Nesse momento em que estamos próximos da reta final da
campanha política para eleger o novo presidente do nosso querido e amado Brasil
e temos visto uma grande polarização nas redes sociais, onde ninguém mais fala
com família e deixam de ficarem amigos uns dos outros por não votarem no mesmo
candidato, especialmente os grupos mais extremistas com uma visão muito
autoritária e intolerante. Aproveito para comentar de um filme de super-herói
que aborda justamente um debate sobre este tipo de assunto espinhoso que
imaginaria mais ou menos uma ideia do que num cenário de um distópico futuro
sob um regime totalitário e intolerante pode trazer consequências horríveis
para todo o cidadão. O filme em questão
que traz bem esta abordagem reflexiva é V de Vingança(V For Vendetta, Reino
Unido, EUA, Alemannha,2005).
Um filme do gênero suspense, dirigido por James McTeigue e
produzido por Joel Silver e também pelas Irmãs Wachowski, também responsáveis
por terem escrito o roteiro do filme, também
responsáveis pela trilogia cibernética de Matrix(1999-2003). Numa adaptação do
herói de quadrinho homônimo lançado na Inglaterra na década de 1980, de autoria
de David Lloyd e Alan Moore, cujo nome desse último não aparece creditado pelo
fato da adaptação de sua obra ter sido feita sem sua autorização e como todo fã
de quadrinho que o conhece bem aprofundamento o seu estilo de trabalho sabe que
ele é conhecido por ser avesso a ver suas obras adaptadas por outras mídias,
como aqui no caso o cinema. Obra pertencente ao selo da Vertigo, uma expansão
da DC Comics.
A história do filme gira em torno de um aspecto politicamente critico, ao idealizar um mundo futurista, onde é regido por um regime autocrático totalitarista, inspirados nas ideias nazifascistas, o líder é o que tem o poder absoluto, com controle rígido da vida do cidadão, e com práticas violentas contra as camadas sociais das quais eles consideram como os subversivos. A história do filme começa com um prólogo narrando e reconstituindo sobre o importante evento histórico ocorrido na Inglaterra no dia 05 de Novembro de 1605, dia em que um soldado chamado Guy Fawkes tentou promover a Conspiração da Pólvora, uma tentativa de causar uma explosão no prédio do Parlamento. O curioso foi ter observado que nessa narrativa, havia momentos em que a narradora de uma maneira até parcial se pergunta, se questiona sobre quem seria realmente Guy Fawkes? Como era seu rosto? Como era sua voz? Em todo o momento onde ocorre a reconstituição sobre o acontecimento naquela importante data, a narradora chega a descrever que muitas vezes as pessoas só lembram das ideias sobre criadas por essa pessoa, mas nunca do homem por trás dela, em um momento da cena em que Guy Fawkes e condenado a forca, a narradora faz uma comparação entre as ideias, e os homens por trás delas, ela justifica que ao contrário de uma ideia, que ás vezes pode se tornar infalível, um homem que a cria pode até fracassar, ao ponto dele ser preso, morto e esquecido. No momento seguinte da narrativa, a narradora explica de forma até parcial sobre o conceito de uma ideia, que ela sempre, podem-se passar décadas, séculos, ou mesmo milênios de distância, mas ela sempre vai sobreviver, ao contrário das pessoas que as criam, ou mesmo as defendem, e nesse momento a própria relata que chegou a ver pessoalmente muita gente morrendo, perdendo a vida defendo-as. No momento da cena do enforcamento de Guy Fawkes, a narradora termina o prólogo fazendo o seguinte questionamento a respeito do abstracionismo de uma ideia, como ela pode não ser concreta dependo da situação: “Mas você não pode beijar uma ideia. Você não pode toca-la ou abraça-la. Ideias não sangram de dor, não amam. Não é de uma ideia que eu sinto falta. É de um homem.”
