terça-feira, 30 de setembro de 2014

ANÁLISE DO FILME "CAVALEIROS DO ZODIACO: A LENDA DO SANTUÁRIO".


Na noite de Domingo, 28 de Setembro de 2014, fui finalmente assistir ao longa-animado muito especial, que foi um marco importante na minha infância. Fui conferir “Cavaleiros do Zodíaco: Lenda do Santuário”.

Confesso que mesmo sendo um amante da série animada japonesa original que eu cresci acompanhando bastante na extinta Rede Manchete 20 anos atrás, eu não esperava muita novidade neste filme inspirado no anime a não ser o fato dele se utilizar pela primeira vez a técnica do CG, ou seja, o traçado todo em Computação Gráfica em alta definição utilizando-se em 3D.  Na trama do filme eles suprimiram toda a importante passagem da batalha dos defensores de Atena contra os Cavaleiros de Ouro, que são de nível bastante superior do que em relação aos de bronze.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

A utilização da técnica em CG para este filme era o que mais me deixou com uma sensação de receio do que em relação ao fato de como eles iriam elaborar um roteiro enxugando ao máximo a adaptação de uma importante passagem do anime e retirar muitas importantes batalhas da Saga do Santuário para caber no espaço de tempo da duração de um filme.  Desde que eu acompanhei a divulgação dos primeiros trailers promocionais que saíram ainda no começo de 2014 com o áudio original em japonês pessoalmente eu já sentia uma sensação de dúvida se eu iria ou não conferir este novo longa animado da franquia numa sala de cinema, ainda mais em se tratando deles fazendo todo o traçado dos personagens completamente digitalizados em alta definição poderia de algum modo descaracterizar os próprios traços característicos que os personagens do anime clássico carregavam.  Chegou a me dar aquela sensação de que o anime com esta nova roupagem ficaria visualmente com uma estética muito caracteristicamente idêntico as produções das grandes corporações americanas de longas de animação como, por exemplo, a Pixar, Dreamworks ou mesmo da Blue Sky.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Apesar dos pós e contra a respeito das diferentes opiniões criticas que acompanhei sobre a repercussão do filme quando chegou ao Brasil. Que foram bem medianas, e é utilizando deste raciocínio sem me deixar levar pela emotividade, porque mesmo eu sendo um grande amante de carteirinha do desenho original, eu sei bem distinguir e analisar com muita frieza e imparcialidade a respeito do que a obra me proporcionou. Então aqui vai os meus pontos favoráveis e contrários sobre este filme.





DO QUE GOSTEI EM “A LENDA DO SANTUÁRIO”.

De favorável, por incrível que possa parecer mesmo tendo descrito acima o meu conceito prévio em relação a utilização do CG neste filme me incomodar,  ainda assim esta técnica moderna conseguiu me surpreender principalmente como a adaptação dos traços criaram uma excelente  sensação de ver a maior parte dos personagens conhecidos do anime  em cena  terem ficado  com aquela sensação de serem  interpretado por atores reais.  Um exemplo mais especifico de personagem que pude reparar que ficou com um traço que ficou perfeito no meu ponto de vista foi Tatsumi, o cômico mordomo da Saori Kido, a reencarnação da deusa Atena.  No anime clássico muitos devem lembrar que entre todos os personagens do universo mitológico de CDZ ele fazia bem parte do tipo secundário que não tinha nenhuma utilidade, era meio que equivalente ao Alfred Pennyworth como tutor do Bruce Wayne nos quadrinhos de Batman, e neste quesito o Tatsumi assumia bem esta função. Muitos devem lembrar que no anime original esteticamente ele era careca, já neste filme ele mantém a personalidade cômica do anime original mas com uma estética diferenciada,  além de ficar com cabelo com um penteado bem curtinho e uns fios grisalhos, ele também é apresentado usando óculos o que lhe deu bem um aspecto de intelectual, mesmo não sendo o personagem mais relevante no filme, é apresentado no começo e depois é deixado para trás, ainda assim ele entre todos os personagens famosos do anime reformulados no filme, ele foi o que me surpreendeu porque a maneira foi construído o seu traçado técnico digitalizado deu um tom visual de mais veracidade ao personagem  e pessoalmente confesso que eu o achei muito semelhante ao astro  hollywoodiano Harrison Ford. 
 

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
O mordomo Tatsumi na versão original do anime clássico careca.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na sua recente versão cinematográfica em CG com cabelo e óculos que lhe deram um tom intelectual. A excelente qualidade da alta definição tecnológica fez o personagem ficar visualmente parecido com o astro hollywoodiano Harrisson Ford.
 
