quinta-feira, 23 de março de 2017

HUGH JACKMAN NOS FILMES DO WOLVERINE(2009-2017)



Após fazer minhas análises criticas dos quatros filmes da franquia X-men com a presença relevante  do Wolverine nos arcos da trama. 







Nesta postagem, vou fazer minhas análises dos spin offs solos do carcaju  que incluem X-Men-Origen: Wolverine, Wolverine: Imortal e o recente Logan  que marca a despedida do Hugh Jackman do papel no qual ele representou por longos 17 anos. O critério será o mesmo em relação a postagem dos quatro filmes de X-Men, vou  comentar sobre  cada um apresentando pela ordem cronológica de lançamento,  porque se formos tentar analisar pela linha temporal cinematográfica que já é bagunçada por si mesma, com muitas incoerências inexplicavelmente  absurdas,   cheia de buracos no roteiro principalmente se formos tentar analisar a conexão com cada um desses filmes e que são difíceis de serem tapados, terminaria explodindo demais nossas cabeças. Esclarecido isso, vamos então para as análises dos filmes spins offs  do Wolverine.

Para quem quiser conferir a postagem anterior deixo aqui o link:


Então vamos nessa.









X-MEN-ORIGENS: WOLVERINE(2009)






















Neste filme primeiro spin off do carcaju, lançado três anos após a Fox encerrar a franquia original com X-men-O Confronto Final(2006) e dois anos antes do reboot prequel  de X-Men: Primeira Classe(2011). Esta primeira trama solo do Carcaju que apresentava uma abordagem bem interessante, começando pela premissa se passando no Canadá em 1845, que apresentou o protagonista criança testemunhando o pai e a mãe brigando com um cara bêbado, e este cara dá um disparo no pai dele, onde ele ficando bastante  irritado e indignado  despertando nele pela primeira vez as suas garras e mata o cara. Esta sua breve passagem bem remete a trama do quadrinho “Wolverine-Origem” de Paul Jenkins, Andy Kubert e Richard Isanove publicado em 2001.   É a partir deste acontecimento que se inicia a jornada do nosso anti-herói antes de virar o X-men, nesta passagem também somos apresentados ao Dente-de-Sabre cujo arco no enredo mostra ter uma carga dramática importante  para as reviravoltas da história. Depois disso, acontece de mostrar o Wolverine participando de muitas guerras sempre acompanhado do Dente-de-Sabre até chegar ao Vietnã onde lá ele conhece o General William Striker(Dany Huston), que será o responsável por recrutar ele e o Dente-de-Sabre para um grupo de mercenários para roubarem um objeto precioso de um país africano  responsável pelo adamantium. O mesmo que será implantado no corpo do Wolverine. Pode-se descrever que Hugh Jackman conseguiu segurar as pontas filme mostrando muito vigor e disposição para incorporar o personagem, cujo roteiro foi bastante alfinetado  sem dó nem piedade das críticas negativas que o acharam sem muita inspiração, tudo isso fruto  da produção conturbada nos bastidores, entre eles os muitos conflitos criativos do diretor Gavin Hood com os executivos da Fox que não é para menos, até chegar ao ato da implantação do  adamantium no Wolverine com o Programa Arma X, a trama carregava um ritmo envolvente, cheio de adrenalina, com uma boa pegada, depois disso, da metade até  o ato final vai perdendo o ritmo com situações muito absurdas e bem medíocres como a aparição do Deadpool com a boca  colada e tudo isso fez com que consequentemente até hoje os fãs odeiem este filme.