A história do filme gira em torno de um aspecto politicamente critico, ao idealizar um mundo futurista, onde é regido por um regime autocrático totalitarista, inspirados nas ideias nazifascistas, o líder é o que tem o poder absoluto, com controle rígido da vida do cidadão, e com práticas violentas contra as camadas sociais das quais eles consideram como os subversivos. A história do filme começa com um prólogo narrando e reconstituindo sobre o importante evento histórico ocorrido na Inglaterra no dia 05 de Novembro de 1605, dia em que um soldado chamado Guy Fawkes tentou promover a Conspiração da Pólvora, uma tentativa de causar uma explosão no prédio do Parlamento. O curioso foi ter observado que nessa narrativa, havia momentos em que a narradora de uma maneira até parcial se pergunta, se questiona sobre quem seria realmente Guy Fawkes? Como era seu rosto? Como era sua voz? Em todo o momento onde ocorre a reconstituição sobre o acontecimento naquela importante data, a narradora chega a descrever que muitas vezes as pessoas só lembram das ideias sobre criadas por essa pessoa, mas nunca do homem por trás dela, em um momento da cena em que Guy Fawkes e condenado a forca, a narradora faz uma comparação entre as ideias, e os homens por trás delas, ela justifica que ao contrário de uma ideia, que ás vezes pode se tornar infalível, um homem que a cria pode até fracassar, ao ponto dele ser preso, morto e esquecido. No momento seguinte da narrativa, a narradora explica de forma até parcial sobre o conceito de uma ideia, que ela sempre, podem-se passar décadas, séculos, ou mesmo milênios de distância, mas ela sempre vai sobreviver, ao contrário das pessoas que as criam, ou mesmo as defendem, e nesse momento a própria relata que chegou a ver pessoalmente muita gente morrendo, perdendo a vida defendo-as. No momento da cena do enforcamento de Guy Fawkes, a narradora termina o prólogo fazendo o seguinte questionamento a respeito do abstracionismo de uma ideia, como ela pode não ser concreta dependo da situação: “Mas você não pode beijar uma ideia. Você não pode toca-la ou abraça-la. Ideias não sangram de dor, não amam. Não é de uma ideia que eu sinto falta. É de um homem.”
A narradora termina o
prólogo, explicando que foi através desse homem, que foi responsável por fazê-la
lembrar do 5 de Novembro, a importante data desse acontecimento na história
política inglesa, será o elo para no momento da presente realidade inglesa,
regida sob um regime totalitário, e completamente esquecida da data desse
momento acabará se recordando através de um misterioso paladino mascarado.
Depois desse prólogo, o filme vai sendo desenvolvido a partir do momento
presente, mostrando uma Londres sendo regida pelo governo autocrático do
Chanceler Sutler( John Hurt), é durante uma noite em que toda a população
inglesa assisti pela TV, o discurso de Lewis Prothero(Roger Allan), o homem
mais importante do Governo, também definido como “ A Voz de Londres”, fazendo
seu diário discurso de cunho autoritário, fundamentalista, e se referindo aos
EUA como a colônia que foi arrasada, mostrando os seus ideais de intolerância
social, no mesmo momento é nos apresentado um misterioso homem colocando a
máscara de Guy Fawkes, enquanto isso Evey Hammond(Natalie Portman) em sua casa
se prepara para sair. Assim que Evey sai de casa depois de terminar de assistir
ao discurso de Prothero na TV, onde termina o seu discurso com o lema do
partido: “Força através da união, união através da fé”. Preocupada quando olha
o relógio, ela então sai para passear na noite deserta de Londres, ficando
bastante temerosa, razão da qual ela tinha para esse temor era porque depois de
uma determinada hora da noite, o Governo mandava agentes que eles denominavam
“Homens-Dedos” , ficarem vigiando as ruas, e assim que observarem o movimento
de qualquer pessoa andando pelas ruas a noite depois da hora estipulada, eles
abordavam a pessoa suspeita, e se preciso fosse mandavam além de revistar,
violentavam fisicamente, psicologicamente e moralmente a pessoa para deixar a
pessoa completamente submissa a eles, e isso inevitavelmente acaba acontecendo
com Evey, no momento em que caminhava pelas ruas da cidade e foi abordada pelos
“Homens-Dedos”, quase sendo ameaçada de ser violentada por eles, Evey acaba
sendo salva pelo homem mascarado chamado apenas de V(Hugo Weaving), mostrando a que veio fazendo citações
filosóficas, com golpes inacreditáveis, e habilidades com lanças, que o tornam
um espadachim inabalável, depois de acabar com cada um dos “Homens-Dedos”, V ao
apresentar a primeira vez para Evey, deixa o símbolo em frente ao cartaz com o
lema do partido Fogo Nórdico. Responsável por levar Sutler ao poder, e ao
salvá-la do perigo V, a convida para prestigiar ele orquestrando em cima de um
prédio vizinho ao Old Bailey, uma das famosas obras-primas do maestro russo
