Após fazer minhas análises
criticas dos quatros filmes da franquia X-men com a presença relevante do Wolverine nos arcos da trama.
Nesta
postagem, vou fazer minhas análises dos spin offs solos do carcaju que incluem X-Men-Origen: Wolverine,
Wolverine: Imortal e o recente Logan que
marca a despedida do Hugh Jackman do papel no qual ele representou por longos
17 anos. O critério será o mesmo em relação a postagem dos quatro filmes de
X-Men, vou comentar sobre cada um apresentando pela ordem cronológica
de lançamento, porque se formos tentar
analisar pela linha temporal cinematográfica que já é bagunçada por si mesma,
com muitas incoerências inexplicavelmente absurdas,
cheia de buracos no roteiro
principalmente se formos tentar analisar a conexão com cada um desses filmes e
que são difíceis de serem tapados, terminaria explodindo demais nossas cabeças.
Esclarecido isso, vamos então para as análises dos filmes spins offs do Wolverine.
Para quem quiser conferir a
postagem anterior deixo aqui o link:
Então vamos nessa.
Neste filme primeiro spin
off do carcaju, lançado três anos após a Fox encerrar a franquia original com X-men-O Confronto Final(2006) e dois
anos antes do reboot prequel de X-Men: Primeira Classe(2011). Esta
primeira trama solo do Carcaju que apresentava uma abordagem bem interessante,
começando pela premissa se passando no Canadá em 1845, que apresentou o
protagonista criança testemunhando o pai e a mãe brigando com um cara bêbado, e
este cara dá um disparo no pai dele, onde ele ficando bastante irritado e indignado despertando nele pela primeira vez as suas
garras e mata o cara. Esta sua breve passagem bem remete a trama do quadrinho
“Wolverine-Origem” de Paul Jenkins, Andy Kubert e Richard Isanove publicado em
2001. É a partir deste acontecimento que se inicia a
jornada do nosso anti-herói antes de virar o X-men, nesta passagem também somos
apresentados ao Dente-de-Sabre cujo arco no enredo mostra ter uma carga
dramática importante para as
reviravoltas da história. Depois disso, acontece de mostrar o Wolverine
participando de muitas guerras sempre acompanhado do Dente-de-Sabre até chegar
ao Vietnã onde lá ele conhece o General William Striker(Dany Huston), que será
o responsável por recrutar ele e o Dente-de-Sabre para um grupo de mercenários
para roubarem um objeto precioso de um país africano responsável pelo adamantium. O mesmo que será
implantado no corpo do Wolverine. Pode-se descrever que Hugh Jackman conseguiu segurar
as pontas filme mostrando muito vigor e disposição para incorporar o personagem,
cujo roteiro foi bastante alfinetado sem
dó nem piedade das críticas negativas que o acharam sem muita inspiração, tudo
isso fruto da produção conturbada nos
bastidores, entre eles os muitos conflitos criativos do diretor Gavin Hood com
os executivos da Fox que não é para menos, até chegar ao ato da implantação
do adamantium no Wolverine com o
Programa Arma X, a trama carregava um ritmo envolvente, cheio de adrenalina, com
uma boa pegada, depois disso, da metade até o ato final vai perdendo o ritmo com situações
muito absurdas e bem medíocres como a aparição do Deadpool com a boca colada e tudo isso fez com que
consequentemente até hoje os fãs odeiem este filme.
Lançado dois anos após X-Men: Primeira Classe e um ano antes de
X-Men: Dias de um futuro esquecido. Este
segundo spin off solo do Carcaju com Hugh Jackman novamente no papel conseguiu ser melhor trabalhado do que
em relação a maneira bagunçada com que o Origens resultou. Lançado na ocasião
do aniversário de 50 anos da primeira publicação de X-Men. O diretor James
Mangold conseguiu construí uma trama mais densa, mostrando um Wolverine mais
melancólico e atormentado dentro de uma trama com pano de fundo mais realista,
pé no chão sem precisar lidar com uma ameaça maligna estapafúrdia com plano
mirabolante de dominar o mundo. Ainda que este filme apresente melhoras na
construção do enredo e Hugh Jackman demonstre muito vigor e boa forma para
encarar a essência do Wolverine, principalmente nas coreografias de luta e na
personalidade marrenta e impulsiva, ele também apresenta problemas, falhas no que diz
respeito a algumas concepções de tentar coloca-lo em conexão com a linha
temporal bagunçada dos mutantes no cinema. Aqui o tempo todo, ele mostra que a
trama se situa uns cinco anos após os acontecimentos de X-Men: Confronto Final,
mostrando ele o tempo todo sendo
atormentado pelas memórias da Jean Grey por quem ele nutria uma paixão
platônica quando estava na equipe, e após aquele acontecimento de ao vê-la
dominada pela entidade poderosa da Fênix da qual ela não tinha controle e que o
único jeito foi matá-la que desde então, ele vive nesse martírio, o
que esta consequência trouxe para ele após abandonar a equipe e vivendo uma
vida errante, isolada do mundo numa floresta canadense usando do seu instinto
mutante característico para sobreviver. Ao mesmo tempo que isto foi bom para
desenvolver a carga dramática do personagem, também proporciona situações pouco
plausíveis de tão absurdo que é engolir os furos de roteiro, ainda mais quando
tentamos conectá-lo a linha temporal bagunçada dos outros filmes, com este então nem se fala. Só para dar um
exemplo, na cena inicial mostrando um prologo da trama se passando em Nagasaki,
no Japão em 1945, horas antes do bombardeio atômico destruir a cidade. Nesta
passagem, somos apresentado ao soldado Yashida, que é o único sobreviente junto
com o Wolverine daquela explosão. A maneira como ele é apresentado inicialmente
já serve para o público saber da importância dele para o desenvolvimento da saga da história,
principalmente quando no presente momento em que ela se encontra melancólico e
recluso na floresta, aparece a Yukio, representante da sua empresa e que tem
uma forte relação fraternal com Mariko, a neta e herdeira do Yashida para
leva-lo ao Japão para se despedir dele que está a beira da morte. É lá que
acontece de Wolverine proteger a Mariko das garras dos Yakuzas após a morte
forjada do Yashida que teve uma importante para a reviravolta que ocorre na
trama no momento clímax com a ajuda da mutante Víbora se fazendo passar por sua
enfermeira. Ainda que toda esta estética da trama mostrasse uma atmosfera muito
envolvente com aquele clima de perseguição, suspense, com elementos de máfia e
muitas referencias a cultura pop japonesa, como o fato dele ser comparado a um
Ronin, um samurai sem mestre entre outras coisas, e cenas bem coreográficas, como
uma eletrizante cena dele enfrentando os Yakuzas no teto de um trem em
movimento, ao mesmo tempo apresenta dois buracos enormes no enredo e difíceis de
serem digerido pela falta de lógica, um desses buracos é o fato de que na
própria cena do prólogo mostrando o Wolverine em Nagasaki não é apresentado o
Dente-de-Sabre, que no X-Men: Origens foram mostrado que ele acompanhou o
Carcaju em muitas guerras que ele participou. Mas neste prólogo do filme isto
não acontece, então onde é que estava o Dente-de-Sabre quando o Wolverine
estava em Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial? Mas dentre todos os
buracos, o mais difícil de digerir e tentar tapar é o fato de quando a Yukio menciona
para o Wolverine o nome Yashida, aquilo parece lhe soar familiar e ele diz que
se lembra dele sim senhor, acontece que quando ele conheceu Yashida foi muito
antes dele receber o adamantium do Programa Arma X pelas mãos do William Striker e ficar com as garras
metálicas, e muito antes de ficar desmemoriado após receber um tiro na cabeça
dado por Striker como foi mostrado no ato final do “Origens”, ou seja, será que
em alguns momentos a amnésia dele é apenas proposital? Sacanagem destes roteiristas. Num
balanço final, apesar das falhas é um filme que vale a pena ser conferido
novamente.
