais a vontade no papel. Don Cheadler como Rhodes/Máquina
de Combate, continua desempenhando bem a
função de ser aquele coadjuvante mais sério do Homem de Ferro. Antony Mackie como Falcão também surpreende nas batalhas, e na sua
função de ajudante do Capitão América. Além desses, o elenco também contou
Sebastian Stan como Buck/Soldado Invernal, o velho amigo de Steve Rogers, que
neste trabalhou toda a carga dramática do personagem precisa explorar para
sustentar a trama. Também contou com a Emily VanCamp como a Agente 13, que teve
a sua importância bem trabalhada na história, do que em relação a Capitão
América: Soldado Invernal, principalmente ao ser apresentada como a nova
namoradinha do Sentinela da Liberdade, muito melhor do que em relação a do
Capitão América: Soldado Invernal.
Já dos adicionais, destaco a presença de Chadwick Boseman
como o Pantera Negra que surpreende no primeiro momento em que é apresentado
como o T´Chalia, herdeiro de Wakanda, numa reunião internacional, junto de seu
pai. É lá onde ocorre o atentado terrorista promovido pelo Soldado Invernal. Que
ele desempenha entregando toda a carga dramática para gerar a motivação dele assumir o famoso manto do Pantera Negra, que simboliza uma importante
entidade tribal africana e disso entrar no time do Homem de Ferro nessa briga. Já Tom Holland como
novo Homem-Aranha é bem apresentado desde a cena como ele é recrutado pelo Tony
Stark/Homem de Ferro que o visita em sua casa. Tanto como Peter Parker
mostrando aquela essência de jovem colegial, que não sabe como usar os poderes
com responsabilidade, sem precisar de muito didatismo para explicar sua origem
novamente, de como ele adquiriu o poder de aranha e matarem novamente seu Tio Ben.
Isto já contou pontos para atrair o público seu novo filme dentro do Universo
Cinematográfico Marvel. E como Homem-Aranha, ele demonstrou a maneira dele
contando piadas, também preparou o
terreno para o seu filme solo. Uma coisa que me deixou bastante surpreso e ao
mesmo tempo espantado na primeira cena que ele aparece foi a maneira como foi
apresentada a figura da Tia May, sendo interpretada por Marisa Tomei. Sério, achei um tanto estranho ela
sendo um mulherão, fazendo a importante figura materna conselheira do Cabeça de
Teia, com um aspecto muito jovial, já que nos quadrinhos ela foi representada
como uma senhora já idosa com saúde frágil. Não me pareceu convencer num papel
deste quilate, me deu mais a impressão dela se encaixar na figura da mãe mesmo em compatibilidade com
a idade de Tom Holland. Bem tirando este estranhamento, Marisa Tomei, mostrou
muita sintonia com a personagem com este aspecto mais cômico. Vamos ver se no
filme mesmo, ele vai conseguir desempenhar uma função mais dramática para a
personagem. Porque no aspecto cômico ela até que se saiu bem. Por fim, comento
a presença do alemão Daniel Brühl, como o Barão Zemo, sendo o vilão, que apesar
de não trabalhar bem toda uma carga dramática suficiente para dar peso a história, que se centra mais no conflito do
Capitão América contra o Homem de Ferro, ainda assim desempenha a maneira como
o personagem consegue arquitetar nos bastidores toda a intriga que faz a equipe
se dividir.
No Balanço Geral, pessoalmente amei muito a maneira como o
filme resultou, superou minhas expectativas e meus receios, os Irmãos Russo, souberam como acertar o tom
da adaptação deste importante arco das Hqs para as telonas, de uma forma mais
dentro do possível. Conseguiram transpor
a essência do quadrinho, com boas doses de ação, explosão, suspense politico
entre outros sem esquecer de algumas características
bem quadrinescas, como o timming para as
piadas, cenas de lutas incríveis, sem excesso de efeitos especais como coloquei
acima, dando um tom bem realista, ainda
assim carregado de licenças poéticas, porque tipo alguns membros da equipe não
tendo superpoderes como a Viúva Negra, o Gavião Arqueiro ou mesmo o Falcão, as acrobacias que
eles fazem na hora das batalhas seriam improváveis
de acontecer na realidade,sendo super-heróis se releva . Ele também deixa bem
claro que apesar de conter muitos personagens de vingadores presentes, ele não
é um terceiro Vingadores, mas sim um filme solo do Capitão América. No qual
podemos já sentir sinais do fechamento
do seu ciclo no cinema. Ainda não se
sabe, se a Marvel na Fase 4 vai lançar um quarto filme solo do Sentinela da
Liberdade. Dependendo muito do novo acordo de recontratação de Chris Evans para
se manter no papel, principalmente para participar de Vingadores-Guerras Infinitas
programado para 2018/19. É que com certeza teremos mais um quarto filme dele. Por enquanto, o que se pode garantir é que com
a introdução do Homem-Aranha e do Pantera Negra na trama, já foi preparado o
terreno para seus respectivos filmes solos neste começo da Fase 3 do MCU. Inclusive temos duas cenas adicionais, uma
durante os créditos, que já estabelece o que podemos esperar do filme do
Pantera Negra e no pós-crédito, uma cena mostrando um gostinho para
Homem-Aranha. Destaco também a música de
Henry Jackman é primorosa para as cenas das batalhas. Por fim, como não podia faltar este filme conta com a
presença do seu criador Stan Lee.
Capitão América: Guerra Civil começou a Fase 3 da Marvel com
o pé direito.
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