Pyotry Ilich Tchaikovsky(1840-1893), denominado de “Abertura 1812”, a música
favorita do herói, que foi responsável por causar a explosão no prédio do Old
Bailey, no dia seguinte, o episódio da explosão vira manchete nos noticiários
televisivos, como a BTN,(British Television Network), por exemplo, emissora
onde Evey é funcionária queridinha do seu patrão Gordon Deitrich(Stephen Fly),
que apresenta um programa de humor nessa emissora. No mesmo momento onde ocorre
os noticiários na emissora sobre a explosão do Old Bailey na noite passada. Aparece
V, invadindo o prédio da emissora, rende todos os seguranças e todo corpo de
funcionários, e será lá que ele vai tentar convencer ao transmitir para toda a população londrina
mostrando a que veio, ao mostrar suas ideias filosóficas de livre pensamento, e
fazendo eles se recordarem da data do 5 de Novembro, data que lembra quando Guy
Fawkes tentou explodir o Prédio do Parlamento Britânico, pensando nas suas
filosofias de liberdade, depois de terminado o seu discurso, onde termina
falando assim para o povo, “Se vocês pensam como eu penso, e sentem o que eu
sinto, então vamos todos nos unir pela liberdade”. Nesse momento onde ele
finaliza seu discurso na Tv, todos os guardas, a polícia inteira tenta em vão
fechar o cerco para tentar prendê-lo, mas ele habilidoso e esperto consegue se
livrar deles com muita facilidade, em uma cena onde acontece de V ser rendido
por um policial, mas acaba sendo salvo por Evey, que no entanto ela acaba
levando uma pancada na cabeça, e V acaba dando um fim nele com um soco. O caso
desse tal misterioso herói, faz com que os intrigados detetives Eric
Finch(Stephen Rea) e Dominic (Rupert Graves), quebrem a cabeça para decifrar
todo o enigma dessas ações misteriosas ações praticadas por esse paladino
mascarado que apareceu do nada, antes disso os dois haviam investigado
misterioso passado de Evey, onde o que os chamaram a atenção deles além de
terem descoberto que ela era filha de ativistas políticos, ela também teve
passagem por um reformatório juvenil, depois da prisão dos seus pais, o que
gera mais um quebra-cabeça de um segredo envolvendo um outro personagem
importante no filme, que no caso é coadjuvante Evey Hammond. Ao acordar na
mansão de V, Evey fica impressionada com o lugar muito espaçoso, e ainda cheio
de objetos de arte raríssimas, e observando o próprio V preparando o seu café
da manhã, onde nesse momento ela fica observando ele sem as suas luvas, com as
suas mãos avermelhadas, dando sinais de que ele teria sofrido alguma
queimadura, e ao ouvir esse comentário de Evey, V explica para ela de forma
enigmática que isso aconteceu com ele faz muitos anos atrás num incêndio, mas
não esclarece para ela onde ocorreu, de que maneira aconteceu e como foi
causado esse tal incêndio, criando mais um quebra cabeça sobre a provável origem
de quem seria a pessoa por trás daquela máscara, qual seria a verdadeira
identidade de V? No decorrer do filme vai se mostrando aos pedaços, quando ele
vai atrás de cada uma das pessoas ligadas ao seu passado, e matando cada uma
delas em série, deixando uma rosa vermelha batizada de Scarlet Carson, como
algo personalizado. Ao mesmo tempo acontece de Evey contar para V sobre sua
família, e um pouco sobre ela também, entre essas revelações está o fato dela
quando criança já ter frequentado um curso de teatro, e que no dia que o irmão
dela morreu, os seus pais resolveram virar ativistas políticos, e terminaram
presos, quanto que ela terminou num centro de detenção juvenil. A primeira das
pessoas que V resolve eliminar é Lewis Prothero, sujeito que discursa toda
noite na TV de Londres, e que faz discursos de puro autoritarismo, fazendo
duras críticas quanto a invasão de V na emissora, chega a denominá-lo de
terrorista, no momento em que Prothero estava observando o seu discurso tomando
um banho quente, V entra em sua casa utilizando a identidade de Evey da BTN,
para poder ter livre acesso, no momento que terminou de ver seu discurso na TV,
Prothero se assusta ao observar o próprio V, que se refere a ele como
Comandante. E Prothero surpreso pergunta como ele sabia de sua antiga patente
militar, explicando em enigmas V diz que era como ele se chamava quando num
centro de detenção, num incêndio, e aparece então em cena de flashback a cena
do então Comandante Lewis Prothero no Centro de Detenção de Larkhill, mandando
maltratar de forma covarde, desumana e selvagem as pessoas consideradas
subversivas do novo governo imposto na Inglaterra, e quando Prothero se dar
conta logo lembra de quem era a pessoa por trás daquela máscaras, o único
sobrevivente do antigo Centro de Detenção de Larkhill. V por ironia se
autodenomina numa clara referência a uma famosa obra literária de Charles
Dickens, “Um Conto de Natal”, de que “Sou o Fantasma dos Natais Passados”.
