quarta-feira, 29 de setembro de 2021

ESPECIAL 007: TIMONTY DALTON

 

FOI JAMES BOND EM APENAS DOIS FILMES: TIMONTY DALTON

 



 

O final da década de 1980 precisava renovar James Bond, e só o estilo de ação capenga de Roger Moore(1927-2017) já não era suficiente para atrair a geração jovem dos anos 1980 para despertar o interesse ainda mais visto a forte concorrência com os filmes de ação estrelado por astros brutamontes bombados e de caras duras  como foram Sylvester Stalonne, Arnold Schwarzzeneger, Jean-Claude Van Damme, Chucky Norris dentre outros, foi então que eles decidiram renovar com outro ator no papel, desta vez, tendo Timothy Dalton assumindo o papel em apenas dois filmes que analisarei abaixo seguindo os mesmos critérios de antes.

 

007-MARCADO PARA A MORTE (1987)

No primeiro filme da série 007  que Dalton estrelou como James Bond que foi em 007-Marcado para a Morte(The Living Daylights, Reino Unido, 1987) o 15º da franquia 007 que contou com a direção de John Glen comandando o quarto filme seguido da franquia 007 ao longo dos anos 1980.



O seu enredo mostrava “James Bond – o agente 007 – é enviado para ajudar na deserção de um oficial da KGB, o General Georgi Koskov, cobrindo sua fuga de uma sala de concertos em Bratislava, Eslováquia. Durante a missão, Bond nota a presença de uma atiradora de elite da KGB enviada para impedir a deserção de Koskov. Desobedecendo ordens para matá-la, ele atira no rifle, e então usa o Oleoduto Trans-Siberiano para levar Koskov até a Áustria e depois para o Reino Unido.Após sua deserção, Koskov informa o MI6 que a Smert Spionam (Morte aos Espiões), antiga política da KGB, foi reativada pelo General Leonid Pushkin, seu novo chefe. Koskov é mais tarde sequestrado e presume-se que ele foi levado de volta para Moscou. Bond recebe ordens de encontrar Pushkin em Tânger e matá-lo para impedir outras mortes de agentes e o agravamento das relações entre a União Soviética e o ocidente. Apesar do conhecimento prévio que Bond possui de Pushkin o fazer duvidar das afirmações de Koskov, ele concorda em cumprir sua missão ao saber que o assassino de 004 deixou um bilhete escrito "Smert Spionam".”




 

Dalton como protagonista mostrou um desempenho ainda que razoável em  Marcado para a morte  com um perfil mais sério do James Bond, com uma cara dura,  mas mantendo a essência sedutora e aventuresca,  ainda mais   nessa obra que marca o último filme da série da Eon Productions a ter um título originado dos livros de Fleming até ocorrer a adaptação de Cassino Royale em 2006, que marcaria o primeiro da série protagonizado por Daniel Craig. Ele também é o que se pode descrever que marca o fechamento de um ciclo importante na história da série 007. Que nesse período já estava deixando de ter as características que remetiam  aos filmes clássicos do 007 dos anos 1960, estrelado pelo Sean Connery(1930-2020). O único resquício que ainda remetia aos filmes clássicos   da série 007 dos anos 1960 era a presença de Desmond Llewelyn(1914-1999) representando o excêntrico Q., o responsável por criar as tralhas tecnológicas para 007 enfrentar os combates mais absurdos e mirabolantes. Já que outros atores que representavam os importantes  personagens do MIG nos primórdios da série como Bernard Lee havia falecido em 1981, mesmo ano do lançamento de 007- Somente Para Seus Olhos, filme no qual ele nem participou.  Robert Brow(1921-2003) foi quem passou a representar o papel a partir de 007 Contra Octopussy (Octopussy, Reino Unido, 1983) e Lois Maxwell(1927-2007) que por 23 anos representou o papel da secretária Moneypenny e se aposentou do papel após 007-Na Mira dos Assassinos(A View to a Kill, Reino Unido, 1985), quem assumiu o papel dela nesse e no filme seguinte foi Caroline Bliss.




Outros nomes  do elenco a serem mencionados são de Maryam D ´Abo, a violoncelista russa  Kara Milovy, bond girl da vez acompanhando James Bond em suas aventuras, o seu alvo no início da história,  inclusive há uma cena  dela acompanhando Bond em fuga caminhando em fuga nas neves alpinas da Áustria, se eu não estiver enganado num trenó, onde ela usa o seu violoncelo para um momento muito nonsense de virar uma espécie de remo na neve  e como se não bastasse isso, passa num posto de fronteira o fazendo voar. O elenco também contou com as participações do holandês Jeroen Krabbé como o Genneral Koskov, um dos vilões da história, o americano Joe Don Baker como Brad Wihtaker, outro antagonista da história. O britânico John-Rhys Davies, famoso por fazer o Salah na série de filmes de Indiana Jones, representou também outro antagonista da obra o General Pushkin, que vira aliado de Bond. John Terry sendo uma das representações do agente americano Felix Leiter, muito recorrente na franquia 007. Julie T. Wallace representando a Rosika Miklos, uma engenheira russa  que deixa 007 entrar secretamente numa usina nuclear de Praga, e que para distrair o vigia o seduz tentando mostrar os seios. O alemão Andreas Wisniwski como o Necros, o assassino com aquele estereotipo clássico de alto, forte, atlético e de cara dura, um típico mal-encarado que promove uma explosão numa mansão onde 007 estava hospedado. O paquistanês Art Malik que representou o afegão Kamran Shah, um guerreiro mujahidin, que luta contra a invasão das tropas soviéticas  no Afeganistão que Bond conhece na prisão, o filme foi lançado bem na época em que o país estava enfrentando também na vida real  uma guerra com as tropas soviéticas. O mesmo  país que na  posteridade foi tomado pelo grupo fundamentalista Talibã em 1996, surgido e originado após a expulsão das tropas soviéticas no final dos anos 1980. Que após os atentados as Torres Gêmeas em 2001, foi deposto pelos americanos e que agora vinte anos depois, eles retomaram o poder no país após a saída das tropas americanas no Afeganistão. E por fim, mencionar a participação do alemão Walter Gotell(1924-1997), representando pela última vez o papel do General Gogol, já bem no finzinho do filme. Papel que ele já representava desde de 007-O Espião Que Me Amava(1977).



O filme teve na sua abertura cantada pelo famoso conjunto musical norueguês A-Ha, que era mundialmente  muito  popular entre os jovens naquela época, inspirados na onda pop da new wave, como foi no filme anterior que eles colocaram o conjunto musical britânico Duran Duran que tinha forte apelo entre os jovens dos anos 1980. Foi como uma  forma de renovação do seu público. Um fato curioso sobre a produção musical desse filme. É que ele marca o último a contar com a assinatura de John Barry(1933-2011) que sempre acompanhou a produção musical de toda a série 007 desde o primeiro filme 007 Contra o Satânico Dr. No(Dr. No, Reino Unido, 1962).




 



007-PERMISSÃO PARA MATAR(1989)




No segundo e último filme   que Dalton estrelou como James Bond que foi em 007-Permissão Para Matar(Licence to Kill, Reino Unido, 1989) o 16º da franquia 007  que contou novamente  com a direção de John Glen comandando o quinto filme seguido da franquia 007 sendo este o último da série dirigida por ele.




O seu enredo mostrava “Bond sendo demitido do serviço secreto britânico por insistir na investigação do atentado ao seu amigo da CIA, Felix Leiter e sua esposa. Bond vai atrás do chefão de um poderoso cartel de drogas que mandou matar o casal. Desta vez ele não está a serviço do governo britânico, mas atrás de vingança.”




Dalton fez uma representação bem melhor do que foi em relação ao anterior, principalmente ao representar o lado mais dramático, mais humano de sua vingança, com um vilão a altura. Nessa obra que pegou bem referência ao tráfico de drogas na América Latina.




Nesse filme que contou em seu elenco com Robert Davi como o traficante Franz Sanchez,o então desconhecido Benicio Del Toro como Dario, capanga de Sanchez, a americana Carey Lowell como a bond girl Pam Bouvier, Talisa Soto como outra bond girl Lupe Lamora, Antony Zerbe como Milton Krest, David Hedison(1927-2019) como o Felix Leiter e Priscila Barnes que representou a Della Leiter, esposa do Felix Leiter, o mexicano Pedro Amendáriz Jr. (1940-2011), filho de Pedro Amendáriz(1912-1963), que havia participado de Moscou Contra 007(From Russia With Love, Reino Unido, 1963), seu trabalho póstumo na pele do turco Ali Kerim Bey, que em Permissão para Matar, representou Hector Lopez, Presidente de um fictício pais caribenho, ditador que bem satirizava as ditaduras das ilhas centro-americanas. Dentre outros.




A produção musical ficou encarregada e sob a assinatura de Michael Kamen(1948-2003), cuja abertura a ser cantada foi da cantora Gladys Knight.





Num balanço geral, posso descrever que esses dois filmes da série 007  que Timonty Dalton estrelou, mesmo não figurando entre os mais memoráveis da franquia, pelo menos trabalharam algumas mudanças de rumo na franquia que seriam sentidas mais para frente quando em 1995 foi lançado 007 Contra Goldeneye, depois de um hiato de seis anos.  Um dos motivos foram as consequências das disputas judiciais  que Eon Productions enfrentou no começo dos anos 1990, envolvendo as complexas questões de copyright para continuar fazendo a adaptação,    onde Dalton nesse interim decide renunciar ao papel, e a EON resolve definir Pierce Brosnan como seu substituto. Mas isso é outra história.


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