domingo, 29 de maio de 2016

ANÁLISE DO FILME X-MEN:APOCALIPSE(2016)



Na Quinta-feira, 26 de Maio de 2016, feriado de Corpus Christi, fui finalmente conferir ao tão aguardado X-Men: Apocalipse, mais um filme da franquia dos mutantes da Fox, uma semana após a estreia oficial.












O que posso descrever das minhas impressões deste filme, é que assim ele em parte me surpreendeu, em parte não me decepcionou, mas me incomodou ver algumas coisas muito relaxadas e repetitivas do roteiro. Poderia ter sido melhor explorado em alguns aspectos, mas em outros deixou a desejar.










As parte que mais agradou  no filme e achei  fantástico, foi ele começar com uma introdução do Apocalipse passada no Antigo Egito, onde ali sendo o Faraó En Sabah Nur sendo idolatrado pelo povo  como um deus e recebe a transferência de um ser alienígena com  os poderes mutantes. Até o momento em que ocorre uma conspiração e acaba que En Sabah Nur fica soterrado por longos séculos. Uma maneira bem chamativa de dar um destaque para ele como vilão e mostrar o peso dele como ameaça central da trama. Um contato meu do facebook chegou a comparar esta introdução de X-Apocalipse aos filmes “A Múmia”(1999) e “O Retorno da Múmia”(2001), que de fato não deixar de remeter, até pela maneira bem escapista dos efeitos da devastação causado por uma divindade.  Após esta introdução ocorre então o passar  dos séculos, irônico falar em virtude da própria cronologia do universo mutante ser muito confusa. Até chegar ao ano de  1983, passados 10 anos após os acontecimentos de “X-Men: Dias de um futuro esquecido”(2014). Onde no primeiro momento somos apresentados ao jovem Scott Summers/Ciclope durante uma aula sentindo um tremendo incomodo nos olhos, era sinal de que ele estava descobrindo os seus poderes mutantes de soltar raios infravermelhos. Que ocorre numa cena do banheiro da escola, onde ele estava se escondendo da ameaça de um colega valentão.  









Logo depois somos rapidamente apresentados a cena em sua residência  com a família dele, mostrando a importância do seu irmão Alex/Destrutor o levando para ser matriculado na Escola Xavier para Super-Dotados já funcionando. Lá já acontece dele ser apresentado a Jean Grey que já está matriculada como aluna. Pessoalmente gostei da maneira como eles foram apresentados como alunos novatos da Escola já estabelecida tendo outros alunos, com o Professor X sendo o diretor e o Fera o instrutor dos alunos e assim a trama sendo desenvolvida. Uma introdução perfeita de Ciclope e Jean que me surpreendeu, digo isso porque, eu tive muito receio sobre a maneira como eles iriam introduzir o casal que comanda a equipe no combate, como também a introdução da Tempestade na história. Tive receio do retorno destes personagens vividos  por atores mais jovens, poderia gerar  alguns  furos de roteiro com relação  aos que foi mostrado nos filmes da primeira franquia mutante lançado entre 2000-2009. Dentre estes, posso destacar que no  filme de 2000, o Professor X tinha explicado para Wolverine que Ciclope, Jean e Tempestade tinham sido seus primeiros alunos. Mas como foi mostrado no reboot de X-Men:Primeira Classe(2011) quando o Professor X fundou sua Escola junto com o Magneto em 1962, ele ainda não tinha recrutado os três para formarem o embrião da equipe. Que foi formada por ele, Magneto, a Mística, o Fera, Banshee e Destrutor quando eles estavam envolvidos numa missão da CIA atrás de Sebastian Shaw. 
