Depois de Lewis Prothero, foi a vez do Padre Lilyman( John Starding), uma
importante autoridade clerical, que por trás da batina, não tinha nada de
santo, e a prova disso, é quando V utiliza Evey como isca para seu plano,
pedindo para que ela se vestisse de menina, com jeito de boneca, para atraí-lo
em sua armadilha, pelo fato de justamente saber que o Padre Lilyman era um pedofilo. Então de repente aparece V para
matá-lo, outra pessoa também ligada ao misterioso passado de V, também tinha
participado do Centro de Detenção de Larkhill, e que agora estava promovido
para Bispo. Enquanto que nesse mesmo momento Evey foge e vai para casa de seu
patrão Gordon Deitrich(Stephen Fry) para não ser perseguida e presa pelos
Homens-Dedos.
Na casa de Deitrich, Evey descobre alguns segredos revelados
pelo próprio Deitrich, como forma de acalmá-la, caso os Homens-Dedos, forem a
casa dele a procura dela, ela seria a coisa menos importante para eles, isso
porque na casa de Deitrich havia escondido uma versão do alcorão, livro sagrado
islâmico do século 14, uma foto do Chanceler Sutler sendo ridicularizado com o
lema “E Deus salve a Rainha” e umas fotos proibidas de erotismo. Enquanto que
os agentes Finch e Dominic tentam decifrar mais um enigma relacionado ao
paladino mascarado V, descobrem que Lewis Prothero, havia sido um importante
empresário acionista de uma empresa farmacêutica chamada Viadox, e ficam
surpreso ao vasculharem a ficha militar de Prothero e ao descobrirem que no seu
currículo havia participações em combate no Iraque, Curdistão entre outros
países, e mais surpresos ainda ficam ao
descobrirem sua participação no comando no Centro de Detenção de Larkhill, indo
mais a fundo na investigação, descobrem que o local tinha sido desativado há
muitos anos depois de um incêndio, e com informações muito vagas, eles tentam
decifrar que ligação tinha Prothero com V a Larkill, até finalmente acharem no
arquivo público o dossiê sobre Larkhill, e lá descobrem mais duas pessoas, o
Padre Lilyman, já morto por V e uma médica responsável pelas medicações dos
detentos de Larkhill, essa tal doutora era Diana Staton, que eles nem
imaginavam estarem o tempo todo perto delas, pois era a responsável pela
autopsia do Padre Lilyman, usando uma nova identidade, a Doutora Della
Suridge(Sinead Cursack), dos quais eles descobrem tarde demais, no momento que
chegavam ela já estava morta no seu quarto pelo V, com a rosa vermelha Scarlett
Carson, e ao vasculharem a casa dela, Finch e Dominic descobrem um diário
contando os segredos e todo o relatório da rotina dela no Centro de Detenção de
Larkihill, contando como acontecia a
vinda de cada novo individuo, como eram tratados de forma desumana, como
recebiam as dosagens de vacinas aplicadas por eles, para servirem de cobaias
para o desenvolvimento de armas biológicas altamente poderosas, como todos
morreram e foram enterrados, e chegava até a relatar o próprio desprezo que ela
mesma sentia por aqueles indivíduos, vistos como os subversivos pelo então
imposto novo governo do atual Chanceler, pessoas que representavam a camada dos
negros, dos judeus e dos homossexuais como os lixo da sociedade, e o mais
impressionante nisso tudo é eles descobrirem que a respeito de um paciente de
Larkhill, que tinha adquirido uma força descomunal com a medicação injetada por
ela, esse tal paciente do qual ela se refere apenas como Paciente do Quarto 5,
cujo numeral da cela era identificado como V, numeral do algarismo romano,
sendo daí a origem para seu nome, onde relata que foi esse paciente que num
certo dia 5 de Novembro, com sua tremenda força descomunal que chegando ao
ponto de fugir ao controle de todos de Larkhill, provocou a destruição total do
local, causando o incêndio, onde chega até a descrever que chegou a observar os
seus olhares cheios de amargor, e que naquele incêndio deixou todo o seu corpo queimado. E nesse
diário Stanton termina com um lamento descrevendo assim: “O que foi que eu
fiz”. É nisso se descobre qual a misteriosa origem do mascarado V e de onde ele
tirou esse codinome. Enquanto que Evey, ainda vivendo abrigada na casa de seu
patrão Deitrich, fica espantada ao ver junto com ele na televisão, o programa
que ele havia produzido ridicularizando o Chanceler Adam Sutler sendo
perseguido pelo mascarado V, em rede nacional, fazendo toda a população
londrina pela primeira vez ter o direito da liberdade de poder debochar do
Chanceler, naquela mesma noite em que o programa foi ar, apareceram os
Homens-Dedos, comandados por Peter Creedy(Tim Pigot-Smith), que o acabam
rendendo e prendendo, e Creedy faz até o comentário irônico: “E teve graça
agora?”. Já Evey tenta fugir, escondida, mas acaba sendo pega, e mandada para a
detenção, sendo torturada, fisicamente e psicologicamente para tentar dar
informações para os agentes sobre o que ela sabia de V, teve até a cabeça
raspada, e no meio de toda essa situação ela acaba achando na sua cela, dentro
de um buraquinho onde entrava um ratinho, um pedacinho de papel higiênico onde
estava escrito a mensagem de uma mulher de nome Valerie, uma prisioneira morta
no Centro de Detenção de Larkhill, e que na mensagem ela contava todo o drama que
passou antes de ser mandada para lá. Na mensagem ela descreve onde nasceu, que
foi em Nottigham no ano de 1985, que do pouco que lembrava de sua infância,
lembrava da fazendo de sua avô e que quando chovia sua avô dizia que “Deus
estava na chuva”, descreve de seu tempo de colégio, relata que quando foi
aprovada para o curso secundário, lá havia conhecido Sarah, a sua primeira
namoradinha, já apresentando sinais de interesse por meninas e não por meninos.