WOLVERINE-IMORTAL(2013)




















Lançado dois anos após X-Men: Primeira Classe e um ano antes de X-Men: Dias de um futuro esquecido. Este segundo spin off solo do Carcaju com Hugh Jackman novamente no  papel conseguiu ser melhor trabalhado do que em relação a maneira bagunçada com que o Origens resultou. Lançado na ocasião do aniversário de 50 anos da primeira publicação de X-Men. O diretor James Mangold conseguiu construí uma trama mais densa, mostrando um Wolverine mais melancólico e atormentado dentro de uma trama com pano de fundo mais realista, pé no chão sem precisar lidar com uma ameaça maligna estapafúrdia com plano mirabolante de dominar o mundo. Ainda que este filme apresente melhoras na construção do enredo e Hugh Jackman demonstre muito vigor e boa forma para encarar a essência do Wolverine, principalmente nas coreografias de luta e na personalidade marrenta e impulsiva, ele também  apresenta problemas, falhas no que diz respeito a algumas concepções de tentar coloca-lo em conexão com a linha temporal bagunçada dos mutantes no cinema. Aqui o tempo todo, ele mostra que a trama se situa uns cinco anos após os acontecimentos de X-Men: Confronto Final, mostrando ele o  tempo todo sendo atormentado pelas memórias da Jean Grey por quem ele nutria uma paixão platônica quando estava na equipe, e após aquele acontecimento de ao vê-la dominada pela entidade poderosa da Fênix da qual ela não tinha controle e que o único jeito foi  matá-la  que desde então, ele vive nesse martírio, o que esta consequência trouxe para ele após abandonar a equipe e vivendo uma vida errante, isolada do mundo numa floresta canadense usando do seu instinto mutante característico para sobreviver. Ao mesmo tempo que isto foi bom para desenvolver a carga dramática do personagem, também proporciona situações pouco plausíveis de tão absurdo que é engolir os furos de roteiro, ainda mais quando tentamos conectá-lo a linha temporal bagunçada dos outros filmes,  com este então nem se fala. Só para dar um exemplo, na cena inicial mostrando um prologo da trama se passando em Nagasaki, no Japão em 1945, horas antes do bombardeio atômico destruir a cidade. Nesta passagem, somos apresentado ao soldado Yashida, que é o único sobreviente junto com o Wolverine daquela explosão. A maneira como ele é apresentado inicialmente já serve para o público saber da importância dele  para o desenvolvimento da saga da história, principalmente quando no presente momento em que ela se encontra melancólico e recluso na floresta, aparece a Yukio, representante da sua empresa e que tem uma forte relação fraternal com Mariko, a neta e herdeira do Yashida para leva-lo ao Japão para se despedir dele que está a beira da morte. É lá que acontece de Wolverine proteger a Mariko das garras dos Yakuzas após a morte forjada do Yashida que teve uma importante para a reviravolta que ocorre na trama no momento clímax com a ajuda da mutante Víbora se fazendo passar por sua enfermeira. Ainda que toda esta estética da trama mostrasse uma atmosfera muito envolvente com aquele clima de perseguição, suspense, com elementos de máfia e muitas referencias a cultura pop japonesa, como o fato dele ser comparado a um Ronin, um samurai sem mestre entre outras coisas, e cenas bem coreográficas, como uma eletrizante cena dele enfrentando os Yakuzas no teto de um trem em movimento, ao mesmo tempo apresenta dois buracos enormes no enredo e difíceis de serem digerido pela falta de lógica, um desses buracos é o fato de que na própria cena do prólogo mostrando o Wolverine em Nagasaki não é apresentado o Dente-de-Sabre, que no X-Men: Origens foram mostrado que ele acompanhou o Carcaju em muitas guerras que ele participou. Mas neste prólogo do filme isto não acontece, então onde é que estava o Dente-de-Sabre quando o Wolverine estava em Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial? Mas dentre todos os buracos, o mais difícil de digerir e tentar tapar é o fato de quando a Yukio menciona para o Wolverine o nome Yashida, aquilo parece lhe soar familiar e ele diz que se lembra dele sim senhor, acontece que quando ele conheceu Yashida foi muito antes dele receber o adamantium do Programa Arma X pelas mãos do  William Striker e ficar com as garras metálicas, e muito antes de ficar desmemoriado após receber um tiro na cabeça dado por Striker como foi mostrado no ato final do “Origens”, ou seja, será que em alguns momentos a amnésia dele é apenas  proposital? Sacanagem destes roteiristas. Num balanço final, apesar das falhas é um filme que vale a pena ser conferido novamente. 







LOGAN(2017)

















Por fim, neste spin off que marcou a despedida do Hugh Jackman do papel do Carcaju, lançado um ano após X-men: Apocalipse. Pode se concluir que este foi um verdadeiro encerramento com chave de ouro do arco do Wolverine para a franquia. Apresentando uma história com um pano de fundo  mais denso, melancólico e dramático, bem fechadinho sem pontas soltas, com uma abordagem mais realista, sem precisar mostrar o protagonista envolvido numa missão de enfrentar uma ameaça mirabolante de um vilão. Livremente inspirado na saga da Hq de “O Velho Logan”. Apresentou a figura do Wolverine que há muito tempo as pessoas esperavam e que se fosse há 17 anos seria impensável vê-lo dessa maneira. Descrevo assim desta maneira porque este filme foi produzido de uma forma bastante arriscada por apresentar um  teor altíssimo de violência, com sangue jorrando, corpos mutilados e com diálogos cheio de palavrões  recebendo assim uma alta classificação indicativa dos EUA  de Rated R 18, ou seja, filme adulto  recomendado apenas  para maiores da faixa etária de 17 anos, aqui no Brasil foi diminuído para 16 anos. E quando filmes assim recebem este selo, fica inviável de serem lançados nas telas de cinema. Mas depois que ano passado, a Fox lançou o Deadpool, com esta pegada e que deu muito certo, então a mesma resolveu apostar neste terceiro filme solo do Wolverine e realmente o resultado ficou uma maravilha. Novamente contando com a direção de James Mangold, que soube bem trabalhar a estética do enredo trazendo um Wolverine mais humanizado, no sentido de apresentar suas virtudes e seus defeitos, mais enfraquecidos pelo peso do envelhecimento, menos ágil, enfraquecido, sem vigor, sobrecarregado tendo o seu fator de cura já falhando. Hugh Jackman desempenhou perfeitamente toda a carga dramática do papel que ele carregou por  longo tempo  se despedindo de uma forma onde dava para perceber a visibilidade do quanto o próprio já demonstrava sinais de cansaço do papel. Logan apresentou  um surpreendente pano de fundo ambientado num mundo futuro distópico, onde todos os mutantes foram exterminados, e somente ele  foi o único que sobrou e cuida do já cansado  Professor X, o antigo mentor dos X-men, vivendo uma vida desiludida. Com os poderes falhando  assim como do Wolverine, além de marcar a despedida de Hugh Jackman do papel principal, o filme também marca a despedida de Patrick Stewart como Professor X, no qual ele encarnou na trilogia original dos anos 2000, e fez ele também em X-men: Dias de um futuro esquecido(2014) e numa ponta em X-men-Origens:Wolverine(2009) e em Wolverine-Imortal(2013). O enredo é pesadamente dramático do começo do fim, com alguns em que apresenta uma boas sacadas cômicas que são bem colocadas no timing da piada, com muitos easte eggs de referencias, cheio de ação, com uma belíssima fotografia solar combinadas com paleta de cores sujas ambientado em deslumbrantes cenários desérticos ou mesmo correndo na estrada que cria no filme uma pegada bem interessante o mesclando a elementos de faroeste com road movies e apresentado a importante figura da menina fazendo a  X-23, toda badass desempenhando  brilhante a personagem cheia de marra entre tudo mais que o torna na minha opinião o melhor exemplo filme do gênero de super-herói com tom dramático voltado para adulto. Recomendo para quem ainda não assistiu e está se programando para assistir, que o veja como uma trama a parte, procure não tentar relaciona-lo a linha temporal cinematográfica do universo, porque vai que você se decepcione ao notar alguma inconsistência absurda que possa gerar um furo de roteiro, como eu pude notar na cena onde o Professor X e o Wolverine num galpão, o Professor X comenta da primeira vez quando o conheceu ao acolhe-lo na Escola, isto ocorreu no filme de 2000.  Se bem que como foi mostrado no Primeira Classe, o Professor X já conhecia o Wolverine quando ele foi recruta-lo num bar e ele grosseiramente o mandou se ferrar. Difícil digerir que um homem como Professor X, com esta habilidade mutante mental, de telepatia, possa sofrer tanta amnésia.

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