terça-feira, 7 de setembro de 2021

O RETRATO ROMANTIZADO DE DOM PEDRO I EM INDEPENDÊNCIA OU MORTE(1972)

Na manhã de terça-feira,  feriado de 07 de Setembro de 2021,  conferi pelo Youtube completo e gratuito e botei do meu celular  para ver na minha SmarTV  ao filme Independência ou Morte(Brasil, 1972). 





Um filme muito bem produzido para a época,  contou com a direção de Carlos Coimbra(1925-2007) com produção da Cinesdistri do produtor Oswaldo Massaini(1922-1994), principalmente no que diz respeito aos recursos de produção com  um bom design de figurinos e caracterizações e bons cenários de locações  bem trabalhados na estética vintage. 





O roteiro que teve colaboração do próprio diretor  e contou também com as mãos de outros roteiristas como Anselmo Duarte(1920-2009)  traz umas licenças poéticas que romantiza muito a visão heroica do Imperador Dom Pedro I desde sua infância em que não era muito valorizado por sua mãe Carlota Joaquina passando pela vida adulta desregrada como imperador e ao  proclamar a Independência do Brasil nas margens do Rio Ipiranga numa representação muito poética, sendo que de fato foi bastante pitoresco e até ter um fim melancólico quando deixou a Pátria Brasil com seu Dom Pedro II ainda garoto, que foi muito bem representado em tela pelo recém-falecido Tarcísio Meira vitimado pela COVID-19. 





Que por ter sido lançado no período do Regime Militar, o filme ficou com fama  de ser muito ufanista. Ainda mais que ele foi lançado na data que marcava  os 150 anos da declaração da  Independência do Brasil e acabou sendo oportuno para o Regime Militar.  Enfim, de todo jeito o filme tem lá seus méritos, apesar de alguns fazerem certos juízo de valor ao seu teor. Em especial pelo elenco incrível que além de contar com Tarcísio Meira protagonizando Dom Pedro I, teve entre outras feras, pegando emprestado o dizer do Faustão, Glória Menezes esposa na vida real de Tarcísio Meira que no filme  representou a amante de Dom Pedro I,   Domitila de Castro Canto e Silva, a famosa Marquesa de Santos, Kate Hansen, uma das musas da pornochanchada que no filme  ficou encarregada de representar a Imperatriz Leopoldina primeira esposa de Dom Pedro I. Dionísio Azevedo(1922-1994) que representou no filme José Bonifácio, o grande aliado de Dom Pedro I, Emiliano Queiroz como Chalaça, Manuel de Nóbrega(1913-1976), pai do humorista Carlos Alberto de Nóbrega do famoso  programa do SBT A Praça é Nossa, representou no  filme o Rei Dom João VI de Portugal, Heloisa Helena(1917-1999) como Carlota Joaquina, Antônio Patiño(1929-2014), nome importante da dublagem brasileira que no filme representou Martim Francisco importante da história do Império, José Lewgoy(1920-2003) como João Pinto, o famoso apresentador de TV, Carlos Imperial(1935-1992), fazendo no filme o papel de taberneiro,  Maria Claudia como a Imperatriz Amélia, a segunda esposa de Dom Pedro II,   dentre muitos  outros nomes  e por fim vale mencionar a participação de Tarcísio Filho, filho do casal Tarcísio Meira e Gloria Menezes que fez uma pequena ponta  no filme representando  o Imperador Dom Pedro I na infância que coube ao pai representa-lo na fase adulta.






Independentemente   de sua visão política, de todo jeito, não custa nada valorizar o que é nosso e conhecendo um pouco do nosso passado. Mesmo porque como diz o filósofo irlandês Edmund Burke(1729-1797):

“Um povo que não conhece a sua história, está condenado a repeti-la.”

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