Valerie também relata na mensagem que o namoro dela por Sarah no colégio, teve
de ser interrompido porque o diretor havia dito que isso era só uma fase e que
elas superariam. Foi o primeiro sinal de preconceito que ela teve de lidar
quando descobriu sua opção sexual, mais para frente ela relata que na adolescência
quando chegou para os pais e teve a coragem de apresentar sua então namorada
Christina, a reação deles não podia esperar por outra coisa a não ser de
repulsa, de nojo, com aquele tipo de situação vendo a queridinha deles que eles
carregaram ainda bebê virar uma mulher amando outra mulher, e com isso os pais
a mandaram para fora de casa. O mais curioso disso tudo foi quando ela relatou
que já adulta, ao virar atriz durante as filmagens de “Sal de Prata”, foi lá
que ela conheceu sua última parceira Ruth. Na mensagem Valerie descreve que
Ruth, foi sua grande parceira que passou a dividir o apartamento e junto com
ela colheram flores Scarlett Carson e toda uma rotina da qual elas passaram a
adquirem juntas e felizes, até chegar o momento em que quando elas acompanharam
pela TV, a subida ao poder de Adam Sutler, as ideias de intolerâncias sociais,
propagadas pelo Fogo Nórdico, passaram a viverem assustadas, e relatou que no
dia em que a Ruth estava na rua, fazendo a feira, e de repente foi pega pelos
Homens-Dedos, ela chorou muito, e pouco tempo depois foi a vez dela dentro de
sua casa, e a mensagem de Valerie termina com relato de sua sofrida rotina no
Centro de Detenção de Larkhill, de onde ela passaria seus últimos momentos de
vida, sendo torturada, violentada, espancada, recebendo altas dosagens de
substancias e de quando achou dentro de uma privada um papel de higiênico de
onde decidiu relatar a sua única autobiografia. E então dias depois Evey já
exausta de tanto ser torturada acaba se surpreendendo ao ser liberada, e então
a medida que caminha livremente pelos corredores sem ser abordada pelo Guarda,
e quando se aproxima e vê que ela era apenas de borracha, e ao passar na porta
e de repente se deparar na mansão de V, ela então fica bastante indignada e
horrorizada, ao notar que tudo aquilo do qual ela havia passado era tudo uma
farsa, plantada por ele, mas depois se sentindo grata resolve entregar a tal
mensagem de Valerie que ela teria imaginado que fosse uma coisa inventada por
ele, então V decide mostrar uma coisa para provar que tudo aquilo era verdade,
e ela fica convencida no momento em que observa pendurada na parede da sala, o
cartaz do filme “Sal de Prata”. V justifica que fez isso fazendo com que ela
sentisse um pouco na pele, o que ele passou em Larkhill, e do que resultou para
que ele se transformasse daquele jeito, citando o princípio básico de que toda
ação gera uma reação. Então V mostra para Evey a chuva no telhado de sua
mansão, e ela então lembra do que Valerie escreveu: “Deus estava na chuva”.