 
 
 Se este que pontuei ficou mesmo sendo o mais irrelevante do anime me surpreendeu pela maneira como ficou bem digitalmente traçado, os outros mais relevantes também ficaram com traços bem definidamente perfeitos.  Ficou de certa forma aquela sensação de estarem sendo interpretados por atores reais.  Eu gostei da maneira como a Saori ficou visualmente traçada computadorizada em CG principalmente quando muda o corte do cabelo longo do filme, coisa que no anime nunca tinham pensado nisto, ela ficou com uma aparência bem mais rejuvenescida.  Dela o que eu poderia pontuar de positivo no filme, foi deles terem acertado bem em dar espaço de utilidade maior a personagem fazendo com que ela não fosse só um recheio como era no anime.  Quanto ao quesito dos personagens principais, como os Cavaleiros de Bronze, o que mais me chamou a atenção foi o Seyia de Pégaso, como sempre de todos os Cavaleiros de Bronze, ele é sempre o centro das atenções já que para quem não sabe ele é o personagem-titular no original em japonês que é Saint Seyia.  É sempre ele quem define a batalha contra os mentores que planejam destruir Atena contando sempre com o reforço da armadura de ouro de sagitário.  Admito que na época em que eu era bem criança e acompanhava sem parar o anime, ele não era um dos que eu me sentia mais cativado, pois o achava muito insosso, bobinho e chatinho, principalmente pela maneira como de todos os cavaleiros de bronze ele era o que mais agia emotivamente no dever de sacrificar-se pela Saori, deixando assim transparecer que nutria uma paixão platônica por ela.  Em todas as batalhas ele era o que mais ficava surrado e só final é que conseguia uma proeza de vencer. Já no filme em questão, confesso que me senti até mais cativado por ele, já que eles alteraram bastante sua essência dando um aspecto de alivio cômico ao personagem coisa que não tinha muito no anime. Ele chega a deixar mais explicito que nutre um interesse amoroso pela Saori aonde inclusive os seus velhos companheiros chegam a perceber e fazer umas gracinhas.  Também nesse quesito de construção de personalidade, os outros cavaleiros de bronze amigos de Seyia mantém suas respectivas caraterísticas, Shyriu de Dragão era de todos o que mais me cativava do que em relação ao Seyia. Porque eu o via como o mais compenetrado, mais centrado, mais disciplinado e mais focado na sua função e era o mais o preocupado com a coletividade a ponto de fazer coisa em sacrifico dos amigos, como se cegar, e até mesmo dispensar a utilização da armadura para enfrentar um inimigo de igual para igual. E esta sua característica permaneceu no filme.  Já o Hyoga de Cisne assim como no anime é o que se mantem como o mesmo perfil de ser o mais  contido no grupo, o Shun de Andrômeda é de todos pelo meu ponto de vista o mais emotivamente fragilizado e quase inútil  do grupo, pois em todas as suas batalhas é o que evita desnecessariamente usa os verdadeiros poderes que tem, se restringindo apenas as correntes.  E por fim tem o Ikki de Fênix, que como sempre assim como no anime ele era do grupo o  que figurava como o típico  lobo solitário, o mais impulsivo e que só aparecia para enfrentar uma batalha nos momentos clímax, principalmente para defender o seu irmão caçula Shun e nestes momentos mostrava ser o mais  fodão de todos.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seyia no anime clássico
 
 
 
 
 


 
 
 
 
 
 
Seyia em "A Lenda do Santuário".
 
 
 
 

Mais uma coisa que gostei demais e achei incrível no filme foi a maneira como os produtores criaram um novo  modelo de locomoção das respectivas armaduras dos Defensores de Atena, visualmente aquele moderno  ficou genialmente brilhante. No anime clássico eles carregavam em uma pesada mochila toda feita de pedra que deixava muito evidente, já no filme eles adaptaram para uma forma super discreta, as armadura ficam agora armazenadas dentro de um cartão que eles ao jogarem no ar e elas aparecem se soltam e aos poucos vão se encaixando pedaço por pedaço no corpo de cada Cavaleiro de Bronze.




















Saori Kido/Deusa Atena como muitos devem conhecer no anime clássico.








 















A mesmo Saori em "A Lenda do Santuário" com uma nova roupagem e com tom mais rejuvenescido e no inicio é apresentada com o mesmo cabelo cumprido e com tom arroxeado.



















No decorrer da ação de "A Lenda do Santuário", Saori fica com este corte mais encurtado.










