FOI
JAMES BOND EM APENAS DOIS FILMES: TIMONTY DALTON
O
final da década de 1980 precisava renovar James Bond, e só o estilo de ação
capenga de Roger Moore(1927-2017) já não era suficiente para atrair a geração
jovem dos anos 1980 para despertar o interesse ainda mais visto a forte
concorrência com os filmes de ação estrelado por astros brutamontes bombados e
de caras duras como foram Sylvester
Stalonne, Arnold Schwarzzeneger, Jean-Claude Van Damme, Chucky Norris dentre
outros, foi então que eles decidiram renovar com outro ator no papel, desta
vez, tendo Timothy Dalton assumindo o papel em apenas dois filmes que
analisarei abaixo seguindo os mesmos critérios de antes.
007-MARCADO
PARA A MORTE (1987)
O seu enredo mostrava “James
Bond – o agente 007 – é enviado para ajudar na deserção de um oficial da KGB, o
General Georgi Koskov, cobrindo sua fuga de uma sala de concertos em
Bratislava, Eslováquia. Durante a missão, Bond nota a presença de uma atiradora
de elite da KGB enviada para impedir a deserção de Koskov. Desobedecendo ordens
para matá-la, ele atira no rifle, e então usa o Oleoduto Trans-Siberiano para
levar Koskov até a Áustria e depois para o Reino Unido.Após sua deserção,
Koskov informa o MI6 que a Smert Spionam (Morte aos Espiões), antiga política
da KGB, foi reativada pelo General Leonid Pushkin, seu novo chefe. Koskov é
mais tarde sequestrado e presume-se que ele foi levado de volta para Moscou.
Bond recebe ordens de encontrar Pushkin em Tânger e matá-lo para impedir outras
mortes de agentes e o agravamento das relações entre a União Soviética e o
ocidente. Apesar do conhecimento prévio que Bond possui de Pushkin o fazer
duvidar das afirmações de Koskov, ele concorda em cumprir sua missão ao saber
que o assassino de 004 deixou um bilhete escrito "Smert Spionam".”
Dalton como protagonista mostrou
um desempenho ainda que razoável em Marcado para a morte com um perfil mais sério do
James Bond, com uma cara dura, mas
mantendo a essência sedutora e aventuresca,
ainda mais nessa obra que marca o último filme da série
da Eon Productions a ter um título originado dos livros de Fleming até ocorrer
a adaptação de Cassino Royale em 2006, que marcaria o primeiro da
série protagonizado por Daniel Craig. Ele também é o que se pode descrever que
marca o fechamento de um ciclo importante na história da série 007. Que nesse
período já estava deixando de ter as características que remetiam aos filmes clássicos do 007 dos anos 1960,
estrelado pelo Sean Connery(1930-2020). O único resquício que ainda remetia aos
filmes clássicos da série 007 dos anos
1960 era a presença de Desmond Llewelyn(1914-1999) representando o excêntrico Q.,
o responsável por criar as tralhas tecnológicas para 007 enfrentar os combates
mais absurdos e mirabolantes. Já que outros atores que representavam os
importantes personagens do MIG nos
primórdios da série como Bernard Lee havia falecido em 1981, mesmo ano do
lançamento de 007- Somente Para Seus Olhos, filme no qual ele nem
participou. Robert Brow(1921-2003) foi
quem passou a representar o papel a partir de 007 Contra Octopussy (Octopussy,
Reino Unido, 1983) e Lois Maxwell(1927-2007) que por 23 anos representou o
papel da secretária Moneypenny e se aposentou do papel após 007-Na Mira
dos Assassinos(A View to a Kill, Reino Unido, 1985), quem assumiu o
papel dela nesse e no filme seguinte foi Caroline Bliss.