Então aos poucos os quebra-cabeças vão desenvolvendo todo o desenrolar do
filme, principalmente no momento em que Finch e Dominic vão atrás de um tal de
Roockwood, último sobrevivente do Vírus da Escola de St. Marys, o mesmo onde o
irmão de Evey havia morrido em consequência desse vírus, eles encontram esse
tal sujeito no memorial dedicado às vítimas do incidente, onde de uma forma
enigmática da ligação daquele incidente, com a contaminação da água em Three
Waters, uma bomba na estação de trem de Londres, rebelião no King´s Hospital, e
juntando a cura financiada por Lewis Prothero, que ajudou a levar Adam Sutler a
comandar o país, eles nem imaginam que esse tal de Roocwood era na verdade V, e
quando descobrem já era tarde, muito depois de constatar que o verdadeiro
estava morto. E nisso Finch acaba chegando a conclusão que tudo isso que ele
estava planejando fazer é com o intuito de gerar o caos. E é justamente isso o
que acontece no momento em que todos recebem em suas casas, a encomenda das
máscaras de Guy Fawkes, usadas pelo V, há até um momento em que um assaltante
numa conveniência chega a falar: “Anarquia no Reino Unido”. E vai ser nessa
situação caótica que V botará em prática o seu plano de dar fim ao regime
totalitarista do Chanceler Adam Sutler, pedindo para que Creedy, mandasse os
seus Homens-Dedos, levar até ele o próprio Chanceler para matá-lo no esgoto,
enquanto o Chanceler discursa na TV em rede nacional, e ninguém, praticamente
ninguém assiste, e nesse momento era levado acabado e ensanguentado, V então dá
os seus últimos golpes, e é o próprio quem dá um fim no Chanceler, depois disso
Creedy manda os seus Homens-Dedos atirarem sem parar em V, ele em nenhum
momento em que recebe os tiros reage, então acontece o inesperado, depois de
ter sido atingido pelos tiros, V ainda utiliza forças para praticar os seus
últimos golpes de artes marciais e enfiando suas facas em cada um dos
Homens-Dedos, até que no final quando só restou Creedy, que tentando
desesperadamente eliminá-lo dando muitos tiros, e chega ao cúmulo de gritar
falando: “Porque você não morre?” Então V se aproxima dele e o enfia sua faca
em Creedy dando fim então a ele e ao sistema totalitarista que há anos vinha
governando a Inglaterra, e ao mesmo tempo acabado, ainda utiliza as últimas
forças para chegar até o trem cheio de explosivos de nitrogênio, que seguirá em
direção para o Big Ben, ele então pede para que Evey se incumbisse dessa missão
final sua, ao mesmo tempo a população inteira de Londres, utilizando da
fantasia de V, anda em plena noite em direção ao Big Ben, o exército chega a
ficar de guarda para ficarem atentos a qualquer sinal de proximidades, mas eles
acabam sem terem como agirem pois não conseguiam terem contato nem com o
Chanceler, e muito menos com Creedy. E dessa forma sem ter como reagirem, eles
acabam deixando todas as pessoas passarem tranquilamente sem receberem sequer
um tiro, e dessa forma que o general, responsável pelo comando das tropas,
completamente sem acreditar no que estava vendo fala assim: “Pelo sangue de
Jesus Cristo”. Enquanto isso, Evey se prepara para ligar o motor do trem, com V
deitado sem vida, acompanhado de muita dinamite, no momento em que pega na
alavanca, ela chega a ser interrompida por Finch(Stephen Rea), aparece tentando
rende-la impedido que ela prosseguisse com o plano de V, mas determinada a
cumprir ela então desobedece às ordens de Finch, e liga a alavanca do trem. O
trem parte em direção ao Big Ben, tocando a “Abertura 1812”, famosa obra-prima
de Tchaikovsky, que era sua música preferida chegando até o Prédio gerando com
todos ali em frente naquela marcante noite de 5 de Novembro, onde para todos
ali será para sempre lembrada como o dia em que eles se libertaram de uma
tirania, foi nessa cena final que Finch pergunta então para Evey sobre quem era
ele, e Evey responde a pergunta de Finch o definindo em diferentes aspectos:
“Ele era Edmound Dantes(personagem principal de “O Conde de Monte Cristo” seu
filme favorito), Era meu pai, minha mãe, meu irmão, era eu, era você(Evey se
referindo a Finch), ele era todos nós”. E nesse mesmo momento o filme com Evey
fazendo a seguinte narrativa: “Ninguém jamais esquecerá aquela noite e o seu
significado para o pais. Mas eu nunca me esquecerei do homem e do que ele
significou para mim”. E dessa forma acabou o filme. V de Vingança faz uma
interessante abordagem a respeito do que uma pessoa é capaz de fazer quando
sofre uma injustiça, ao ser levado pelo sentimento do ódio, até que ponto
podemos justiça com as nossas próprias mãos. Como é o caso do próprio herói
mascarado, se for fazer uma comparação dele com outros heróis dos quadrinhos,