Passados onze anos nos eventos de X-Men: Dias de um futuro esquecido que se passa em 1973, vimos a Escola abandonada porque muitos aluno foram combater no Vietnã e sequer os três tinham sido matriculados nesta longa distancia de tempo. O buraco fica ainda maior se formos analisar que em X-Men-Origens-Wolverine(2009) eles fizeram uma introdução distorcida de como o Scott/Ciclope entrou nos X-Men ao ser capturado pelo Dente-de-Sabre, para virar prisioneiro da Base de Striker junto com outros mutantes. E ao ser libertado pelo Wolverine, aparece o Professor X ainda  andando e já careca os convencendo para entrarem no jato para serem seus alunos. Pior é como foi mostrado o Professor X indo atrás da Jean na cena da premissa de X-Men: O Confronto Final(2006), onde ele além de aparecer ainda andando e careca, é acompanhado do Magneto  que fala deles estarem preparando a criação da escola dos mutantes. E neste aspecto, a Fox deu bem corrigida na introdução de como cada um do trio entra na escola. Enquanto que o Scott contou com a ajuda do irmão para ser matriculado, já a Jean já foi mostrada matriculada, sem precisar explicar de onde e como que o Professor X a conheceu. Já a Tempestade foi apresentada ainda não compondo a nova equipe, na sua introdução é mostrado ela  vivendo uma vida errante de ladra de feira no Egito. No mesmo local, onde a agente da CIA Moira MacTargett estava investigando um acontecimento estranho envolvendo uma seita para despertar uma ameaça milenar que é o Apocalipse. Quando Apocalipse acorda  com o nome real dele de En Sabar Nun sendo mencionando constantemente  ocorre um evento cataclísmico mundial que por este motivo faz Charles Xavier no Cérebro e lá ao observar Moira resolve ir atrás que não a via faz vinte anos. No momento onde ele acompanhado de Destrutor vai atrás dela, ela parece mostra-se surpresa, o que se explica pelo fato da última vez que ela teve contato com Xavier em Primeira Classe, ele apagou todas as lembranças de Moira.  O retorno dela na saga da história mostra-se importante neste momento porque ela tem a função de apresentar a Xavier que é o Apocalipse, a nova ameaça que vai lidar. No decorrer do enredo somos apresentados a outras introduções de personagens, além da Tempestade estar no Egito onde é convencida a ser um dos quatro Cavaleiros do Apocalipse. Também somos apresentados a apresentação do Noturno e do Anjo que estavam juntos participando de uma disputa de ringue na Berlim Oriental. É neste momento que a Mística aparece para libertar o Noturno, enquanto que o Anjo é depois convencido a trabalhar para o Apocalipse. 



 











Enquanto que o Magneto é apresentado vivendo no interior da Polônia, com uma falsa identidade trabalhando como operário de uma fábrica, tentando viver uma vida comum após os eventos de “Dias de um futuro esquecido” ao lado da família que ele constituiu neste local. 











Isto até o momento em que ele faz a maior escorregada de usar o seu poder mutante ali dentro. O que faz alguém da fábrica o denunciá-lo para as autoridades polonesas. É neste momento que ocorre mais uma vez a situação dramática de Magneto vivenciar mais uma perda familiar como foi mostrado no “Primeira Classe”, no momento em que um soldado polonês solta um arco de flecha em direção  a sua esposa e sua filha. É nisso que ocorre dele ser recrutado pelo Apocalipse. Também somos apresentados a Psylocke que é introduzida como uma assistente que vive no subterrâneo que pelo fica evidente ele é um lugar  responsável por criar passaportes ilegais para mutantes que querem viajar clandestinamente antes de virar um dos quatro cavaleiros do Apocalipse. Tem também a Jubileu que é uma inútil, e por fim o Mercúrio que ficou melhor explorado no filme em belas sequencias dele correndo. 









Tudo isto que coloquei foram as partes que me agradaram, já o que me desagradou foi observar foram algumas coisas que esperava ter um mínimo de coerência. A parte que mais pecou para mim foi a Mística ter ficado indiferente e não ter revelado para o Noturno que ele era seu filho. Assim poderíamos saber se ela neste longo espaço de tempo dessa nova cronologia de filmes, ela manteve algum caso com o Azazel. Eu também pude reparar no que para mim virou um furo de roteiro, o Mercúrio revelar para a Mística que o Magneto é seu pai, mas como ele sabia disso se não é  mostrado a mãe dele revelando isto. Tudo isto causado pela treta judicial da Fox com a Marvel. Também me desagradou observar muita coisa cômoda, como por exemplo, não explorar a essência da equipe no dia a dia da Escola, ou mesmo na rotina deles fora daquele espaço. Como eles lidavam com o preconceito, que é a principal característica da essência da equipe. Outra coisa que me desagradou foi ver novamente a presençs de William Striker na história, que se aproveitou da situação em que boa parte dos alunos estavam desprotegidos depois que a Escola foi destruída pelo Apocalipse que raptou o Professor X.  Tudo um pretexto para motivar a introdução mais uma vez do Wolverine desta vez aprisionado no projeto Arma X para ser libertado pelo grupo. Por incrível que possa parecer o que vou descrever, mas na sessão que estive a plateia inteira aplaudiu a presença do Wolverine. Principalmente na maneira como foi explorado sua essência selvagem.