Outros nomes do elenco a serem mencionados são de Maryam D
´Abo, a violoncelista russa Kara Milovy,
bond girl da vez acompanhando James Bond em suas aventuras, o seu alvo no
início da história, inclusive há uma
cena dela acompanhando Bond em fuga
caminhando em fuga nas neves alpinas da Áustria, se eu não estiver enganado num
trenó, onde ela usa o seu violoncelo para um momento muito nonsense de virar
uma espécie de remo na neve e como se
não bastasse isso, passa num posto de fronteira o fazendo voar. O elenco também
contou com as participações do holandês Jeroen Krabbé como o Genneral Koskov,
um dos vilões da história, o americano Joe Don Baker como Brad Wihtaker, outro
antagonista da história. O britânico John-Rhys Davies, famoso por fazer o Salah
na série de filmes de Indiana Jones, representou também outro antagonista da
obra o General Pushkin, que vira aliado de Bond. John Terry sendo uma das
representações do agente americano Felix Leiter, muito recorrente na franquia
007. Julie T. Wallace representando a Rosika Miklos, uma engenheira russa que deixa 007 entrar secretamente numa usina
nuclear de Praga, e que para distrair o vigia o seduz tentando mostrar os
seios. O alemão Andreas Wisniwski como o Necros, o assassino com aquele
estereotipo clássico de alto, forte, atlético e de cara dura, um típico
mal-encarado que promove uma explosão numa mansão onde 007 estava hospedado. O
paquistanês Art Malik que representou o afegão Kamran Shah, um guerreiro mujahidin, que luta contra a invasão das tropas
soviéticas no Afeganistão que Bond
conhece na prisão, o filme foi lançado bem na época em que o país estava
enfrentando também na vida real uma
guerra com as tropas soviéticas. O mesmo
país que na posteridade foi
tomado pelo grupo fundamentalista Talibã em 1996, surgido e originado após a
expulsão das tropas soviéticas no final dos anos 1980. Que após os atentados as
Torres Gêmeas em 2001, foi deposto pelos americanos e que agora vinte anos
depois, eles retomaram o poder no país após a saída das tropas americanas no
Afeganistão. E por fim, mencionar a participação do alemão Walter
Gotell(1924-1997), representando pela última vez o papel do General Gogol, já
bem no finzinho do filme. Papel que ele já representava desde de 007-O
Espião Que Me Amava(1977).
O filme teve na sua abertura
cantada pelo famoso conjunto musical norueguês A-Ha, que era mundialmente muito
popular entre os jovens naquela época, inspirados na onda pop da new
wave, como foi no filme anterior que eles colocaram o conjunto musical
britânico Duran Duran que tinha forte apelo entre os jovens dos anos 1980. Foi
como uma forma de renovação do seu público.
Um fato curioso sobre a produção musical desse filme. É que ele marca o último
a contar com a assinatura de John Barry(1933-2011) que sempre acompanhou a
produção musical de toda a série 007 desde o primeiro filme 007 Contra o
Satânico Dr. No(Dr. No, Reino Unido, 1962).
007-PERMISSÃO
PARA MATAR(1989)
No
segundo e último filme que Dalton estrelou como James Bond que foi em
007-Permissão Para Matar(Licence to Kill, Reino Unido, 1989) o 16º
da franquia 007 que
contou novamente com a direção de John
Glen comandando o quinto filme seguido da franquia 007 sendo este o último da
série dirigida por ele.
O
seu enredo mostrava “Bond sendo demitido do serviço secreto britânico por
insistir na investigação do atentado ao seu amigo da CIA, Felix Leiter e sua
esposa. Bond vai atrás do chefão de um poderoso cartel de drogas que mandou
matar o casal. Desta vez ele não está a serviço do governo britânico, mas atrás
de vingança.”
Dalton
fez uma representação bem melhor do que foi em relação ao anterior,
principalmente ao representar o lado mais dramático, mais humano de sua
vingança, com um vilão a altura. Nessa obra que pegou bem referência ao tráfico
de drogas na América Latina.
Nesse
filme que contou em seu elenco com Robert Davi como o traficante Franz Sanchez,o
então desconhecido Benicio Del Toro como Dario, capanga de Sanchez, a americana
Carey Lowell como a bond girl Pam Bouvier, Talisa Soto como outra bond girl
Lupe Lamora, Antony Zerbe como Milton Krest, David Hedison(1927-2019) como o
Felix Leiter e Priscila Barnes que representou a Della Leiter, esposa do Felix
Leiter, o mexicano Pedro Amendáriz Jr. (1940-2011), filho de Pedro Amendáriz(1912-1963),
que havia participado de Moscou Contra 007(From Russia With Love,
Reino Unido, 1963), seu trabalho póstumo na pele do turco Ali Kerim Bey, que em
Permissão para Matar, representou Hector Lopez, Presidente de um fictício
pais caribenho, ditador que bem satirizava as ditaduras das ilhas centro-americanas.
Dentre outros.
A
produção musical ficou encarregada e sob a assinatura de Michael
Kamen(1948-2003), cuja abertura a ser cantada foi da cantora Gladys Knight.
Num
balanço geral, posso descrever que esses dois filmes da série 007 que Timonty Dalton estrelou, mesmo não
figurando entre os mais memoráveis da franquia, pelo menos trabalharam algumas
mudanças de rumo na franquia que seriam sentidas mais para frente quando em
1995 foi lançado 007 Contra Goldeneye, depois de um hiato de seis
anos. Um dos motivos foram as consequências
das disputas judiciais que Eon
Productions enfrentou no começo dos anos 1990, envolvendo as complexas questões
de copyright para continuar fazendo a adaptação, onde Dalton nesse interim decide renunciar ao
papel, e a EON resolve definir Pierce Brosnan como seu substituto. Mas isso é
outra história.
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