como as editoras americanas de Marvel e DC, ele tem como diferencial o fato de
ser um sujeito muito cheio de mistérios, ele se encaixa como um anti-herói
representando o exemplo de um ser social,
que pela circunstância em que passou esqueceu-se de suas próprias origens, o
mistério sobre suas origens ocultas, o fato de não saber qual sua verdadeira
identidade, de onde nasceu, que idade aproximada ele teria, quem seriam os seus
pais, ou que levou ele para ser preso no Centro de Detenção de Larkhill, para
ser cobaia de um experimento cientifico, que o fez adquirir uma força e
habilidade descomunal, a ponto de se tornar um importante um paladino mascarado
com o objetivo de acabar com o sistema político autocrático imposto numa
Inglaterra do futuro distópico. A maneira como o diretor James McTeigue abordou o
cenário dessa Inglaterra futurista, cujo enredo satiriza a ideia de regime
autocrático tem uma livre inspiração no romance “1984” de George Orwell. V de
Vingança carrega em seu texto muitas referências
a obras literárias famosas, como por exemplo cita “Machbeth”, importante obra
teatral de William Shakespeare(1564-1616) ao falar assim: “Faço tudo que faz um
homem. Quem faz mais deixa de sê-lo”. Ou mesmo se referindo a” Um conto de
Natal “de Charles Dickens(1812-1870), o seu herói preferido Edmond Dantes de “O
Conde de Monte Cristo”, livro do francês Alexandre Dumas(1802-1870), também há
uma citação de “Fausto” de Goethe(1749-1832) com sua frase em latim com
iniciais que estavam escritas assim: “Viveris Veniversum Vicius Vici”, frase
que estava escrita em seu espelho, que Evey lê no momento em que estava fazendo
uma limpeza e o próprio V traduz assim: “Através da verdade, enquanto vivi, eu
conquistei o universo”. Isso é um dos fatores que torna o filme bom para se
assistir de diferentes maneiras, sobre diferentes aspectos, sobre diferentes
óticas, para assim se poder analisar e refletir sobre diferentes questões
abordadas no filme, e o foco está na questão política autocrática botada em
prática. V mostrou como ela pode acontecer de uma maneira muito pior como já
aconteceu na História, como o fascismo na Itália, o nazismo na Alemanha, do
qual esse faz uma clara alusão, o Chanceler Sutler é praticamente uma sátira a
Hilter, assim como o seu partido Fogo Nórdico ser uma sátira ao nazismo,
implantado na Alemanha a partir do começo da década 1930, perdurando até o fim
da Segunda Guerra Mundial, em 1945, com a morte de Hitler. Em resumo, pode-se
dizer que a ideia transposta pelo filme, utilizando até de muitas licenças
poéticas para mostrar de forma crua e suja, como é justamente possível acontecer ainda em
uma época futura como bem idealiza o filme, a imposição de um sistema político
de autocracia, de que maneira pode surgir, e quais argumentos e quais situações
podem levá-lo a ser colocado na prática. E sendo num mundo futurista que remete
muito a obra de George Orwell(1903-1950), 1984, onde o Chanceler Sutler, mas
parece fazer uma referência ao Grande Irmão, e a forma como eles controlam os
passos dos cidadãos. E ainda por cima o filme também traz a reflexão de como e
até onde uma pessoa seria capaz de chegar ao seu objetivo de querer fazer
justiça com as próprias mãos? Até onde você chegaria? O próprio personagem no
filme tem interessantes frases reflexivas como, por exemplo: “Você usa tanto uma máscara que acaba esquecendo de quem
você é.” “A Anarquia ostenta duas faces. A de destruidores e a de Criadores. Os
Destruidores derrubam impérios, e com os destroços, os Criadores erguem mundos
melhores.” “Não existe coincidência, apenas a ilusão da coincidência.” “O povo
não deve temer seu Estado. O Estado deve temer seu povo.” “Por baixo dessa
carne existe um ideal, e as ideias nunca morrem.” "Um homem pode morrer,
lutar, falhar, até mesmo ser esquecido, mas sua ideia pode modificar o mundo
mesmo tendo passado 400 anos." "Ainda que nossa integridade valesse
pouco, era tudo o que tínhamos" "Suas bombas não matam nossa fome,
mas alimentam nossa desgraça." “Igualdade, justiça e liberdade são mais
que palavras; são perspectivas!" “Os artistas usam a mentira para revelar
a verdade, enquanto os políticos usam a mentira para esconde-la.” Além de
contar com uma brilhante direção e com um roteiro magnifico que teve a difícil
missão de adaptar a obra de um quadrinho do genial Alan Moore. “V de Vingança” também contou com uma brilhante direção de
arte, especialmente na fotográfica com tom cinzento criando aquela atmosfera
pesada da Londres do futuro sendo governada de forma autoritária. destaque é a
bela ópera de Tchaikovsky, que se encaixa bem ao perfil, a essência e aos
ideais que o herói mascarado carrega, e não é só ele, como também em cada um de
nós.