 Confesso que esta parte do Wolverine, até me agradou, principalmente pelo cuidado de não o mostrarem de novo completamente sem roupa. Apesar disso, também me incomodou o fato de  me deparar com outro furo de roteiro que diz respeito ao fato de que no fim de “Dias de um futuro esquecido”,  o Striker tinha pego o Wolverine no lago onde ele caiu. Mas quando a câmera se foca nele, podemos observar  a transformação dos seus olhos sendo a Mística disfarçada. O que me  deixa intrigado ao fato de que como o real Striker conseguiu coloca-lo como sua cobaia. O que não ficou muito bem explicado. Pior mesmo para aumentar ainda mais o buraco, é o fato de neste filme ele conseguir ser solto graças ao Noturno, a Jean e o Ciclope. O que em comparação aos filmes primeira franquia era mostrado nas cenas de flashbacks, até  mesmo no “Origens” que ele havia se libertado independentemente destes estarem ali  para libertá-los.  Fora também o fato de todos os personagens sequer terem mostrado sinais de envelhecimentos no passar de vinte anos em relação aos eventos do Primeira Classe e dez após os eventos de Dias de um futuro esquecido. E Striker que o diga, posso concluir  que foi tão inútil  servindo só para encher linguiça. Mesmo sem ele, o filme teria se desenvolvido melhor. Foi puro pretexto para introduzir o Wolverine para agradar a gregos e troianos. 















Eu também fiquei muito incomodado com o excesso de CGI jorrando na tua cara, principalmente para as destruições catastróficas mundiais, onde dava para perceber sinais de artificialidade feita em chroma key, mas que em compensação funcionam bem no 3D. Deu para perceber as faíscas saindo da tela.
Posso destacar entre o que para mim   funcionou e o que não funcionou no filme foram os seguintes:



Funcionou:













A construção do Apocalipse como a  ameaça central do filme, funcionou a meu ver desde a maneira como ele foi introduzido na premissa, até quando ele foi acordado com sua essência megalomaníaca de querer bancar uma divindade, com ares bíblicos. Também vi que funcionou a sua caracterização bem adaptada, onde dava para observar  uma característica profética divina, bem o  contraste da caracterização clássica com armadura metálica, que poderia ficar mais horrível, mais artificial, com detalhes muitos robóticos, parecendo mais uma versão dos Transformers.
A Pyslocke com a caracterização original, foi algo que para mim funcionou, e ela também incorporando boas coreografias nas porradas e nas espadas também funcionou, compensando a falta de profundidade da personagem. Uma prova  da Fox está se  abrindo  a dar mais toques quadrinhescos as tramas do Universo Mutante, algo que ela não fazia desde que lançou o primeiro X-Men em 2000 para um tom de seriedade mais o que ficava evidente pelos uniformes padronizados.   
Outra característica que a meu ver funcionou na trama, e eu posso até levar porrada pelo que vou colocar, mas enfim vamos lá. Foi a maneira como eles colocaram a Mística como mentora dos mutantes. Tudo bem, que para muitos críticos ele estraga o filme, pelo fato de destacar demais a sua interprete Jennifer Lawrence, principalmente por ela figurar como a atual queridinha de Hollywood. Ok. Mas tirando isso, para mim a Mística mentora funcionou, principalmente deles trabalharem nela este seu potencial que na franquia clássica tinha faltado que era sua habilidade de comando. Nisso foi o que me deixou satisfeito, apesar de ter faltado apresentar de novo o problema que foi não mostrar o Magneto formar a sua Irmandade dos Mutantes que serve bem para criar o contraponto com os X-men.
 A própria introdução do Ciclope e da Jean Grey na trama sem precisar de muito recursos de didatismo ajudou e muito na agilidade da trama.  Sophie Turner como Jean Grey me impressionou. E Tye Sheridan como o novo Ciclope desempenha do personagem lidando com o dilema de seus poderes e começando a mostrar seu  potencial de liderança  ainda que muito sutilmente  como é caracteristicamente sua essência nos quadrinhos.
O Mercúrio e o Noturno servindo de alivio cômico o tempo todo para soltar umas piadas também funcionou para mim já que dava um tom mais leve no timing certo para dar uma equilibrada nas dosadas pesadas cenas densas. Apesar da parte do Mercúrio tinha horas que ficava bastante irritante.
A própria reprodução datada dos 1980, seja no corte dos cabelos, nas roupas ou mesmo nos carros que reconstituíram bem o modismo da época também funcionou. Com um tom bem nostálgico, principalmente ao ver Mercúrio brincando com Pacman. Principalmente no núcleo dos novatos em especial, que ficaram parecendo estrelarem um típico filme de comedia juvenil que bem marcaram essa época. Para compreender esta minha comparação, aconselho aos jovens leitores que tiverem menos de 30 anos a assistirem alguns clássicos juvenis marcos  dessa época como os dirigidos por John Hughes(1950-2009), como “Curtindo a vida adoidado”,  por exemplo, ou mesmo “A Vingança dos Nerds” ou mesmo até “Karaté Kid” ou de outros gêneros como os de ação,  que vocês vão compreender o porque desta minha referência. Aliás por falar em filmes clássicos dos anos 1980,  tem uma curiosa cena de easter eggs que mostram Jean, Scott, Jubileu e Noturno saindo de uma sessão de cinema onde estavam um dos blockbusthers daquele verão de 1983, que é O Retorno de Jedi, o capitulo final da trilogia clássica de Star Wars. 
Por fim, outra coisa foi a impressionante que funcionou a meu ver foi trilha sonora do John Ottman, principalmente na cena da premissa no Egito Antigo, criando bem uma atmosfera épica para trama. E usar de algumas canções que foram sucessos de 1983 para compor a ambientação datada também funcionou.








NÃO FUNCIONOU








Já o que não funcionou para mim, foi como já antecipei, a presença da Jubileu  que só serviu de enfeite. A introdução dela não fez diferença alguma para a trama.
A introdução do Anjo foi um tremendo desperdício. Mais uma vez eles escorregaram novamente neste personagem como fizeram  em X-Men: O Confronto  Final.
Muitas situações mal explicadas, deixando mais buracos no roteiro.
 A presença do Striker para mim também  não funcionou, foi um puro desperdício para encher linguiça.
A morte esquecida do Destrutor foi algo que para mim também não funcionou, eles fecharam o arco do personagem que teve importância nessa nova franquia de uma maneira muito vergonhosa.
Por fim, uma das coisas que para mim além de não funcionarem também me incomodaram bastante, foi a Fox desde o primeiro X-men acomodar-se muito na formula que deu certo, e só investir nesta formula.  Desde os primeiros aos atuais, a Fox só deu atenção a desenvolver poucos personagens que criaram um forte apelo  para segurar os filmes, e não pensaram em investir em outros que soubessem captar a essência desses dilemas deles de viverem no mundo a sua volta com o preconceito por serem diferentes.

No balanço geral, X-men: Apocalipse foi de longe de todos os filmes da franquia produzida pela Fox o que eu mais gostei por ser aberto mais a referência, mais quadrinhescas, porém falha apresentando os mesmos problemas com relação aos dramas individuais  dos personagens. Ou mesmo se concentrar no que tem mais apelo com o público  como o Wolverine para atrair o marketing. O público aplaudiu na sessão em que eu estava, o que significa dizer que com isso a Fox tão cedo não vai abrir mão de continuar até quando só Deus sabe investindo na franquia dos mutantes, principalmente com outras expansões do universo, como foi mostrado com o filme do Deadpool. Como já é bem característico, o filme conta com a presença do Stan Lee, e tem uma cena pós-credito que sugere uma pista do que poderemos esperar para os próximos filmes. Ela é bem discreta. Se você é fã de X-Men é quer conferir então recomendo. Vale a pena o ingresso garanto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário