domingo, 19 de março de 2017

HUGH JACKMAN NOS FILMES DOS X-MEN(2000-2014)



Após conferir “Logan”, o filme que marca a despedida do Hugh Jackman do papel do Wolverine no qual ele o encarnou por longos 17 anos. É hora de fazermos um retrospecto, analisando todos os filmes da franquia X-men onde ela encarou o anti-herói carcaju. Escolhi aqui quatro dos sete filmes da franquia X-men onde ele participou mais ativamente do cânone da história e teve seu arco trabalhado com mais relevância para a narrativa, desses quatro escolhidos existe a divisão de três que formam a chamada franquia clássica, melhor dizendo original lançado na década de 2000 e apenas uma que forma a franquia nova iniciado em 2011 com “X-Men: Primeira Classe”, também denominada de reboot ou prequel como queira. 

 















Não vou incluir aqui os três filmes solos dele, porque acho que eles merecem ser analisados numa postagem separada, assim como não vou incluir “X-men: Primeira Classe” e nem o recente “X-men: Apocalipse”(2016). Porque em ambos, a aparição dele em pontas rápidas mostrado nesses filmes, seja na cena do bar em “Primeira Classe” onde ele é recrutado pelo Professor X e Magneto jovens formando o embrião dos X-men e ele os destrata com um grosseiro insulto ou mesmo no “X-Men: Apocalipse”  sendo libertado pela jovem Jean Grey de uma prisão da Base de William Striker pode se dizer que analisando friamente estas participações dele  não tiveram muita relevância para a narrativa, apenas cumpriram uma função de puro  fan service. Em cada um que comentarei vou apresentando pela ordem cronológica de lançamento, porque se formos tentar analisar pela linha temporal cinematográfica que já é bagunçada, com muitas incoerências absurdas e cheia de buracos no roteiro, terminaria explodindo demais nossas cabeças. Esclarecido isso, vamos então para as analises dos filmes da franquia X-men que contou com a importância do Wolverine para a trama.






X-MEN(2000)



 











Neste primeiro filme, onde ele apareceu como o Wolverine no distante ano de 2000 é necessário ter em mente que naquela época diferente de agora o gênero dos filmes de super-heróis, era visto como algo impensável, ou mesmo improvável que pudesse  realmente acontecer. Visto que muitos estúdios viam esta ideia como muito inviável, principalmente por não saberem que tipo de público eles iriam atingir com estas produções, não sabiam se eram para crianças ou mesmo para adultos, muitos estúdios temiam que a crítica achasse a ideia de transformar super-heróis de quadrinhos em filmes uma coisa muito medíocres, ou mesmo com propostas muito viajadas. A Fox lançou este primeiro filme da franquia logo após ter adquirido o direito de adaptação da Marvel em 1994. Naquela ocasião em que a empresa vivia num cenário muito crítico, bastante endividada, vindo a decretar publicamente falência em 1996. Era impensável imaginar que se não fosse X-men, a Marvel com certeza não lançaria oito anos depois Homem de Ferro para assim poder criar o seu universo compartilhado no cinema também denominado de UCM  com os Vingadores dividida por fases, porque foi a Fox quem fez a Marvel se reerguer daquela situação e conseguir sair do cenário crítico que se encontrava ao longo da década de 1990. A mesma Fox que salvou a Marvel do sufoco que passava, também é a mesma com quem a própria Marvel vive uma longa e interminável batalha jurídica para ter de volta a guarda de sua cria. Tirando este detalhe complexo de lado e focando apenas na participação do Wolverine no cânone do enredo. A maneira como o arco do Wolverine foi trabalhado no escopo da trama já mostrava um peso enorme para a obra. Logo na sua  introdução ocorrida na cena do bar em Alberta, no Canadá. Onde ele atuava como se fosse uma espécie de gladiador do ringue para entreter a plateia assim como no pão e circo romano, ali já fica bem estabelecido qual era a sua essência sem precisar de tanta explicação didática, e qual envolveria a sua função para a trama, que era proteger a Vampira das garras do Magneto. Porque é neste mesmo local, que ele a conhece antes de deles entrarem para os X-Men. É curioso imaginar que na época o  então desconhecido Hugh Jackman quando foi escalado para este papel, quase não foi dele, o Wolverine estava destinado a outro ator que precisou se recusar porque  já estava envolvido em outro projeto, antes de ser o Wolverine, Jackman tinha feito produções menores na Austrália, sua terra natal, mas foi com o Wolverine que ele ganhou mais notoriedade e fama mundial, um divisor de águas para a sua carreira. Mesmo não conhecendo nada do personagem no universo das Hqs, ele conseguiu trabalhar toda a sua essência de personalidade temperamental, explosiva, impulsiva,  individualista e um tanto politicamente incorreto  do anti-herói dos X-Men, ainda que de forma amenizada que pudesse funcionar e caber dentro da proposta dele ser um filme mais realista, mas mantendo a essência escapista dos quadrinhos e que pudesse atingir um público mais amplo para a época. A sua performance ainda tímida  como Wolverine foi tão perfeita que ele era quem terminava roubando todas as cenas do filme, e a cada filme que  participou ganhava muito mais importância que qualquer outro personagem do universo, a ponto de deixar os outros completamente apagados. 