Por fim, neste spin off que
marcou a despedida do Hugh Jackman do papel do Carcaju, lançado um ano após X-men: Apocalipse. Pode se concluir que
este foi um verdadeiro encerramento com chave de ouro do arco do Wolverine para
a franquia. Apresentando uma história com um pano de fundo mais denso, melancólico e dramático, bem
fechadinho sem pontas soltas, com uma abordagem mais realista, sem precisar
mostrar o protagonista envolvido numa missão de enfrentar uma ameaça
mirabolante de um vilão. Livremente inspirado na saga da Hq de “O Velho Logan”.
Apresentou a figura do Wolverine que há muito tempo as pessoas esperavam e que
se fosse há 17 anos seria impensável vê-lo dessa maneira. Descrevo assim desta
maneira porque este filme foi produzido de uma forma bastante arriscada por
apresentar um teor altíssimo de
violência, com sangue jorrando, corpos mutilados e com diálogos cheio de
palavrões recebendo assim uma alta
classificação indicativa dos EUA de
Rated R 18, ou seja, filme adulto
recomendado apenas para maiores
da faixa etária de 17 anos, aqui no Brasil foi diminuído para 16 anos. E quando
filmes assim recebem este selo, fica inviável de serem lançados nas telas de
cinema. Mas depois que ano passado, a Fox lançou o Deadpool, com esta pegada e que deu muito certo, então a mesma
resolveu apostar neste terceiro filme solo do Wolverine e realmente o resultado
ficou uma maravilha. Novamente contando com a direção de James Mangold, que
soube bem trabalhar a estética do enredo trazendo um Wolverine mais humanizado,
no sentido de apresentar suas virtudes e seus defeitos, mais enfraquecidos pelo
peso do envelhecimento, menos ágil, enfraquecido, sem vigor, sobrecarregado
tendo o seu fator de cura já falhando. Hugh Jackman desempenhou perfeitamente
toda a carga dramática do papel que ele carregou por longo tempo se despedindo de uma forma onde dava para
perceber a visibilidade do quanto o próprio já demonstrava sinais de cansaço do
papel. Logan apresentou um surpreendente pano de fundo ambientado num
mundo futuro distópico, onde todos os mutantes foram exterminados, e somente
ele foi o único que sobrou e cuida do já
cansado Professor X, o antigo mentor dos
X-men, vivendo uma vida desiludida. Com os poderes falhando assim como do Wolverine, além de marcar a
despedida de Hugh Jackman do papel principal, o filme também marca a despedida
de Patrick Stewart como Professor X, no qual ele encarnou na trilogia original
dos anos 2000, e fez ele também em X-men:
Dias de um futuro esquecido(2014) e numa ponta em X-men-Origens:Wolverine(2009) e em Wolverine-Imortal(2013). O enredo é pesadamente dramático do começo
do fim, com alguns em que apresenta uma boas sacadas cômicas que são bem
colocadas no timing da piada, com muitos easte eggs de referencias, cheio de
ação, com uma belíssima fotografia solar combinadas com paleta de cores sujas
ambientado em deslumbrantes cenários desérticos ou mesmo correndo na estrada
que cria no filme uma pegada bem interessante o mesclando a elementos de
faroeste com road movies e apresentado a importante figura da menina fazendo
a X-23, toda badass desempenhando brilhante a personagem cheia de marra entre
tudo mais que o torna na minha opinião o melhor exemplo filme do gênero de
super-herói com tom dramático voltado para adulto. Recomendo para quem ainda
não assistiu e está se programando para assistir, que o veja como uma trama a
parte, procure não tentar relaciona-lo a linha temporal cinematográfica do
universo, porque vai que você se decepcione ao notar alguma inconsistência
absurda que possa gerar um furo de roteiro, como eu pude notar na cena onde o
Professor X e o Wolverine num galpão, o Professor X comenta da primeira vez
quando o conheceu ao acolhe-lo na Escola, isto ocorreu no filme de 2000. Se bem que como foi mostrado no Primeira Classe, o Professor X já conhecia
o Wolverine quando ele foi recruta-lo num bar e ele grosseiramente o mandou se
ferrar. Difícil digerir que um homem como Professor X, com esta habilidade
mutante mental, de telepatia, possa sofrer tanta amnésia.
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