Para encerrar a minha avaliação positiva eu posso pontuar que a parte mais importante da qual gostei mais do filme foi como eles tiveram o cuidado de não incluir os mesmos furos de roteiro que essa importante parte da série clássica carregava, como tipo a aparição repentina de Cassius nas escadarias da Casa de Leão e fazer uma barreira em Shiryu e Shun, aliás, além dele não aparecer e nem ser sequer citado também não aparecem outros cinco cavaleiros de bronze secundários que tinham aparecido bem no inicio e eram bastante inúteis como o Jabu de Unicórnio, Shina a mentora de Cassius também não aparece e nem muito menos é citada, a mentora de Seyia, Marin aparecendo surpreendentemente não se sabe de que forma na Casa de Peixes para ajudar Seyia  se levantar das escadarias em direção a Casa do Mestre Ares que estava infestado das rosas venenosas do Cavaleiro de Ouro, Afrodite de Peixes. E ele tinha desmaiado ao absorver o aroma das rosas e ela como se bastasse aparecer repentinamente lá por algum provável atalho coloca sua máscara para protegê-lo de cheiro, onde já se viu uma coisa dessas, mascara proteger do cheiro ela também não aparece no filme e nem muito menos é citada. Outro dos maiores furos de roteiro da série e que no filme também foi evitado é a maneira inexplicável de como Hyoga inconscientemente quando estava sob efeito da zona dimensional da Casa de Gêmeos, perceber que tinha caído  em outra casa e  ao se deparar com outro Cavaleiro de Ouro, o seu mestre Camus de Aquário, a impressão para qualquer espectador na série animada quando vê aquela reação  surpresa do Hyoga ao se deparar com o seu velho mestre é a de que ele tinha ido parar logicamente   na sua casa de Aquário, mas, acontece que não, Hyoga tinha caído na Casa de Libra e lá enfrentou sua primeira batalha contra Camus e foi neste lugar que o Cavaleiro de Aquário o prendeu numa esquife de gelo. Parece que estes Cavaleiros de Ouro se acham tão maiorais que podem se acharem até  no direito de invadir o espaço da casa dos outros companheiros  para enfrentarem suas batalhas ali e isto foi o que Camus fez.  No filme esta passagem foi evitada se bem que gerou também outro furo no roteiro, que é quando Hyoga estava acompanhado dos outros na Casa de Câncer, no momento em que Shiryu estava começando enfrentar Máscara da Morte, Camus aparece num flash de luz e num passe de mágica leva Hyoga para sua casa e enfrentar a batalha marcante entre mestre e discípulo.
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
Cavaleiro de Ouro Mú de Aries na versão original de CDZ.
 
 
 
 

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O mesmo Mú de Aries apresentado em "A Lenda do Santuário", utilizando-se do adereço de um óculos que lhe de um tom de mais jovialmente intelectual.
 
 
 

Bom depois de analisar os meus pontos positivos acima que me fizeram gostar por um lado do filme, vou agora a parte mais indigesta da descrição que é mostrar os meus pontos de vista negativos e que mais me incomodaram no filme.







DO QUE EU NÃO GOSTEI EM “A LENDA DO SANTUÁRIO”.

Os maiores pontos negativos que pude observar no filme é no que diz respeito ao que eu já citei acima sobre o furo no roteiro sobre essa repentina aparição mágica do Cavaleiro de Ouro Camus de Aquário entrando na Casa de Câncer para levar Hyoga para sua casa e ter um acerto de contas pessoal.  Mas esta foi a parte menor e irrelevante do filme, o que realmente me incomodou no filme apesar de ter colocado no parágrafo acima que gostei bastante ainda que em partes  do que a técnica do  CG  utilizado  em “Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário”, soube bem proporcionar para o público variado seja da geração que como eu acompanharam o anime na  década de 1990, ou mesmo para as gerações mais novas, tipo crianças desta atual década cujos pais eram crianças 20 anos atrás  e passaram a gostar do anime por influencia deles. Ainda assim teve umas coisas incluídas neste filme seja no quesito do roteiro ou mesmo na própria concepção da estética visual que me incomodaram bastante  no filme e vou fazer meus dois pontos críticos negativos, assim alguns leitores podem até achar respetivo ou mesmo não muito original o que vou colocar, pois de algum modo vão observar algumas semelhanças com os pontos de vista colocados de outras fontes de sites que seja escrita ou mesmo visual, como nos conteúdos dos vlogueiros do site do Youtube. Mas mesmo assim vou colocar os meus indigestos pontos de vistas negativos  do filme, podem até me crucificarem, mas então aqui vai:


1)No aspecto visual, apesar de ter me surpreendido bastante com algumas reformulações no traçado computadorizado do filme do qual antes ele me gerava um grande receio, ainda assim  tenho de admitir que em algumas aspectos o uso do CG me gerou como maior incomodo foi principalmente na modificação  do design das armaduras.  A maneira como eles fizeram a adaptação da maioria dos designs destas caracterizações em alguns casos achei muito show, totalmente demais pela maneira como a repaginada se encaixou bem em alguns personagens, no entanto, tiveram outros cavaleiros cujas mudanças no modelo das armaduras no filme ficaram um tanto grotescas.  A armadura do Shun de Andrômeda foi dentre todos os Cavaleiros de Bronze a que eu achei mais visualmente carnavalesca, se bem que neste quesito não só a armadura do Shun mas também de todos sem exceção como era mostrado no anime clássico, seja de qual nível representasse bronze, prata e ouro, ou  mesmo na saga dos Guerreiros de Asgard e dos Generais Marinas de Poseidon, todos tinham os designs de suas respectivas armaduras  tinham um tom carnavalesco.  Mas no caso da armadura do Shun, o motivo deu aqui pontuar que o seu novo design no filme ter ficado bastante carnavalesco visualmente tem haver com o fato de como ele entre todos os Cavaleiros de Bronze ser o único cuja constelação é simbolizada por uma mulher, e por isso mesmo a sua armadura tem o desenho de uma mulher. Que é simbolizada pela Andrômeda, que na mitologia foi uma princesa da Etiópia que foi acorrentada numa rocha para servir de sacrifício a um monstro marinho. O que de algum modo explica o porque dele ter o adereço das correntes em suas armaduras. Se no anime clássico a caracterização do Shun já mostrava alguns aspectos carnavalescos pelo próprio modelo da sua armadura simbolizar o corpo de uma mulher e se fomos somar aos adereços das correntes e a textura da sua cor ser bem rosada, e por este aspecto existem o que dizem distorcidamente que pelo fato do Shun ter uma personalidade mais sensível do grupo e ás vezes carrega um jeito de falar pouco afeminado, levam a supor que ele seria gay.  Eu não tenho nada contra a escolha do individuo que senti atração, desejo ou mesmo se apaixone e se case com alguém do mesmo sexo, eu tenho muito respeito por pessoas que fazem esta escolha. Mas sinceramente eu acho que alguém levante uma hipótese preconceituosa a respeito da personalidade do Shun.  No filme eu bem pude perceber que a sua caracterização ficou ainda mais carnavalesca, principalmente somados ao momento em que ele coloca o adereço do elmo que é colocado no final no momento do confronto.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cavaleiro de Bronze Shun de Andrômeda com o modelo original da armadura no anime clássico. Pode-se observar que o tom da caracterização já era bem carnavalesco.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em "A Lenda do Santuário" a reformulada que fizeram na caracterização de sua armadura de Shun além de visualmente  ficar  grotescamente carnavalesco quando ele coloca então o elmo com uma máscara é fica mais ridículo, porque deixa o Shun parecendo como versão de amazona robótica.
 
 
 
 Fica ainda mais ridicularmente grotesco, o Shun não é o único que neste quesito de mudança de caracterização das armaduras ficou visualmente horrível. As outras caracterizações de armaduras ficaram como eu poderia definir além de carnavalesco, ficou muito exageradamente circense, os designs que boa parte delas são mostrada no filme ficaram muito burlescamente parecendo com típicos modelos robóticos de filmes de ficção cientifica, o que por si só já tira a essência do anime clássico, e quando eles resolvem deixar para colocar o elmo já no confronto, ai é que o negócio fica ainda  mais bizarro porque o adereço carrega uma mascara metálica que faz eles ficarem parecendo uma versão cartunesca dos heróis de tokusatsu.  Ficando quase a mesma coisa de assistir Jaspion e Changeman em desenho animado.
 


 
 
 
 
 
 
 
O adereço da máscaras metálicas para compor o elmo e dá um tom mais moderno as caracterizações dos cavaleiros de bronze e ouro, admito que foi  a parte  que mais me incomodou no filme. Além de ficarem muito mais  carnavalescos do que em relação ao anime original, visualmente os Defensores de Atena ficaram com o uso dessa técnica em CGI numa muito robótica a ponto de aparecerem adaptações em forma de tokusatsu. 
 
 
 
 
 
 Outro cavaleiro que posso também pontuar ter ficado visualmente com uma característica muito ridícula é do Cavaleiro de Ouro Aldebaran de Touro, muito desnecessário enfeitar com mais adereços de chifres em outras partes do seu corpo como se já não bastasse os cornos ficarem apenas no elmo.
 
 
 
 
 
 
 

 
O Cavaleiro de Ouro Aldebaran de Touro em diferentes versões, a direita a caracterização de sua armadura  como foi mostrado no anime original e a esquerda a modificação apresentada em "A Lenda do Santuário". Muito ridículo mais adereços de chifres na armadura para torna-lo tão grotesco.
 
 
 
 
 
 
 
E fora este aspecto da caracterização, visualmente o tom do cenário das Dozes Casas no Santuário foi outro ponto que onde também percebi uma grande descaracterização da essência da criação do desenhista Masami Kurumada em meados dos 1980, que apesar de sua famosa criação não ser considerada pelos diversos profissionais autoridades e  especialistas em  mangás  e animes como a mais perfeita artisticamente ainda assim   é bastante admirado e considerado a sua maior galinha dos ovos de ouro.  No filme, a cenografia da arquitetura das Doze Casas, ficou visualmente mais parecendo um cenário de filme futurista com elementos surreais, ao contrário das arquiteturas do santuário de como era apresentado na série animada que reproduzia e simboliza bem fiel as construções dos tempos da Grécia Antiga.   No filme, esse aspecto não foi respeitado, os designs das arquiteturas assim como as caracterizações das armaduras podendo eu assim definir que o tom estético de filme  ficou mais parecendo um filme aventura espacial, dando aquela  sensação ao espectador de que a batalha não ocorre na Terra, mas em outro planeta.
 
 
 

 
 
 

 
 
 
 
   
 
 
 
 
No anime original, o design  das Doze Casas remetia  bem ao estilo das  antigas arquiteturas gregas no tempos da antiguidade.
 
 
 
 
 
 
 







Em "A Lenda do Santuário" o design arquitetônico das Doze Casas ficou completamente descaracterizado, o tom visual  muito futurista faz o filme mais parecer uma história tosca de aventura espacial.
 
 
 
 
 
2)No aspecto do roteiro a meu ver senti que mais  deixou a desejar na tela  foi  a maneira como eles procuraram suprimir a reprodução   desta parte mais importante da saga do anime  para se adequar ao ritmo cronológico do filme, o deixou  bastante confuso,  como  pude bem perceber.  Quem já deve ter mais de 20 anos como eu deve lembrar que na clássica série animada que passava na Manchete, a jornada dos Cavaleiros de Bronze até eles conseguirem chegar especificamente ao santuário para encarar os Cavaleiros de Ouro, foi um tanto ralado. Porque ele começava do momento em que Seyia ainda Grécia estava enfrentando uma batalha contra o grandalhão Cassius para decidir quem ficaria com a armadura de Pégaso, e quando vence passa a ser o proprietário do objeto da constelação. Depois disso no decorrer dos longos capítulos da série, Seiyia ao retornar ao Japão com a armadura no primeiro momento chega a ir atrás de Saori para saber do paradeiro de sua irmã Seika, de quem ele não vê desde a época em que se separaram do orfanato. Ele neste momento estava o torneio galáctico junto com os outros órfãos.  Onde aos poucos somos apresentados aos companheiros de jornada de Seyia, Shiryu, Shun e Hyoga. O troféu para o vencedor deste torneio era a armadura de ouro de sagitário.  É durante esta primeira parte que ocorre a reviravolta do Ikki aparecer primeiramente trabalhando o lado negro da força, onde ele rouba a armadura de sagitário.  E será a partir deste saque de Ikki a importante armadura de ouro que foi então se desenrolado todos os quebra-cabeças envolvendo os segredos sobre o santuário, até a longa luta  contra os Cavaleiros de Ouro eles primeiro tiveram o Ikki comandando os Cavaleiros Negros, uma versão malvada deles, como Pégaso Negro, Andrômeda Negro, Dragão Negro e o Cisne Negro. É neste interim Ikki de Fênix vira-casaca e passa a colaborar com Seyia e os outros. Mas aquele era só o começo, porque depois vieram os Cavaleiros de Prata que tentaram massacrá-los a mando do Mestre Ares.  E depois desta longa jornada enfrentado os malvados guerreiros de prata, eles chegam ao santuário e a cada longa batalha com cada Cavaleiro eles descobrem que Aiolos, o cavaleiro de ouro de sagitário não foi o verdadeiro traidor, mas sim outro cavaleiro de ouro, Saga de Gêmeos, o verdadeiro responsável por tentar Saori, a reencarnação da Deusa Atena, quando ela era ainda bebê.  Ele tinha tentado mata-la, mas foi impedido por Aiolos que descobriu qual era sua verdadeira identidade, então ele resolveu fugir com ela, mas no meio do caminho teve de encarar o cavaleiro de ouro Shura de Capricórnio, onde foi nesta batalha que ele acabou perdendo a vida.  Muitos devem lembrar que na série original, a revelação de Saori ser a reencarnação da Deusa Atena aos cavaleiros de bronze já estabelecidos acontece durante as batalhas com os malvados cavaleiros de prata.  É o mordomo Tatsumi quem faz esta revelação importante e relata que soube o velho milionário Mitsumasa Kido, avô adotivo da Saori durante uma viagem a Grécia ele por mero acaso encontrou-se com Aiolos completamente surrado e perto de morrer fez esta importante revelação para ele e como último pedido Aiolos manda que ele cuidasse da menina, foi então dessa que ele decidiu umas dez crianças órfãs para treiná-los a serem cavaleiros.  Toda esta longa passagem até a batalha nas Doze Casas que descrevi acima que foi mostrado no anime clássico, posso simplesmente resumir que isto foi completamente descartado no filme.  E logo de cara isto pode ser notado no momento em que a trama começa no ponto onde mostra Aiolos de Sagitário enfrentando uma dura batalha contra o Mestre Ares e Shura de Capricórnio para proteger a bebê Saori descobre toda a farsa de Saga.  É ainda nesta parte do prólogo que é mostrado o milionário Mitsumasa Kido escalando uma montanha na China e lá encontra Aiolos todo machucado e preste a morrer faz a revelação de que aquele bebê que ele estava segurando era a reencarnação da Deusa Atena.  
Sinceramente, achei esta ideia deles modificarem o cenário do importante encontro entre Mitsumasa e Aiolos a coisa mais bizarra que já fizeram, que nem se compara as modificações que Hollywood costuma fazer ao adaptar os heróis de quadrinhos para as telonas, em vez de terem mantido na Grécia o encontro dos dois e servir de túmulo para o Aiolos, não eles resolvem coloca-lo para ser enterrado numa colina na China, o que não tem nada ver. Esta ideia de modificarem já tirou completamente a essência do anime. E pior ainda do que tudo isso junto é quando a medida que a história vai se desenvolvendo e chegando ao evento presente somos apresentados a  Saori  já mocinha  como muitos  devem  conhecer no anime, nesta hora é que o negócio vai piorando cada vez mais.  Pois a medida que vai ocorrendo os eventos deste filme fica evidente os eventos antecedentes das batalhas  dos cavaleiros  de prata foram descartados, porque tipo antes de acontecer a reunião dos Cavaleiros de Bronze, a Saori já subentendido que estava na condição de  órfã do avô  dentro da limusine dirigida pelo Tatsumi descobre qual era  a sua verdadeira identidade do qual ele estava o momento ideal de completar 16 anos para fazer esta já que segundo o que o Aiolos revelou para Mitsumasa era idade que a Atena desencarnaria no seu corpo.  É neste momento quando ela descobre sua real identidade que a ação vai se desenrolando quando acontece uma primeira tentativa de atentado contra ela mando do santuário. É então que aparece Seyia para impedi-lo, como já era previsível tinha que ser o Seyia logicamente o primeiro a aparecer, neste momento em que a Saori se depara com Seyia lhe vem então uma cena de flashback mostrando um momento em que os dois quando eram crianças de uma situação em quando eles estavam brincando, Seyia ficou com a mão ferida e ela resolve ajuda-lo curando o seu ferimento com os primeiros sinais do cosmo que ela estava começando despertar.  Como eu já descrevi nos parágrafos acima com esta cena fica bem mais explicito e evidente que entre os dois existe um sentimento de amor platônico.  Depois aparecem Shiryu, Shun e Hyoga, e o Ikki como sempre é o mais individualista do grupo só deixando para aparecer nas batalhas mais difíceis. Pior mesmo é quando ao longo do filme ocorre deles encararem para valer os Cavaleiros de Ouro.  Como se já não bastasse como bem coloquei no parágrafo sobre o aspecto visual de como foram completamente modificadas as armaduras de cada cavaleiro cujo tom a maioria ficou muito grotescamente carnavalesco, para piorar ainda tiveram uma batalhas que eram importantes que foram bastantes descartadas no filme. Entre os cavaleiros de ouro, o Aldebaran de Touro, como já havia colocado  no parágrafo das caracterizações das armaduras, foi o que ficou com um tom mais ridicularizado pelos excessos de adereços de chifres, pior também é como  ficou a maneira como  é apresentada sua personalidade, antes da batalha e mostrado ele estando num banquete agindo como um glutão e   no momento da batalha com Seyia ele brinca dizendo que tudo não passava  de um teste. Pior mesmo quando antes deles enfrentarem touro, eles passam logicamente primeiro pela casa de Áries, onde lá Shiryu é o que se mostra mais surpreso ao saber que era Mú o cavaleiro que ao reconhecer chegar a fazer uma citação ao mestre dele que já foi um cavaleiro de libra, Dokho que é chamado de Mestre Ancião.  A ausência dele no filme foi a que mais achei estranha. Shiryu chega a reagir mostrando que não fazia a menor ideia que seu mestre era um cavaleiro de ouro. Que na saga original do anime isto havia ficado esclarecido antes dele participar desta batalha.  Ainda na passagem na Casa de Áries, pude observar que o Mú  no momento em que tira o adereço do elmo e mostra sua  cara limpa, ele é apresentado usando óculos o que lhe conferiu mais intelectual do que ele já apresentava no anime, também notei que na passagem da sua casa houve a ausência do Kiki que também achei estranho. Muito pior do que já foi apresentado é que ao longo da jornada para eles passarem como já não bastassem tosqueiras demais, estes produtores  ainda inventam de mostrar os Cavaleiros de Bronze ao entrarem na Casa de Câncer, no momento em que são apresentados ao proprietário do local, Máscara da Morte eles todos fico, espantados com os enfeites na sua parede que mostram os rostos  das pessoas que ele matou. No anime o personagem era o que tinha o aspecto mais apavorante e amedrontador, já no filme o personagem passou por toda uma mudança drástica, ficou um perfil muito narcisista além de ficar muito ridículo com os adereços das suas armaduras modificadas, ele ainda inventa de se apresentar um número musical que termina caracterizando o filme com um tom muito Disney e para piorar é o que todos mostram o mais bobalhão.
 
 
 
 
 
 
 
 
O Cavaleiro de Ouro de Câncer, Mascara da Morte no anime original era entre todos os cavaleiros de ouro o que mais apavorava e o sinistro, ainda pelo psicótico que tinha de matar e exibir os rostos da pessoas que matou como enfeite na sua casa.
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesta versão  de "A Lenda do Santuário" Máscara da Morte ficou extremamente horrível, como se não os adereços ficarem bem carnavalesco ele ainda carrega uma boba personalidade narcisista para empurrá-lo a dar uma suavizada cômica e para piorar ainda inventaram dele ser apresentado fazendo um ridículo   número musical  que acabou colocando nele um tom muito clichê como de vilão dos filmes da Disney.  
 
 
 Muito pior foram que ao longo de Seyia e seus parceiros pelo houveram por motivo  quais sejam, tiveram suas batalhas descartadas, como por exemplo, Shaka de Virgem que enfrentou  luta antológica e difícil  contra Ikki de Fênix no clássico anime, neste filme já se dá conta da verdadeira Deusa Atena, enquanto que mais para frente  Hyoga enfrenta acertos de contas com o seu Mestre Camus de Aquário mas sem aquela mesma emoção do anime clássico. A medida que o filme vai seguindo mostrando eles passando  por outras casas  vemos eles encarem ao mesmo tempo dois cavaleiros de ouro que são Milo de Escorpião e Shura de Capricórnio,  no anime Shura enfrentou uma grande contra Shiryu, e com ele  enfrentou uma grande batalha, este tinha como grande golpe a espada excalibur   onde em cada movimento causava muitos furos, foi a Shiryu que ele revelou  ter sido o responsável pela morte de Aiolos e este o venceu decepando o seu braço e o levando para as estrelas,  no filme este aspecto acabou ficando um pouco de fora,  já que ele nem chega a combater com Shiryu  como no  anime original. Já Milo de Escorpião no anime tinha sido responsável por destruir a ilha de Andrômeda e matar o mestre de Shun, Albiore.  Esta passagem também ficou descartado no filme. No anime original, os quatro ao chegarem na Casa de Sagitário enfrentam muitos obstáculos até lerem uma linda mensagem que fazem todos chorarem. No filme isto é mostrado, mas sem aquela mesma emoção.  E por fim dentre todos os cavaleiros de ouro, o que eu achei que ficou mais prejudicado no filme foi o Afrodite de Peixes, mesmo ele não sendo considerado como o mais forte entre os cavaleiros de ouro, mas foi no original  responsável por uma grande e decisiva  luta contra Shun e este faz uma impressionante revelação  que na verdade não foi Milo que matou seu mestre Albioere, mas sim ele ao soltar sua rosa venenosa  para  facilitar o ataque de Milo com a sua agulha escarlate. Já no filme o coitado do Afrodite não é aproveitado para enfrentar pois já é logo descartado pelo mestre assim que este percebe a farsa.  Entre os cavaleiros de ouro, Afrodite de Peixes assim como Shaka de Virgem são que mais ficaram prejudicados pelo tempo do filme, cuja presença ficou mais para dar um recheio a mais no prato.
 



 
 
 
 
 
 
 
Cavaleiro de Ouro Milo de Escorpião com o traço a caracterização original do anime.
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
Vocês até duvidarem, mas este  na imagem  com a máscara cobrindo o rosto é sim o Cavaleiro de Ouro Milo de Escorpião, ou melhor dizendo Amazona de Ouro que provavelmente deve ter um transexual, a ponto de falar como mulher. E foi o que os produtores fizeram na versão japonesa da dublagem e a mesma coisa aqui no Brasil. Onde quem ficou responsável pela voz feminina do personagem foi Silvia Goiabeira, a dona da voz da Jasmine do desenho do Aladdin da Disney e da Pepper Potts nos filmes do Homem de Ferro.
 
 
Para finalizar, fazendo um balanço geral a respeito da minha impressão causada pelo filme posso avaliar que ele me ocasionou uma boa impressão apesar das muitas falhas apresentadas das quais eu apontei acima seja no roteiro ou mesmo na estética visual principalmente no uso da CG. A única coisa de interessante que vale mesmo a pena conferir no filme para os fãs mais antigos de “Cavaleiros” como eu, é o fato da distribuidora responsável por trazer o filme ao Brasil, a Diamonds Films ter tido a preocupação de escalar o elenco antigo das vozes do anime quando chegou ao Brasil 20 anos atrás distribuído pela Samtoy e exibido pela extinta.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O estúdio encarregado de fazer a dublagem do filme foi a Dubrasil, a empresa paulista assumiu a função que cobriu ao extinto estúdio de dublagem também paulista da Gota Mágica de fazer a dublagem do anime que veio com um áudio hispânico horrível o que fez daquela dublagem antiga assim como o anime mesmo não ser tão perfeito. Bom, mas pelo neste filme se houve alguns furos nos diálogos eles aparecem pelo menos para mim imperceptíveis. Do elenco da dublagem clássica dos tempos de Gota Mágica e era passado na Manchete estão presentes todos ou quase todos os nomes que compuseram este elenco. Entre os que destacam aqui estão Hermes Baroli, mais uma vez fazendo a voz do Seyia, e no filme ele também ficou encarregado da direção da dublagem.  Além dele, o filme também conta no elenco da dublagem com outras vozes que também participaram anime clássico entre os destaco são de Elcio Sodré mais uma vez fazendo a voz do Shiryu, Francisco Brêtas como Hyoga, Ulysses Bezerra com Shun, Leonardo Camilo como Ikki, Leticia Quinto como a Saori/Atena, Gilberto Baroli, pai de Hermes Baroli e de Leticia Quinto fazendo mais uma vez a voz do Saga do Gêmeos, Carlos Silveira como Shaka de Virgem , Fábio Moura mais uma vez fazendo a voz do Shura de Capricórnio  entre outros.  Também na dublagem coloco minha grande surpresa e porque não dizer meu grande espanto com alguns personagens que ficaram com as vozes alteradas, porque alguns nomes da dublagem antiga  haviam falecido nestes 20 anos.   Um que mais me chamou a atenção e que de alguma forma ou de outra deve ter ficado muito estranho na dublagem brasileira foi o fato da voz  do Milo de Escorpião falar com um timbre de voz muito feminina,  para o povo não pensar que a falha foi nossa, na verdade na dublagem original em japonês eles fizeram com a voz do Milo fosse  dublada por uma mulher e na versão brasileira, a dubladora  que a meu ver foi bem escolhida para fazer a voz feminina do Milo foi Silvia Goiabeira, que normalmente costuma trabalhar nos estúdios de dublagem carioca. Quem já assistiu ao clássico da Disney “Alladdim” deve saber que era ela quem fazia a voz da Princesa Jasmine e para os que curtem os filmes da Marvel Studios devem bem saber que ela é a responsável por fazer a voz da Pepper Potts( Gwyneth Paltrow) nos filmes da franquia do “Homem de Ferro”. Posso destacar aqui que entre as vozes novas para este filme ela a meu ver até que não se mostrou uma má escolha.  De resto posso concluir esta minha análise  definido que  “Cavaleiros do Zodiaco: A Lenda do Santuário” foi uma adaptação bem mediana, pode não ser das melhores os que não significa que tenha ficado como das piores. Esta nova versão em CG teve seus erros e acertos, o que posso simplesmente concluir a respeito disso é que eu acho que toda metodologia de inovação tecnológica ousada para uma grande mídia de entretenimento como o cinema é válido, desde que se tenha consciência dos riscos.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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