O filme contou no
elenco principal com Hugo Weaving, protagonizando o V, cujo rosto em nenhum momento aparece, pois
está escondido através de uma máscara de Guy Fawkes, e que pela segunda vez
trabalhou num filme produzido pelas Irmãs
Wachowski, o anterior foi na trilogia de Matrix, onde Hugo Weaving fez o papel
do vilão-mor da trama, o Agente Smith, perseguidor do Neo(papel de Keanu
Reeves). Mesmo sem mostrar o rosto ele ainda assim conseguiu desempenhar bem o
papel trabalhando todas as suas camadas de interpretação na figura de deste
anti-herói com personalidade anárquica, causador do caos, que mesmo não estando
correto, você consegue entender quais
são as suas motivações para a sua ideia derrubar o governo totalitário do
chanceler com toques sutis bem
refinados, bem caracteristicamente britânicos
mostrando inclusive o seu lado mais culto. No elenco de apoio, o destaque vai
para Natalie Portman, interpretando o
papel da Evey Hammond, uma funcionária de um canal de televisão, que será uma
coadjuvante que simbolizará uma espécie de paixão platônica do protagonista, ela
consegue desempenhar bem o papel ao trabalhar diversas camadas e nuances da
personagem especialmente em uma subtrama
envolvendo o seu arco dramático e é quem no ato final assume a importante
função de dar prosseguimento ao plano do V de destruir o Palácio do Governo
para simbolizar o fim da ditadura com bonitas frases descrevendo o perfil do V.
Outro ator que também merece destaque é John Hurt(1940-2017), na pele do antagonista
o Chanceler Sutler, o ditador da Inglaterra no futuro distópico que age como a típica figura
do Grande Irmão usando de sua fala bem articulada para convencer a população a
seguir as suas ordens. Ele mostrou um brilhante desempenho na pele desse
sujeito controlador, manipulador e que usa
dos métodos mais improváveis para impor o autoritarismo como uma forma de governo.
Também destacar Roger Alam na pele do Lewis Prothero, este mostrou um brilhante
desempenho na pele do personagem representante do mais alto escalão do Governo
do Chanceler Sutler aparecendo sempre na TV para imprimir o seu discurso
repulsivo, nojento, fundamentalista de ódio as minorias algo que temos visto
ocorrer de uns tempos para cá. Também não posso deixar de mencionar Stephen Fry na pele do
apresentador de TV Gordon Deitrich, um bom tipo cômico no qual ele desempenha brilhantemente
quando resolve provocar o Chanceler em seu programa, proporcionado um dos
poucos momentos de frescor com um humor bem caracteristicamente britânico numa história que do início ao fim carrega um
tom muito pesado, especialmente nos momentos mais tensos cheios de muito
suspense. E por fim destaco para Stephen Rea na pele do policial Eric Finch e para Rupert Graves como o seu
parceiro Dominic dando uns toques de Sherlock Holmes com James Bond ao tentarem
investigar e montar todo o quebra-cabeça dos atentados provocados pelo mascarado
numa subtrama bem carregada de um suspense policial, com toques bem característicos
de espionagem britânica.
Em um balanço geral, V de Vingança trata-se de um excelente
filme que aborda de uma forma bastante filosófica e complexa, mas sem esquecer
das sutilezas, refletindo bastante no momento em que estamos vivendo
neste mundo polarizado e cheio de intolerâncias e do que algumas pessoas para
impor são capazes de nos manipular para nos convencer a usar do medo para nos
controlar. Uma verdadeira lavagem cerebral. Cuja figura do anti-herói representa bastante
a figura desprezada da camada do regime totalitarista e virou o agente do caos
por consequência da forma desumana como eles o trataram na prisão e se inspirou no símbolo de um importante revolucionário como Guy Fawkes para criar sua máscara de ser transgressor, criador do caos e anarquista que acabou se popularizando a ponto de virar o símbolo do grupo de manifestantes anonymus. Além de contar com ótimas cenas de ação,
principalmente as bem coreografadas do protagonista, utilizando-se apenas de
efeitos práticos. Com o brilhante design de produção especialmente fotográfica
com paletas de cores em tom escuro e cinzento dando um toque melancólico e cinzento a atmosfera
barra pesada da trama. Recomendo darem uma conferida em V de Vingança para a
gente entender um pouco como que uma ideia de tolerância pode ocasionar e como
funciona o regime totalitarista e como eles fazem para nos manipular e consequentemente
como funciona a figura de um agente do caos. Que esse filme nos sirva de alerta na hora de votar.
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