X-MEN 2(2003)























Já nesta continuação da franquia original, lançada numa época muito importante para a história dos mutantes. Isto porque naquele ano de 2003, os X-Men completavam 40 anos de sua primeira publicação como revista em 1963. Neste filme novamente o arco do Wolverine foi trabalhado com uma importância de grande peso para a narrativa. Principalmente pela presença do General William Striker(Brian Cox) aparecendo para caçar os mutantes e no decorrer vimos o Wolverine tentando encaixar as peças do quebra-cabeça de seu passado esquecido em suas  memórias. Apesar de neste aspecto a medida que ele foi aparecendo em cada filme, a gente se depara com cada furo de roteiro. Além disso, ele também foi importante por ficar responsável por tutorar os adolescentes Vampira, Homem de Gelo e Pyro no momento que ocorreu a dispersão de todos, quando os alunos foram capturados. Mais uma vez ele conseguiu roubar as cenas com cada luta coreografada. Jackman neste filme mostrou já estar bem familiarizado e disposto com o personagem para desempenhá-lo de uma forma perfeita.








X-MEN-O CONFRONTO FINAL(2006)



















Já neste filme responsável por fechar o ciclo da primeira franquia. Novamente Jackman surpreende trabalhando bem o arco do Wolverine, principalmente na parte importante que envolve a dramática cena dele ter de matar a Jean Grey, que estava possuída pela Fênix, exigindo uma carga dramática enorme. Contra a sua vontade, já que nutre por ela uma grande paixão platônica. Ele conseguiu mostrar uma boa forma, pique e disposição para encarnar o personagem, mesmo o filme apresentando grandes problemas na concepção do roteiro, que fez a criticar odiar o filme na época, o achando ruim, péssimo, medíocre. Independente do fator ter sido a mudança de diretor, Brett Ratner foi responsável por dirigir este filme no lugar de Bryan Singer. Este responsável por dirigir os antecessores. De todo jeito, isso não mudaria a opinião negativa da crítica, principalmente no que diz respeito a maneira como eles colocaram no arco da história a Jean Grey invocando a Fênix, que nos quadrinhos é uma importante entidade cósmica dos quadrinhos, em uma trama com uma pegada mais realista com abordagem politica, e ser morta pelo Wolverine e os desperdícios com outros personagens, aquilo foi algo muito imprudente.








X-MEN:DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO(2014)
























Por fim, no X-men: Dias de um futuro esquecido, posso descrever que neste filme, a presença do Wolverine no arco da história foi apenas de mero espectador. Isto porque ao contrário da minissérie do quadrinho de Chris Claremont e John Byrne publicado originalmente em 1981 que serviu de base para a aventura de viagem do tempo deste filme. Onde mostrava o Wolverine no futuro distópico de 2023, onde os mutantes são exterminados pelas Sentinelas, cabe a ele voltar ao passado de 1973 para impedir aquele acontecimento que ocasionou aquele momento.  Através do trabalho mental com o poder da Kitty Pride, nos quadrinhos é ela quem faz esta viagem temporal. Eles optaram pelo Wolverine, ao ver que simplesmente ele de todos os personagens dos mutantes nos cinemas é o que tem mais apelo perante o público. Hugh Jackman neste filme mesmo mostrando garra e vigor para o papel, ao mesmo tempo também deixava transparecer sinais de incomodo, por carregar o personagem em muitos filmes. Ele trabalha bem a importante peça que o arco do personagem representa no filme para reunir o Professor X e Magneto de 1973 para impedirem o ato terrorista da Mística de matar Bolívar Trask(Peter Dinklage) e com a morte dele  originar as super Sentinelas mutantes do futuro. Mesmo que em alguns momentos o enredo indo numa abordagem de viagem no tempo com uma pegada no estilo de “O Exterminador do Futuro” apresente uns furos de roteiro que são bem característicos dos filmes desse gênero. E dentre  os maiores dos furos que envolve o Wolverine é a ideia de que seu corpo em 1973 nesta época  estava num quarto de hotel, acontece que no “Origens”, ele estava combatendo no Vietnã. É muito sem sentido.

Bom aqui foram as minhas análises sobre a presença do Hugh Jackman como Wolverine nos filmes da franquia X-Men. Analisando apenas os quatro filmes onde ele teve mais relevância para o enredo. Numa próxima postagem, farei uma análise dos três filmes spin offs solo estrelado por ele que são X-Men-Origens: Wolverine, Wolverine: Imortal e o recente Logan.

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